Lara Parker, estrela de “Dark Shadows”, morre aos 84 anos
A atriz Lara Parker, conhecida por seu papel como a bruxa vingativa Angelique Bouchard na novela “Dark Shadows”, morreu na última quinta-feira (12/10) em sua casa em Topanga Canyon, Los Angeles, enquanto dormia, aos 84 anos. Seu nome real era Mary Lamar Rickey. Ela nasceu em 27 de outubro de 1938, em Knoxville, Tennessee, filha de um advogado e uma ativista, e estudou na universidade Vassar — onde dividiu o quarto com Jane Fonda — e obteve um mestrado pela Universidade de Iowa. Casada, ela deixou o marido e dois filhos em Wisconsin para ver se conseguia encontrar trabalho como atriz em Nova York. Poucos dias após chegar em Nova York em 1967, fez uma audição para o criador de “Dark Shadows”, Dan Curtis, para o papel de Angelique, em um arco de história que detalharia a origem do vampiro atormentado da novela, introduzido no segundo ano da produção. O fenômeno “Dark Shadows” Primeira novela de terror, “Dark Shadows” foi um fenômeno de audiência nos anos 1960 por sua narrativa envolvente, que misturava elementos góticos, romances tumultuados e seres sobrenaturais. Foi nesta trama que Lara Parker deu vida à Angelique Bouchard, uma bruxa que amaldiçoou Barnabas Collins, interpretado por Jonathan Frid, à vida eterna como vampiro após ser rejeitada por ele. Sua vingança datava de 1795, quando o rico herdeiro Barnabas Collins seduziu e abandonou uma serva sem perceber que ela era uma bruxa, que, enfurecida, amaldiçoou-o e deu início a uma batalha de séculos. A partir do segundo ano da produção, a narrativa entre Angelique e Barnabas tornou-se um dos pontos centrais da novela, com uma relação de amor e ódio que perdurou por toda a trama. Parker mencionou em 2016 que interpretou Angelique como uma figura mais trágica, que estava “desesperadamente, desesperadamente apaixonada”. “E seu coração foi quebrado. Isso é muito mais simpático do que apenas ser uma velha bruxa malvada”, explicou. Exibida de 1966 a 1971, a novela durou mais de 1,2 mil episódios e consagrou Lara Parker como um ícone do terror. “Percebemos que era popular”, disse ela. “Por todo lugar que íamos [o elenco era] reconhecido. Havia uma grande multidão do lado de fora do estúdio [em Manhattan] quando terminávamos [de gravar]. Eu me lembro de um dia estar no metrô no fim do horário escolar e ver 200 ou 300 crianças esperando para pegar o trem. Eles me viram e começaram a gritar, correndo para a outra extremidade da plataforma! Eles ficaram aterrorizados porque eu era muito má.” A carreira após a novela Após o fim de “Dark Shadows”, ela fez participações em várias séries dos anos 1970 e 1980, além de se lançar no cinema. Entre os destaques televisivos, ela voltou a viver uma bruxa em “Kolchak, os Demônios da Noite” (em 1975) e interpretou a esposa de David Banner (Bill Bixby) em uma sequência de flashback do primeiro capítulo de “O Incrível Hulk” (de 1977). Na tela grande, destacou-se como uma prostituta cujo cliente sofre um ataque cardíaco em “Sonhos do Passado” (1973) de John G. Avildsen, estrelado por Jack Lemmon em uma atuação premiada com o Oscar, foi uma comissária de bordo em “Aeroporto 75” (1974) e também interpretou a esposa de Peter Fonda no filme de terror satânico “Corrida com Diabo” (1975). Ela se afastou da atuação em 1990, passando a trabalhar como professora. Além disso, obteve um novo mestrado em escrita criativa e escreveu quatro romances de “Dark Shadows”: “Angelique’s Descent”, publicado pela primeira vez em 1998, seguido por “The Salem Branch” (2006), “Wolf Moon Rising” (2013) e “Heiress of Collinwood” (2016). A volta a “Dark Shadows” Em 2012, ela voltou às telas para uma participação especial em “Sombras da Noite” (Dark Shadows), filme de Tim Burton inspirado pela novela, em que sua personagem foi vivida por Eva Green. A produção também marcou seu reencontro com Jonathan Fried e outros integrantes do elenco original. Ela seguiu atuando em filmes como “Doctor Mabuse” (2013) e sua sequência em 2014. Mais recentemente, estava ativa na continuação em áudio da franquia “Dark Shadows”, gravando podcasts como Angelique.
Mitchell Ryan (1934–2022)
O ator Mitchell Ryan, que estrelou “Dark Shadows”, “Máquina Mortífera” e “Dharma & Greg”, morreu na sexta-feira (4/3) de insuficiência cardíaca congestiva em sua casa em Los Angeles. Ele tinha 88 anos. Ryan estreou nas telas em 1958, no filme noir “A Lei da Montanha”, estrelado por Robert Mitchum, e participou de vários episódios de séries antes de ser contratado para a famosa novela gótica “Dark Shadows” em 1966, no papel de Burke Devlin, um ex-presidiário que retornava a Collinsport em busca de vingança. Nos anos 1970, estrelou vários filmes de ação, incluindo “Um Homem Dificil de Matar” (1970) com Lee Marvin, “Caçada Sádica” (1971) com Gene Hackman, “Cavalgando com a Morte” (1972) com James Coburn, “A Polícia da Estrada” (1973) com Robert Blake, “Os Amigos de Eddie Coyle” (1973) com Robert Mitchum e dois clássicos de Clint Eastwood: “O Estranho sem Nome” (1973) e “Magnum 44” (1973). Marcado por papéis de policial – especialmente o que odiava hippies em “A Polícia da Estrada” – ele evoluiu para vilões assumidos nos anos seguintes, como o líder de uma seita em “Halloween 6: A Última Vingança” (1995) e o general traficante que explodia em seu carro no primeiro “Máquina Mortífera” (1987). O ator também fez quase uma centena de participações em séries, chegando a estrelar algumas produções de curta duração, vivendo, entre outros, o papel-título da série policial “Chase” (1973-74), o presidente de uma corporação no drama “Executive Suite” (1976–77) e um obstetra na atração médica “Having Babies” (1978–79). Mas só foi encontrar sucesso televisivo num gênero que pouco explorou na carreira: a comédia. Ele apareceu em todos os 119 episódios de “Dharma & Greg” como Edward Montgomery, o pai de Greg (Thomas Gibson) e sogro de Dharma (Jenna Elfman), que aprende a tolerar o fato de seu filho advogado ter se casado com uma instrutora de ioga de espírito livre. Com cinco temporadas exibidas de 1997 a 2002, a série foi o último êxito de sua carreira.
Geoffrey Scott (1942 – 2021)
O ator Geoffrey Scott, que estrelou a série “Dinastia” (Dynasty) nos anos 1980, morreu em decorrência do mal de Parkinson em 23 de fevereiro, um dia após seu aniversário de 79 anos. Scott nasceu em Los Angeles em 22 de fevereiro de 1942, filho de um empresário da empresa aérea Lockheed. Ele e seu irmão Don, que se tornou advogado da Universal, foram criados em San Fernando Valley, na mesma rua em que moravam John Wayne e Clark Gable, e muitas vezes eles pulavam na piscina de Gable sem serem convidados. Contratado pelo lendário agente de talentos Dick Clayton, que também representou nomes como Jane Fonda, James Dean e Burt Reynolds, ele se tornou ator e chamou atenção pela primeira vez na novela “Sombras Tenebrosas” (Dark Shadows), em 1970. Seu próximo papel de destaque só veio na minissérie “The Secret Empire” (1979), como um militar americano que liderava uma luta contra alienígenas no século 19. Depois, em 1981, substituiu Tom Selleck na série “Concrete Cowboys”, adaptação de um telefilme homônimo. A entrada em “Dinastia” aconteceu no início da 3ª temporada, em 1982, como o tenista profissional Mark Jennings, o primeiro marido de Krystle Carrington (Linda Evans). Seu personagem é levado a Denver pela conivente Alexis Colby (Joan Collins) depois que ela descobre que o divórcio de Krystle, realizado anos antes, não era legal. Após dois anos e 45 episódios, seu personagem acabava empurrado de um terraço para a morte, com Alexis emergindo como a principal suspeita. Ao sair de “Dinastia”, Scott foi reaparecer no mesmo ano (1984) como um zagueiro de futebol americano na 1ª temporada da série esportiva “1st & Ten”, da HBO, mas não continuou com a atração quando ela foi renovada. Ele ainda fez várias aparições em programas televisivos, participou do filme “A Manhã Seguinte” (1986), de Syndey Lumet, e descobriu que podia fazer uma fortuna como ator de comerciais, estrelando quase 100 produções publicitárias. Entre seus papéis mais conhecidos nesse segmento, incluem-se o homem de Marlboro, na famosa propaganda de cigarros, e até um marinheiro no primeiro anúncio do desodorante Old Spice. Sua última aparição nas telas foi em 2003, como o presidente dos EUA no filme “Hulk”, dirigido por Ang Lee. O ator decidiu se aposentar após 45 anos de carreira e se mudou para o Colorado com sua família para praticar esqui, sua grande paixão. Ele viveu na área de Boulder nos últimos 10 anos.
Malcolm Marmorstein (1929 – 2020)
O roteirista Malcolm Marmorstein, que escreveu dois dos maiores sucessos da Disney nos anos 1970, “Meu Amigo, o Dragão” (1977) e “Perigo na Montanha Enfeitiçada” (1978), além de ser apontado como provável criador do vampiro Barnabas Collins na novela gótica “Sombras Tenebrosas” (Dark Shadows), morreu no sábado (21/11) em Los Angeles, vítima de câncer aos 92 anos. Nascido em Nova Jersey, Marmorstein começou sua carreira como assistente de palco na Broadway, trabalhando em produções icônicas como “Um Bonde Chamado Desejo” com Marlon Brando. Ele virou roteirista em 1963 e logo se tornou o redator principal da novela “The Doctors”, passada em Nova York, chamando a atenção do criador de “Dark Shadows”, Dan Curtis, que o convidou a trabalhar naquela produção. Durante o primeiro ano, a novela era um fracasso melodramático, que seguia o estilo do romance gótico “Jane Eyre”, mas aos poucos Curtis e sua pequena equipe de escritores começaram a adicionar elementos sobrenaturais – primeiro, um fantasma e depois uma mulher estranha, que se revelou uma fênix renascida das cinzas. Mas foi a introdução do vampiro Barnabas Collins, na primavera de 1967, que transformou o drama diurno em um fenômeno da cultura. Interpretado pelo ator Jonathan Frid, o trágico e relutante vampiro atraiu a atenção do público e transformou “Dark Shadows” em um sucesso que transcendeu a TV americana, estendendo-se em quadrinhos, continuações no cinema, reboot televisivo e até um remake estrelado por Johnny Depp em 2012 (“Sombras da Noite”). Há muita controvérsia sobre quem realmente criou Barnabas Collins, já que a equipe de roteiristas era grande, mas Marmorstein é geralmente considerado o principal pai do personagem. O fato é que Marmorstein e Curtis logo se desentenderam, e o escritor, sua esposa e quatro filhos decidiram se mudar para Los Angeles, onde ele rapidamente encontrou trabalho escrevendo para a popular novela noturna de 1968 “A Caldeira do Diabo” (Peyton Place). Em 1974, ele assinou seu primeiro filme, co-escrevendo a comédia “Espiões”, estrelada por Elliott Gould e Donald Sutherland, em uma tentativa mal-sucedida de recapturar o sucesso anterior da dupla em “MASH”. Marmorstein e Gould voltaram a se juntar, novamente sem sucesso, em outra comédia, “Um Assalto Muito Louco”, de 1975 . O sucesso veio quando ele retornou à fantasia, criando a história de “Meu Amigo, o Dragão”, um híbrido musical de animação e atores reais da Disney, estrelado pela cantora Helen Reddy. O filme marcou época e, no ano seguinte, a Disney voltou a contar com ele para escrever “Perigo na Montanha Enfeitiçada”, sequência da aventura “A Montanha Enfeitiçada” (1975), que juntou Bette Davis e Christopher Lee como protagonistas adultos. A continuação não foi tão bem-sucedida, o que fez Marmorstein voltar à TV, onde assinou uma adaptação de “Frankenstein” em 1986 e alguns episódios da série infantil “ABC Weekend Specials”, só voltando aos cinemas em 1990, numa terceira tentativa de fazer sucesso ao lado do velho amigo Gould. Mas a comédia “Ghost: Homens Mortos não Morrem” teve desempenho pior que as anteriores. Em seu último roteiro, ele revisitou o tema do vampiro relutante de “Dark Shadows”, desta vez como comédia, em “Meu Namorado é um Vampiro”, estrelada pelo roqueiro Adam Ant em 1993. Apesar desse interesse por vampiros, Marmorstein não ficou impressionado com a versão de Johnny Depp de Barnabas Collins. “Fiquei chocado ao ver, no início do filme, Barnabas matando sete ou oito pessoas inocentes, que nem estavam tentando prejudicá-lo”, disse o escritor ao Yahoo News depois de ver “Sombras da Noite”, o remake de “Dark Shadows” dirigido por Tim Burton. “Barnabas nunca faria isso. E eu não vi motivo algum para o filme ser ambientado em 1972. Por nada, eu teria dito a eles para não fazerem isso.”
Ben Cross (1947 – 2020)
O ator Ben Cross, que ficou conhecido pelo papel do atleta olímpico Harold Abrahams no clássico “Carruagens de Fogo” (1981), morreu na manhã desta terça (18/8) em Vienna, onde residia, de uma doença não especificada aos 72 anos. Cross teve grandes sucessos no palco e nas telas. Sua estreia nos cinemas foi ao lado de Sean Connery e Michael Caine no filme “Uma Ponte Longe Demais”, de 1977, mesmo ano em que se tornou membro da Royal Shakespeare Company. Ele ficou famoso ao estrelar a primeira montagem do musical “Chicago” em Londres, em 1979, onde interpretou o protagonista Billy Flynn (vivido por Richard Gere nos cinemas). Por isso, também tentou carreira como cantor, lançando várias músicas. O sucesso de “Chicago” o levou ao papel de Harold Abrahams em “Carruagens de Fogo”, filme que contou a história de atletas britânicos nas Olimpíadas de 1924. Embora Cross acreditasse que a história não teria apelo além do Reino Unido, tornou-se um sucesso mundial e acabou vencendo o Oscar de Melhor Filme. “Um filme como esse muda a vida profissionalmente”, ele disse numa entrevista de 2012 . “De repente, você passa a receber convites para muitos trabalhos, o que é adorável. Mas, desde então, fiz 80 ou 90 projetos, nenhum dos quais teve tanto sucesso.” De fato, muitos de seus filmes seguintes foram abaixo da crítica, empregando-o geralmente como vilão. Num dos mais razoáveis, “Lancelot, o Primeiro Cavaleiro” (1995), enfrentou Richard Gere e Sean Connery, mas ele lutou até com Jean-Claude Van Damme em “A Irmandade” (2001). Também assumiu novas versões de papéis famosos, como no resgate da novela “Dark Shadows”, transformada em série de curta duração em 1991, na qual viveu o vampiro Barbanas Collins. Ele ainda foi Sarek, o pai de Spock, no reboot de “Star Trek”, de 2009. Entre seus últimos trabalhos estão papéis nas séries “Banshee” (2013–2016), “12 Macacos” (2015–2018) e “Pandora” (2019), além de ter interpretado o Príncipe Charles no telefilme “William & Kate: The Movie” (2011). Cross deixou algumas produções inéditas, incluindo o romance da Netflix “Last Letter to Your Lover”, com Shailene Woodley e Felicity Jones, e o terror sobrenatural “The Devil’s Light”, com Virginia Madsen.
John Karlen (1933 – 2020)
O ator John Karlen, vencedor do Emmy por seu trabalho na série clássica “Cagney & Lacey”, morreu na quarta-feira (22/1) de insuficiência cardíaca, aos 86 anos. Após servir na Guerra da Coréia, Karlen estudou Artes Dramáticas em Nova York e passou a intercalar participações em séries de TV, como “Cidade Nua” e “O Falcão”, enquanto fazia sua estreia na Broadway, dirigido pelo lendário Elia Kazan na montagem de 1960 de “Doce Pássaro da Juventude”. Vieram várias outras peças de prestígio, mas sua carreira televisiva acabou ganhando primazia em decorrência de seu primeiro papel fixo em 1967, como um dos protagonistas da novela gótica “Dark Shadows” – também conhecida como “Sombras da Noite” e “Sombras Tenebrosas”. Karlen foi uma contratação de emergência da rede ABC para substituir James Hall, que tinha sido demitido após cinco episódios da produção. Sem maior preparação, ele assumiu o papel de Willie Loomis, um forasteiro recém-chegado à cidade de Collinsport que, inadvertidamente, ao invadir o mausoléu da família Collins, torna-se responsável por libertar o vampiro Barnabas Collins (Jonathan Frid). Como recompensa, é atacado, tem seu sangue sugado e se torna o principal servo da criatura, que havia passado os últimos 200 anos em um caixão. Ele permaneceu na novela até sua conclusão em 1971, aparecendo em 179 episódios, e ainda viveu Loomis no longa de 1970, “Nas Sombras da Noite”, além de um novo papel no filme seguinte da franquia, “Maldição das Sombras” (1971). Sua filmografia se tornou ainda mais gótica por conta de sua presença num dos filmes de vampiros mais famosos da década, a produção franco-alemã “Escravas do Desejo” (1971), como parte de um casal que chama atenção de vampiras lésbicas. Essa associação com o terror lhe rendeu participações em telefilmes e séries fantásticas, como “Galeria do Terror”, “O Sexto Sentido”, a versão televisiva de 1973 de “O Retrato de Dorian Gray” e o cultuado “Trilogia de Terror” (1975). Mesmo assim, Karlen não acabou estigmatizado, atuando também em romances populares, como os filmes “Dinheiro do Céu” (1981) e “Adeus à Inocência” (1984). E o motivo de não ter ficado marcado como astro de terror foi seu segundo papel fixo televisivo. Em 1981, Karlen foi escalado como Harvey Lacey, o marido da detetive Mary Beth Lacey (Tyne Daly) na série “Cagney & Lacey”. A primeira atração policial feminista da TV americana acompanhava duas detetives em investigações criminais semanais. E enquanto Lacey resolvia crimes ao lado da parceira Christine Cagney (Sharon Gless), seu marido ficava em casa cuidando dos filhos. O papel de marido progressista rendeu três indicações seguidas ao Emmy para Karlen, que acabou conquistando o troféu de Melhor Ator Coadjuvante da TV americana em 1986. “Ainda estava procurando como pagar aluguel quando essa série apareceu”, contou Karlen em uma entrevista de 1987 ao Chicago Tribune. “O segredo de Harvey Lacey é que ele é querido. Harvey pode ter pouco espaço nas tramas, mas isso não me incomoda. Contanto que eu consiga minhas duas ou três cenas, estou feliz. E é um dinheiro excelente por pouco trabalho. Não é um desgaste. Acabo conseguindo dar sempre o meu melhor”. Após 124 capítulos e o fim da série em 1988, Karlen ainda voltou a viver Harvey em quatro telefilmes de “Cagney & Lacey”, até 1996. “Cagney & Lacey: True Convictions”, daquele ano, foi sua despedida da TV. Outros papéis de destaque de sua carreira incluem arcos em “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues), como um suspeito chamado – referencialmente – de Loomis, e em “Louco por Você” (Mad About You), na pele do pai da personagem de Helen Hunt.
Sombras da Noite pode virar série da rede The CW
A rede americana The CW está desenvolvendo uma nova série baseada na franquia “Dark Shadows”, que é mais lembrada pelas gerações mais novas por ter rendido o filme “Sombras da Noite”, estrelado por Johnny Depp em 2012. Embora muitos chamem a “Dark Shadows” original de série, a produção que inaugurou a franquia era uma novela, uma soap opera diária exibida no horário diurno, que foi ao ar de forma ininterrupta entre 1966 e 1971. Lançada numa época em que as novelas se resumiam aos clichês de melodrama romântico, “Dark Shadows” inovou ao introduzir elementos sobrenaturais em sua trama e assim se tornou a primeira (única?) soup opera a conquistar fama de cult nos Estados Unidos. A história inicial girava em torno de Victoria Winters (Alexandra Isles), uma jovem contratada para trabalhar como governanta para a família Collins numa antiga mansão, que logo começa a presenciar estranhos acontecimentos. O público ficou surpreso quando a trama começou a mostrar fantasmas, seis meses depois da estreia do programa. E ainda mais incrédulo quando o personagem Barnabas Collins (Jonathan Frid) surgiu no ano seguinte. O velho patriarca da família era simplesmente um vampiro. A novela também apresentou lobisomens, zumbis, bruxas, monstros, viagem no tempo e até um universo paralelo. Durou 1.225 episódios, exibidos ao longo de cinco anos. Também rendeu um filme em 1970 e ainda ganhou um primeiro remake no formato de série em 1991, além do filme de 2012 dirigido por Tim Burton, quadrinhos, livros e diversos produtos com os personagens. Por enquanto, a CW encomendou apenas a produção de um roteiro para o piloto da atração, que tem título de “Dark Shadows: Reincarnation”. Ao contrário do filme recente, a trama não vai se passar na época da série original, mas nos dias de hoje. O projeto pretende seguir a história clássica e mostrar os atuais membros da família Collins, numa roupagem moderna e contemporânea. A adaptação está a cargo do roteirista Mark B. Perry (de “Revenge” e “Ghost Whisperer”), que se define como fã assumido da novela dos anos 1960 e vai trabalhar, na produção, com duas filhas de Dan Curtis, o criador da franquia. Os executivos da CW precisam gostar do roteiro antes de encomendar o piloto (um episódio teste, que pode servir de capítulo inicial). Portanto, ainda não há garantida de produção da série.
Denise Nickerson (1957 – 2019)
A atriz Denise Nickerson, que na infância estrelou a primeira versão de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de 1971, morreu nesta quinta (11/7), aos 62 anos. Ela sofreu um derrame em 2018 e entrou em coma, e desde então vinha sendo mantida viva com a ajuda de aparelhos. O falecimento aconteceu logo após sua família decidir desligá-los. Por conta do estado frágil, sofria com convulsões e recentemente contraiu uma pneumonia que deixou a situação ainda mais delicada. A família está buscando doações por meio do site GoFundMe para o enterro e o pagamento das dívidas com o hospital. Ela estava sendo tratada por seu filho e nora. Denise fez seu papel mais famoso quando tinha 13 anos, mas estreou muito antes na televisão, com apenas 8 anos, num episódio da série infantil “Flipper” de 1965. Ela também atuou em mais de 70 capítulos da cultuada novela gótica “Dark Shadows”, entre 1968 e 1970, antes de fazer sua estreia no cinema como Violet Beauregarde, a garota competitiva, arrogante e mascadora de chicletes, que ganha o prêmio de uma visita à fábrica de chocolates de Willy Wonka (Gene Wilder), junto de outras crianças. Apesar da precocidade e do sucesso do filme, a carreira da atriz foi curta. Ela estrelou o programa humorístico “The Electric Company” entre 1972 e 1973, fez algumas aparições em séries da época, como “A Família Sol Lá Si Dó” (The Brady Bunch) e “Abertura Disneylândia”, e apenas mais dois filmes, a comédia “Sorria” (Smile, 1975), estrelada por Bruce Dern, e “Zero a Sessenta” (Zero to Sixty, 1978), com Joan Collins. Curiosamente, ambos também se tornaram cultuados. Depois disso, ela só voltou a aparecer num documentário dos 30 anos de “Dark Shadows”, lançado em 1996, e fez poucas aparições em programas televisivos como ela mesma. Ao se afastar de Hollywood, ela se tornou uma enfermeira. Sua última entrevista foi registrada em 2016, por ocasião da morte de Gene Wilder, intérprete de Willy Wonka no filme de 1971. “Eu me sinto uma senhora de muita sorte por ter participado de algo que trouxe sorrisos para tantos rostos”, ela disse na ocasião, refletindo sobre o legado de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”.






