Novo “documentário” de Bob Dylan na Netflix é trollagem de Martin Scorsese
Martin Scorsese trollou o público e a crítica com seu novo filme. Boa parte das entrevistas incluídas no documentário “Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese” não são verídicas. São gravações de personagens fictícios ou histórias inventadas para a produção. O filme traz Sharon Stone e outros famosos fazendo relatos fantasiosos sobre seus supostos envolvimentos com a turnê de Bob Dylan retratada no longa. Mas Sharon Stone não viu os shows, muito menos se juntou à excursão na adolescência para cair na pegadinha de que “Just Like a Woman” (de 1966) tinha sido feito para ela. Entre outras histórias, o atual CEO da Paramount Pictures também não foi promotor da aventura musical de 1975. Os relatos são o que se costuma chamar de mentiras. Ou atuações, quando as mentiras seguem um roteiro. Há, inclusive, depoimentos de pessoas que simplesmente não existem. Um dos entrevistados, Jack Turner (na verdade, o ator Michael Murphy), é o protagonista da minissérie “Tanner ’88″, uma das primeiras produções da HBO, dirigida pelo cineasta Robert Altman em 1988. Outro, Stefan van Dorp, supostamente um diretor de cinema europeu que foi contratado para documentar a turnê de Bob Dylan nos anos 1970, é de fato Martin von Haselberg, marido da atriz Bette Midler. “Não estamos chamando-o de documentário”, explicou Margaret Bodde, uma das produtoras, ao ser questionada pela imprensa americana sobre o lançamento. A palavra “Story” realmente faz parte do título do filme. Mas o release oficial da Netflix chama o longa de “parte documentário, parte filme de show e parte sonho febril”. Enquanto a palavra documentário está logo no começo da definição, a palavra ficção não pode ser vista em “parte” alguma. “Sonho febril” é uma figura poética e não uma classificação de gênero. Por conta disso, muitas críticas já publicadas consideraram a obra como um relato autêntico, um documentário real da turnê Rolling Thunder Revue, que Dylan realizou entre 1975 e 1976. A turnê foi folclórica por incluir cidades que normalmente não faziam parte da rota dos grandes shows, no interiorzão americano, e por também ter virado uma “caravana musical”, que levava, entre os músicos da banda, artistas tão diferentes quanto as cantoras folk Joan Baez e Joni Mitchel e a punk Patti Smith, sem esquecer do ex-Byrds Roger McGuinn, o ex-Beatle Ringo Starr e o ex-Spiders from Mars Mick Ronson, além do poeta Allen Ginsberg e os atores Sam Shepard, Dennis Hopper e Bette Midler. Alguns aparecem em registros da época e em depoimentos para o filme. O próprio Dylan concedeu entrevista para a produção, rompendo um longo isolamento auto-imposto. Notavelmente recluso, o músico raramente fala com a imprensa. Mas Scorsese não é imprensa. E o filme não é realmente um documentário, no sentido jornalístico que se atribui ao gênero. Scorsese já tinha feito um trabalho documental bastante elogiado sobre Dylan há 14 anos, no épico “No Direction Home”, dedicado à carreira do cantor. Não há informações sobre o que teria motivado o cineasta a fazer um mockumentário desta vez. Nem explicações sobre a falta de avisos sobre o conteúdo parcialmente falso do projeto. Em vez disso, há teorias. E o filme do diretor Todd Haynes, “Não Estou Lá” – uma ficção que conta a história de Bob Dylan sem a presença de Dylan, mas repleta de suas múltiplas personalidades, inventadas pelo cantor ao longo de sua trajetória. Interessante reparar que, nos shows registrados pela “parte documentário” do filme, Dylan aparece com o rosto pintado com maquiagem branca de mímico, como a dizer que aquilo tudo era encenação. E, não, a banda Kiss não inspirou esse visual, porque essa é outra mentira do filme, diretamente da boca que canta “Too Much of Nothing”. Ou seja, mesmo depoimentos que poderiam ser reais também incluem ficção. Levou quase cinco décadas, mas Scorsese pegou a deixa da mímica do cantor em 1975. Graças a isso, “Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese” é mais uma invenção da carreira de Bob Dylan.
Leonardo DiCaprio de Trancoso seria fake
Leonardo DiCaprio está realmente aproveitando a praia no calor tropical sul-americano. Mas em Las Cañas, na República Dominicana. Pelo menos é o que garante o produtor Raul Gurterres, que teve contato com ele no fim de semana. E o Leonardo DiCaprio que está pegando um sol em Trancoso, na Bahia? 100% fake. A informação e as fotos de um sósia foram divulgadas pela assessoria da agência Haute, empresa responsável pelos eventos em Trancoso durante o verão. O fotógrafo da agência Agnews, Gabriel Reis, que alugou uma casa com outros profissionais para registrar o réveillon em Trancoso, clicou novamente o suposto Leonardo DiCaprio na sexta-feira (31/12) e ele não saiu tão parecido assim com o astro de “O Regresso” (2015) nas novas imagens. Gabriel ainda disse que conversou com ele. E não era DiCaprio. “Tudo armação. Desde a primeira notícia plantada. Gastamos mais de R$ 5 mil para vir aqui fazer paparazzi e eles arrumam um sósia. O pior é que gente importante que estava perto dele na praia me pedia para não desmentir. Uma vergonha. Trancoso nunca mais será um local de eventos sérios e promoters que eu possa confiar. Tudo foi feito pra bombar a cidade. Pior é que no final o figurão perto do DiCaprio fake me falou preocupado que em momento algum eles falaram que ele era o DiCaprio. Que na verdade os fotógrafos e imprensa que se confundiram. Mentira. Porque eu recebi a informação que o DiCaprio estava descendo para a praia do Uxuá com o tal figurão”. Procurado pelo site Ego, a assessoria da agência Haute insiste que, sim, que Leonardo DiCaprio está na Bahia e que o homem na imagem divulgada é o ator. “Todas as fotos que nós mandamos eram do Leonardo. Faremos uma foto dele no evento, só que ele vai na festa do Taípe que é hoje à noite, então só terei as fotos amanhã (1/12)”, disse. Mas logo depois, a assessoria voltou atrás e disse que a presença de Leonardo DiCaprio não estava mais confirmada no evento.
Leonardo DiCaprio teria sido flagrado em fotos na praia de Trancoso
O cineasta Pedro Almodóvar (“Julieta”) está na Bahia para passar o réveillon. Mas não seria a única celebridade internacional do verão baiano. Leonardo DiCaprio (“O Regresso”) também estaria pegando uma praia no litoral do estado, mais precisamente em Trancoso. Veja acima as fotos do relaxamento do astro, entre um cigarro e uma leitura à beira-mar, enviadas por uma assessoria de imprensa de eventos da cidade. Parece ele, não é? Mas será? Atualização: não é.


