Documentário sobre ocupação do Cine Marrocos vence festival É Tudo Verdade
O filme “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil, foi o vencedor da competição de longas-metragens brasileiros do festival É Tudo Verdade, o mais importante do gênero documental no país. O anúncio foi feito no domingo (14/4), em São Paulo. O segundo longa do diretor de “Uma Noite em 67” aborda a ocupação do antigo cinema Marrocos, que já foi um dos mais luxuosos do centro de São Paulo, por um grupo de sem-tetos, refugiados e imigrantes. Ótimo jornalista que virou excelente cineasta, Calil convida os atuais moradores do local a reencenar trechos dos filmes que foram exibidos ali, décadas antes. O resultado conquistou notas máximas de várias publicações que cobriram o festival. Já a Abraccine preferiu “Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, que também ganhou menção honrosa do juri oficial. O documentário do veterano cineasta pernambucano retrata a rotina de uma cidadezinha no agreste conhecida por suas confecções de jeans. A competição internacional premiou “O Caso Hammarskjöld”, de Mads Brügger, que acompanha a reabertura das investigações sobre a morte do secretário-geral das Nações Unidas que sofreu um acidente de avião enquanto negociava um cessar-fogo na Zâmbia. O júri ainda concedeu prêmio especial a “Meu Amigo Fela”, do brasileiro Joel Zito Araújo, sobre o ídolo pop nigeriano Fela Kuti, e menção honrosa a “Hungria 2018”, de Eszter Hajdu, que cobre a ascensão da extrema direita ao poder na Hungria. Além destes, também foi premiado “Piazzolla: Anos do Tubarão”, de Daniel Rosenfeld, como Melhor Longa Latino-Americano, por seu retrato de Astor Piazzolla, um dos grandes mestres do tango. Por fim, os melhores curtas foram o brasileiro “Sem Título # 5: A Rotina Terá Seu Enquanto”, de Carlos Adriano, que combina imagens de uma viagem de trem a trechos de um filme de Yasujiro Ozu, e o chileno “Nove Cinco”, de Tomás Arcos, sobre o terremoto que sacudiu o Chile em 1960. Os vencedores do É Tudo Verdade, “Cine Marrocos” e “Sem Título # 5: A Rotina Terá Seu Enquanto” estão automaticamente qualificados para tentar uma vaga no Oscar nas categorias de Melhor Documentário e Melhor Documentário em Curta-metragem, respectivamente. Confira abaixo a lista completa dos filmes premiados. COMPETIÇÃO BRASILEIRA “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil (SP) – Melhor Filme “Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes (PE) – Prêmio da Crítica (Júri Abraccine), Menção Honrosa do Juri Oficial, Menção Honrosa do Júri ABD-SP (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas) “Soldados de Borracha”, de Wolney Oliveira (CE) – Prêmio ABD-SP de Melhor Longa “Sem Título #5: A Rotina Terá seu Enquanto”, de Carlos Adriano (SP) – Melhor Curta e Prêmio Mistika “A Primeira Foto”, de Tiago Pedro (CE) – Prêmio Aquisição Canal Brasil “Planeta Fábrica”, de Julia Zakia (SP) – Prêmio da Crítica (Júri Abraccine) e Menção Honrosa no Prêmio ABD-SP “Vento de Sal”, de Anna Azevedo (RJ) – Prêmio ABD-SP de Melhor Curta COMPETIÇÃO INTERNACIONAL “O Caso Hammarskjöld”, de Mads Brügger (Dinamarca/Noruega/Suécia) – Melhor Longa “Meu Amigo Fela”, de Joel Zito Araújo (Brasil) – Prêmio Especial do Júri “Hungria 2018: Bastidores da Democracia”, de Eszter Hajdú (Hungria) – Menção Honrosa “Nove Cinco”, de Tomás Arcos (Chile) – Melhor Curta “Lily”, de Adrienne Gruben (EUA) – Menção Honrosa COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA “Piazzolla: Os Anos do Tubarão”, de Daniel Rosenfeld (Argentina) – Melhor Longa “Maricarmen”, de Sérgio Morkin (México) – Menção Honrosa
Festival É Tudo Verdade passa a qualificar seus vencedores para o Oscar de Melhor Documentário
Principal festival de documentários do Brasil, o É Tudo Verdade agora vai classificar para o Oscar da categoria. Ele foi selecionado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos como evento classificatório para o Oscar de documentário de longa-metragem. Criado pelo crítico Amir Labaki em 1996, o festival faz parte da lista inaugural de 28 eventos convidados pela primeira vez pela Academia para qualificar a disputa do Oscar. Além do É Tudo Verdade, também serão considerados classificados a disputar o prêmio os vencedores do IDFA (Amsterdã), Hot Docs (Canadá), Leipzig (Alemanha) e Yamagata (Japão), além dos filmes premiados como Melhor Documentário de festivais como Cannes (França) e Berlim (Alemanha). Os vencedores do É Tudo Verdade deste ano já serão inscritos no Oscar. Foram eles “O Distante Latido dos Cães”, do dinamarquês Simon Lereng Wilmont, na disputa internacional, e “Auto de Resistência”, de Natasha Neri e Lula Carvalho, na competição nacional. Este filme, por sinal, entrou em cartaz nos cinemas na quinta-feira (28/6). É dele a foto acima. É Tudo Verdade também qualifica, desde 2015, os vencedores da competição brasileira e internacional de curtas-metragens para concorrer ao Oscar de Melhor Curta de Documental. Os vitoriosos neste ano foram “Ressonâncias”, do libanês Nicolas Khoury, e “Nome de Batismo – Alice”, de Tila Chitunda. As inscrições para a próxima edição do É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, a 24ª do evento, serão abertas em setembro.
Filme sobre violência policial no Rio vence o festival É Tudo Verdade 2018
O festival É Tudo Verdade anunciou os vencedores de sua 23ª edição, premiando o comentado “Auto de Resistência”, de Natasha Neri e Lula Carvalho, como Melhor Documentário Brasileiro. Um dos mais impactantes da mostra de documentários, “Auto de Resistência” conta com a presença de Marielle Franco, vereadora carioca recém-assassinada, em registro da comissão da Assembléia Legislativa carioca que investigou a violência policial do Rio. O filme foi gestado após uma visita da diretora Natasha Neri a uma delegacia de polícia em 2008, quando atuava como pesquisadora no Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Ela conta que, na ocasião, percebeu duas pilhas de inquéritos: uma relativa a homicídios e outra classificada como autos de resistência, em que policiais matavam supostos criminosos. “Não tratavam os autos como homicídio”, disse a diretora, em entrevista ao jornal O Globo. Com seu marido Lula Carvalho, diretor de fotografia de “Tropa de Elite”, ela resolveu transformar seu acesso aos números da crise da segurança pública em filme. “Tivemos, só em janeiro deste ano, 154 homicídios em consequência da ação da polícia. Isso dá uma média de cinco por dia. Não é algo que a gente possa naturalizar”, afirma. O filme registra vários casos de abusos, como a chacina de Costa Barros, em 2015, quando cinco jovens foram confundidos com ladrões de carga e receberam 111 tiros da polícia, e o episódio em que um morador do Morro da Providência gravou um grupo de policiais colocando uma arma na mão de um suspeito assassinado. Além disso, também acompanha os familiares das vítimas dos tais autos de resistência, e não perde tempo com análises, fazendo “cinema direto” e urgente sobre seu tema. Já o vencedor da competição internacional foi “O Distante Latido dos Cães”, do dinamarquês Simon Lereng Wilmont, que acompanha a vida de um menino de 10 anos na fronteira da guerra da Ucrânia. O longa já tinha vencido o Festival de Documentários de Amsterdã e o Festival de San Francisco, também realizado em abril. Como ainda não teve estreia comercial, é uma forte aposta para o Oscar 2019. Por falar em Oscar, desde 2015 os vencedores da competição de curtas do É Tudo Verdade estão automaticamente qualificados para exame pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood visando uma vaga na categoria de Oscar de Melhor Curta Documental. Os vencedores desta ano foram “Nome de Batismo – Alice”, de Tila Chitunda, e “Ressonâncias”, de Nicolas Khoury, respectivamente melhor curta brasileiro e internacional. Para completar, um filme de diretora brasileira foi premiado na competição internacional. “Naila e o Levante”, de Julia Bacha, que relembra a Primeira Intifada, na Palestina, venceu o Prêmio Especial do Júri. Confira abaixo a lista completa dos vencedores, inclusive dos prêmios paralelos do evento. Vencedores do Festival É Tudo Verdade 2018 COMPETIÇÃO INTERNACIONAL “O Distante Latido dos Cães”, de Simon Lereng Wilmont – Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem (Júri Oficial) “Ressonâncias”, de Nicolas Khoury – Melhor Documentário de Curta-Metragem (Júri Oficial) “Naila e o Levante”, de Julia Bacha – Prêmio Especial do Júri para Documentário de Longa ou Média-Metragem (Júri Oficial) COMPETIÇÃO BRASILEIRA “Auto de Resistência”, de Natasha Neri e Lula Carvalho – Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem (Júri Oficial) “Nome de Batismo – Alice”, de Tila Chitunda – Melhor Documentário de Curta-Metragem (Júri Oficial) COMPETIÇÃO LATINO-AMERICANA “Roubar Rodin”, de Cristóbal Valenzuela – Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem (Júri Oficial) “A Flor da Vida”, de Claudia Abend e Adriana Loeff – Prêmio Especial do Júri para Documentário de Longa ou Média- Metragem (Júri Oficial) PREMIAÇÕES PARALELAS PRÊMIO ABD-SP (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas) “Elegia de um Crime”, de Cristiano Burlan – Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem da Competição Brasileira “Alice”, de Tila Chitunda – Melhor Documentário de Curta-Metragem da Competição Brasileira Nome de Batismo PRÊMIO ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi – Melhor Documentário de Longa ou Média-Metragem da Competição Brasileira “Inconfissões”, de Ana Galizia – Melhor Documentário de Curta-Metragem da Competição Brasileira PRÊMIO CANAL BRASIL DE CURTAS “Mini Miss”, de Rachel Daisy Ellis – Melhor Documentário de Curta-Metragem da Competição Brasileira PRÊMIO EDT. (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual) “Inconfissões”, de Ana Galizia – Melhor Montagem de Curta-Metragem da Competição Brasileira “Elegia de um Crime”, de Cristiano Burlan – Melhor Montagem de Longa-Metragem da Competição Brasileira PRÊMIO MISTIKA “Nome de Batismo – Alice”, de Tila Chitunda – Melhor Documentário de Curta-Metragem da Competição Brasileira
Première do filme de Dilma repete fenômeno de culto do filme de Edir Macedo
O documentário “O Processo”, sobre o Impeachment de Dilma Rousseff, teve uma primeira exibição nacional concorridíssima no domingo (15/4), dentro da programação do Festival É Tudo Verdade, com ingressos esgotados. Guardadas as devidas proporções, as sessões lotadas de fiéis lembraram as projeções para grupos evangélicos do filme “Nada a Perder”, cinebiografia de Edir Macedo. A ficção da Igreja Universal contém mensagem gravada do bispo aos seguidores, para que orem com ele, e sua projeção tem sido acompanhada por rezas e manifestações espontâneas de louvor ao que se passa na tela. O mesmo aconteceu com o documentário, com mensagem da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, lida antes da exibição, e palavras de ordem gritadas pelo público a cada momento. Em vez de “Segura na Mão de Deus”, “Volta, Dilma” e “Lula Livre”. Após as sessões em São Paulo, “O Processo” será exibido na programação carioca do É Tudo Verdade, e chega aos circuito comercial em 17 de maio.
Teaser do documentário do Impeachment de Dilma Rousseff assume narrativa petista
Em 1987, a Folha de S. Paulo levou às TVs um comercial em que exaltava as realizações de um político anônimo, responsável por salvar a economia e restaurar o país à glória. Ao final, o vídeo revelava tratar-se de Adolf Hitler e o texto que encerrava a peça dizia: “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”. O primeiro teaser de “O Processo”, documentário sobre o Impeachment de Dilma Rousseff, vai nesse linha, sem a menor sutileza, escolhendo a dedo discursos de políticos da extrema direita – com direito a citação ao golpe militar de 1964 – para embasar uma montagem narrativa alinhada à versão petista da História. Qual seja, que houve um golpe político no país contra um projeto democrático, e não um acerto de contas entre facções de uma quadrilha que convivia perfeitamente bem, até a polícia federal iniciar a Operação Lava-Jato. Não por acaso, políticos petistas foram simpáticos à ideia de transformar em filme sua batalha contra a deposição da presidente eleita, oferecendo acesso sem precedentes à cineasta Maria Augusta Ramos, que registrou 450 horas de material no Senado, inclusive sessões da Comissão do Impeachment e a reuniões privadas entre os senadores que atuavam como defesa da presidente, como Lindbergh Farias e Gleisi Hoffman, também investigados pela Justiça. A prévia não mostra uma vírgula sobre corrupção – o Impeachment “técnico” se deu sobre a maior fraude fiscal já realizada por um presidente brasileiro. Apenas estereotipa a luta entre esquerda e direita, nós contra eles, enfatizada pela cena de abertura, em que manifestantes adversários são contidos e separados por grades diante dos jardins do Congresso nacional. É uma tomada simbólica que sintetiza conhecidos discursos maniqueístas. Já exibido no Festival de Berlim, “O Processo” terá sua première nacional neste domingo (15/4) no festival É Tudo Verdade, em São Paulo, e tem estreia comercial marcada para o dia 15 de maio. O interessante é até o nome do evento em que acontecerá a première lembra a velha propaganda da agência W/Brasil, vencedora do Leão de Ouro no Festival de Cannes.
Festival É Tudo Verdade traz documentários contundentes em sua programação
Principal festival de documentários do Brasil – e da América Latina – , o É Tudo Verdade começa sua 23ª edição nesta quarta (11/4) no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e na quinta na Cinemateca do MAM, no Rio. Dois documentários biográficos abrem as sessões: “Adoniran — Meu Nome É João Rubinato”, sobre o músico Adoniran Barbosa, dá a largada na versão paulistana do festival, e “Carvana”, sobre o ator e cineasta Hugo Carvana, inaugura a porção carioca. Mas são outras produções que devem dar mais o que falar no evento. Um dos mais impactantes da mostra, “Auto de Resistência”, de Natasha Neri e Lula Carvalho, conta com a presença de Marielle Franco, vereadora carioca recém-assassinada, em registro da comissão da Assembléia Legislativa carioca que investigou a violência policial do Rio. O filme foi gestado após uma visita de Neri a uma delegacia de polícia em 2008, quando atuava como pesquisadora no Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ. Ela conta que, na ocasião, percebeu duas pilhas de inquéritos: uma relativa a homicídios e outra classificada como autos de resistência, em que policiais matavam supostos criminosos. “Não tratavam os autos como homicídio”, disse a diretora, em entrevista ao jornal O Globo. Com seu marido Lula Carvalho, diretor de fotografia de “Tropa de Elite”, ela resolveu transformar seu acesso aos números da crise da segurança pública em filme. “Tivemos, só em janeiro deste ano, 154 homicídios em consequência da ação da polícia. Isso dá uma média de cinco por dia. Não é algo que a gente possa naturalizar”, afirma. O filme registra vários casos de abusos, como a chacina de Costa Barros, em 2015, quando cinco jovens foram confundidos com ladrões de carga e receberam 111 tiros da polícia, e o episódio em que um morador do Morro da Providência gravou um grupo de policiais colocando uma arma na mão de um suspeito assassinado. Além disso, também acompanha os familiares das vítimas dos tais autos de resistência, e não perde tempo com análises, fazendo “cinema direto” e urgente sobre seu tema. Além deste documentário, também são bastante aguardados “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, registro do impeachment de Dilma Rousseff, “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi, sobre as comunidades indígenas ameaçadas pelo avanço evangélico, e “Elegia de um Crime”, no qual o cineasta Cristiano Burlan investiga o assassinato da mãe. Os dois primeiros foram exibidos no Festival de Berlim deste ano. Entre os destaques internacionais da seleção, ainda há dois filmes de diretores brasileiros: “Naila e o Levante”, de Julia Bacha, que relembra a Primeira Intifada, na Palestina, e “Zaatari: Memórias do Labirinto”, de Paschoal Samora, um registro do maior campo de refugiados sírios, na Jordânia. Já a homenagem do ano será para a documentarista americana Pamela Yates, cuja obra se debruça sobre a temática dos direitos humanos e a América Latina. A programação inclui ao todo 51 longas e curtas. Ou seja, um quarto dos títulos do ano passado. Em compensação, aumentou a presença de longas dirigidos por brasileiros, de 11 em 2017 para 14 neste ano. A diferença na quantidade de filmes estrangeiros foi a principal consequência da perda de apoio de Petrobras e BNDES, parceiros tradicionais do evento. Segundo o diretor do festival Amir Labaki, a decisão de última hora – informada em fevereiro – teve impacto na organização. Apesar disso, parte do rombo deixado pela ausência do patrocínio do governo federal foi coberto pela entrada de outro parceiro, o Sesc.
Festival É Tudo Verdade perde patrocínio do governo federal
Principal festival de documentários do Brasil – e da América Latina – , o É Tudo Verdade perdeu o patrocínio das estatais Petrobras e BNDES para a edição deste ano. Isto criou um rombo para cobrir as despesas do evento, orçado em R$ 3 milhões. A revelação foi feita pelos organizadores da mostra ao apresentar a programação de sua 23ª edição, na manhã desta terça-feira (20/3), em São Paulo. A Petrobras patrocinava o evento desde 2004, enquanto o banco o apoiava desde 2010. Ambos informaram que os processos seletivos de patrocínio deste ano foram prejudicados pela Lei das Estatais, com restrição de orçamento causada por ano eleitoral. A saída de Petrobras e do BNDES “em cima da hora” foi criticada por Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, um dos parceiros históricos do É Tudo Verdade. Parte do rombo deixado pela ausência do patrocínio do governo federal foi coberto pela entrada de outro parceiro, o Sesc. Fundador e criador do festival, o crítico de cinema Amir Labaki disse que arrecadou até agora 2/3 do que esperava. Apesar da safra forte e do grande número de inscritos — são 1.600 títulos, entre eles 120 nacionais — foi necessário reduzir o número de filmes da competição, em função da queda na arrecadação. Por outro lado, a mostra terá recorde de cineastas brasileiros, com 13 títulos concorrendo nas categorias de longa e média-metragem. Além disso, a competição latino-americana vai acontecer pelo terceiro ano consecutivo. O festival tem abertura marcada para 11 de abril, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e no dia seguinte na Cinemateca do MAM, no Rio. Dois documentários biográficos serão exibidos nessas ocasiões: “Adoniran — Meu Nome É João Rubinato”, sobre o músico Adoniran Barbosa, abre a versão paulistana do festival, e “Carvana”, sobre o ator e cineasta Hugo Carvana, inaugura a porção carioca. A homenagem do ano será para a documentarista americana Pamela Yates, cuja obra se debruça sobre a temática dos direitos humanos e a América Latina. Entre os destaques da programação estão os filmes exibidos no recente Festival de Berlim, “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi.
Documentário de Lúcia Veríssimo sobre Os Cariocas vence o festival In-Edit Brasil
O documentário “Eu, Meu Pai e Os Cariocas”, estreia na direção da atriz Lúcia Veríssimo, venceu o prêmio do júri no festival In-Edit Brasil, dedicado a documentários musicais. O longa-metragem conta a história do grupo Os Cariocas, conhecido pelos arranjos vocais refinados, que marcaram desde a era do rádio até a bossa nova. Lúcia Veríssimo é filha de um de seus integrantes originais, o maestro Severino Filho (1928-2016). “Eu, Meu Pai e Os Cariocas” também tinha sido exibido como filme de abertura do festival É Tudo Verdade. Agora, ele entrará no circuito In-Edit de festivais pelo mundo e será apresentado no In-Edit Barcelona. A menção honrosa foi para o documentário “Serguei, O Último Psicodélico”, de Ching Lee e Zahy Tata Pur’gte, sobre o cantor e “maluco beleza” Serguei. O prêmio do público será conhecido na cerimônia de premiação deste sábado. O júri do In-Edit deste ano foi composto pela atriz e diretora Helena Ignez, a jornalista, apresentadora e curadora de música Roberta Martinelli, o cineasta, jornalista e curador Duda Leite e o jornalista Marcelo Costa, editor do Scream & Yell, que também escreve na Pipoca Moderna.
Documentário sobre Cidades Fantasmas vence o festival É Tudo Verdade
O festival de documentários É Tudo Verdade consagrou “Cidades Fantasmas”, o polonês “Comunhão” e o chileno “Los Ninos” em sua premiação de 2017. As três produções venceram, respectivamente, nas categorias de Melhor Documentário Brasileiro, Documentário Internacional e Documentário Latino. Com direção de Tyrell Spencer, “Cidades Fantasmas” aborda a história de quatro cidades latino-americanas que foram prósperas e hoje estão abandonadas e consumidas pelo tempo. Catástrofes naturais, motivações econômicas, embates políticos e guerras, são algumas das condições que levaram esses lugares ao total despovoamento. O filme vai ganhar o formato de série no Canal Brasil, incluindo outras cidades em condições semelhantes. Já os dois longas estrangeiros premiados abordam doenças. “Comunhão”, de Anna Zamecka, retrata a difícil rotina de uma família polonesa com um filho autista e um pai alcoólatra, e “Los Ninos”, de Maite Alberdi, sobre adultos com a síndrome de Down. Entre os curtas, “Boca de Fogo”, de Luciano Pérez Fernández, e “O Cuidador”, de Joost Van Der Wiel, ganharam, respectivamente, como melhor curta nacional e internacional. Os dois estão automaticamente qualificados para exame pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, visando uma vaga na disputa do Oscar 2018 de Melhor Curta de Documentário. O júri internacional foi formado pelo cineasta Alexandre O. Philippe, a cineasta francesa Anne Georget e a produtora chilena Jennifer Walton. O júri brasileiro contou com a produtora Daniela Capelato, o diretor de fotografia Jacques Cheuiche e o cineasta Joel Zito Araújo
Festival É Tudo Verdade apresenta documentários inéditos no Rio e em São Paulo
A organização do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade começou sua 22ª edição, com a exibição do filme “Eu, Meu pai e Os Cariocas”, da atriz Lúcia Veríssimo, no Rio, e com “Cidade de Fantasmas”, de Matthew Heineman, em São Paulo. O festival termina no dia 30 nas duas cidades. Destaque nacional na abertura, “Eu, Meu pai e Os Cariocas” aborda a história do grupo musical Os Cariocas, que ficou conhecido pelos arranjos vocais refinados, que marcaram desde a era do rádio até a bossa nova. Lúcia Veríssimo é filha de um de seus integrantes originais, o maestro Severino Filho (1928-2016). E “Cidade de Fantasmas” acompanha o trabalho de um grupo de jornalistas que se arrisca diariamente para registrar as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico na Síria. A programação prevê a exibição de 82 títulos de 30 países, dos quais 16 são estreias mundiais. As mostras competitivas trazem uma boa seleção de filmes aguardados. Sete filmes nacionais concorrem na Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens. Outras nove obras, seis inéditas, compõem a Competição Brasileira de Curtas-Metragens. As mostras competitivas internacionais só apresentam documentários inéditos; serão 12 na categoria longas e médias-metragens e 9 dentre os longas-metragens. A edição deste ano também terá homenagens aos cineastas Alexandre O. Philippe, Andrea Tonacci, Bill Morrison, Jean Rouch e João Moreira Salles. Após passar por Rio e São Paulo, a 22ª edição do Festival É Tudo Verdade chegará ainda a outras duas capitais: Porto Alegre, de 3 a 7 de maio; e Brasília, de 4 a 7 de maio. Todas as sessões são gratuitas. Confira a programação completa no site oficial do evento.
Fundador do festival É Tudo Verdade vai voltar a dirigir um filme
Amir Labaki, fundador do festival É Tudo Verdade, vai voltar a dirigir um filme. Ele prepara “1961”, documentário sobre o tema de seu primeiro livro, escrito 30 anos: “1961 — A Crise da Renúncia e a Solução Parlamentarista”. O foco é a renúncia de Jânio Quadros, a crise política que se seguiu, a campanha da legalidade no Rio Grande do Sul, em favor da posse do vice-presidente João Goulart, e a tentativa de golpe militar, então derrotado. “Parto da minha pesquisa original, então pioneira. Mas importantes materiais audiovisuais afloraram nestas três décadas”, disse Labaki, ao jornal O Globo. Labaki, que é originalmente jornalista, dirigiu apenas um filme em sua carreira: “27 Scenes About Jorgen Leth” (2008), sobre o documentarista dinamarquês Jorgen Leth.
Filme de Lúcia Veríssimo sobre Os Cariocas e documentário da guerra na Síria abrem o festival É Tudo Verdade 2017
A organização do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade anunciou os filmes de abertura de sua 22ª, que acontecerá, como nos últimos anos, simultaneamente no Rio e em São Paulo. O filme “Eu, Meu pai e Os Cariocas”, da atriz Lúcia Veríssimo, vai abrir a edição carioca do É Tudo Verdade no dia 19 de abril. Em São Paulo, a abertura será no dia 20, com “Cidade de Fantasmas”, de Matthew Heineman. O festival termina no dia 30 nas duas cidades. “Eu, Meu pai e Os Cariocas” aborda a história do grupo musical Os Cariocas, que ficou conhecido pelos arranjos vocais refinados, que marcaram desde a era do rádio até a bossa nova. Lúcia Veríssimo é filha de um de seus integrantes originais, o maestro Severino Filho (1928-2016). E “Cidade de Fantasmas” acompanha o trabalho de um grupo de jornalistas que se arrisca diariamente para registrar as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico na Síria. A edição deste ano também terá homenagens aos cineastas Alexandre O. Philippe, Andrea Tonacci, Bill Morrison, Jean Rouch e João Moreira Salles. A programação prevê a exibição de 82 títulos de 30 países, dos quais 16 são estreias mundiais. Além disso, o festival terá uma novidade: uma nova competição para longas latino-americanos.








