Justin Theroux entra no suspense A Garota no Trem
O ator Justin Theroux (série “The Leftovers”) entrou no elenco da adaptação do best-seller “A Garota no Trem”, de Paula Hawkins. A informação é do site The Hollywood Reporter. Ele vai se juntar a Emily Blunt (“Sicario”), que vive o papel-título, Rebecca Ferguson (“Missão Impossível – Nação Secreta”), Haley Bennett (“O Protetor”), Edgar Ramirez (“Livrai-nos do Mal”), Allison Janney (série “Mom”) e Lisa Kudrow (série “The Comeback”) no elenco da produção. A trama acompanha Rachel (Blunt), uma mulher alcoólatra, deprimida e divorciada que tem como única distração usar sua viagem de trem diária para fantasiar histórias sobre as vidas dos outros passageiros. Sua atenção acaba se focando num casal em especial, para quem ela constrói uma narrativa de vida perfeita. Até que um dia ela testemunha algo chocante e se envolve numa história de mistério e suspense. A adaptação foi escrita por Erin Cressida Wilson (“Homens, Mulheres e Filhos”) e será dirigida por Tate Taylor (“História Cruzadas”). O lançamento está marcado para 7 de outubro de 2016 nos EUA.
Sicario provoca convicções morais com suspense e violência
Com “Sicario – Terra de Ninguém”, Denis Villeneuve deixa mais claras sua vocação temática e suas obessões. Assim como no anterior “Os Suspeitos” (2013), o novo filme é um conto moral elaborado com a intenção de adentrar o lado mais sombrio da alma humana. A trama acompanha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt, de “No Limite do Amanhã”), que, após descobrir corpos de vítimas de um cartel do tráfico, é convidada a integrar uma força-tarefa secreta. O que ocorre, porém, é que os homens que a convidam a deixam no escuro sobre suas reais intenções, sabendo que ela é uma agente que atua de acordo com as normais legais, não se deixando corromper ou adentrar o caminho de perdição, por assim dizer. Concebida como uma operação de combate, a missão da força-tarefa é atacar um chefe do tráfico mexicano. Mas seus integrantes são homens de funções obscuras, vividos pelos ótimos Josh Brolin (“Homens de Preto 3”) e Benicio Del Toro (“Guardiões da Galáxia”). Este último rouba o filme, tanto pela força de sua caracterização quanto pela importância de seu personagem, principalmente à medida que o filme se aproxima de sua conclusão. Com algumas cenas de violência impactante, “Sicario” até poderia ser mais pesado, caso a intenção de Villeneuve fosse apenas chocar a audiência – por exemplo, nas cenas de tortura. Mas a opção do diretor é mesmo pelo suspense, baseado na construção de uma atmosfera de tensão e auxiliado por um excelente desenho de som. Um dos pontos altos do filme acontece durante um engarrafamento em pleno México, quando o grupo de americanos, auxiliado pela polícia mexicana, percebe um grupo de criminosos nos carros ao lado. O que eles efetuam ali, em público, é impressionante. É a partir daí que o foco muda para Alejandro, personagem de Del Toro, que ganhará ainda mais força quando seu passado e o seu real interesse pela missão vier à tona. Mas até chegar onde precisa, o filme deixa os espectadores tão perdidos quanto a protagonista, alimentando uma situação desconfortável. Afinal, é possível confiar naqueles homens e em seus métodos? Até que a sensação de escuridão deixa de ser metáfora para assumir a forma de um túnel clandestino, sob a fronteira entre Estados Unidos e México. Claustrofóbica, a sequência sob a terra foi filmada pelo diretor de fotográfia Roger Deakins – de obras admiráveis como “Onde os Fracos Não tem Vez” (2007), “007 – Operação Skyfall” (2012) e o próprio “Os Suspeitos” – com câmeras termais e de visão noturna, que realçam a falta de iluminação. Trata-se, por sinal, de um momento-chave para a jornada da personagem de Emily Blunt. E é precisamente quando ocorre uma reviravolta no foco dos personagens, que acaba sendo muito bem-vinda. Algumas das melhores cenas serão guardadas para esse final. Cenas em que Villeneuve mais uma vez provoca o espectador a questionar suas convicções morais: até que ponto é possível aceitar violência em nome da justiça? O mesmo questionamento estava na base de “Os Suspeitos”. E, novamente, os resultados são danosos – sem falar nas implicações racistas de apresentar o México, caricaturalmente, como um lugar perigoso e que precisa ser “limpo”, nem que seja por pessoas dispostas a fazer o trabalho sujo.

