Cantora brasileira é presa nos EUA e aguarda extradição
A cantora brasileira Reisla da Vitória foi presa em Medford, Massachusetts, nos Estados Unidos. Condenada no Brasil por tráfico internacional de drogas, a artista teve seu nome inserido na difusão vermelha da Interpol e agora aguarda a realização de uma audiência judicial para a confirmação da data de extradição. Reisla foi condenada em fevereiro de 2022 a cinco anos e oito meses de prisão, na 3ª Vara Criminal e da Infância e Juventude da cidade de Assis, no interior de São Paulo. Ela chegou a ser presa em flagrante por tráfico de drogas enquanto transportava pouco mais de três quilos de cocaína em um ônibus que saiu de Corumbá (MS) com destino a São Paulo. O caso foi registrado no dia 23 de outubro de 2019, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Assis (SP). Na ocasião, ela confessou o crime e alegou que havia combinado com um homem de transportar a droga. O suspeito foi preso pouco depois em um ônibus, na Rodovia Castello Branco (SP-280), em Avaré (SP), e atualmente cumpre pena por tráfico de drogas. No entanto, Reisla fugiu para os Estados Unidos antes do caso ir a jugalmento. Ela vivia no país desde março de 2020. Vida nos Estados Unidos Reisla entrou legalmente nos EUA pelo Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, usando um visto de turista e estava autorizada a permanecer no país até setembro de 2020. Entretanto, mesmo após a expiração do visto, a cantora permaneceu nos EUA, onde realizava apresentações musicais. Sua prisão ocorreu após agentes do Escritório de Operações de Execução e Remoção (ERO) terem sido notificados de que ela era uma “fugitiva estrangeira”. Em dezembro do ano passado, a 3ª Vara Criminal de Assis expediu mandado de prisão contra cantora de 35 anos e, no dia 18 de julho, as autoridades notificaram o ERO Boston de que ela estava em Massachusetts. “Esta não cidadã indocumentada fugiu para Massachusetts para escapar da justiça em seu país de origem”, afirmou Todd Lyons, diretor do escritório do ERO Boston, em comunicado oficial. “Ela é uma traficante de drogas condenada que demonstrou um flagrante desrespeito às leis de sua terra natal, bem como às leis de imigração nos EUA”, acrescentou Lyons. Aguardando extradição Após a prisão, Reisla foi transportada para o escritório do ERO em Burlington, no estado de Vermont, onde foi registrada, processada e intimada com documentos de cobrança. Ela permanecerá sob custódia enquanto aguarda a extradição. A cantora tem uma audiência marcada para o dia 10 de agosto. Na ocasião, a Justiça americana vai decidir sobre a extradição de Reisla. “Nós, de cá, não temos o que fazer, o que pedir nos Estados Unidos. A legislação é diferente em todos os prismas, principalmente o tráfico internacional de drogas, que é a condenação dela. Ela chegando aqui será presa em regime fechado e vai cumprir o tempo dela de regime fechado”, afirmou o advogado da brasileira, Isaac De Moura Florêncio. Tags:
Polônia encerra caso de extradição contra Polanski, considerando a pena cumprida
O Supremo Tribunal Federal da Polônia rejeitou na terça-feira (6/12) a reabertura do processo de extradição aos Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski pelo estupro de uma menor de idade em 1977. A corte rejeitou o recurso de cassação apresentado pelo ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobro, o que encerra em definitivo o procedimento de extradição iniciado em 2014 a pedido da justiça americana. Com isso, Polanski poderá filmar à vontade no país de seus pais, sem receio de ser preso. O ator de 83 anos não compareceu à audiência, mas foi informado imediatamente por advogados por mensagem de texto. “Ele está em Paris, rodando um filme”, disse o advogado Jerzy Stachowicz. “O caso está encerrado na Polônia, na Suíça, na França. Esperamos que um dia também aconteça nos Estados Unidos.” Os Estados Unidos solicitaram a extradição de Polanski depois de ele ter aparecido em Varsóvia, em 2014, planejando rodar um longa no país. Um tribunal distrital da cidade de Cracóvia, onde Polanski tem um apartamento, rejeitou o pedido em novembro de 2015. Mas o governo da Polônia fundiu os cargos de procurador-geral e ministro da Justiça, abrindo caminho para solicitar uma anulação do veredicto da corte menor. No início deste ano, o procurador-geral pediu a anulação do julgamento, argumentando que ser uma celebridade ajudou Polanski a escapar da justiça. A Suprema Corte rejeitou o pedido de Ziobro nesta terça-feira. “Ele foi considerado sem fundamento”, disse o juiz Michal Laskowski. Ziobro disse em um comunicado que aceita e respeita a determinação. O juiz afirmou que uma decisão sobre a cassação não dizia respeito ao mérito do caso, mas apenas à legalidade do processo judicial. No entanto, ele observou que Polanski “já cumpriu sua sentença”. Enquanto o acordo com o tribunal americano previa 90 dias de prisão, o artista passou um total de 353 dias de detenção nos Estados Unidos e, mais recentemente, na Suíça – de acordo com um cálculo feito pelo tribunal da Califórnia, citado pelo juiz. Além disso, “38 anos se passaram desde o caso em questão, a parte lesada perdoou publicamente Polanski e este último lhe pagou a indenização que ela cobrava”, disse Laskowski. “Desde então, ele não teve problemas com a justiça. Há mais de 20 anos, leva uma vida familiar estável, trabalha e é um cidadão polonês de 83 anos de idade.” Polanski nasceu na França, que não extradita seus cidadãos, mas visita com frequência a Polônia, terra natal de sua família. Segundo seus advogados, nos últimos tempos ele deixou de viajar temendo ser preso. Por conta disso, desistiu de ir ao funeral do diretor Andrzej Wajda, seu amigo, que foi sepultado em outubro na Cracóvia, no mesmo cemitério que o pai de Polanski. O diretor é considerado foragido da Justiça nos EUA, após ser condenado por ter estuprado uma menor. Em 1977, quando tinha 43 anos, ele foi processado por ter embebedado e violentado Samantha Geimer durante uma sessão de fotos em sua casa. Na época, ela tinha 13 anos. Ele passou 42 dias na prisão depois de fazer um acordo, mas ao final do período fugiu dos EUA, antes do julgamento em definitivo, temendo uma pena longa se o acordo fosse anulado. A linha de defesa dos advogados poloneses consistiu em demonstrar que o pedido de extradição não tinha fundamento, levando em consideração o acordo e o tempo que Polanski passou na prisão, e depois em prisão domiciliar na Suíça, entre 2009 e 2010. Em 2013, Samantha Geimer publicou um livro contando sua história, intitulado “A Menina”. O cineasta atualmente filma a adaptação do premiado romance “Baseado em Fatos Reais”, de Delphine de Vigan, que será estrelada por sua esposa Emmanuelle Seigner e Eva Green (“O Lar das Crianças Peculiares”). E depois disso pretende voltar à Polônia para rodar “The Dreyfus Affair”, adaptação cinematográfica do livro “An Officer and a Spy”, de Robert Harris, que será seu segundo longa totalmente filmado no país, após “A Faca na Água” (1962), no começo de sua carreira.

