Sarah Paulson mostra sua transformação para American Crime Story
A atriz Sarah Paulson (a “Ratched”) compartilhou em suas redes sociais o primeiro vislumbre de sua transformação em Linda Tripp para a 3ª temporada de “American Crime Story”, intitulada “Impeachment”. Tripp foi a funcionária do Departamento de Defesa dos EUA que gravou secretamente conversas de Monica Lewinsky, a estagiária que teve um caso com Bill Clinton, que quase resultaram no impeachment do presidente americano. Ao lado da foto, Paulson disse que as gravações da série já começaram. Além da atriz, o elenco destaca Beanie Feldstein (“Fora de Série”) como Monica Lewinsky, Annaleigh Ashford (“Má Educação”) como Paula Jones e Clive Owen (“Projeto Gemini”) como Bill Clinton. A trama é baseada em “A Vast Conspiracy: The Real Sex Scandal That Nearly Brought Down a President”, best-seller de 2000 escrito por Jeffrey Toobin, mesmo autor do livro “The Run of His Life: The People v. O.J. Simpson”, que inspirou a bem-sucedida 1ª temporada da série. A adaptação foi feita por Sarah Burgess (“Compliance”) e dá sequência a duas temporadas muito premiadas da série desenvolvida pelos produtores Ryan Murphy e Brad Falchuk para o canal pago FX – as anteriores abordaram o julgamento de O.J. Simpson e o assassinato de Gianni Versace. A equipe da 3ª temporada ainda inclui a própria Monica Lewinsky, creditada como coprodutora. “Impeachment: American Crime Story” seguirá as perspectivas de três personagens femininas: Lewinsky, Tripp e Paula Jones, que processou Clinton por assédio sexual. Ainda não há previsão para a estreia. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sarah Paulson (@mssarahcatharinepaulson)
A Prima Sofia explora liberdade feminina com atriz que viveu escândalo sexual
Alguns filmes que envolvem o público pela trama acabam por se tornar ainda mais interessantes por detalhes de seus bastidores. É o caso da escalação de Zahia Dehar em “A Prima Sofia”, novo drama de Rebecca Zlotowski, diretora do charmoso e torto “Além da Ilusão” (2016). A hiper-sexualização da personagem de Dehar, beirando o vulgar, é o elemento principal da forma como o filme registra a liberdade sexual feminina, a falta de pudor e a vontade amoral de se entregar aos prazeres. Ela escandaliza e mexe frontalmente com o machismo do público. Nisto lembra um filme de algumas décadas atrás, “A Mulher Pública” (1984), de Andrzej Zulawski. Mas a polêmica em torno do filme, ao menos na França, deu-se principalmente por Dehar ter se tornado bastante conhecida no país como garota de programa. Ela virou notícia em 2010 durante os escândalos que envolveram dois jogadores da seleção francesa de futebol, Franck Ribéry e Karim Benzema, que foram acusados de pagá-la por serviços sexuais quando ela ainda tinha 17 anos. Os jogadores se livraram de condenação por afirmar que não sabiam que ela era menor de idade. Mas ela não lamenta a exposição, que acabou ajudando sua carreira, transformando-a em modelo, designer e agora atriz no filme de Zlotowski. Seu papel em “A Prima Sofia” guarda muita similaridade com as páginas do noticiário de sua vida real, trazendo referências que são mais bem apreciadas por quem conhece os bastidores do caso. No filme, ela vive a prima do título, que surge na cidade de Cannes de surpresa para visitar a jovem Naïma (a estreante Mina Farid), de 16 anos, que a recebe com muita alegria e entusiasmo. Há algo nessa prima que veio de Paris que fascina Naïma, como seu sex appeal, sua tranquilidade em se expor de topless e também seu ar de liberdade, que ela expressa o tempo todo em seu desejo de aproveitar a vida – uma vontade tatuada acima do bumbum, com a frase em latim “Carpe diem”. Num determinado momento, quando as duas estão tomando sol na praia, dois rapazes surgem atraídos pelo corpo exuberante de Sofia. E a garota não se importa com a admiração. Ao contrário: chega a deixá-los desconfortáveis com sua sexualização, ao aproximar a mão de um deles de seu seios e falar como sua pele é macia, especialmente em outra parte de seu corpo. O comportamento da prima deixa Naïma escandalizada, mas aos poucos a jovem começa a olhá-la como um exemplo de vida. A prima Sofia é uma típica bad girl – em entrevista, Zahia Dehar disse adorar as bad girls, por serem mais fortes e mais livres que qualquer mulher – e a percepção da rejeição social a seu comportamento é muito clara no filme. Isto se manifesta em olhares e comentários toda vez que Sofia passa com seus trajes provocantes, seja um vestido totalmente transparente para a noite, seja um vestido leve e florido, como o que ela usa para ir a um palacete na Itália, com os rapazes que ela conhece. As cenas na Itália são deliciosas por lidarem com a questão do julgamento social – o preconceito. Em determinado momento, Sofia decide se manifestar num roda de pessoas ricas, dizendo que aquele lugar lhe fazia lembrar Marguerite Duras. Uma das mulheres (Clotilde Courau) ri e desconfia que aquela garota com jeito de prostituta não sabe nada da escritora, e decide perguntar quais seus livros preferidos de Duras. Mas o que enriquece a cena é outro detalhe de bastidores, já que Courau é casada com o Príncipe de Veneza e uma integrante real da elite italiana, em mais um acerto de casting de Zlotowski. “A Prima Sofia” é também um conto sobre a brutalidade masculina, ainda que narre isso de maneira relativamente leve – em comparação, por exemplo, a “20 Anos”, de Fernando Di Leo, que mostra a violência despertada pela liberdade sexual feminina de maneira infinitamente mais impactante. Entretanto, por mais que Sofia atraia as atenções, o filme é na verdade sobre Naïma, do quanto ela aprende naquele breve período de férias de verão, que aproveitará para sua vida, para o seu futuro. Nisto, encontram-se semelhanças com o clássico “A Colecionadora” (1967), de Éric Rohmer, que tem sido citado em algumas críticas. E tem mesmo tudo a ver.
Danny Masterson começa a ser julgado por estupro nos EUA
O ator Danny Masterson, das séries “That ’70s Show” e “The Ranch”, fez sua primeira aparição no tribunal de Los Angeles, na sexta (18/9), para se defender das acusações de estupro movidas contra ele por três mulheres. Masterson chegou a ser preso em junho, mas pagou fiança de US$ 3,3 milhões para participar do julgamento em liberdade. Por meio de seu advogado, o ator declarou-se inocente e alegou que as acusações contra ele eram “políticas”, devido a sua ligação com a Igreja da Cientologia. Segundo o site Page Six, o advogado Tom Mesereau acusou a promotora distrital do condado de Los Angeles, Jackie Lacey, de apresentar as acusações com o objetivo de chamar atenção para si mesma, na véspera de eleições para ser reconduzida a seu posto, marcadas para novembro. “Houve repetidas tentativas de politizar este caso”, disse Mesereau, que também defendeu Michael Jackson contra alegações de má conduta sexual em um caso anterior. “Ele é absolutamente inocente e vamos provar isso.” O advogado de defesa também tentou impedir que câmeras pudessem entrar no tribunal, alegando que a presença da mídia seria prejudicial não só a Masterson, mas também aos jurados em potencial. Mas o juiz do Tribunal Superior, Miguel T. Espinoza, não só permitiu a cobertura da mídia como negou um pedido da defesa para colocar o caso em segredo de justiça, permitindo a polícia, promotores e testemunhas em potencial de revelar informações à imprensa. A defesa ainda apresentou documentos solicitando que a ação penal contra a Masterson fosse rejeitada por ser insuficiente e por ter prescrito. Uma audiência sobre o assunto será realizada na próxima aparição do ator no tribunal, marcada para o dia 19 de outubro. A prisão de Masterson aconteceu após uma investigação de três anos que resultou num raro processo contra um astro de Hollywood na era #MeToo. Apesar de dezenas de investigações, a maioria não resultou em nenhuma acusação, devido à falta de evidências ou por prescrição pela passagem de muito tempo. Mas o caso é muito anterior ao escândalo de Harvey Weinstein que originou o #MeToo. As primeiras denúncias contra o ator foram encaminhadas para a polícia no começo da década passada. Segundo o site Huffington Post, as autoridades não puderam agir na época devido à interferência da igreja da Cientologia, da qual o ator é adepto. As mulheres que o acusavam também eram integrantes da igreja, que tem como regra proibir colaboração com a polícia. De acordo com o relato do site, a instituição mobilizou 50 seguidores para darem testemunhos escritos favoráveis a Masterson e contrários às acusadoras. Além disso, o arquivo com os depoimentos e acusações formais desapareceu misteriosamente no começo do processo, fazendo com que a promotoria tivesse que recomeçar todo o caso do zero. Com isso, o caso só foi reaberto em 2017, após “evidências incriminadoras” terem sido recebidas pela promotoria. Quatro mulheres teriam tomado coragem para ir adiante com a denúncia após a atriz Leah Remini (série “King of Queens”) expor na TV abusos supostamente cometidos por integrantes da Igreja da Cientologia. O caso de Masterson apareceu na série que ela apresenta na TV paga americana – e a própria Remini compareceu à corte para acompanhar o julgamento nesta sexta. Uma das denúncias, porém, não foi levada adiante pela promotoria por ter prescrito. Masterson sempre negou veementemente todas as acusações. Mas após as acusações se tornarem públicas, ele foi demitido pela Netflix da série “The Ranch”, que co-estrelava com Ashton Kutcher. O vice-promotor distrital Reinhold Mueller, da Divisão de Crimes Sexuais, que está processando o caso, disse que todos os supostos crimes atuais ocorreram na casa do ator, entre 2001 e 2003. Se condenado, Masterson pode enfrentar uma possível sentença máxima de 45 anos de prisão.
Ator de Star Trek: Discovery processa Kevin Spacey por assédio
O ator Anthony Rapp, primeiro homem a acusar publicamente Kevin Spacey (vencedor de dois Oscars, por “Os Suspeitos” e “Beleza Americana”) de assédio sexual em 2017, resolveu levar a queixa à justiça. A iniciativa acontece três anos após ele se pronunciar pela primeira vez sobre o caso, que ocorreu quando era menor de idade. A denúncia do intérprete do oficial Paul Stamets de “Star Trek: Discovery” foi responsável pelo efeito-dominó que levou diversas homens a denunciar Spacey. Como resultado, o ator foi demitido da série “House of Cards” e do filme “Todo o Dinheiro do Mundo”, teve contratos encerrados e passou a se defender de processos. Spacey vinha se livrando das ações na Justiça por conta de coincidências mórbidas. Após um jovem desistir do primeiro processo contra ele, o ator evitou comparecer ao tribunal devido à morte de dois acusadores: um massagista, que teria morrido de câncer, e o ex-marido da princesa da Noruega, que se suicidou. Rapp revelou originalmente que os dois se conheceram em 1986, quando ambos apareceram em peças da Broadway e ele tinha apenas 14 anos. Uma noite, Spacey o convidou para uma festa em seu apartamento. Mas ele ficou entediado e preferiu assistir TV no quarto de Spacey, até que percebeu que era o único que ainda estava no apartamento com o ator, que tinha 26 anos na época. O ator de “Star Trek” afirmou que Spacey tentou forçá-lo sexualmente. “Ele ficou em cima de mim”, contou, em entrevista ao site Buzzfeed há três anos, dizendo que conseguiu escapar e ir para casa. Agora, de acordo com o site TMZ, Rapp encontrou um segundo homem disposto a acusar Spacey. O denunciante, que está sendo mantido no anonimato, alega que também tinha 14 anos de idade quando o ator tentou convencê-lo a fazer sexo. Enquanto Rapp diz que conseguiu fugir das investidas de Spacey, o novo acusador afirma que o ator só o deixou em paz depois que ele concordou em fazer sexo oral nele. O processo detalha como o incidente “deixou feridas psicológicas” nos dois denunciantes. Rapp chega a dizer que se afastou da atuação por anos por causa do acontecido. Procurados pelo TMZ, os advogados de Spacey se recusaram a comentar a acusação.
Polanski perde processo para reverter expulsão da Academia
O cineasta Roman Polanski, que foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por acusações de ter tido relações sexuais com menores, perdeu hoje uma ação judicial em que buscava ser reintegrado à organização. O diretor de “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary” argumentou que não teve direito ao devido processo pela Academia quando esta decidiu expulsá-lo sob um novo código de conduta elaborado em resposta a alegações de abuso sexual contra dezenas de homens na indústria do entretenimento. A juíza Mary H. Strobel, do Tribunal Superior de Los Angeles, escreveu em sua decisão que Polanski teve “a oportunidade de apresentar qualquer evidência que considerasse relevante” para a Academia, incluindo um longo documento de seu advogado e uma declaração em vídeo. Polanski, que tem cidadania francesa e polonesa, fugiu dos Estados Unidos em 1978 depois de confessar ter estuprado uma menina de 13 anos e nunca mais voltou, continuando sua carreira na França. Nos últimos anos, várias outras mulheres o acusaram de má conduta sexual naquele período, mas o diretor, que assumiu a culpa da primeira denúncia, nega as novas acusações. Em sua defesa, o cineasta de 87 anos sustenta ter vencido um Oscar em 2003, por “O Pianista”, anos depois do caso ser conhecido. Na ocasião, ter assumido a culpa não foi considerado relevante para sua consagração, mas agora, sem nenhuma outra novidade no caso, além dos pedidos da vítima para deixarem Polanski em paz, ele foi simplesmente expulso. Após esta expulsão, Polanski ainda foi premiado como Melhor Diretor no César (o Oscar francês) por seu filme mais recente, “O Oficial e o Espião”. Este prêmio causou revolta em várias atrizes e arrastou a Academia Francesa para a maior crise de sua existência.
Caso com atriz derruba chefões da Warner e da Universal
Charlotte Kirk ostenta no seu currículo uma façanha curiosa, ao se tornar supostamente responsável pela queda de dois dos executivos mais poderosos de Hollywood. Pouco mais de um ano após Kevin Tsujihara ser forçado a se demitir da presidência da Warner Bros. em meio a denúncias de que ele teria usado sua posição para ajudar a atriz a conseguir papéis, após ter feito sexo com ela, foi a vez de Ron Meyer, vice-presidente do conglomerado NBCUniversal, ter o mesmo destino. Embora o nome de Charlotte Kirk não tenha sido oficialmente apresentado, Meyer perdeu seu emprego nesta terça (18/8), após 25 anos na companhia, por um caso extraconjugal que o colocou sob chantagem. Várias publicações americanas apuraram que a mulher misteriosa do affair era a mesma responsável pela queda de Tsujihara. A notícia do afastamento de Meyer foi compartilhada por Jeff Shell, CEO da NBCUniversal, em comunicado aos funcionários. “Estou escrevendo para compartilhar algumas notícias infelizes. No final da semana passada, Ron Meyer informou à NBCUniversal que ele agiu de uma maneira que acreditamos não ser consistente com as políticas ou valores de nossa empresa”, diz o texto do CEO. “Com base na divulgação dessas ações por Ron, concluímos mutuamente que Ron deveria deixar a empresa, com efeito imediato. Agradecemos a Ron por seus 25 anos de serviço e por suas contribuições significativas para a NBCUniversal.” Meyer teria revelado o relacionamento a seus chefes após sofrer chantagem. “É com o coração pesado que anuncio minha saída da NBCUniversal”, disse Meyer em seu texto. “Recentemente, revelei para minha família e para a empresa que fiz um acordo, sob ameaça, com uma mulher de fora da empresa que havia feito falsas acusações contra mim. É uma mulher com quem tive um caso muito breve e consensual há muitos anos atrás. Fiz esta divulgação porque outras partes souberam do acordo e continuamente tentaram me extorquir para pagar-lhes dinheiro ou então implicariam falsamente a NBCUniversal, que não tinha nada a ver com este assunto, e fariam falsas alegações sobre mim. Depois de revelar este assunto à empresa, decidimos mutuamente que eu deveria deixar meu cargo de vice-presidente da NBCUniversal. Passei 25 anos ajudando a crescer e apoiando uma empresa incrível em um trabalho que adoro. É das pessoas desta empresa que terei mais saudades. Lamento o que aconteceu e lamento por todas as pessoas em minha vida que posso ter decepcionado, especialmente e mais importante, a minha família.” No caso de Tsujihara, mensagens de texto mostraram que ele fez lobby para que Kirk fosse contratada para filmes da Warner, um abuso de poder que levou à sua demissão. Mas, com Meyer, a projeção profissional de Kirk na Universal não se mostrou aparente. O escândalo que derrubou Tsujihara e agora Meyer ilustra o outro lado do “teste de sofá”, o costume de troca de favores sexuais para fechar negócios e avançar carreiras em Hollywood. Porque a atriz envolvida sabia exatamente o que ia acontecer e o que poderia conseguir ao ter sexo com os executivos – o oposto das denúncias de sexo forçado contra Weinstein que originaram o movimento #MeToo. Tudo começou quando Charlotte Kirk se envolveu com o produtor James Packer em 2013. Segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, a atriz foi instada por Packer, em mensagem de texto, a ir a um encontro no quarto de hotel de Kevin Tsujihara, que já era um dos executivos mais poderosos da Warner e poderia ajudaria sua carreira. Ainda de acordo com o THR, na manhã seguinte ela relatou a Packer que Tsujihara não quis nem conversar, só “f****”. Três dias depois, Tsujihara e Packer fecharam um negócio de US$ 450 milhões, criando uma parceria de produção entre o estúdio de cinema Warner Bros. e a RatPac-Dune Entertainment, empresa de Packer e do cineasta Brett Ratner (que atualmente enfrenta processos por assédio sexual). A relação de Tsujihara com a atriz aconteceu quando ele já era casado com Sandy Tsujihara, com quem tem dois filhos. Sabendo disso, Charlotte Kirk passou a enviar mensagens para Tsujihara exigindo papéis em filmes da Warner. Um dos textos, que foi publicado pela THR dizia: “Você está muito ocupado, eu sei, mas quando estávamos naquele hotel fazendo sexo você disse que iria me ajudar. Quando você simplesmente me ignora, como está fazendo agora, faz com que eu me sinta usada. Você vai me ajudar como disse que faria?”. Kirk foi escalada em pequenos papéis em dois filmes da Warner: “Como Ser Solteira” (2016) e “Oito Mulheres e um Segredo” (2018). E, de acordo com documentos obtidos pela THR, fez testes para vários outros projetos na Warner e na produtora Millenium de Avi Lerner. Os textos publicados mostram que, ao longo do tempo, Kirk ficou cada vez mais agitada porque não estava conseguindo tantos papéis quanto imaginou. Até que Brett Ratner resolveu assumir o controle da situação, mandando seu advogado Marty Singer intermediar um acordo que daria à atriz preferência para participar de testes, além de lhe garantir uma aparição em um filme dirigido por Ratner. Quem revelou isso foi o advogado à revista. O acordo proposto nunca foi assinado, segundo Singer, porque o próprio Ratner viu sua carreira implodir. Diretor de “X-Men: O Confronto Final” (2006) e da trilogia “A Hora do Rush”, ele foi acusado por seis mulheres de assédio sexual. Entre as vítimas estavam as atrizes Olivia Munn e Natasha Henstridge, que detalharam suas experiências ao jornal Los Angeles Times, durante o auge do movimento #MeToo. Com o escândalo, a atriz Gal Gadot teria condicionado sua participação na sequência de “Mulher-Maravilha” ao afastamento de Ratner da produção. Assim, o acordo milionário entre a Ratpac-Dune e a Warner foi cancelado. A acusação de chantagem feita por Meyer sugere que um terceiro está envolvido na extração de dinheiro em troca de silêncio. Como Tsujihara, Meyer era um dos homens mais poderosos de Hollywood quando se envolveu com Kirk. Mas ela não conseguiu papel em nenhuma produção da Universal. Charlotte Kirk terminou recentemente duas filmagens: o terror britânico “The Reckoning”, de Neil Marshall, e a comédia indie “Nicole and O.J.”, que marcam seus primeiros papéis como protagonista. Sobre o primeiro filme, vale observar que Kirk chama o diretor Neil Marshall de seu “amor” no Instagram, em meio a várias fotos que demonstram a proximidade do casal.
Promotoria de Paris pede reabertura de acusação de estupro contra Gérard Depardieu
A promotoria de Paris pediu a um juiz que investigue acusações de estupro contra o ator Gérard Depardieu, que foram reapresentadas pela segunda vez na justiça francesa. Segundo a Agência France-Presse, quem denuncia é uma atriz não identificada de cerca de 22 anos, que apresentou uma queixa com a constituição de uma parte civil para relançar este caso, que veio à tona em agosto de 2018, em meio ao movimento #MeToo, mas havia sido abandonado pela justiça há um ano. As denúncias com constituição de uma parte civil permitem abrir quase automaticamente um processo judicial e designar um juiz de investigação. Agora o juiz deverá decidir se abrirá uma investigação, o que costuma acontecer na grande maioria dos casos. A advogada Elodie Tuaillon-Hibon diz em comunicado que sua cliente “quer que a justiça e particularmente as autoridades judiciais (…) possam fazer seu trabalho com serenidade e calma”, e lamenta que a investigação anterior tenha terminado “inexplicavelmente arquivada”. Em junho de 2019 o MP, suspendeu sua investigação preliminar após nove meses, concluindo que “as diversas investigações realizadas” não permitiram “caracterizar as infrações denunciadas”. Segundo a atriz, os eventos ocorreram no palácio que Depardieu tem em Paris, nos dias 7 e 13 de agosto de 2018. O advogado de Gérard Depardieu, Hervé Témime, não quis comentar o caso. Mas quando a denúncia foi arquivada, ele reclamou que a justiça tinha estendido demais esse caso e disse que seu cliente sofreu “dano irreparável com a divulgação dessas acusações”. Na época, Témime também confirmou que Depardieu conhece a mulher, mas negou que os dois estiveram juntos nas datas mencionadas na denúncia. Depardieu, que completou 70 anos em dezembro, seria amigo do pai da jovem acusadora, que ele resolveu apadrinhar, aconselhando-a em seus primeiros passos como atriz. O ator nega qualquer abuso.
Novo filme de Woody Allen vai abrir o Festival de San Sebastián
O novo filme de Woody Allen, “Rifkin’s Festival”, vai abrir o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 18 de setembro. Produzido pela espanhola Mediapro Studio, o filme foi rodado no verão de 2019 e tem como cenário justamente San Sebastián e outras localidades próximas. A trama gira em torno de um casal americano que comparece ao Festival de San Sebastián e se apaixona pela cidade. Escrito e dirigido por Woody Allen, “Rifkin’s Festival” tem no elenco os espanhóis Elena Anaya (“A Pele que Habito”) e Sergi López (“O Labirinto do Fauno”), o francês Louis Garrel (“O Oficial e o Espião”), a americana Gina Gershon (“Riverdale”) e o austríaco Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”). O filme será exibido fora da mostra competitiva do festival, que acontecerá até o dia 26 de setembro. O evento de San Sebastián também projetará em sua competição uma seleção de filmes do Festival de Cannes, que foi adiado devido ao coronavírus. Com a reabertura lenta das atividades e o fim da quarentena na Europa, a organização do evento segue adiante com os preparativos. Esta será a segunda vez que Allen será responsável por inaugurar o Festival de San Sebastián, depois de abrir a edição de 2004 com o longa-metragem “Melinda e Melinda”. Naquele ano, ele recebeu o prêmio Donostia em reconhecimento por sua carreira. A estreia também será o primeiro lançamento do cineasta após ter sua carreira interrompida por campanhas negativas que tentam “cancelá-lo” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 – e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo. O diretor de 84 anos é acusado pela ex-mulher Mia Farrow e também por sua filha Dylan de ter abusado sexualmente da menina quanto ela tinha sete anos de idade. São denúncias fortes, que já foram investigadas e constaram o oposto do que a opinião pública acredita. O caso foi investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, motivada por ódio de Woody Allen. O cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva de Mia, Soon-Yi Previn. Casados até hoje, os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor, jamais reclamaram do comportamento de Allen. Apesar disso, o dano a sua reputação causado pelo resgate da denúncia pelo #MeToo fez com que seu filme anterior, “Um Dia de Chuva em Nova York”), não fosse exibido nos Estados Unidos. O longa-metragem foi lançado em vários países europeus, assim como na Argentina e Brasil. Nos últimos dois anos, o cineasta também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Ele ainda teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Com o anúncio do Festival de San Sebastián, é possível imaginar que Ronan, Dylan ou Mia coordenem novo ataque contra o diretor nas redes sociais.
Ava: Jessica Chastain vira John Wick feminina em trailer de filme de ação
A Vertical Entertainment divulgou o pôster e o trailer de “Ava”, filme em que Jessica Chastain vive uma espécie de John Wick feminina. A prévia mostra (demais, por sinal) como ela passa de assassina profissional à alvo de todos os “colegas” de sua agência secreta. O filme volta a reunir a atriz e o cineasta Tate Taylor, após trabalharem juntos em “Vidas Cruzadas” (The Help, 2011). Originalmente, a trama seria dirigida pelo australiano Matthew Newton (“From Nowhere”), responsável pelo roteiro, mas ele se demitiu após denúncias de abuso e violência doméstica. Chastain, que é produtora de “Ava”, convocou Taylor para assumir o projeto enquanto os dois discutiam planos para filmar “The Eyes of Tammy Faye”, cinebiografia de uma famosa tele-evangelista americana, planejada para o ano que vem. Outra mudança no desenvolvido do projeto foi em seu título. O filme seria chamado de “Eve”. Mas aí ficaria evidente a semelhança com outra produção: a série “Killing Eve”. Na trama, Chastain interpreta a personagem-título, uma assassina que trabalha para uma agência de espionagem, forçada a lutar por sua própria sobrevivência depois de uma missão falhar perigosamente. O impressionante elenco de apoio inclui Colin Farrell (“O Sacrifício do Cervo Sagrado”), Common (“Selma”), John Malkovich (“22 Milhas”) e Geena Davis (“Thelma e Louise”). A estreia está marcada para 25 de agosto em VOD nos EUA e ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.
Ator da série The Ranch é indiciado por suposto estupro de três mulheres
A promotora distrital de Los Angeles, Jackie Lacey, anunciou nesta quarta (17/6) que o ator Danny Masterson (das séries “That ’70s Show” e “The Ranch”) foi formalmente indiciado pelo estupro de três mulheres em incidentes separados, acontecidos entre 2001 e 2003. Na verdade, as acusações envolviam cinco casos. A promotoria recusou uma das denúncias de agressão sexual contra Masterson por insuficiência de provas e a outra por já ter prescrito. A prescrição aconteceu devido a problemas na apuração do caso. As primeiras denúncias foram encaminhadas para a polícia no começo da década passada. Segundo o site Huffington Post, as autoridades não puderam agir na época devido à interferência da igreja da Cientologia, da qual o ator é adepto. As mulheres que o acusavam também eram integrantes da igreja, que tem como regra proibir colaboração com a polícia. De acordo com o relato do site, a instituição mobilizou 50 seguidores para darem testemunhos escritos favoráveis a Masterson e contrários às acusadoras. Além disso, o arquivo com os depoimentos e acusações formais desapareceu misteriosamente no começo do processo, fazendo com que a promotoria tivesse que recomeçar todo o caso do zero. Com isso, o caso só foi reaberto em 2017, após “evidências incriminadoras” terem sido recebidas pela promotoria. As mulheres teriam tomado coragem para ir adiante com a denúncia após a atriz Leah Remini (série “King of Queens”) expor na TV abusos supostamente cometidos por integrantes da Igreja da Cientologia. O caso de Masterson apareceu na série que ela apresenta na TV paga americana. Masterson sempre negou veementemente todas as acusações. Mas após as acusações se tornarem públicas, ele foi demitido pela Netflix da série “The Ranch”, que fazia com Ashton Kutcher. O vice-promotor distrital Reinhold Mueller, da Divisão de Crimes Sexuais, que está processando o caso, disse que todos os supostos crimes ocorreram na casa do ator. Se condenado, Masterson pode enfrentar uma possível sentença máxima de 45 anos de prisão. Actor Charged With Raping Three Women https://t.co/vX8fhCn6fD @LAPDHQ #LADAOffice — Jackie Lacey (@LADAOffice) June 17, 2020
Paul Schrader lamenta que Spike Lee tenha recuado após defender Woody Allen
O sempre polêmico Paul Schrader não gostou do recuo de Spike Lee, que defendeu Woody Allen num programa de rádio e depois se desculpou ao ser atacado nas redes sociais. “É desapontador. Se alguém poderia enfrentar a multidão do linchamento neste momento seria o Spike [Lee]. Mas aparentemente não. Eu segui a história de Woody, li a sua autobiografia e, francamente, acho mais credível que o discurso de Farrow“, escreveu no Facebook o roteirista de clássicos como “Táxi Driver” (1976), “Touro Indomável” (1980) e diretor de “Gigolô Americano” (1980), “A Marca da Pantera” (1982), “Temporada de Caça” (1997) e “Fé Corrompida” (2017), entre outros. Spike Lee chegou a reclamar, durante uma entrevista no sábado (13/6) no programa “In the Morning”, da rádio WOR de Nova York, da campanha de cancelamento contra Woody Allen fomentada nas redes sociais. “Gostaria de dizer que Woody Allen é um grande, grande cineasta e esse tipo de cancelamento não é apenas com Woody. Eu acho que, quando olharmos para trás, veremos que, a menos que se mate alguém, não há como você apagar pessoas como se nunca tivessem existido”, ele disse. E ainda acrescentou: “Woody é um amigo meu, um colega fã dos Knicks, então eu sei o que ele está passando agora.” Não demorou muito para Lee começar a “passar” por isso também, com ataques nas redes sociais por ter “ousado” defender Woody Allen. Sua reação foi mudar de tom e se desculpar. “Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas. Eu não tolerarei e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual. Esse tratamento causa danos reais que não podem ser minimizados. Verdadeiramente, Spike Lee”, tuitou o cineasta na tarde do próprio sábado. Woody Allen sofre tentativa de “cancelamento” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo, por conta das acusações da ex-mulher, Mia Farrow, de que teria abusado sexualmente da sua filha, Dylan, quanto ela tinha sete anos de idade. Como consequência dessa campanha, ele precisou processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou sabotagem do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Nos últimos dois anos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Mas a verdade é que o caso responsável por essa revolta tardia chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, Mia Farrow, motivada por ódio de Woody Allen, porque o cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva dela, Soon-Yi Previn. Isso foi um escândalo e colocou a opinião pública contra ele. É o que, aparentemente, até hoje faz as pessoas duvidarem das investigações exaustivas da época e acreditarem em Dylan, que tinha sete anos quando o abuso supostamente aconteceu. Allen e Sun-Yi seguem casados até hoje. Os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor durante mais de meio século, jamais reclamaram ou denunciaram o comportamento de Allen por “assédio, agressão ou violência sexual”. This is dispiriting. If anyone could stand up to the PC lynch mob at this moment it would be Spike. But apparently not…. Publicado por Paul Schrader em Domingo, 14 de junho de 2020
Spike Lee se arrepende de defender Woody Allen e pede desculpas
A defesa que Spike Lee fez do “amigo” Woody Allen durou poucas horas. Após a repercussão de sua fala numa entrevista em rádio nova-iorquina, Lee foi ao Twitter dizer que estava “errado” em se posicionar ao lado de Allen contra a cultura do “cancelamento”. Na prática, Spike Lee se arrependeu de dizer o que, tudo indica, pensa de verdade. Durante uma entrevista no sábado (13/6) no programa “In the Morning”, da rádio WOR de Nova York, Lee reclamou da forma como Allen estava sendo tratado pela opinião pública. “Gostaria de dizer que Woody Allen é um grande, grande cineasta e esse tipo de cancelamento não é apenas com Woody. Eu acho que, quando olharmos para trás, veremos que, a menos que se mate alguém, não há como você apagar pessoas como se nunca tivessem existido”, ele disse. E ainda acrescentou: “Woody é um amigo meu, um colega fã dos Knicks, então eu sei o que ele está passando agora.” Não demorou muito para Lee começar a “passar” por isso também, com ataques nas redes sociais por ter “ousado” defender Woody Allen. Demorou menos ainda para mudar de tom e se desculpar. “Peço desculpas profundamente. Minhas palavras estavam erradas. Eu não tolerarei e não tolerarei assédio, agressão ou violência sexual. Esse tratamento causa danos reais que não podem ser minimizados. Verdadeiramente, Spike Lee”, tuitou o cineasta na tarde do próprio sábado. Woody Allen sofre tentativa de “cancelamento” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo, por conta das acusações da ex-mulher, Mia Farrow, de que teria abusado sexualmente da sua filha, Dylan, quanto ela tinha sete anos de idade. Ele teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Nos últimos dois anos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Mas a verdade é que o caso responsável por essa revolta tardia chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, Mia Farrow, motivada por ódio de Woody Allen, porque o cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva dela, Soon-Yi Previn. Isso foi um escândalo e colocou a opinião pública contra ele. É o que, aparentemente, até hoje faz as pessoas duvidarem das investigações exaustivas da época e acreditarem em Dylan, que tinha sete anos quando o abuso supostamente aconteceu. Allen e Sun-Yi seguem casados até hoje. Os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor durante mais de meio século, jamais reclamaram ou denunciaram o comportamento de Allen por “assédio, agressão ou violência sexual”. I Deeply Apologize. My Words Were WRONG. I Do Not And Will Not Tolerate Sexual Harassment, Assault Or Violence. Such Treatment Causes Real Damage That Can't Be Minimized.-Truly, Spike Lee. — Spike Lee (@SpikeLeeJoint) June 13, 2020
Spike Lee defende Woody Allen da cultura do cancelamento
O diretor Spike Lee defendeu o cineasta Woody Allen, a quem definiu como seu amigo, contra a cultura do cancelamento que tem sido popularizada nas redes sociais. Durante uma entrevista neste sábado (13/6) no programa “In the Morning”, da rádio WOR de Nova York, Lee reclamou da forma como Allen está sendo tratado pela opinião pública. “Gostaria de dizer que Woody Allen é um grande, grande cineasta e esse tipo de cancelamento não é apenas com Woody. Eu acho que, quando olharmos para trás, veremos que, a menos que se mate alguém, não há como você apagar pessoas como se nunca tivessem existido”, disse Lee. Ele ainda acrescentou: “Woody é um amigo meu, um colega fã dos Knicks, então eu sei o que ele está passando agora.” Apesar de ser perguntado mais sobre Allen, a conversa se voltou para o New York Knicks, o time de basquete da NBA de que Lee é fã de longa data. Woody Allen sofreu tentativa de “cancelamento” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo, por conta das acusações da ex-mulher, Mia Farrow, de que teria abusado sexualmente da sua filha, Dylan, quanto ela tinha sete anos de idade. Ele teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Nos últimos dois anos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Mas a verdade é que o caso responsável por essa revolta tardia chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, motivada por ódio de Woody Allen. O cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva de Mia, Soon-Yi Previn. Casados até hoje, os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor, jamais denunciaram o comportamento de Allen.











