Ron Ely, ator que interpretou Tarzan, morre aos 86 anos
Intérprete do Rei das Selvas faleceu em setembro, mas a morte só foi revelada nesta quarta por sua filha
Michael Anderson (1920 – 2018)
Morreu o cineasta britânico Michael Anderson, diretor de clássicos como “1984” (1956), “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1957), “As Sandálias do Pescador” (1968) e “Fuga do Século 23” (1976). Ele faleceu no sábado (27/4) em Vancouver, no Canadá, aos 98 anos. Anderson teve uma longa carreira cinematográfica, que durou exatos 50 anos de atividade. Dentre seus trabalhos, estão alguns filmes que o fizeram ser considerado um dos melhores diretores de sequências de guerra de sua época. Seu grande clássico do gênero, “Labaredas do Inferno” (1955), entrou na lista dos principais filmes britânicos do século 20, organizada pelo British Film Institute, mas também é celebrado pelas novas gerações sem que tenham consciência, já que serviu de inspiração assumida para o combate aéreo do final de “Guerra nas Estrelas” (1977). Por coincidência, ele também era saudado como mestre da sci-fi. O diretor foi pioneiro do gênero das distopias, ao realizar “1984” (1956), a primeira adaptação cinematográfica da obra-prima de George Orwell – livro que sintetiza o subgênero distópico e deu origem à expressões como duplipensar, novilíngua e Big Brother. Ele também filmou o herói pulp “Doc Savage: O Homem de Bronze” (1975), uma das inspirações originais dos quadrinhos de Superman (“o homem de aço”). E deu vida a “Fuga no Século 23” (1976), mais conhecido pelo título original “Logan’s Run”. Baseado no livro escrito por William F. Noland e George Clayton em 1967, “Fuga no Século 23” se passava num futuro distópico e seu protagonista chamado Logan (Michael York, no filme) era um caçador de foragidos de uma rígida lei populacional, que não permitia a ninguém viver mais que 30 anos. Entretanto, quando está prestes a completar 30 anos, ele também decide escapar. A produção se tornou cult, rendeu até uma série de TV e há mais de uma década Hollywood anuncia planos de remake. Sua filmografia de fôlego inclui ainda bons suspenses, comédias, dramas e até dois filmes sobre papas – o famoso “As Sandálias do Pescador” (1968) e o efêmero “Joana, a Mulher que Foi Papa” (1972). Mas a obra que definiu sua carreira foi uma aventura épica, “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1957), adaptação do clássico de Jules Verne com três horas de duração. Além da narrativa ambiciosa, a produção virou uma aula de logística, estabelecendo recordes para utilizações de câmeras, cenários, figurinos, participações especiais e locações. O filme trazia David Niven no papel de Phileas Fogg, acompanhado pelo lendário comediante mexicano Catinflas como seu ajudante Passepartout. Graças a uma aposta para estabelecer um recorde da era vitoriana, os dois embarcavam numa viagem ao redor do planeta a bordo de um balão movido a gás. E, pelo meio do caminho, encontravam um verdadeiro quem é quem da indústria do entretenimento da época, incluindo Frank Sinatra, Shirley MacLaine, John Gielgud, Noel Coward, Charles Boyer, Marlene Dietrich, Buster Keaton e Red Skelton, entre outros, no maior número de estrelas famosas reunidas num filme até então. “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (1957) foi indicado a oito Oscars, incluindo Melhor Direção para Anderson. O cineasta não conquistou o troféu, mas seu trabalho resultou no Oscar de Melhor Filme, derrotando nada menos que “Assim Caminha a Humanidade” e “Os Dez Mandamentos”. Ele também dirigiu minisséries para a televisão, incluindo as aclamadas “Planeta Vermelho” (The Martian Chronicles, 1980), baseada na obra sci-fi de Ray Bradbury, “A Hora da Vingança” (Sword of Gideon, 1986), que é basicamente a história que Steven Spielberg filmou em “Munique” (2005) e “A Jovem Catarina” (Young Catherine, 1991), sobre a juventude da imperatriz Catarina, a Grande. Casado três vezes, Anderson passou seus anos finais no Canadá com a esposa, a atriz canadense Adrianne Ellis (“Torvelinho de Paixões”), e era incentivador da carreira de atriz da enteada, Laurie Holden, intérprete de Andrea em “The Walking Dead”.
Dwayne Johnson vai estrelar filme do herói Doc Savage
O ator Dwayne Johnson revelou que vai viver o herói Doc Savage no cinema. Ele usou seu Instagram para mostrar uma foto de seu encontro com a equipe criativa da produção, que será escrita e dirigida por Shane Black (“Homem de Ferro 3”), e ainda fez comentários sobre o personagem. “Depois de conversar por horas com Shane Black, eu pude entender porque o criador de Superman pegou apenas as melhores coisas de Doc Savage e deixou de lado o lado ‘esquisitão’. Mas, para nós, é esse lado ‘esquisitão’ que faz Clark ‘Doc’ Savage ótimo! Mal posso esperar para mergulhar nesse personagem único!”, ele escreveu. A citação ao Superman é uma referência ao fato de Doc Savage, o Homem de Bronze, ser uma das inspirações dos criadores do Homem-Aço. O personagem foi criado por Henry W. Ralston e John L. Nanovic para as revistas pulp americanas em 1933. A história de sua origem conta que Clark Savage Jr. foi criado pelo pai cientista (antes de se falar em manipulação genética) para que virasse um homem perfeito. Doc Savage acabou se tornando um cirurgião, cientista, físico, inventor e aventureiro. Entre suas habilidades estão força sobre-humana, resistência à dor e ao cansaço, grande técnica em artes marciais, vasto conhecimento científico e memória fotográfica. Além de suas habilidades, em suas aventuras ele ainda conta com a ajuda de uma equipe de especialistas altamente treinados, chamada Cinco Fabulosos. Assim como O Sombra, que foi inspiração do Batman, Doc Savage também acabou adaptado para os quadrinhos nos anos 1940 e ganhou diversas versões ao longo das décadas seguintes, sendo publicado tanto pela Marvel quanto pela DC Comics. Shane Black planeja filmar o herói há vários anos, mas seus planos para o longa foram colocados de lado quando a Marvel o procurou para dirigir “Homem de Ferro 3” (2013). Em 2010, quando assumiu o projeto, Black adiantou que a trama ia se passar nos anos 1930, como na história original, e contaria a origem de Doc e sua equipe Cinco Fabulosos. O personagem já foi adaptado para os cinemas em 1975, num filme estrelado por Ron Ely (o “Tarzan” da famosa série de TV dos anos 1970), que foi um retumbante fracasso de bilheterias.


