Chay Suede vira Erasmo Carlos no trailer de Minha Fama de Mau
A Downtown divulgou as fotos, o pôster e o trailer de “Minha Fama de Mau”, cinebiografia do cantor Erasmo Carlos. A prévia é toda narrada em primeira pessoa e centrada no estouro da Jovem Guarda, com destaque para a parceria com Roberto Carlos e Wanderléa no programa da TV Record que levou o nome do movimento musical nos anos 1960. Erasmo é vivido por Chay Suede (“Segundo Sol”), que não se parece nada fisicamente com o cantor, enquanto Gabriel Leone (“Onde Nascem os Fortes”) vive Roberto e Malu Rodrigues (“O Outro Lado do Paraíso”) interpreta a Ternurinha. São atores de novelas da Globo. A direção é do veterano Lui Farias, que chega ao seu quarto filme como diretor numa carreira de mais de 30 anos. O elenco inclui sua esposa, a cantora Paula Toller, como Candinha, a colunista que virou música do Roberto – “Mexerico da Candinha” – , além de Bianca Comparato (“3%”) como Nara Leão, Bruno de Luca (“Os Parças”) como Carlos Imperial e outros. A estreia está marcada para 14 de fevereiro.
Paraíso Perdido é experiência catártica poucas vezes vista no cinema brasileiro
Os musicais começaram a bombar nos Estados Unidos durante o período da chamada Grande Depressão, na virada dos anos 1920 para 1930, aproveitando o advento do cinema sonoro. Ir ver um musical tinha, portanto, um simbolismo imenso: a necessidade de encontrar em uma espécie de oásis em meio a turbulência do mundo lá fora. É isso que José, o personagem de Erasmo Carlos, proprietário da boate Paraíso Perdido, oferece aos que adentram o novo filme de Monique Gardenberg: esqueçam todos os seus problemas, esqueçam sua vida lá fora, bem-vindos ao “Paraíso Perdido”. Mais ou menos isso. E, de fato, o que se experimenta ao longo da duração do filme é realmente quase duas horas de trégua da dura vida. Não só isso. Por ser um musical, “Paraíso Perdido” não tem a preocupação de buscar fidelidade no campo do naturalismo das atuações e nem de fazer sentido em sua complicada trama familiar. As cores da fotografia, o gosto pelo brega e o respeito imenso ao amor (homo ou hetero) facilitam uma identificação com o cinema de Pedro Almodóvar, mas as canções, a maioria delas classificadas por muitos como bregas, são muito brasileiras, o que confere raízes absolutamente nacionais à trama. Como não gostar de um filme que já começa com uma bela interpretação de “Impossível Acreditar que Perdi Você”, de Márcio Greyck? E a música tem até mais espaço do que a fala ao longo da narrativa. As canções, além de muito queridas por todos os personagens, são fundamentais para que a experiência de se assistir ao filme seja arrebatadora, com vários momentos de arrepiar, em especial para quem não tem preconceito com canções mais populares e carregadas de emoções. Assim, há espaço para canções de Reginaldo Rossi, Odair José, Waldick Soriano, Belchior, Zé Ramalho fazendo cover de Bob Dylan, Gilliard, Roberto e Erasmo e até o jovem Johnny Hooker. As melhores interpretações são as de Julio Andrade. Talvez o melhor ator de sua geração, Andrade dá um show também na hora de subir no palco. O que dizer quando ele sobe para canar “Não Creio em Mais Nada”, clássico do rei da depressão Paulo Sérgio? É demais o que a obra faz sentir, talvez chorar, e se deliciar. E principal: o respeito com todo esse material explorado na tela é lindo. Além de Andrade, há também interpretações belas de Seu Jorge (quem diria que um cantor seria passado para trás por um ator), por Jaloo, por Marjorie Estiano e pelo próprio Erasmo Carlos. Sua presença ali é mais do que simbólica. Parceiro do Rei e influência direta na formação da maioria dos cantores românticos da década de 1970, o Tremendão não precisa se esforçar para cantar bem. Basta estar lá e cantar uma das faixas. Ele é o patriarca de uma família um pouco problemática e que comanda aquele espaço paradisíaco noturno. Somos apresentados à família por meio do personagem do policial Odair (Lee Taylor), que é convidado para ser o guarda-costas do neto homossexual, que se apresenta travestido nos shows. Odair aceita, encantado com aquele lugar. Não demora para descobrirmos que há uma estreita ligação entre ele e aquela família. Transbordando amor por todos os lados, “Paraíso Perdido” tem suas quase duas horas de música, intrigas amorosas e traumas do passado plenamente abraçados pela audiência, em uma experiência catártica poucas vezes vista no cinema brasileiro, ao menos no que se refere ao uso da música. Além de resgatar a música sentimental do passado, o trabalho mais belo da diretora de “Ó Paí, Ó” tem uma elegância no uso dos movimentos de câmera, dos campos e contracampos tão bem usados nas cenas de apresentações na boate (destaque para a cena em que uma personagem informa estar grávida usando libras) e uma direção de arte e uma fotografia em tons quentes. Um dos melhores acontecimentos deste estranho e sombrio ano.
Roberto Farias (1932 – 2018)
O diretor Roberto Farias, um dos nomes mais importantes do cinema nacional, morreu na madrugada desta segunda-feira (14/5), aos 86 anos. A casa da morte não foi divulgada, mas ele faleceu em casa, após relatos de saúde fragilizada. Irmão do ator Reginaldo Faria, com quem trabalhou em seus principais filmes, Roberto iniciou a carreira na época das chanchadas, como assistente de direção de Watson Macedo (“Aviso aos Navegantes”), na Atlântida. Entre seus primeiros filmes como diretor estavam comédias da época, como “Rico Ri à Toa” (1957), estrelada por Zé Trindade, e “Um Candango na Belacap” (1961), com a dupla Ankito e Grande Otelo. Mas os destaques de sua carreira foram obras dramáticas, incluindo um clássico da filmografia nacional, “Assalto ao Trem Pagador” (1962), thriller que viabilizou o gênero policial no Brasil. O próprio Farias tinha feito uma incursão anterior ao gênero, “Cidade Ameaçada” (1960), sobre um perigoso criminoso de São Paulo, vivido por Jardel Filho, que chegou a participar da disputa da Palma de Ouro do Festival de Cannes. Mas “Assalto ao Trem Pagador” foi o longa que acabou com a romantização do “bandido do bem” no Brasil, um inspiração dos filmes dos foras-da-lei de Hollywood. “Assalto ao Trem Pagador” também marcou época ao deixar os cenários dos estúdios e invadir as ruas e favelas, dando mais realismo às cenas de ação. Por isso, é considerado o grande precursor dos filmes de crime no país, tendo influenciado de “Cidade de Deus” a “Tropa de Elite”. Farias ainda foi responsável pela invenção do cinema pop nacional, ao levar Roberto Carlos e a Jovem Guarda para as telas. O diretor assinou a trilogia “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” (1969), “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa” (1970) e “Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora” (1971), inspirados nos filmes dos Beatles – “Os Reis do Iê-Iê-Iê” e “Help” – e também incluiu participações de Erasmo Carlos e Wanderléa. Para completar, antecipou-se à abertura política com o primeiro filme de denúncia da prática de tortura da ditadura militar e o uso político da Copa do Mundo de 1970 para alienar os brasileiros, no impactante drama “Pra Frente, Brasil” (1982). Além de vencer o Festival de Gramado, o filme foi premiado em Berlim. Mas ele não foi só um grande diretor. Sua importância para a cultura brasileira também inclui o período em que presidiu a Embrafilme, entre 1974 e 1978, estimulando a produção daquela que é considerada a fase áurea do cinema nacional. Ele conseguiu convencer a ditadura que investir na produção de filmes brasileiros era uma forma de fortalecer a identidade nacional diante da influência americana, que dominava a cultura da época. E o resultado foi a liberação de uma verba jamais vista para a produção de filmes no país, elevando a participação dos filmes nacionais a 33% do total do parque exibidor, culminando no surgimento dos primeiros blockbusters brasileiros – como “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Xica da Silva” (1976) e “A Dama da Lotação” (1978). Isto, claro, não o transformou num aliado da “direita”, como demonstrou o tapa na cara de “Pra Frente, Brasil”. Ele também assumiu a produção de um punhado de clássicos, cujos temas polêmicos não chegariam às telas sem seu empenho pessoal, entre eles “Azyllo Muito Louco” (1970), de Nelson Pereira dos Santos, “Toda Nudez Será Castigada” (1973), de Arnaldo Jabor, “A Rainha Diaba” (1974), de Antonio Carlos da Fontoura, e “Mar de Rosas” (1978), de Ana Carolina. Entretanto, “Pra Frente, Brasil” custou caro a Farias. Embora premiado, foi considerado “capaz de provocar incitamento contra o regime vigente, a ordem pública, as autoridades e seus agentes” e acabou vetado para exibição pública. Além disso, o fato de ter sido produzido com dinheiro público causou a demissão do sucessor de Farias na Embrafilme. Além disso, os militares exigiram o ressarcimento da verba da produção. Além de enfrentar dificuldades para realizar seu lançamento comercial, o diretor perdeu apoio da Embrafilme para novos projetos. Endividou-se e sua carreira sofreu, ainda que o filme tenha finalmente vindo à público um ano depois, após as eleições em que os candidatos do governo foram derrotados. Apaixonado por Fórmula 1, Farias ainda fez um documentário sobre Emerson Fittipaldi, “O Fabuloso Fittipaldi” (1973), e um vídeo sobre Ayrton Senna, “Acelere Ayrton” (1986). Mas só comandou mais um longa de ficção em toda a vida, “Os Trapalhões no Auto da Compadecida” (1987). Os anos seguintes foram dedicados à TV, principalmente à séries da TV Globo, como “As Noivas de Copacabana” (1982), “Contos de Verão” (1993), “Memorial de Maria Moura” (1994), “Decadência” (1995), “Sob Nova Direção” (2004-2007) e “Faça Sua História” (2008), seu último trabalho como diretor, realizado há uma década. Mas ele não se afastou completamente do cinema, tendo fundado a Academia Brasileira de Cinema (ABC), entidade que dirigiu nos últimos 11 anos, com a proposta de lançar um equivalente nacional à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar. A ABC criou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que anualmente premia os melhores do cinema nacional. E em 2018 assumiu a função de selecionar o candidato brasileiro a uma vaga no Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Seu Jorge, Jaloo e Júlio Andrade cantam clássicos bregas em duas cenas do filme Paraíso Perdido
A Vitrine Filmes divulgou duas cenas do drama musical “Paraíso Perdido”, que mostra duas interpretações no palco da boate brega cenográfica que batiza a produção. Num dos vídeos, Seu Jorge e Jaloo cantam “Tortura de Amor”, clássico romântico de Waldick Soriano, que chegou a ser censurado pela ditadura devido à palavra tortura no título. Mas é Júlio Andrade, que não é cantor profissional, quem se sai melhor, com uma versão roqueira de “Não Creio em Mais Nada” de Paulo Sérgio, artista muito comparado a Roberto Carlos, que faleceu precocemente, aos 36 anos, em 1980. O filme traz no elenco um representante desta época, o cantor Erasmo Carlos ao cinema, mais de 40 anos após os filmes da Jovem Guarda e 34 desde seu último trabalho como ator. Ele interpreta o pai de um clã musical e dono da boite Paraíso Perdido. Dirigido por Monique Gardenberg (“Ó Paí, Ó”), o filme gira em torno desse templo da música brega. A prévia não localiza a época da trama, mas o visual é bastante influenciado pela década de 1970, em especial as perucas, como a de Seu Jorge. A trama apresenta este universo pelo olhar do policial à paisana Odair (Lee Taylor), após ele salvar a drag queen Imã (Jaloo) de um ataque homofóbico, achando que se tratava de uma mulher. Diante da violência, ele é contratado como segurança de Imã, que é a principal estrela do local, além de neta de José, o personagem de Erasmo. Os demais integrantes da família são os filhos Angelo (Júlio Andrade), Eva (Hermila Guedes), que está presa depois de matar o homem que a espancou enquanto estava grávida de Imã, o filho adotivo Teylor (Seu Jorge) e a neta Celeste (Julia Konrad). O elenco conta ainda com Malu Galli, Marjorie Estiano, Humberto Carrão, Felipe Abib, Paula Burlamaqui e eterna musa da pornochanchada Nicole Puzzi. Só faltou mesmo Wander Wildner, o punk brega, que há anos reabilita o mesmo tipo de repertório do filme com pegada roqueira. O longa estreia no dia 31 de maio.
Paraíso Perdido: Filme que marca a volta de Erasmo Carlos ao cinema ganha imagens e trailer
A Vitrine Filmes divulgou o pôster, cinco fotos e o primeiro trailer de “Paraíso Perdido”, que marca a volta do cantor Erasmo Carlos ao cinema, mais de 40 anos após os filmes da Jovem Guarda e 34 desde seu último trabalho como ator. Ele interpreta o pai de um clã musical e dono da boite que dá título ao filme de Monique Gardenberg (“Ó Paí, Ó”). O filme gira em torno da boite Paraíso Perdido, um templo da música brega. A prévia não localiza a época da trama, mas o visual é bastante influenciado pela década de 1970, em especial as perucas, como a de Seu Jorge, outro cantor-ator do elenco. A trama apresenta este universo pelo olhar do policial à paisana Odair (Lee Taylor), após ele salvar a drag queen Imã (Jaloo) de um ataque homofóbico, achando que se tratava de uma mulher. Diante da violência, ele é contratado como segurança de Imã, que é a principal estrela do local, além de neta de José, o personagem de Erasmo. Os demais integrantes da família são os filhos Angelo (Júlio Andrade), Eva (Hermila Guedes), que está presa depois de matar o homem que a espancou enquanto estava grávida de Imã, o filho adotivo Teylor (Seu Jorge) e a neta Celeste (Julia Konrad). O elenco conta ainda com Malu Galli, Marjorie Estiano, Humberto Carrão, Felipe Abib, Paula Burlamaqui e eterna musa da pornochanchada Nicole Puzzi. O longa estreia no dia 31 de maio.
Chay Suede é Erasmo Carlos na primeira foto da cinebiografia Minha Fama de Mau
A produção do filme “Minha Fama de Mau”, cinebiografia do cantor Erasmo Carlos, divulgou a primeira foto oficial do ator Chay Suede (novela “Babilônia”) caracterizado para o papel principal. Clique na imagem acima para ampliá-la em tela inteira. As últimas cenas do longa-metragem foram rodadas na semana passada, com direção de Lui Farias (“Com Licença, Eu Vou à Luta”). O filme contará a juventude do cantor e o início de sua carreira nos anos 1960. Chay Suede interpreta Erasmo jovem, no período em que ele conquistou a fama de Tremendão. A produção vai recriar os bastidores dos shows e dos programas de TV do período e acompanhar a amizade e parceria com Roberto Carlos (Gabriel Leone, da novela “Verdades Secretas”) e Wanderléa (Malu Rodrigues, de “Confissões de Adolescente”), no auge da Jovem Guarda. “Minha Fama de Mau” deve chegar aos cinemas no segundo semestre de 2016.




