PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme

    Estreia de Inferno ocupa a maior parte dos cinemas na semana

    13 de outubro de 2016 /

    Os oito lançamentos desta quinta (13/10) vão do céu ao inferno. “Inferno – O Filme”, claro, é para mais gente, com a distribuição mais ampla da semana – 816 salas. Terceiro longa da franquia iniciada por “O Código Da Vinci”, volta a trazer Tom Hanks no papel do simbologista Robert Langdon, às voltas com novas mensagens secretas em obras de arte renascentistas. Parte quebra-cabeças, parte filme de ação, é mais um longa mediano da carreira do diretor Ron Howard, que assinou as duas adaptações anteriores dos best-sellers de Dan Brown. Nenhum filme da trilogia agradou a crítica americana e o novo mantém a média, com 27% de aprovação no Rotten Tomatoes. Para o pós-Dia das Crianças, o destaque é a animação “Kubo e as Cordas Mágicas” em 267 salas (100 em 3D). Mas até os adultos poderão se divertir com a produção, influenciada pela cultura dos animes japoneses. A nova animação do estúdio Laika preserva a técnica stop-motion que marca sua impecável filmografia – “Coraline e o Mundo Secreto” (2009), “ParaNorman” (2012) e “Os Boxtrolls” (2014) – , além de manter sua característica de apostar numa temática mais sombria que a média da animação americana. Ambientada no Japão feudal, a animação acompanha o personagem-título Kubo, um menino que vive em um pacato vilarejo com sua mãe, até que um espírito vingativo o encontra, trazendo à tona sua herança sobrenatural. Sua única chance de sobrevivência é encontrar uma armadura que pertenceu a seu pai samurai, com a ajuda de um macaco falante e um besouro guerreiro. Todas as cópias são dubladas por brasileiros, portanto de nada adiantar ler nos créditos que as vozes foram originalmente feitas por um superelenco que inclui até Charlize Theron (“Mad Max: A Estrada da Fúria”) e Matthew McConaughey (“Interestellar”). Ah, sim: tem 97% de aprovação no Rotten Tomatoes! Um das surpresas da semana é “O Shaolin do Sertão”, uma comédia brasileira que se diferencia radicalmente do sotaques e palavrões que dominam o gênero no país. A produção tem lançamento primeiro no Ceará para expandir para o resto do Brasil no dia 20. Com a mesma paixão pelo cinema demonstrada em “Cine Holliúdy” (2012), o “Cinema Paraíso do Ceará”, o diretor cearense Halder Gomes homenageia os filmes de artes marciais com humor popular, repleto de ação e acabamento profissional, evocando os melhores filmes dos Trapalhões. Por sinal, Dedé Santana faz uma participação na história, que acompanha o personagem de Edmilson Filho, um jovem sertanejo que se imagina num universo paralelo, onde é campeão de kung fu e salva a amada (Bruna Hamú) de inúmeros inimigos. A homenagem aos filmes de Hong Kong dos anos 1970 chega até a algumas preferências estéticas, mas tudo é feito sem muita seriedade, visando a mais pura e completa diversão. Nem sempre as piadas fazem rir e algumas são preconceituosas. Afinal, o kung fu brasileiro é mais Renato Aragão que Quentin Tarantino. O suspense argentino “Kóblic” também não compromete, ao voltar a reunir Ricardo Darín com o diretor Sebastián Borensztein após a boa comédia “Um Conto Chinês” (2011). O tom é outro, sinistro como a época da ditadura em que se passa. Buscando um lugar para se esconder, após desobedecer uma ordem que lhe trouxe conflito moral, o piloto da marinha vivido por Darín vai parar numa cidadezinha de faroeste, chamando atenção do delegado corrupto e do chefete do crime local. Chega em 54 salas. Com elenco liderado por Nicole Kidman, “Terra Estranha” gira em torno do desaparecimento dos filhos da personagem da atriz, mas, apesar de bela fotografia, não vai além do melodrama, esgotando o suspense ao sugerir muitas direções para a trama. Produção australiana, agradou só 37% no Rotten Tomatoes e não teve o circuito revelado. O último filme estrangeiro da programação é o espanhol “Noite de Verão em Barcelona”, uma coleção antológica de histórias românticas que chega em nove salas, apropriando-se do mote dos filmes das “Cidades do Amor” – “Paris, Eu Te Amo”, “Rio, Eu Te Amo”, etc – , inclusive na arte em forma de coração. O longa é de 2013 e já teve até continuação lançada há dois anos. Dois filmes brasileiros completam o circuito limitado. Em dez salas, o documentário “Do Pó da Terra” retrata os artesãos e moradores do Vale do Jequitinhonha, que criam arte a partir do barro. Por fim, “Deixe-me Viver” é um primo pobre do “Nosso Lar”, com efeitos especiais que tornam o céu parecido com a São Paulo futurista das antigas campanhas de Paulo Maluf, e onde espíritos levitam com auxílio de chroma key, um truque visual que datou nos anos 1980. O filme é baseado em livro psicografado anti-aborto e leva sua doutrinação com exclusividade à rede Cinépolis, em 44 salas.

    Leia mais
  • Filme

    Estreias: YouTubers e DVDs ocupam as telas de cinema nesta semana

    6 de outubro de 2016 /

    Nada menos que 14 produções chegam aos cinemas nesta quinta (6/10). São tantas, que tem até DVDs no meio, e duas das estreias amplas giram em torno de celebridades do YouTube local. Produção para o público de cinema? Também tem. A maior aposta do circuito, “É Fada!” traz a youtuber Kéfera Buchmann como protagonista e também lança a adolescente de novelas Klara Castanho nos cinemas. A comédia ocupa 650 salas para mostrar como uma fadona grosseira transforma uma garotinha normal numa patricinha. A moral deste conto de fadas para crianças a partir dos 12 anos é uma piada: que aparência e superficialidade são tudo nessa época de redes sociais e youtubers no cinema. Mais palavrões num produto que parece infantil? O YouTube ajuda, novamente. A animação “Festa da Salsicha” ganhou adaptação e dublagem do canal Porta dos Fundos e lançamento em 235 salas. O texto original é da dupla Seth Rogen e Evan Goldberg, os mesmos degenerados por trás de “É o Fim” (2013) e “A Entrevista” (2014), que imaginaram uma história sobre os duplos sentidos que se dá aos comestíveis, como salsicha mole e rosquinha doce. Por isso, muitas das piadas não funcionam em português – bun, por exemplo, pode tanto ser pão quanto bunda em inglês. Daí, a necessidade de adaptação. Mas é irônico dizer que se trata de um filme para “adultos”. Filme adulto de verdade não tem vez no circuito dos shoppings, como demonstra a distribuição do ótimo suspense britânico “Nosso Fiel Traidor”, estrelado por Ewan McGregor. O longa confirma a boa fase de adaptações de John Le Carré, desde que o brasileiro Fernando Meirelles filmou “O Jardineiro Fiel” (2005). Como nas melhores histórias do mestre da literatura de espionagem, o novo filme é mais cerebral que repleto de ação. A trama envolve um complô internacional, que coloca um turista entre a máfia russa e o serviço secreto britânico. Diversão refinada, com 71% de aprovação no site Rotten Tomatoes, é para a plateia seleta de 36 salas no Brasil. Antítese da contenção de “Nosso Fiel Traidor”, “Assassino a Preço Fixo 2 – A Ressurreição” traz Jason Statham dando tiros e socos de forma espalhafatosa, como preferem os cinemas de shoppings. Além da bela Jessica Alba, o filme de ação destaca cenários de cartão postal, entre eles o Rio de Janeiro, com direito ao indefectível salto do bondinho do Pão de Açúcar, cena turística obrigatória desde que James Bond lançou a moda em 1979. Só 26% dos críticos americanos engoliram os exageros, mas por aqui vale o segundo maior lançamento da semana, em 242 salas. Em contraste, o bom suspense argentino “No Fim do Túnel” ignora paisagens, apostando no clima claustrofóbico, ao concentrar sua ação num único imóvel. Leonardo Sbaraglia, um dos melhores atores do cinema argentino atual, que está também no suspense brasileiro “O Silêncio do Céu”, vive um cadeirante que aluga o andar de cima de seu sobrado para uma stripper e sua filha, enquanto assaltantes se arrastam pelo subsolo para assaltar um banco ao lado. Candidato a remake americano, é cheio de reviravoltas e prende a atenção. Quando Hollywood lançar sua versão com Jason Statham, deve chegar aos shoppings. Mas por enquanto está em apenas 15 salas. Três títulos da programação são produções de terror barato. O maior destaque é “12 Horas para Sobreviver – O Ano da Eleição”, cujo título mal-traduzido parece visar esconder que este é o terceiro filme da franquia iniciada por “Uma Noite de Crime” (2013). A distribuidora coloca tão pouca fé que lançou em 65 salas. E não havia razão para nada disso, pois fez o mesmo sucesso que os anteriores nos EUA, e ainda terá continuação. Com menos fama, o britânico “A Maldição da Floresta” sai-se bem melhor, chegando a 115 salas. E é também o melhor filme em cartaz no circuito de multiplexes neste fim de semana. A partir da premissa básica da família na casa distante, no meio do mato, conjura monstros e terrores capazes de assustar para valer. A aprovação no Rotten Tomatoes é impressionante para o gênero: 71%. Vencedor dos festivais Toronto After Dark e Screamfest, o diretor Corin Hardy passou a ser assediado pelos grandes estúdios após esta estreia modesta, e deve finalmente tirar do papel o remake de “O Corvo” (1994). O terror “Lâminas da Morte – A Maldição de Jack, o Estripador” completa o trio como o primeiro DVD da leva. Não, não foi sequer lançado em Blu-ray nos EUA. Mas os fãs de terror também podem se deliciar com o drama indie “Irmã”, cujos personagens chegam a ser confundidos com monstros por um menino. O filme tem carimbo de cult em cada detalhe, a começar pela protagonista, um freira gótica. A adolescente tem sua fé testada ao saber o destino do irmão, que retorna da guerra traumatizado. Ao voltar para casa, ela aproveita o Halloween para recuperar sua identidade perdida, com cabelos coloridos, roupas pretas e a predileção pelo rock de melodias graves. Detalhe 1: a mãe da menina é vivida por Ally Sheedy, a gótica do clássico “Clube dos Cinco” (1985). Detalhe 2: o filme tem aprovação de 100% no Rotten Tomatoes! Detalhe 3: a distribuição é em apenas 5 salas no país inteiro. Por quê? Porque tem DVD e YouTube nos cinemas. O lançamento francês compulsório da semana é a comédia “Um Doce Refúgio”, sobre um homem que decide pegar um caiaque e sair sem rumo. A metáfora, claro, não chega a lugar algum. Há ainda três documentários. “Humano – Uma Viagem pela Vida” mapeia as diferenças da humanidade em época de grandes migrações de refugiados, com fotografia deslumbrante. Os demais são dois musicais: “O Último Tango”, sobre o casal mais famoso de dançarinos de tango, com produção de Wim Wenders, e “The Rolling Stones – Havana Moon”, DVD antecipado nos cinemas, que não é o filme exibido no Festival de Toronto sobre a turnê latina da banda, mas o registro simples e integral do show em Havana, que preenche alguns minutos do outro lançamento. Para completar, “Batman – O Retorno da Dupla Dinâmica” leva com exclusividade à rede Cinemark uma animação produzida para Blu-ray nos EUA, que só não chegará direto em DVD no Brasil por ter sessões especiais em tela grande neste fim de semana. A produção volta a reunir os atores da série clássica do Batman, Adam West (Batman), Burt Ward (Robin) e Julie Newmar (Mulher-Gato), para dublarem os personagens que encarnaram pela primeira vez em 1966. A obra é uma homenagem ao cinquentenário da atração, realizada no mesmo tom (agora retrô) bem-humorado que misturava quadrinhos, pop art, nonsense e pastelão de forma inovadora para sua época. O DVD chega em quatro semanas, com preço mais barato que o ingresso do cinema.

    Leia mais
  • Filme

    O Lar das Crianças Peculiares é a maior estreia da semana, que ainda tem remake, continuação e até cult

    29 de setembro de 2016 /

    A semana oferece boas opções de passatempo nos shoppings, com uma boa oferta de títulos juvenis, enquanto os lançamentos mais adultos ocupam o circuito limitado. “O Lar das Crianças Peculiares” tem o maior alcance, chegando a 753 salas, 528 delas em 3D. Trata-se de uma nova fábula sombria do diretor Tim Burton, cuja carreira é uma coleção de filmes para assustar crianças. Mas esta adaptação de conto infantil é mais “Batman” (1989) que “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (2005), com personagens superpoderosos e vilões. De fato, não deixa de ser uma versão de conto de fadas dos “X-Men”, em que crianças peculiares (mutantes) habitam e estudam numa mansão secreta, sob a proteção de uma mentora/professora, enquanto são caçadas por inimigos que as odeiam. O lançamento é simultâneo com os EUA, onde conquistou 61% da crítica no levantamento do site Rotten Tomatoes. Outra fábula encantada, “Meu Amigo, o Dragão”, tem praticamente metade dessa distribuição, ocupando 378 salas, sendo 292 em 3D. Remake de um clássico de 1977 da Disney, o filme atualiza a história com tecnologia e emoção, substituindo o dragão desenhado em 2D por uma criatura formidável da computação gráfica em 3D e eliminando as músicas da trama. O resultado torna a projeção mais palatável para o público moderno, sem perder a doçura de sua premissa original, sobre um menino criado por um dragão na floresta. A história mexe com arquétipos, que evocam tanto “Mogli, o Menino Lobo” quanto “E.T. – O Extraterrestre”, e curiosamente repete o mesmo tema do filme de Tim Burton, refletindo como adultos preconceituosos temem e atacam o que lhes parece diferente. É também a estreia da semana que obteve a melhor cotação da crítica americana, com 86% de aprovação. Duas comédias completam as programações dos shoppings. Em exageradas 465 salas, “Gênios do Crime” é um besteirol de Hollywood, baseado na história real de um assalto cometido por ladrões ineptos. O filme é dirigido por Jared Hess, que causou boa impressão em seu primeiro longa, “Napoleon Dynamite” (2005), e nunca mais repetiu o mesmo sucesso. Talvez por isso, “Gênios do Crime” seja basicamente um “Napoleon Dynamite” criminal, com medíocre 40% de aprovação. Ou, para situar entre o público brasileiro, uma longa esquete da trupe “Hermes e Renato” com o elenco metido naquelas perucas e roupas ridículas. Quer ver uma boa comédia de assalto real cometido por ladrões ineptos em roupas de outra época? “O Roubo da Taça” ainda está em cartaz. A segunda comédia é “O Bebê de Bridget Jones”, terceiro filme da franquia britânica, que chega 12 anos depois do último longa e sem fazer o mesmo sucesso nas bilheterias internacionais. Já prevendo isso, sua distribuição é pouco ambiciosa, em 238 salas. Renée Zellweger volta à pele de Bridget, desta vez encarando novos desafios da vida adulta: um divórcio e uma gravidez. Há ainda uma terceira comédia, a nacional “Um Homem Só”, que, por ser um pouquinho mais sofisticada que os habituais besteiróis cariocas, chega a apenas 53 telas. A sofisticação fica por conta das referências. Preso num casamento e num emprego que o tornam infeliz, o personagem de Vladimir Brichta encontra Mariana Ximenes e passa a sonhar com outra vida. E para resolver seus problemas apela para uma empresa misteriosa e picareta de clonagem humana, visando deixar “outro” ter sua vida chata. Ou seja, com elementos de “O Duplo”, o clássico de Fyodor Dostoevsky filmado inúmeras vezes (a mais recente em 2013, com Jesse Eisenberg), via o hi-tec de garagem – e os closes “oníricos” – de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” (2004), o filme se junta a “Entre Abelhas” (2015) no rol das comédias brasileiras recentes que escondem a falta de originalidade com verniz intelectual. É possível tratar até um tema batido de forma original, como mostra o drama peruano “A Passageira”, em dez salas. A partir do encontro casual entre um motorista de táxi, ex-militar que participou da repressão aos guerrilheiros do Sendero Luminoso, e uma passageira, ex-camponesa de origem indígena que sofreu abusos na infância, o filme aborda os traumas deixados pelo período das ditaduras sul-americanas. De forma curiosa, duas produções americanas de diretores famosos completam o circuito com a menor distribuição da semana. Em oito salas, “Stonewall – Onde o Orgulho Começou” tem direção de Roland Emmerich, cujo ultimo filme foi lançado no Brasil no estádio do Palmeiras – um certo “Independence Day: O Ressurgimento”. A diferença de tratamento se deve ao tema. Trata-se de um raro drama na carreira do rei das catástrofes cinematográficas, que também é gay assumido e, por isso, considerou necessário filmar os eventos que originaram a Parada do Orgulho LGBT. Entretanto, o filme foi mal-recebido pela crítica (9% no Rotten Tomatoes) e até entre a comunidade que pretendia homenagear, por banalizar e embranquecer os personagens reais dos conflitos de 1969. A mesma história já tinha sido filmada antes em tom de comédia, em “Stonewall” (1995), que foi mais bem-recebido (63%), mas seu retrato definitivo é o documentário “Stonewall Uprising” (2010). Por fim, em apenas três salas de São Paulo, estreia “Demônio de Neon”, de Nicolas Winding Refn, que já foi incensado por “Drive” (2011), filme premiado no Festival de Cannes. “Demônio de Neon” também foi exibido no festival francês, mas se trata de um terror. A trama traz Elle Fanning como uma bela garota do interior que chega a Los Angeles para ser modelo, entrando num mundo em que a beleza superficial esconde personalidades deformadas. O filme se diferencia por mostrar como comercial de perfume cenas que incluem, entre outros detalhes, vampirismo, canibalismo e necrofilia lésbica. Feito para chocar, definitivamente não agrada à maioria. Mas pode virar cult, como demonstra a divisão entre defensores e detratores que colecionou nos EUA, com 53% de aprovação no Rotten Tomatoes. Um “Fome de Viver” (1983) para o século 21?

    Leia mais
  • Filme

    Cegonhas tira Pets do topo das bilheterias brasileiras após quatro semanas

    26 de setembro de 2016 /

    A animação “Cegonhas – A História que Não te Contaram” estreou em 1º lugar no Brasil, depois de quatro semanas de domínio de “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”, com R$ 4,9 milhões de arrecadação. A animação dos bichinhos de estimação, por sua vez, acabou desabando para 4º lugar, atrás de dois outros lançamentos. O western “Sete Homens e um Destino” abriu em 2º lugar, com R$ 3,5 milhões, refletindo a distribuição do filme no país. Enquanto “Cegonhas” dominou o circuito, com distribuição em 807 salas, o longa estrelado por Denzel Washington abriu em 340 salas. A diferença de distribuição de cerca 60% entre um e outro definiu a ordem de faturamento nas bilheterias. Nos EUA, porém, aconteceu o contrário, com “Sete Homens e um Destino” batendo recorde de arrecadação, enquanto “Cegonhas” se encolheu em 2º lugar. Curiosidades do mercado internacional. O 3º lugar ficou com a estreia do besteirol “Tô Ryca”, quarto filme brasileiro recente a contar a história do pobre (no caso, a pobre) que fica rica de uma hora para outra, após “Até que a Sorte nos Separe” (2012), “Vai que Cola: O Filme” (2015) e “Um Suburbano Sortudo” (2016). Fez R$ 3,2 milhões. Mas vale observar que chegou em mais salas que “Sete Homens e um Destino”. O Top 10 ainda registra a permanência de mais duas comédias nacionais, “Um Namorado para Minha Mulher” e “Desculpe o Transtorno”, respectivamente em 8º e 9º lugares.

    Leia mais
  • Música

    Estreias: Animação infantil Cegonhas é o maior lançamento da semana

    22 de setembro de 2016 /

    A semana traz dez lançamentos, além de uma exibição limitadíssima de “Pequeno Segredo” no interior do RS. Parece muito, mas dessa lista só três frequentarão os shoppings, dois deles com estreia simultânea com os EUA. A animação “Cegonhas – A História que Não Te Contaram” tem a distribuição mais ampla, ocupando 807 salas (594 em 3D). Bem infantil, sequer aborda a premissa que a inspirou: de onde vem os bebês. A trama mostra que as cegonhas abandonaram o negócio de entrega de bebês para se concentrar no lucrativo serviço de entregas de celular de última geração. Mas quando um bebê aparece no depósito das mercadorias, uma jovem órfã ruiva, que nenhuma cegonha entregou, convence o herdeiro do negócio a retomar o hábito perdido e encontrar uma família para o pequeno pacote babão. Fofo até enjoar, o filme dividiu a crítica americana (56% de aprovação no site Rotten Tomatoes) e chega ao Brasil com as vozes de Klebber Toledo (novela “Lado a Lado”), Tess Amorim (“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”) e Marco Luque (programa “Altas Horas”). A outra estreia simultânea com os EUA é o western “Sete Homens e um Destino”, remake anacrônico do filme de 1960, que chega em 340 salas (12 em Imax). Fruto do revisionismo afetado do cinema americano atual, apresenta um Velho Oeste sem conflitos raciais, em que pistoleiros de diferentes etnias (a ONU do Velho Oeste) se unem para expulsar um bando com perfil de terroristas radicais (o Estado Islâmico do Velho Oeste), que atormenta uma cidadezinha de pacatos cidadãos brancos. Até os westerns spaghetti, rodados na Espanha com atores italianos, eram mais realistas. Mas se não dá para levar muito a sério este trabalho do diretor Antoine Fuqua (“O Protetor”), é possível se divertir bastante com ele, graças ao elenco imponente, com Denzel Washington (“O Protetor”), Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”), Ethan Hawke (“Boyhood”) e Vincent D’Onofrio (série “Demolidor”) trocando tiros e bancando machões. 65% no Rotten Tomatoes. Apenas um dos quatro lançamentos nacionais da semana chega em todo o país, e é mesmo mais um besteirol. Sem criatividade alguma, “Tô Ryca” leva a 420 telas outra história de pobre que enriquece de uma hora para outra, como “Até que a Sorte nos Separe” (2012), “Vai que Cola: O Filme” (2015) e “Um Suburbano Sortudo” (2016). A diferença, além do sexo da protagonista, é que, para ganhar uma grande herança, a personagem central precisa perder milhões de propósito – e não por acidente. Diferença? A premissa genérica é a mesma do livro “Brewster’s Millions”, de George Barr McCutcheon, já filmado 11 vezes desde 1914, inclusive com duas versões indianas. A filmagem mais conhecida, “Chuva de Milhões” (1985), passou repetidas vezes na TV brasileira e inclui na história uma trama da eleição que também está no roteiro brasileiro! Estrelado por Samantha Schmutz (“Vai que Cola: O Filme”) em seu primeiro papel de protagonista, o filme registra o último trabalho da atriz Marília Pêra (“Pixote: A Lei do Mais Fraco”), falecida em dezembro. Assim como na semana passada, a melhor estreia da programação também é um filme brasileiro restrito a poucas salas. Exibido em apenas 17 telas, “O Silêncio do Céu” representa o amadurecimento do diretor Marco Dutra, que troca o terror de “Trabalhar Cansa” (2011) e “Quando Eu Era Vivo” (2014) pelo suspense sufocante. Tenso do começo ao fim, o filme acompanha o desdobramento de um ato de violência, o estupro de uma mulher, testemunhado em segredo e sem querer por seu marido. Envergonhados, nenhum dos dois fala sobre o assunto, como se não tivesse acontecido, embora o marido se torne obcecado em se vingar do responsável. Rodado em Montevidéu e falado em espanhol, a produção destaca a brasileira Carolina Dieckmann (“Entre Nós”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Relatos Selvagens”) nos papéis principais. Os outros dois títulos nacionais são anti-comerciais, cada um a seu modo. Distribuído em nove salas de seis cidades, “Charlote SP” se orgulha de ser o primeiro longa nacional rodado com câmeras de celular. Praticamente um filme de estudante de cinema, traz como protagonista, lógico, um jovem que quer ser cineasta e que namora, obviamente, uma modelo. “Nervos de Aço” também é protagonizado por um diretor, mas de teatro, e vai na linha oposta, com câmeras profissionais, bom acabamento e um cineasta de ficha corrida: Maurice Capovilla, marginal cinematográfico desde os anos 1960. O longa teve première há dois anos no Festival Cine Ceará e a demora para encontrar circuito reflete seu formato “experimental”. A produção parte de um musical inspirado no repertório clássico de Lupicínio Rodrigues para fazer metalinguagem, contando uma historinha interpretada pelos próprios músicos, entre canções apresentadas num teatro e com o elenco dialogando com o público. Arrigo Barnabé estrela como o diretor teatral que também é cantor e, ainda por cima, namora a cantora da banda. A exibição começa em apenas uma sala no Rio e pretende aumentar seu alcance na próxima semana. As últimas novidades são quatro lançamentos europeus. Gérard Depardieu chegou a vir ao Rio para lançar “O Vale do Amor”, drama que ele estrela com Isabelle Huppert, sem circuito divulgado. Além do enorme talento, a dupla demonstra uma química inegável, construída ao longo das décadas – este é seu terceiro encontro nas telas, após 35 anos da última parceria. Por coincidência, na trama eles vivem um casal separado há muitos anos, que se reencontra no Vale da Morte, na Califórnia, para cumprir o último desejo do filho, morto seis meses antes. Ambos foram indicados ao César (o Oscar francês) por seus papéis. As demais estreias não empolgam. O drama “Lembranças de um Amor Eterno” leva a 46 salas o pior filme do diretor italiano Giuseppe Tornatore, em que Jeremy Irons (“Batman vs. Superman”) é um astrônomo num relacionamento à distância com Olga Kurylenko (“Oblivion”). O mesmo ator também vive um acadêmico na produção inglesa “O Homem que Viu o Infinito”, cinebiografia apelativa e reducionista do gênio autodidata indiano S. Ramanujan, interpretado por Dev Patel (“O Exótico Hotel Marigold”), em 25 salas. Por fim, merecendo apenas seis salas, “Belas Famílias” perpetua os clichês das comédias francesas sobre infidelidade, desperdiçando o bom ator Mathieu Amalric (“O Escafandro e a Borboleta”).

    Leia mais
  • Filme

    Estreias: O Homem nas Trevas domina o escuro dos cinemas brasileiros

    8 de setembro de 2016 /

    O terror “O Homem nas Trevas” chega ao circuito com a ambição de repetir no Brasil seu sucesso americano. Há duas semanas na liderança das bilheterias dos EUA, o filme dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez (“A Morte do Demônio”) tem o maior lançamento da semana, com distribuição em 460 telas. E após uma leva de decepções do gênero, seu clima tenso deve agradar quem gosta de levar sustos no escuro do cinema. Com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes, gira em torno de três jovens ladrões que invadem a casa de um cego, sem saber que, em vez de roubar uma vítima indefesa, entraram no covil de um psicopata mortal. A segunda estreia mais ampla é uma produção nacional. A comédia “O Roubo da Taça” se revela uma boa surpresa, ao evitar os lugares comuns do besteirol televisivo para enveredar pela crítica social num humor bastante ácido. O filme relata o roubo verídico da Taça Jules Rimet, símbolo do tricampeonato da seleção brasileira de futebol de 1970, mas inventa boa parte da história. Venceu o prêmio do público no festival americano SXSW e quatro troféus em Gramado, incluindo os de Ator para Paulo Tiefenthaler (“O Lobo Atrás da Porta”) e Roteiro para Lusa Silvestre (“Mundo Cão”) e o diretor Caíto Ortiz (“Estação Liberdade”). Estreia em 180 salas. “Herança de Sangue” marca a volta triunfal de Mel Gibson aos filmes de ação, pelas mãos de um cineasta francês, Jean-François Richet (“Inimigo Público nº 1”), e com aprovação da crítica americana – 86% no site Rotten Tomatoes. Na trama, o personagem de Gibson faz tudo para salvar a filha, jurada de morte por traficantes. Em 138 salas. Pior filme da semana, a comédia besteirol americana “Virei um Gato”, estrelada por Kevin Spacey (série “House of Cards”), é a versão felina de diversos filmes de homens que trabalham demais, negligenciam suas famílias e viram cães. Como a crítica prefere cachorrinhos, teve apenas 10% de aprovação no Rotten Tomatoes. Despejado em 116 telas. A outra comédia americana desta quinta (8/9) teve 61% de aprovação mesmo sem cachorrinhos, embora seu título seja “Cães de Guerra”. Baseada numa história verídica, mostra Jonah Hills (“Anjos da Lei”) e Miles Teller (“Divergente”) como dois jovens inexperientes que ficaram milionários ao conseguir, de forma inacreditável, um contrato com o Pentágono para negociar armas no Oriente Médio. A direção de Todd Philips (“Se Beber, Não Case!”) busca ultrajar, mas também rende uma classificação etária elevada (escândalo: 16 anos no Brasil e censura livre na França, logo é “perseguido” politicamente como “Aquarius”!), que limita seu circuito a 60 salas. O drama religioso “Últimos Dias no Deserto” traz o escocês Ewan McGregor (“O Impossível”) como Jesus Cristo, mas, em contraste a “Ben Hur” e lançamentos evangélicos recentes, ocupa, sem fanfarra alguma, apenas 29 salas. O tamanho é inversamente proporcional à sua qualidade, ao desafiar dogmas para mostrar um Jesus humano. Dirigido pelo colombiano Rodrigo García (filho do escritor Gabriel García Márquez), a trama se passa durante os 40 dias de jejum e oração de uma peregrinação solitária pelo deserto, na qual Jesus encontra o próprio diabo. Com 72% de aprovação, ainda conta com uma cinegrafia deslumbrante, assinada pelo mexicano Emmanuel Lubezki (“O Regresso”), que venceu os três últimos Oscars de Melhor Fotografia. Passado durante a 2ª Guerra Mundial, o drama “Viva a França!” acompanha August Diehl (“Bastardos Inglórios”) como um pai desesperado, que atravessa os campos franceses, tomados por nazistas, para encontrar o filho desaparecido durante a invasão alemã da França, contando com a ajuda de um soldado britânico desgarrado, vivido por Matthew Rhys (série “The Americans”). A direção é do francês Christian Carion, responsável pelo belo “Feliz Natal”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2006. A exibição é restrita a nove telas. Três filmes nacionais completam a programação, ainda que de forma praticamente invisível. O romance lésbico “Nós Duas Descendo a Escada” chega a somente duas telas em São Paulo e duas em Porto Alegre. Roteiro e direção são de um homem, o gaúcho Fabiano de Souza, que antes fez o ótimo “A Última Estrada da Praia” (2010). Quem conseguir ver, vai se surpreender com um filme repleto de citações cinéfilas, que merecia poder respirar melhor no circuito. Os dois títulos finais são documentários. “Jaime Lerner – Uma História de Sonhos” não deixa de ser também propaganda política, pelos personagens que desfila. Afinal, além de ser um urbanista renomado, Lerner foi governador do Paraná por duas vezes. O lançamento, curiosamente, vai ignorar o estado, chegando a uma sala no Rio e a outra em São Paulo. Já “O Touro” não teve circuito divulgado. Primeiro longa escrito e dirigido pela brasiliense Larissa Figueiredo, acompanha uma garota portuguesa que descobre que os moradores de Lençóis, na Bahia, proclamam-se descendentes de Dom Sebastião, o lendário rei de Portugal que desapareceu no século 16.

    Leia mais
  • Filme

    Star Trek – Sem Fronteiras é maior estreia da semana

    1 de setembro de 2016 /

    “Star Trek – Sem fronteiras” finalmente pousa no Brasil. Lançado em julho nos EUA, o filme só agora chega a 686 salas do circuito, incluindo 492 telas 3D e todas as 12 Imax. Terceiro filme do novo elenco da franquia, é também o primeiro desde o reboot sem a direção de J.J. Abrams, que foi atraído pela força de “Star Wars”. Em seu lugar, Justin Lin (franquia “Velozes & Furiosos”) injetou mais ação na franquia e, com auxílio de um roteiro bem equilibrado de Simon Pegg (o intérprete de Scotty), também mais humor, além de introduzir uma nova personagem, a alienígena Jaylah, vivida por Sofia Boutella (“Kingsman: Serviço Secreto”), que rouba as cenas. A aventura espacial conquistou a crítica americana, com 83% de aprovação. Mas não saiu do vermelho nas bilheterias, com “apenas” US$ 151 milhões nos EUA. Orçada em US$ 185 milhões, a produção precisa ter bom desempenho internacional para ganhar nova continuação. Mesmo assim, tem um lançamento nacional bem menor que os mais recentes blockbusters que desembarcaram por aqui, inclusive o fracassado “Ben-Hur”. O outro filme americano que chega aos shoppings nesta quinta (1/9) é o terror “O Sono da Morte”. O gênero sempre rende bom público, mas raramente bons filmes. Este não é exceção. O destaque da produção é a presença do ator mirim Jacob Tremblay, revelado em “O Quarto de Jack” (2015), como um órfão que, sem saber, transforma seus sonhos e pesadelos em realidade. Com 30% no Rotten Tomatoes, é um terror para maiores de 14 anos que não assusta ninguém. Em 145 salas. A programação ampla também inclui uma comédia brasileira. Na verdade, são três os lançamentos nacionais da semana, incluindo os títulos de distribuição limitada. Todos são obras de ficção, mas totalmente diferentes uns dos outros. Com melhor distribuição, o besteirol “Um Namorado para Minha Mulher” chega a 414 telas com uma trama típica de comédia brasileira. Ou seja, algo que ninguém jamais faria na vida real. Cansado da mulher chata, o personagem de Caco Ciocler (“Disparos”) decide contratar um homem para conquistá-la e assim conseguir a separação. Mas se arrepende. O problema é que o sedutor exótico (Domingos Montagner, de “Gonzaga: De Pai para Filho”) se apaixona pela mulher do “corno”. A ideia só não é totalmente ridícula por conta da atriz Ingrid Guimarães (“De Pernas pro Ar”), que para encarnar o clichê da mulher chata assume um mau-humor espirituoso, inteligente e divertidíssimo, que vê defeito em tudo e não suporta lugares comuns. Em outras palavras, ela parece crítica de cinema. A direção é de Julia Rezende (“Meu Passado Me Condena” duas vezes – o filme e a continuação). “Aquarius”, por sua vez, encalha em 85 salas. Sempre foi difícil imaginar a pequena Vitrine Filmes distribuir um blockbuster, mas o diretor Kleber Mendonça Filho, cujo filme anterior, “O Som ao Redor” (2012), abriu em 24 telas, não poderá reclamar de perseguição política, pois a classificação etária caiu para 16 anos. De todo modo, seu marketing de viés político, criado por uma postura intransigente de enfrentamento contra o governo, desde a denúncia em Cannes de que “o Brasil não é mais uma democracia” graças a um “golpe de estado”, até a patrulha ideológica contra um crítico da comissão que vai selecionar o candidato brasileiro ao Oscar, tem um lado positivo, ao mostrar inconformismo em apenas realizar o filme. Ao contrário de muitos colegas de profissão, que parecem se contentar em contabilizar os cheques das leis de incentivo para filmar, sem se posicionar diante da invisibilidade das estreias dramáticas nacionais, Filho quer que seu trabalho seja visto. E nisto tem razão. O bom cinema brasileiro merce ser visto. E “Aquarius” é um bom filme, sim, especialmente pela oportunidade que dá ao público de ver Sonia Braga novamente como protagonista, aos 66 anos de idade. É o resgate de uma carreira que estava restrita, nos últimos anos, a pequenas aparições em séries americanas ruins. Seu desempenho evoca a performance consagradora de Fernanda Montenegro em “Central do Brasil” (1998). São papeis completamente diferentes, mas que conduzem e humanizam suas narrativas. Entretanto, pela politização que o cineasta quis dar ao lançamento, é preciso observar mais atentamente a ironia da trama, que mostra Clara, a personagem de Braga, enfrentando as investidas de uma construtora que quer demolir o antigo edifício onde mora, muito bem localizado em Recife, para construir um novo empreendimento. Embora seja fácil puxar a analogia do “golpe” sofrido por Dilma Rousseff num embate contra as forças econômicas, é mais sutil perceber que, na vida real, empresas como a que representa o “mal” no filme foram responsáveis por financiar o projeto populista, alimentado por propinas, corrupção política e construções superfaturadas, que destroçou o patrimônio do país e de todas as Claras do Brasil, nos últimos 13 anos. O fato é que o cinema militante não reflete sutilezas, tanto que só um drama brasileiro recente foi capaz de evitar as armadilhas do maniqueísmo e do proselitismo para retratar um quadro mais complexo da situação política, econômica e social do país: “Casa Grande” (2014), de Fellipe Barbosa. Quanto mais o tempo passa, melhor e mais representativo aquele filme se torna do Brasil contemporâneo. Ocupando 15 telas, a terceira estreia nacional é “Rondon, O Desbravador”, de Marcelo Santiago (por coincidência, codiretor do mitológico “Lula, o Filho do Brasil”) e do estreante Rodrigo Piovezan. Pode-se até considerá-lo o oposto político de “Aquarius”, por apresentar um ufanismo como não se via desde o auge da ditadura militar. Cinebiografia do Marechal Rondon, que desbravou as florestas brasileiras para levar o telégrafo (a internet do final do século 19) ao sertão, o longa evita todas as polêmicas possíveis para apresentá-lo como herói, responsável pela integração pacífica dos índios na civilização brasileira. Claro que sua defesa da ocupação do país “do Oiapoque ao Chuí” levou à desapropriação de terras indígenas, iniciou o desmatamento em massa, realocou tribos e as infectou com doenças, mas nada disso é relatado pela trama, que parte de um encontro fictício do velho militar (Nelson Xavier, de “Chico Xavier”) com um jornalista para recordar seus grandes feitos. O pôster, com bandeira tremulando e continências militares, ilustra perfeitamente o estilo de Educação Moral e Cívica da produção. A programação se completa com dois lançamentos europeus limitados, que exploram o humor em tons diversos. “Loucas de Alegria”, do italiano Paolo Virzì (“A Primeira Coisa Bela”), leva a 14 salas a história de amizade entre duas mulheres, que fogem de um hospital psiquiátrico em busca de um pouco de felicidade. Divertido, terno e belo nas doses certas. A menor distribuição da semana cabe a “A Comunidade”, do dinamarquês Thomas Vinterberg (“A Caça”), com exibição em seis telas. É outro ótimo filme, que ironiza o espírito comunal dos anos 1970. A trama parte de um casal típico da década mais liberal de todas, que resolve convidar estranhos a compartilhar de sua casa espaçosa. Quando seu casamento entre em crise, eles têm que lidar com amantes e votações coletivas para determinar como viver no próprio lar. Trine Dyrholm (“Amor É Tudo o que Você Precisa”), intérprete da esposa, foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Berlim deste ano.

    Leia mais
  • Filme

    Pets – A Vida Secreta dos Bichos é a maior estreia de uma boa semana para ir ao cinema

    25 de agosto de 2016 /

    A programação dos cinemas está bem animada nesta semana. A animação “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” é a maior estreia, mas todas as opções oferecem bom entretenimento. São menos lançamentos, mas melhores que a média do ano. Cinco filmes capazes de agradar diferentes faixas etárias, e quatro deles com distribuição ampla. “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” chega ao Brasil em 1.105 salas (das quais 583 são telas 3D e sete IMAX), mais de um mês após quebrar recorde de estreia nos EUA. Trata-se de novo acerto da Illumination, o estúdio de “Meu Malvado Favorito” (2010) e “Minions” (2015). Com 76% de aprovação no site Rotten Tomatoes, a animação imagina como é o cotidiano dos bichos de estimação, quando os donos os deixam sozinhos em casa, e extrapola a premissa para uma aventura nas ruas perigosas da cidade grande. Os personagens são fofos, a história envolvente e as piadas mais engraçadas que as comédias atuais. Apesar da concentração de telas pelo título de censura livre, os suspenses “Águas Rasas” e “Nerve – Um Jogo sem Regras” também chegam aos principais shoppings do país com boa distribuição – respectivamente, em 393 e 322 salas. Ambos investem na tensão, mas o primeiro, que gira em torno de uma surfista (Blake Lively, de “A Incrível História de Adaline”) atacada por tubarão, é mais efetivo. A premissa simples esconde um thriller excepcional, que rendeu os mesmos 76% de “Pets” no Rotten Tomatoes. Mais complexo, “Nerve” busca inspiração no vício das redes sociais e games online para colocar sua protagonista (Emma Roberts, da série “Scream Queens”) num jogo movido a adrenalina, que tende a terminar de forma fatal. Mesmo com alguns furos no roteiro, alcançou 61% de aprovação. A nova comédia de Woody Allen, “Café Society”, estreia em 112 salas. E é um dos bons filmes do velho mestre, que vem encantando desde sua première na abertura do Festival de Cannes. Aprovado por 70% da crítica americana, a produção também é um novo exercício de nostalgia do cineasta, que usa seu alter-ego, desta vez vivido por Jesse Eisenberg (“Batman vs. Superman”), para visitar o glamour da era de ouro de Hollywood e a época do Café Society nova-iorquino – nome dado tanto a um nightclub quanto à geração elegante que passou a se reunir com os amigos e realizar festas em lugares públicos no começo do século 20. Kristen Stewart (“Acima das Nuvens”) e novamente Blake Lively representam as atrações exercidas por cada um desses estilos de vida. Único lançamento com distribuição limitada, a comédia francesa “Lolo – O Filho da Minha Namorada” alcança apenas 23 telas e a menor cotação entre a crítica nos EUA – 50%. Escrito, dirigido e estrelado por Julie Delpy (da trilogia “Antes do Amanhecer”) com boa dose de humor negro, mostra como um filho mimado (Vincent Lacoste, de “O Diário de Uma Camareira”) é capaz de sabotar o namoro de sua mãe. O resultado é uma comédia romântica pouco convencional e pouco verossível, mas perspicaz em sua perspectiva feminina.

    Leia mais
  • Filme

    Com estreia em mais de mil salas, Ben-Hur tentará o milagre de lotar os cinemas

    18 de agosto de 2016 /

    Apostando contra as previsões pessimistas, a estreia de “Ben-Hur” tem a chance de provar que Jesus Cristo é brasileiro em 1.139 salas de cinema, num dos maiores lançamentos do ano. A produção será a primeira obra de temática religiosa a ocupar a maioria das telas 3D (688) e todo circuito IMAX (12 salas) do país. Isto porque também é um filme de ação, que evoca, inclusive, o sucesso “O Gladiador” (2000) – por sua vez, inspirado no “Ben-Hur” de 1959. Mas enquanto o clássico venceu 11 Oscars e conta com 88% de aprovação no site Rotten Tomatoes, a terceira versão (há ainda um filme mudo de 1925) recebeu pedradas da crítica americana, com apenas 33% de sorrisos amarelos. Vale a curiosidade de conferir a participação de Rodrigo Santoro, que é pequena, mas mais incorporada à trama que nas versões anteriores, nas quais Jesus aparecia apenas como uma silhueta silenciosa. Após fazer sucesso nos EUA e já garantir uma sequência, o terror “Quando as Luzes se Apagam” chega a 269 salas, explorando o medo do escuro. A história, que combina diversos elementos tradicionais do terror – mulher-fantasma de cabelos longos, família amaldiçoada, criatura que vive nas sombras – tem produção de James Wan (“Invocação do Mal”), que cada vez mais se consagra como principal mestre do terror do século 21. Não é fácil para o gênero agradar a crítica, e “Quando as Luzes se Apagam” emplacou 77% de aprovação no Rotten Tomatoes. Nem todo filme mal distribuído apela preferencialmente aos cinéfilos. E o lançamento da animação “Barbie: Aventura nas Estrelas” em 44 salas, exclusiva nos cinemas da rede Cinépolis, serve para demonstrar que o circuito limitado não é sinônimo de “circuito de arte”. O filme mostra Barbie como uma princesa cósmica, que voa pelo universo num skate voador. Sério. Tanto que será lançado direto em DVD em países do Primeiro Mundo. Outra apelação comercial, a comédia “O Funcionário do Mês” traz um verniz de sátira social que pode até enganar o cinéfilo desavisado, interessado em conferir um dos maiores sucessos recentes do cinema italiano. Mas seu sucesso se deve ao humor televisivo do ator Checco Zalone, que além de estrelar o besteirol também assina o roteiro, repleto de situações que, no limite da caricatura, reforçam diversos preconceitos. No filme, ele é um funcionário público que se recusa a largar o emprego estável, quando o governo, querendo diminuir a máquina estatal, o força a assumir os piores trabalhos. Em 19 salas. Três filmes franceses integram a programação. Em 11 salas, a comédia dramática “Esperando Acordada” traz Isabelle Carré (“Românticos Anônimos”) envolvendo-se na vida do homem que, por acidente, deixou em coma. Em duas telas apenas em São Paulo, “Mercuriales” acompanha o cotidiano nonsense de duas recepcionistas do prédio parisiense que dá título à produção. E “Francofonia – Louvre sob Ocupação” mistura documentário e ficção para contar a história do famoso museu durante a ocupação nazista da França. A direção é do mestre russo Aleksander Sokurov (“Fausto”) e seu circuito não foi divulgado. O documentário brasileiro “82 minutos” completa a lista, com distribuição no Rio. Dirigido por Nelson Hoineff (“Cauby: Começaria Tudo Outra Vez”), o filme desvenda os bastidores do carnaval da Portela, desde a escolha do samba-enredo até a apuração das notas dos jurados. O título se refere ao tempo do desfile da Escola de Samba, em que “nada pode dar errado”, conforme completa seu subtítulo.

    Leia mais
  • Filme

    Comédias americanas dominam as estreias da semana

    11 de agosto de 2016 /

    Duas comédias americanas e uma animação mexicana são os lançamentos amplos da semana. As primeiras entregam o que prometem, com bastante previsibilidade, enquanto a última não oferece reembolso. Tanto “Um Espião e Meio” quanto “Perfeita É a Mãe!” seguem fórmulas prontas e evitam grandes surpresas, tendo na desenvoltura de seu elenco o principal atrativo. A primeira coloca os atores Dwayne Johnson (“Terremoto: A Falha de San Andreas”) e Kevin Hart (“Policial em Apuros”) numa trama de espionagem atrapalhada, de humor besteirol para crianças, enquanto a segunda reúne Mila Kunis (“O Destino de Júpiter”), Kristen Bell (“A Chefa”) e Kathryn Hahn (“A Vida Secreta de Walter Mitty”) como mães estressadas, que se cansam de tentar fazer tudo perfeito e passam a relaxar e se divertir, contrariando um grupo de mães exemplares (Christina Applegate, de “Férias Frustradas”, e Jada Pinkett Smith, da série “Gotham”, entre elas). A maior diferença entre o apelo das duas comédias é que o humor feminino, além de adulto e mais engraçado, contém uma mensagem subversiva e permite uma bem-vinda reflexão sobre a maternidade no mundo atual. Todas as atrizes do elenco são mães, mas curiosamente o filme foi escrito e dirigido por dois homens: Jon Lucas e Scott Moore, a dupla que criou a franquia “Se Beber, Não Case!”. Mas “Um Espião e Meio” estará no dobro de salas (360) que “Perfeita É a Mãe! (186). Entre uma e outra fica “Cantando de Galo”, animação de galinheiro mexicano, que chega sem explicação a 243 salas. Afinal, trata-se de sequência de dois outros longas que nem sequer entraram em cartaz no país, e seu uso de computação gráfica dá vergonha de tão “televisivo”, 16 anos depois de “Fuga das Galinhas” (2000) ter encantado com a simplicidade do stop-motion. Se há comédias no shopping centers, o circuito limitado ri melhor. Afinal, a melhor comédia da semana chega em apenas 32 telas. Trata-se de “Amor & Amizade”, adaptação de um romance menos conhecido de Jane Austen, intitulado originalmente “Lady Susan”. A comédia de época tem direção de Whit Stillman (“Os Últimos Embalos da Disco”), que faz poucos filmes e todos cults, e traz Kate Beckinsale (“Anjos da Noite”) como a Lady Susan, uma viúva que precisa lidar com as fofocas da aristocracia rural britânica, enquanto tenta casar a filha e encontrar um novo marido para si mesma. O site Rotten Tomatoes registra simplesmente 99% de aprovação da crítica. Mas não é para todo público, basta ver o IMDb, o que se reflete também na restrição de telas em seu lançamento. Os lançamentos franceses da semana também se mostram acima da média e, no caso do thriller criminal “A Conexão Francesa”, até capazes de entreter quem busca apenas um passatempo. O título nacional evidencia a reverência ao clássico “Conexão Francesa” (1971). Além da encenação nos anos 1970, o tema se repete, com Jean Dujardin (“O Artista”) no papel de um magistrado que tenta desarticular uma quadrilha de traficantes em Marselha. Bastante estilizada, a produção chega com uma boa distribuição em 61 salas. Melhor roteiro do Festival de Veneza do ano passado, o drama “A Corte” é igualmente sobre a aplicação da lei, acompanhando um rígido e temido juiz do tribunal criminal que vive o impasse de reencontrar uma antiga paixão em um caso que deve julgar. O roteiro e a direção são de Christian Vincent (“Os Sabores do Palácio”) e o destaque do elenco pertence à dinamarquesa Sidse Babett Knudsen (“Negócio das Arábias”), que venceu o Cesar (o Oscar francês) de Melhor Atriz Coadjuvante. O terceiro filme francês é a comédia dramática “A Viagem de Meu Pai”, que vale a pena pela performance do veterano Jean Rochefort (“Uma Passagem para a Vida”). Aos 85 anos, ele vive um velhinho que se encaminha para a senilidade, mas insiste em achar que não há nada errado, convencendo sua filha a levá-lo para uma viagem à Flórida, nos EUA, para visitar sua outra filha – que já morreu há muitos anos. A programação de inéditos se encerra com o inventivo longa “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso, vencedor de três Candangos no Festival de Brasília de 2014, incluindo Melhor Direção. O filme não tem diálogos, apenas coreografias protagonizadas por tratores, navios, caminhões e pessoas sujeitas às forças da “natureza econômica”, como um pescador engolido por empreendimentos portuários e um cortador de cana que se vê transformado em astronauta. O diretor pode ter mirado o capitalismo e o culto ao mercado, numa crítica de esquerda, mas acabou acertando o modelo econômico equivocado que quebrou o país – de um dito governo de esquerda. Feito sob o impacto da propaganda progressista dos governos Lula-Dilma, apresenta uma imagem do Brasil que, nos dois anos em que levou para estrear, deteriorou-se completamente. Ou seja, seu viés distópico provou-se premonitório. O atraso do lançamento acabou por tornar o filme mais relevante. Por fim, 15 salas vão receber a versão restaurada de “Rebecca, A Mulher Inesquecível”, suspense clássico do mestre Alfred Hitchcock, que venceu o Oscar de Melhor Filme de 1941.

    Leia mais
  • Filme

    Esquadrão Suicida estreia em número recorde de salas no Brasil

    4 de agosto de 2016 /

    O lançamento de “Esquadrão Suicida” vai ocupar o maior número de salas de um lançamento no Brasil neste ano. O longa, que teve uma “pré-estreia” paga em mais de 800 salas na quarta (3/8), entra agora em seu circuito completo: 1.405 salas, incluindo um total de 912 telas 3D e todas as 12 de IMAX no país. O recorde pertence a “Star Wars: O Despertar da Força”, lançado em dezembro passado em 1.504 salas. Vale lembrar que quando “Jogos Vorazes: Em Chamas” foi lançado em 1310 salas em 2014, o impacto no circuito gerou reuniões, deliberações e ameaças da Ancine, que renderam um compromisso nunca levado a sério para impedir que isso voltasse a se repetir. Neste ano, “Batman vs. Superman”, também da Warner, já tinha sido lançado em 1331 salas. A tática da Warner é a mesma do filme anterior: tentar conquistar a maior bilheteria possível na arrancada, de preferência com algum recorde, já que a crítica odiou o filme. Apesar da antecipação alimentada por alguns dos melhores trailers do ano, “Esquadrão Suicida”, infelizmente, é uma grande decepção, que só atingiu 31% de aprovação no site Rotten Tomatoes (22% se considerar apenas as publicações relevantes, isto é, sem a opinião dos blogueiros geeks). Com os desastres se acumulando, não será surpresa se vier uma intervenção pesada nas produções de super-heróis do estúdio. Com quase 50% das salas do país inteiro ocupadas por um único filme, o segundo maior lançamento da semana chegará em apenas 85 telas. Trata-se de “Negócio das Arábias”, novo drama estrelado por Tom Hanks (“Ponte dos Espiões”). Com 70% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme segue um empresário à beira da falência, que viaja até a Arábia Saudita em busca de um último negócio que pode salvar sua carreira. Outro filme americano escanteado, a comédia “A Intrometida” traz Susan Sarandon em 20 salas, como uma mãe inconveniente que quer voltar a conviver com a filha (Rose Byrne, de “Os Vizinhos”), fazendo de tudo para encontrar-lhe um marido e sufocando-a com amor maternal. Os críticos americanos adoraram, com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes. O circuito limitado também espreme três produções nacionais. Em 29 salas, “Vidas Partidas” aborda a violência doméstica em estilo televisivo, na estreia do diretor Marcos Schechtman. 11 salas passam “Fome”, de Cristiano Burlan (“Mataram Meu Irmão”), que acompanha um sem-teto (o cineasta Jean-Claude Bernardet) pelas ruas de São Paulo. E 5 mostram “A Loucura Entre Nós”, documentário que explora as fronteiras entre a sanidade e a loucura. A programação inclui ainda duas produções europeias. A comédia francesa “Um Amor à Altura”, do especialista no gênero Laurent Tirard (“As Férias do Pequeno Nicolau”), mostra em 25 salas como o baixinho Jean DuJardin (“O Artista”) se apaixona por uma mulher alta. Já o filme belga “Os Cavaleiros Brancos” dramatiza um caso real polêmico, ao acompanhar um grupo de “salvadores” brancos que contrabandeia ilegalmente crianças órfãs africanas para lares adotivos da França. Segundo melhor filme da semana, rendeu o prêmio de Melhor Direção para Joachim Lafosse (“Perder a Razão”) no Festival de San Sebastian e será exibido apenas em duas salas de São Paulo. Por fim, o melhor filme da semana é uma produção mexicana, que chega em sete salas (pulverizado entre São Paulo, Rio, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte). “O Monstro de Mil Cabeças” rendeu diversos prêmios ao diretor Rodrigo Plá (“Zona do Crime”) e à atriz Jana Raluy (“Despedida de Amor”), em festivais como Varsóvia, Havana e Biaritz, além de ter vencido o troféu Ariel (o Oscar mexicano) de Melhor Roteiro de 2016. A trama gira em torno de uma mulher (Raluy), que tenta garantir o melhor tratamento ao marido doente, em estado terminal. Quando a companhia de seguros dificulta o atendimento, ela resolve confrontá-los violentamente. Com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes, este é o verdadeiro filme de supervilões da semana, mostrando médicos, farmaceutas e burocratas estimulados a rejeitar pacientes para que os planos de saúde rendam lucro, em vez de tratamentos. O pior crime, cometido por verdadeiros monstros contra os mais fracos e inocentes.

    Leia mais
  • Filme

    Estreias: Jason Bourne luta com O Bom Gigante Amigo por destaque nos cinemas

    28 de julho de 2016 /

    Com o circuito abarrotado de blockbusters, o thriller de ação “Jason Bourne” e o infantil “O Bom Gigante Amigo” chegam em metade dos cinemas que normalmente atingiriam. Mesmo com distribuição similar, em torno de 440 salas, o longa para crianças se destaca no circuito 3D (360 salas). “O Bom Gigante Amigo” volta a reunir o diretor Stephen Spielberg com a roteirista Melissa Mathison, recriando a parceria do clássico “E.T. – O Extraterrestre” (1982). Foi o último trabalho de Mathison, que morreu antes da estreia. Mas a adaptação da obra de Roald Dahl (autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”) fez mais sucesso com a crítica (76% de aprovação no Rotten Tomatoes) que com o público, amargando o pior desempenho da Disney em 2016 e um inesperado fracasso na carreira de Spielberg (US$ 72 milhões de arrecadação mundial para um orçamento de US$ 140 milhões). “Jason Bourne” chega em estreia simultânea com os EUA, onde foi considerado pela crítica um dos títulos mais fracos da franquia. Com 57% de aprovação, só supera os 56% de “O Legado Bourne” (2012), rodado sem o protagonista original. A produção marca o retorno de Matt Damon ao papel-título e também do diretor Paul Greengrass ao comando da ação, e entrega exatamente o esperado, com muita correria, tiroteios e perseguições. A comédia “Os Caça-Noivas” completa o circuito dos shoppings, com lançamento em 147 salas. Besteirol americano, acompanha dois irmãos (Zac Efron e Adam Devine), que após estragarem muitas festas da família recebem um ultimato: só poderão aparecer no casamento da irmã acompanhados por namoradas. Logicamente, eles fazem o que qualquer idiota faria: vão à internet anunciar sua busca por pretendentes, atraindo duas jovens bagunceiras (Anna Kendrick e Aubrey Plaza), que vêem nos trouxas a chance de ganhar uma viagem de graça para o Havaí, onde o matrimônio acontecerá. A crítica americana torceu o nariz (39%), mas também viu na trama uma inversão de papeis mais engraçada e eficiente que a versão feminina de “Caça-Fantasmas”. Com cada vez menos salas disponíveis, o circuito limitado tem cinco estreias. Em 30 salas, a comédia francesa “A Incrível Jornada de Jacqueline” acompanha um fazendeiro argelino apaixonado por sua vaca Jacqueline, que realiza seu sonho ao viajar com ela para Paris, para participar de uma grande freira agrícola, aprendendo importantes lições de vida pelo caminho. Em tom de fábula, o filme não aprofunda, mas toca em alguns tópicos relevantes, como a questão da imigração na Europa atual, o que diferencia a obra de histórias similares. Premiado no Festival de Cannes do ano passado, o drama iraniano “Nahid – Amor e Liberdade” leva a 11 telas a história de uma mulher que, após o divórcio, recebe a guarda do filho sob a condição de não se casar novamente. Marcando a estreia da cineasta Ida Panahandeh, o longa se destaca pela rara oportunidade de mostrar um ponto de vista feminino sobre a posição de inferioridade que as mulheres possuem na sociedade islâmica. Vencedor do último Festival de Veneza, o drama venezuelano “De Longe te Observo” divide opiniões ao tratar de temas polêmicos, como homossexualidade e voyeurismo. Na trama, um gay de meia-idade que paga para jovens ficarem nus é agredido e roubado por um deles, dando início a um complexo relacionamento. Lento e repleto de silêncios, o filme também permite um vislumbre do cotidiano caótico venezuelano, como longas filas e a situação de pobreza e criminalidade da juventude. Estreia em sete salas. Completam o circuito dois filmes brasileiros. O terror “O Diabo Mora Aqui” combina a narrativa típica de casa mal-assombrada com o passado escravagista brasileiro, num resultado intrigante e bem acabado, distribuído em apenas quatro salas. A dupla de cineastas Rodrigo Gasparini e Dante Vescio já chamou atenção de produtores americanos, que incluirão um de seus curtas na vindoura antologia “O ABC da Morte 2.5”. Por fim, o documentário “Miller & Fried – As Origens do País do Futebol” resgata a importância de Charles Miller e Arthur Friedenreich para o futebol brasileiro no final do século 19 em duas salas (no Caixa Belas Artes e no Cine Odeon).

    Leia mais
 Mais Pipoca
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie