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    Do que Vem Antes é verdadeiro milagre no circuito comercial

    17 de março de 2016 /

    Se o circuito mostrou coragem para exibir “Norte, O Fim da História” (2013), com sua força e duração de quatro horas, o que dizer de “Do que Vem Antes” (2014), novo trabalho do genial cineasta filipino Lav Diaz, que dura gloriosas cinco horas e meia. Difícil ignorar esse aspecto dos trabalhos do diretor, pela dificuldade de encaixar seus filmes na programação habitual de um cinema. Não é à toa que eles acabam restritos a poucas praças do país. O que é uma pena, pois isso faz com que muitos interessados deixem de ter a experiência extraordinária de assistir seus longas na tela grande. E eles só podem ser definidos assim mesmo: extraordinários. De forma diferente do diálogo com o cinema ocidental ensaiado em “Norte, O Fim da História”, o novo trabalho, vencedor do Festival de Locarno e da Mostra de São Paulo, é ainda mais desafiador, já que está bastante conectado com a história política das Filipinas. A trama se passa no início da década de 1970, quando o ditador Ferdinand Marcos estava no poder – seu governo durou de 1965 a 1986 – , e mostra o país sofrendo com o terror, refletido no que acontece com os moradores de um pequeno vilarejo litorâneo. É lá que uma mulher faz oferendas a uma deusa do mar, acreditando que ela possa lhe ajudar com a filha com deficiência mental. Mas, como o país é pobre, as oferendas são roubadas por outros personagens. Além do mais, o padre não gosta nada desse tipo de crença alternativa, muito menos do que é mostrado no início do filme, uma espécie de ritual pagão. Como Diaz opta pelos tempos longos, a história vai sendo construída aos poucos, mas há sim uma narrativa relativamente clássica por trás desse formato, realizado com mais respiro – embora essa “respiro” passe longe de ser encarado como alívio para o espectador, já que tudo é muito sofrido na vida dos personagens. Há uma cena excepcionalmente impactante, que é o choro dolorido de uma mãe diante da morte de uma criança. Seu realismo chega a provocar catarse, assim como o caso do homem que é acusado de matar as vacas do patrão, e por isso acaba por perder o seu emprego. Depois de mais de três horas de projeção, finalmente entra em cena o exército e a imposição da Lei Marcial, que torna aquele ambiente ainda mais hostil, até chegar ao ponto em que o vilarejo se torna uma cidade fantasma. Trata-se de um aspecto fantástico do filme que, até por ter uma fotografia em preto e branco, parece imprimir sempre a ilusão de um registro documental, ainda que vez ou outra entre no território do melodrama. Nesse filme sobre crenças, mentiras, maldade, mistério, abuso sexual e crueldade, o mais celebrado cineasta filipino da atualidade mostra o quanto seus trabalhos possuem uma força descomunal, a ponto de suas mais de cinco horas parecerem pouco, tamanha imersão que causam. Ver “Do que Vem Antes” nos cinemas é uma oportunidade tão rara, que os responsáveis por sua distribuição (a Supo Mungam Films) merecem ser santificados. Afinal, já realizam milagres comprovados, com a chegada da obra aos cinemas.

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    Estreias da semana: Cinemas recebem zumbis, médiums e Deuses do Egito

    25 de fevereiro de 2016 /

    A programação dos shoppings desta semana é para rir. Muitas comédias – e premissas que viram cômicas sem querer – entram simultaneamente em cartaz. O que não significa que sejam lançamentos engraçados. Nenhum é. O maior lançamento pertence à “Deuses do Egito”, que vai testar nos cinemas a tese de que é possível ignorar o elefante na sala. No caso, em 829 salas. O filme é uma aventura escapista, cheia de efeitos visuais, escrita por Matt Sazama e Burk Sharpless, os autores de “Drácula: A História Nunca Contada” (2014) e “O Último Caçador de Bruxas” (2015), e como estes se revela uma história genérica de filme B tratada como superprodução. Não bastasse a unidimensionalidade da trama estilo videogame, a escalação de atores loiros para viver egípcios – de deuses a escravos – transforma o longa num caso exemplar da incapacidade de Hollywood para lidar com a diversidade em pleno século 21. Por coincidência, a estreia acontece no fim de semana do Oscar mais racialmente engajado de todos os tempos. Uma controvérsia diferente espreita o público de “Como Ser Solteira”, comédia escrachada que entende machismo como conquista feminina. Na trama, Dakota Johnson (“Cinquenta Tons de Cinza”) recebe dicas da desbocada Rebel Wilson (“A Escolha Perfeita”) sobre como ser sensual e fazer os homens pagarem suas bebidas. O conceito é “Sex and the City” – baseado num livro de Liz Tuccillo, ex-roteirista da série da HBO – , mas com uma moral da história similar ao arrependimento que acompanha as ressacas. Em exibição em 187 salas. Outro besteirol americano, “Orgulho e Preconceito e Zumbis” faz paródia do romance clássico de Jane Austen, transformando a heroína romântica Elizabeth Bennet (interpretada pela “Cinderela” Lily James) numa espadachim lutadora de artes marciais, que prefere enfrentar zumbis a seguir a etiqueta social. Provou-se um grande fiasco comercial nos EUA, como a outra adaptação pós-engraçadinha do mesmo escritor, “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” (2012). Entra em 92 salas. Estreia em Hollywood do diretor brasileiro Afonso Poyart, o thriller “Presságios de um Crime” junta o FBI e um médium na caça de um serial killer com poderes psíquicos. Se a premissa não empolga é porque já foi filmada antes, em “Instinto Fatal” (1990). No elenco, estão alguns atores que costumavam ter prestígio, como Anthony Hopkins (“Thor”) e Colin Farrell (série “True Detective”), mas mesmo assim deve ser lançado direto em DVD nos EUA. Por aqui, chega em 103 salas. Os shoppings ainda recebem a comédia brasileira “Amor em Sampa”, terceira produção realizada em família por Bruna Lombardi, seu marido e seu filho. Além de os três estrelarem o longa, também compartilharam sua criação. A atriz escreveu a trama, que teve a direção dividida entre Carlos Alberto e Kim Riccelli. Seguindo a fórmula das comédias românticas de histórias paralelas, o filme acompanha cinco narrativas que se entrelaçam em cenários paulistas, rumo ao lugar-comum. O mote é uma campanha publicitária sobre uma São Paulo idealizada, em que os motoristas de táxi não estão em pé de guerra e até cantam. isto mesmo: é um musical. Estreia em 80 salas. Por coincidência, o drama brasileiro “Ela Volta na Quinta” também é estrelado pela família do diretor André Novais Oliveira, mas o resultado é bem diferente, discutindo, na linha clássica de “Era uma Vez em Tóquio” (1953), a impessoalidade nas relações familiares. Premiado na Semana dos Realizadores de 2014, o filme tem exibição restrita a nove salas. O circuito limitado traz outros dois filmes premiados de 2014. O húngaro “White God”, que estranhamente manteve o título internacional, venceu a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, apresentando um violenta revolução canina nas ruas de uma metrópole, enquanto o filipino “Do que Vem Antes”, vencedor do Festival de Locarno e da Mostra de São Paulo, é uma maratona em preto e branco de Lav Diaz, com mais de 5 horas passadas no campo, durante a instalação da ditadura no país, via Lei Marcial, em 1972. O primeiro será exibido em três salas, em São Paulo e Recife, e o segundo apenas em duas, em São Paulo e Rio de Janeiro. Para completar, numa iniciativa louvável, o espaço Itaú vai exibir gratuitamente o documentário “A Paixão de JL”, de Carlos Nader, vencedor do festival É Tudo Verdade, em seis cidades em que possui salas. O Itaú patrocinou a obra, criada a partir dos diários gravados em fitas cassete pelo artista plástico José Leonilson, registrando seus últimos anos de vida, antes de morrer vítima da Aids em 1993. Tão impactante quanto belo, é um presente para os cinéfilos. Veja outras sessões gratuitas da semana aqui. Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado

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