“Pequenas Criaturas”, com Carolina Dieckmann, vence o Festival do Rio 2025
Filme de Anne Pinheiro Guimarães ganha a Mostra Premiere Brasil, que também premiou Klara Castanho e Gabriel Faryas por suas atuações
Carros 3 marca época de férias escolares e estreias infantis nos cinemas
A programação de cinema entrou em ritmo de férias escolares. A animação “Carros 3” é o maior lançamento da semana, que ainda conta com pré-estreia ampla do nacional “DPA – O Filme”“, versão de cinema da série “Detetives do Prédio Azul”. O primeiro só não é o lançamento mais infantil da Disney-Pixar, porque “Carros 2” saiu antes. Mas mesmo sem a complexidade de “Divertida Mente”, embute uma mensagem de valorização da autoestima e empoderamento feminino, graças a uma nova personagem coadjuvante, que compensa possíveis engarrafamentos no pedágio das bilheterias. “DPA – O Filme” só estreia oficialmente na semana que vem, mas já ocupa mais telas que os demais filmes da semana. Historinha para o público da série do canal Gloob e das reprises de “Os Feiticeiros de Waverly Place” no canal Disney, o filme mostra bruxos bonzinhos, crianças com lupas, varinhas que soltam raios e outras mágicas. Na trama, após uma festa de bruxos adultos (mas censura livre), o prédio azul aparece com múltiplas rachaduras e os detetives mirins do Gloob decidem desvendar o mistério. A direção é de André Pellenz (“Minha Mãe É uma Peça – O Filme”) e o elenco é repleto de atores da Globo. O maior destaque do circuito limitado é outra estreia nacional, “Fala Comigo”, de Felipe Sholl. Vencedor do último Festival do Rio – além de Melhor Filme, também rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Karine Teles – , conta a história de Diogo (Tom Karabachian), um adolescente de 17 anos que desenvolve o fetiche de se masturbar enquanto telefona para as pacientes da mãe terapeuta (Denise Fraga). Uma dessas pacientes é Angela, de 43 anos, com quem Diogo passa a se relacionar. Foi o papel que deu a Karine Teles o troféu Redentor. Apesar de ser um trabalho de diretor estreante, Sholl não é exatamente um novato. Ele já exibiu curta no Festival de Berlim e tem uma filmografia interessante como roteirista. Seu roteiro de “Hoje” (2011) venceu o troféu Candango no Festival de Brasília. Também escreveu o filme que, para a Pipoca Moderna, foi o melhor lançamento brasileiro de 2015, “Casa Grande”, além de “Histórias que Só Existem Quando Lembradas” (2011) e “Trinta” (2014). Os cinemas de perfil cineclubista ainda recebem quatro lançamentos europeus, um drama argentino e dois documentários. Três longas são franceses e tiveram première no Festival Varilux. “Julho Agosto” é o mais convencional, uma comédia sobre família, em que duas irmãs adolescentes passam as férias com os pais divorciados, em meses alternados, e descobrem que a vida continua. “Tour de France” também foca o lugar-comum, com mais um papel de velho racista, reacionário e impertinente que Gerard Depardieu faz o público achar adorável. E “A Vida de uma Mulher” leva às tela uma nova adaptação do primeiro romance de Guy de Maupassant. O diretor Stéphane Brizé busca rever o papel submisso da protagonista, presa num casamento sem amor no século 18, ecoando o fato de que contextos mudam conforme as épocas. Venceu o prêmio da crítica no Festival de Veneza. O português “Cartas da Guerra” é o lançamento limitado que chama mais atenção. Não só pela fotografia em preto e branco belíssima, mas porque chega legendado, mostrando como o cinema luso soa estranho no Brasil, que fala o mesmo idioma. A questão ganha ainda mais proporção por o filme de Ivo Ferreira se passar em Angola, país que buscava sua própria identidade durante um período que os brasileiros deveriam conhecer melhor: os últimos anos da colonização portuguesa na África. A produção ganhou diversos prêmios em Portugal. “O Futuro Perfeito” lida de outra forma com a questão do idioma e do conflito cultural, ao acompanhar a vida de uma jovem imigrante chinesa, recém-chegada na Argentina. A dificuldade com a língua estrangeira é traduzida por diálogos de espanhol primário, que aproximam a história de uma fábula infantil. Por fim, os dois documentários são “A Luta de Steve”, sobre um astro do futebol americano que começa a sofrer os efeitos da paralisia e resolve filmar um diário para seu filho, perdendo os movimentos na medida em que o menino aprende a andar, e “Gatos”, sobre gatos de rua de Istambul, que viram “personagens” com nomes e aventuras próprias – quase como uma ficção da Disney. Clique nos títulos em destaque dos filmes para assistir aos trailers de todas as estreias da semana.
Fala Comigo vence o Festival do Rio e lança um novo diretor
O drama “Fala Comigo”, de Felipe Sholl, foi o vencedor da mostra competitiva do 18º Festival do Rio. Além de Melhor Filme, o longa também rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Karine Teles. Primeiro longa dirigido por Sholl, “Fala Comigo” conta a história de Diogo (Tom Karabachian), um adolescente de 17 anos que desenvolve o fetiche de se masturbar enquanto telefona para as pacientes da mãe terapeuta (Denise Fraga). Uma dessas pacientes é Angela, de 43 anos, com quem Diogo passa a se relacionar. Foi o papel que deu a Karine Teles o troféu Redentor. Apesar de ser um trabalho de diretor estreante, Sholl não é exatamente um novato. Ele já exibiu curta no Festival de Berlim e tem uma filmografia interessante como roteirista. Seu roteiro de “Hoje” (2011) venceu o troféu Candango no Festival de Brasília. Ele também escreveu o filme que, para a Pipoca Moderna, foi o melhor lançamento brasileiro do ano passado, “Casa Grande” (2015), além de “Histórias que Só Existem Quando Lembradas” (2011) e “Trinta” (2014). Já o público preferiu “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé, que o júri só premiou por sua Montagem. Ironicamente, público e crítica concordaram, já que o longa de Eliane Caffé também venceu o prêmio da FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema). O filme mostra a situação incomum de integrantes do movimento dos sem-tetos e refugiados que se espremem em um prédio abandonado no centro de São Paulo. Ao todo, 13 longas receberam troféus em pelo menos uma categoria da disputa. O mais premiado foi “Mulher do Pai”, com três troféus: Melhor Direção para a gaúcha Cristiane Oliveira, Atriz Coadjuvante para Verónica Perrota e Fotografia (dividindo este com “Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”). É importante destacar o processo de renovação incentivado pela premiação, já que Cristiane Oliveira também é estreante, vindo de uma carreira como diretora assistente desde “Diário de Um Novo Mundo” (2005). Maior destaque entre os prêmios de atuação, o filme “Sob Pressão” deu a Julio Andrade o Redentor de Melhor Ator (troféu dividido com Nelson Xavier, por “Comeback”) e a Stepan Nercessian o troféu de Melhor Coadjuvante. Curiosamente, Julio Andrade também foi premiado como Melhor Ator por “Redemoinho”, que ainda levou o Grande Prêmio do Júri (reconhecimento ao 2º lugar na premiação) Entre os documentários, o vencedor foi “A Luta do Século”, de Sérgio Machado, que registrou a rivalidade de mais de 20 anos entre os boxeadores Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield, ídolos do esporte no Nordeste na década de 1990. Fizeram seis combates, com três vitórias para cada lado. Durante as filmagens, os dois ex-atletas, já com mais de 50 anos de idade, resolveram se enfrentar. O júri do Festival do Rio 2016 foi presidido por Charles Tesson, crítico e diretor da Semana da Crítica do Festival de Cannes, e teve participação da diretora Maria Augusta Ramos, do ator Rodrigo Santoro e da diretora Sandra Kogut. Mostra Competitiva MELHOR FILME “Fala Comigo” PRÊMIO DO PÚBLICO “Era o Hotel Cambridge” GRANDE PRÊMIO DO JÚRI “Redemoinho” MELHOR DIREÇÃO Cristiane Oliveira (“Mulher do Pai”) MELHOR ATOR Nelson Xavier (“Comeback”) e Julio Andrade (“Sob Pressão” e “Redemoinho”) MELHOR ATRIZ Karine Telles (“Fala Comigo”) MELHOR ATOR COADJUVANTE Stepan Nercessian (“Sob Pressão”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Verónica Perrotta (“Mulher do Pai”) MELHOR ROTEIRO “Vermelho Russo” MELHOR FOTOGRAFIA “Mulher do Pai” e Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos MELHOR MONTAGEM “Era o Hotel Cambridge” MELHOR DOCUMENTÁRIO “A Luta do Século” PRÊMIO DO PÚBLICO DE DOCUMENTÁRIO “Divinas Divas” MELHOR DIREÇÃO DE DOCUMENTÁRIO Sérgio Oliveira (“Superorquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos”) MELHOR CURTA-METRAGEM “O Estacionamento” PRÊMIO DO PÚBLICO DE CURTA-METRAGEM “Demônia – Melodrama em 3 Atos” MENÇÃO HONROSA – CURTA-METRAGEM “Demônia – Melodrama em 3 Atos” PRÊMIO FIPRESCI “Viejo Calavera” e “Era o Hotel Cambridge” Mostra Novos Rumos MELHOR FILME “Então Morri” PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI “Deixa na Régua” MELHOR CURTA-METRAGEM “Não Me Prometa Nada”


