Super-herói brasileiro O Doutrinador combate a corrupção em novas fotos e trailer repleto de ação
A Downtown Filmes divulgou pôsteres de personagens, fotos e o trailer completo do filme do super-herói brasileiro “O Doutrinador”. A prévia mostra a raiva do protagonista, ao ver a filha ferida sem atendimento num hospital. A partir daí ele se transforma, com máscara e uniforme pretos, buscando vingança contra os corruptos do país. Quem achou “O Mecanismo” caricato pode se preparar para outra avalanche de imagens extraídas dos noticiários e também dos cartuns recentes, como o politico corrupto que ri sozinho na frente de um copo de whisky, membros do judiciário que engavetam processos de corrupção e empresários que carregam malas de dinheiro. Vivido pelo ator Kiko Pissolato (“Os Dez Mandamentos”), o Doutrinador foi originalmente concebido em 2008 pelo quadrinista Luciano Costa, que deixou os quadrinhos na gaveta até 2013, quando resolveu publicar as primeiras páginas em seu Facebook. Três meses depois, explodiram as manifestações de protesto no país e o Doutrinador virou cult, ao encarnar, ainda que de forma extrema, a indignação com o panorama político e a revolta contra “tudo o que está aí”. A adaptação tem tudo para ser polêmica, já que o personagem divide opiniões. Há quem o considere fascista e outros que o enxerguem como manifestação da anarquia. Agente da polícia federal, Miguel virou justiceiro por não aguentar mais tanta impunidade. Revoltado com o sistema e com sede de vingança por uma tragédia pessoal, ele não mede esforços para eliminar políticos, donos de empreiteiras, dirigentes do futebol e até líderes religiosos, matando corruptos de todos os matizes. Luciano Costa assumiu ter se inspirado nos quadrinhos do Batman de Frank Miller. Mas o personagem está mais para o Zorro, o mascarado perseguido pela justiça por enfrentar os governantes corruptos do pueblo de Los Angeles. Com roteiro a cargo do ator Gabriel Wainer (visto na novela “Passione”), reescrito por mais cinco nomes, e direção de Gustavo Bonafé (do vindouro “Legalize Já!”, cinebiografia da banda Planet Hemp) e Fabio Mendonça (“A Noite da Virada”), o filme ainda inclui no elenco Eduardo Moscovis, Marília Gabriela, Helena Ranaldi, Tainá Medina, Carlos Betão, Samuel de Assis e Tuca Andrada, entre outros. A estreia está prevista para setembro, em plena campanha presidencial, e a história deve continuar numa série em 2019, que será exibida no canal pago Space.
Escândalo de corrupção da FIFA vai virar série brasileira
A Paris Entretenimento comprou os direitos de “O Delator”, biografia de J. Hawilla, para transformar numa série dramática. Dono da Traffic, que já foi uma das maiores agências de marketing esportivo do país, Hawilla se tornou mais conhecido no mundo inteiro como pivô do maior escândalo de corrupção do futebol mundial, o chamado FIFAgate, que provocou a prisão de vários dirigentes em 2015, incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, e o afastamento definitivo de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, do cenário futebolístico. Ao longo de dois anos, os autores Allan de Abreu e Carlos Petrocilo tiveram acesso a dezenas de entrevistas e milhares de páginas de documentos, investigando a fundo a vida do empresário. A série deve começar a ser rodada no segundo semestre de 2019, com possibilidade de se tornar um longa. A história promete grandes revelações sobre o esquema de corrupção que colocou em cheque a credibilidade de grandes instituições. “É em histórias como estas, com potencial para alcançar o grande público, que investimos. Mais do que visão comercial, histórias reais e impactantes merecem ser contadas. Desta forma, imprimimos nossa marca de qualidade aliada à criatividade e conseguimos reunir bons diretores e elenco” resume Márcio Fraccaroli, CEO da Paris Entretenimento. A produção irá relatar a trajetória de Hawilla, falecido no último dia 25 de maio. Sua ligação com o esporte começou nos anos 1960, quando era repórter em São José do Rio Preto, no interior paulista. Nos anos seguintes, foi ampliando sua participação no futebol até transformar a Traffic na agência detentora dos direitos comerciais e de transmissão de diversas competições. Ao ser preso pelo FBI em 2013, ele fechou um acordo com a justiça americana e delatou sócios, cartolas e agentes, além de entregar vários documentos às autoridades americanas que comprovaram esquemas envolvendo a Conmebol e CBF e tinham como alvos os direitos televisivos da Copa América, Copa Libertadores e Copa do Brasil. A trama vai descortinar todo o desenrolar do esquema de corrupção, que envolve não apenas grandes personalidades do esporte como também marcas internacionais milionárias. “A série vai revelar ao grande público detalhes de todo esquema e da delação, prometendo impactar os espectadores”, garante Fraccaroli.
Série O Mecanismo terá 2ª temporada
A Netflix anunciou a produção da 2ª temporada de “O Mecanismo”. Com uma mensagem no Twitter, a plataforma de streaming avisou que era “muito esquema para uma temporada só”, referindo-se à trama da atração, que investiga a corrupção instalada no governo federal, inspirada na investigação da operação Lava-Jato. Também foi divulgado um vídeo que mostra o delegado Marco Ruffo (Sleton Mello) encarando o quadro que montou para suas investigações, acompanhado pela frase “Quanto mais perto você chega, maior o esquema fica”. Segundo a Netflix, a nova temporada mostrará Ruffo e Verena Cardoni (Carol Abras) seguindo com as investigações para desvendar o monstruoso esquema de corrupção envolvendo políticos, agentes públicos e empreiteiros. Criada por José Padilha (“Tropa de Elite”, “Narcos”), “O Mecanismo” estreou em março deste ano. A série foi alvo de críticas por conta da forma como optou por retratar os fatos da vida real. A polêmica, entretanto, não se deu pela existência de corrupção no governo federal, que ninguém consegue negar, mas à decisão da série de atribuir ao personagem inspirado no ex-presidente Lula a frase “estancar a sangria”, dita por Romero Jucá em um áudio divulgado ao público em 2016. Ele se referia a esforços para deter os trabalhos da Operação Lava Jato. Vale lembrar que o mesmo áudio incluía referências a Lula entre os que se beneficiariam com o estancamento da dita sangria, e que Jucá foi ministro do ex-presidente, além de seu líder no Congresso. Estes detalhes não foram levados em conta na campanha promovida por militantes do PT para que a Netflix fosse boicotada. A ex-presidente Dilma Rousseff, inclusive, divulgou um comunicado criticando a plataforma de streaming e, principalmente, o diretor José Padilha. Ela disse que, apesar de “O Mecanismo” se dizer “baseada em fatos reais”, o cineasta distorcia a realidade, propagava mentiras e praticava o “assassinato de reputações”. A polêmica manteve a série em evidência e a ajudou a se tornar a mais vista da Netflix no Brasil, segundo informativo da plataforma para o mercado financeiro. Ou seja, atingiu um sucesso do tamanho de um “Stranger Things” ou “Demolidor” no país. Até o ex-presidente Lula promoveu a produção, ao discursar contra a Netflix. Na época, Lula ainda não havia sido preso. A narrativa da próxima temporada deve mostrar como as investigações chegaram no ex-presidente, cuja condenação é um fato histórico, independente de quem quer que tenha tentado estancar qualquer sangria. É muito esquema pra uma temporada só. pic.twitter.com/hrRoGeth7Q — O Mecanismo (@serieomecanismo) May 28, 2018
O Mecanismo já é uma das séries mais assistidas da Netflix no Brasil
Na reunião com acionistas em que foram apresentados seus resultados fiscais para o primeiro trimestre de 2018, a Netflix trouxe várias notícias. Além da comemoração de uma receita bruta de US$ 3,6 bilhões, um crescimento de 43% na comparação com o mesmo período de 2017, com um aumento em mais de 7 milhões de assinantes em todo o mundo, o relatório revelou o resultado da controvérsia em torno da série “O Mecanismo”. Segundo o texto para o mercado financeiro, a produção do cineasta José Padilha “está no caminho para se tornar uma das séries originais da Netflix mais vistas no Brasil”. Ou seja, trata-se de um sucesso do tamanho de um “Stranger Things” ou “Demolidor” no país. Esse sucesso pode ter contado com apoio de políticos e simpatizantes do PT, que fizeram muita divulgação espontânea da série. Até o ex-presidente Lula promoveu a produção, ao discursar contra a Netflix. O timing desse barulho, dias antes da prisão do político, pode ter contribuído para o interesse do público. A popularidade da série também comprova que a campanha de protesto visando o cancelamento de assinaturas da Netflix não deu em nada. Os protestos foram motivados por uma suposta agenda política da série. Apesar de denunciar corrupção de todos os partidos, a trama doeu mais no PT devido a inclusão da frase “estancar a sangria”, dita na vida real pelo senador Romero Jucá (do MDB), mas colocada na boca do personagem que simboliza Lula na produção. Isto seria a prova incontestável da má intenção da produção segundo quem protesta – entre eles, Lula, que teve Jucá como ministro, e a ex-Presidente Dilma Rousseff, de quem Jucá foi líder no Congresso. “Vagamente inspirada” nos acontecimentos da Operação Lava Jato, a 1ª temporada da trama tem apenas oito episódios e sua continuação ainda não foi confirmada.
Teaser do documentário do Impeachment de Dilma Rousseff assume narrativa petista
Em 1987, a Folha de S. Paulo levou às TVs um comercial em que exaltava as realizações de um político anônimo, responsável por salvar a economia e restaurar o país à glória. Ao final, o vídeo revelava tratar-se de Adolf Hitler e o texto que encerrava a peça dizia: “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”. O primeiro teaser de “O Processo”, documentário sobre o Impeachment de Dilma Rousseff, vai nesse linha, sem a menor sutileza, escolhendo a dedo discursos de políticos da extrema direita – com direito a citação ao golpe militar de 1964 – para embasar uma montagem narrativa alinhada à versão petista da História. Qual seja, que houve um golpe político no país contra um projeto democrático, e não um acerto de contas entre facções de uma quadrilha que convivia perfeitamente bem, até a polícia federal iniciar a Operação Lava-Jato. Não por acaso, políticos petistas foram simpáticos à ideia de transformar em filme sua batalha contra a deposição da presidente eleita, oferecendo acesso sem precedentes à cineasta Maria Augusta Ramos, que registrou 450 horas de material no Senado, inclusive sessões da Comissão do Impeachment e a reuniões privadas entre os senadores que atuavam como defesa da presidente, como Lindbergh Farias e Gleisi Hoffman, também investigados pela Justiça. A prévia não mostra uma vírgula sobre corrupção – o Impeachment “técnico” se deu sobre a maior fraude fiscal já realizada por um presidente brasileiro. Apenas estereotipa a luta entre esquerda e direita, nós contra eles, enfatizada pela cena de abertura, em que manifestantes adversários são contidos e separados por grades diante dos jardins do Congresso nacional. É uma tomada simbólica que sintetiza conhecidos discursos maniqueístas. Já exibido no Festival de Berlim, “O Processo” terá sua première nacional neste domingo (15/4) no festival É Tudo Verdade, em São Paulo, e tem estreia comercial marcada para o dia 15 de maio. O interessante é até o nome do evento em que acontecerá a première lembra a velha propaganda da agência W/Brasil, vencedora do Leão de Ouro no Festival de Cannes.
Intérprete do vilão de O Mecanismo apoia Lula e acha prisão “um absurdo”
O ator Enrique Diaz, que interpreta um doleiro inspirado em Alberto Youssef na série “O Mecanismo”, da Netflix, disse que não concorda com a abordagem dada pelo diretor José Padilha a alguns trechos da série. “Para mim é complexo falar, porque sou totalmente de esquerda e humanista. É muito delicado”, afirmou o ator, em entrevista ao portal UOL, sobre as decisões polêmicas da série, como atribuir ao personagem inspirado em Lula a frase “estancar a sangria”, dita por seu ex-ministro Romero Jucá em 2016, numa alusão à manobras para barrar a Operação Lava-Jato. Definindo-se como esquerdista, ele se assume apoiador de Lula e diz que a prisão do ex-presidente por corrupção, após julgamento em duas instâncias, foi um absurdo. “Acho a prisão do Lula um absurdo. A gente tem que lutar para mudar isso porque está vindo uma coisa horrível em cima do país. Acho que a série não ajuda nesse sentido, mas aí é um discurso do Padilha. E não sou eu, não assino por aquilo”, disse o ator ao UOL. Questionado porque, então, fez a série do cineasta José Padilha, Enrique Diaz citou a qualidade do elenco e da produção, e que diferencia o lado pessoal do profissional. As declarações foram feitas durante o lançamento da nova novela (que a Globo chama de supersérie) “Onde Nascem os Fortes” nesta semana, em Lajedo do Pai Mateus, no Sertão da Paraíba. Segunda série brasileira da Netflix, após a sci-fi “3%”, “O Mecanismo” se tornou o programa mais falado do país em 2018, graças aos protestos de militantes petistas. O próprio Lula ameaçou processar a Netflix por causa da série, antes de ser preso, alimentando ainda mais a curiosidade do público. Caso a série seja renovada, ela deve mostrar a prisão de Lula.
O Doutrinador: Filme do super-herói brasileiro que combate a corrupção ganha primeiro teaser
A Downtown Filmes divulgou o primeiro teaser de “O Doutrinador”, filme de super-herói brasileiro. A prévia mostra o vigilante mascarado entre protestos, repressão policial e caçando políticos e empresários corruptos, que carregam malas de dinheiro. Este teaser será exibidos nos cinemas antes do filme “Vingadores: Guerra Infinita”, no final de abril. Vivido pelo ator Kiko Pissolato (“Os Dez Mandamentos”), o Doutrinador é inspirado nos quadrinhos do Batman de Frank Miller e já rendeu duas graphic novels. Originalmente concebido em 2008, os quadrinhos originais ficaram na gaveta de Luciano Costa até 2013, quando ele resolveu publicar as primeiras páginas em seu Facebook. Três meses depois, explodiram as manifestações de protesto no país e o Doutrinador virou cult, ao encarnar, ainda que de forma extrema, a indignação com o panorama político e a revolta contra “tudo o que está aí”. A adaptação tem tudo para ser polêmica, já que o personagem divide opiniões. Há quem o considere fascista e outros que o enxerguem como manifestação da anarquia. Agente da polícia federal, Miguel virou justiceiro por não aguentar mais tanta impunidade. Revoltado com o sistema e com sede de vingança por uma tragédia pessoal, ele não mede esforços para eliminar políticos, donos de empreiteiras, dirigentes do futebol e até líderes religiosos, matando corruptos de todos os matizes. Com roteiro a cargo do ator Gabriel Wainer (visto na novela “Passione”), reescrito por mais cinco nomes, e direção de Gustavo Bonafé (do vindouro “Legalize Já!”, cinebiografia da banda Planet Hemp) e Fabio Mendonça (“A Noite da Virada”), o filme ainda inclui no elenco Eduardo Moscovis, Marília Gabriela, Helena Ranaldi, Tainá Medina, Carlos Betão, Samuel de Assis e Tuca Andrada, entre outros. A estreia está prevista para setembro, em plena campanha presidencial, mas a história vai continuar numa série em 2019, que será exibida no canal pago Space.
José Padilha quer filmar história da pior obra da corrupção brasileira: a usina de Belo Monte
Depois de causar polêmica com a série “O Mecanismo” pela Netflix, José Padilha já planeja abordar outra história controversa do Brasil recente: a construção da usina de Belo Monte. “Eu me interesso em falar sobre o que aconteceu em Belo Monte. Eu me interesso porque é uma mistura de corrupção com um profundo descaso ambiental e antropológico. É um crime que tem muitas dimensões. Eu me interesso e estou estudando para fazer talvez um filme”, disse o cineasta durante entrevista ao programa “Conversa com Bial”, exibido na noite de segunda-feira (9/4) na rede Globo. Conhecido por falar abertamente sobre política, Padilha disse que o Brasil “é um país maravilhoso”, mas com “uma história atribulada”. “O Brasil tem um monte de gente boa, um monte de gente talentosa. Não são os recursos naturais porque, o que tem lá no Japão? O japonês! E dá certo, não é? Então são as pessoas. E o Brasil tem as pessoas. O problema é que o Brasil tem uma história atribulada. Saiu de uma ditadura para uma democracia que se instaurou um pouco como farsa. A democracia no Brasil, se você compra a minha tese e a do ‘Mecanismo’, é um método de desapropriação. Você unge o desapropriador pelo voto popular, mas ele foi eleito com dinheiro de caixa 2, desviado do seu bolso e roubado de você”. E essa corrupção incrustada na política, argumenta o cineasta, tem consequências perigosas. “Uma pessoa honesta vai pensar 100 vezes antes de entrar na política, porque ela não vai se dispor a fazer o que precisa ser feito para se eleger. Cargo público no Brasil é quase certidão de corrupção. Tem alguns políticos… por exemplo Marcelo Freixo é um político honesto, eu conheço. Tem políticos honestos, mas eles são a minoria”. Na entrevista, Padilha também afirmou que é difícil fazer cinema no Brasil e alfinetou os “jornalistas de direita” que criticam cineastas por usar recursos públicos – como os provenientes da Lei do Audiovisual – para suas obras. “Tem essa ideia no Brasil de que o cineasta ‘mama nas tetas do governo’. É um pedaço dessa cegueira ideológica que a gente tem no Brasil. Os jornalistas de direita adoram falar mal dos cineastas que são formadores de opinião, normalmente de esquerda. Então eles vão lá e falam ‘você está recebendo dinheiro de Lei Rounaet, Lei do Audiovisual, e isso é uma moleza. Não é uma moleza” “É difícil fazer cinema, é apertadíssimo o orçamento”, completou. “Ninguém ganha dinheiro e, para terminar, o incentivo no Brasil é muito menor que nos outros países. É menor do que o incentivo nos Estados Unidos. ‘Robocop’ tinha um orçamento de US$ 120 milhões, e US$ 35 milhões eram de incentivo. A direita brasileira não sabe o que está falando, é só pra espezinhar”.
Produtor de Polícia Federal: A Lei É para Todos ataca a série O Mecanismo
O produtor Tomislav Blazic, do filme “Polícia Federal: A Lei É Para Todos”, resolveu aproveitar a crítica petista contra a série “O Mecanismo” para desdenhar da produção da Netflix, que aborda a mesma operação policial de seu filme, a Operação Lava-Jato. O filme também causou polêmica quando entrou em cartaz, acusado pelos mesmos políticos e pelos mesmos motivos: supostamente distorcer falas e eventos da Operação Lava-Jato para atacar o PT. O longa teria sofrido 18 processos e o advogado de Lula chegou a tentar impedir a reconstituição da cena da condução coercitiva do ex-presidente. Além disso, políticos do PT aproveitaram a produção para atacar a própria Operação Lava-Jato, inclusive o juiz Sergio Moro. Mesmo assim, a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, afirmou que Blazic considerou equivocado o uso da frase “estancar a sangria” na série. A expressão dita pelo senador Romero Jucá – do MDB, mas ex-líder de Lula e Dilma no Congresso – , aparece na boca de João Higino, o personagem que seria o ex-presidente Lula na Netflix. Além disso, o produtor ampliou a crítica. “Colocar na série o caso do Banestado [de corrupção nos anos 1990] é também querer prejudicar só o PT. Não é baseado em uma história real”, ele comentou. Blazic está em fase de pré-produção da continuação de “Polícia Federal: A Lei É Para Todos”, na qual afirma que todos os partidos serão impactados. “O PT é corrupto como os demais partidos. No próximo filme será um salve-se quem puder”, diz. Ou seja, exatamente como mostrou “O Mecanismo”, mas apenas para quem realmente viu a série.
Fernanda Montenegro vai estrelar próximo filme do diretor de Gonzaga: De Pai pra Filho
A atriz Fernanda Montenegro vai estrelar o próximo filme de Breno Silveira (“Gonzaga: De Pai pra Filho” e “Entre Irmãs”). Provisoriamente intitulado “Dona Vitória”, o filme contará a história de uma senhora aposentada que, em 2005, gravou da janela de seu apartamento, de frente para a favela na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, o trânsito livre de traficantes armados e o consumo de maconha, cocaína e crack entre crianças e adolescentes, diante da cumplicidade de policiais. Suas gravações, realizadas com uma câmera comprada a prazo, desmantelaram uma quadrilha carioca. As filmagens devem acontecer no segundo semestre de 2019, após a atriz de 88 anos terminar a novela “O Outro Lado do Paraíso” e lançar uma biografia fotográfica, na Flip e na Bienal do Livro de São Paulo.
Lula diz em discurso que vai processar a Netflix
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou num discurso que processará a Netflix por causa da série “O Mecanismo”, livremente inspirada pela Operação Lava-Jato, investigação federal que já lhe rendeu uma condenação por corrupção, além de mais sete processos criminais. “Nós vamos processar a Netflix. Nós não temos que aceitar isso e eu não vou aceitar”, afirmou Lula em discurso em Curitiba, no encerramento de sua caravana pelo sul do País. Ao contrário do filme “Polícia Federal: A Justiça É para Todos”, a série “O Mecanismo” não cita Lula, Dilma, Petrobrás, Sérgio Moro e nem mesmo a Polícia Federal. Todos os nomes de pessoas e instituições foram alterados, ressaltando que se trata de uma obra de ficção. No entanto, não é difícil associar o personagem João Higino ao ex-presidente. Lula afirmou que a série é “mais uma mentira” que inventaram contra ele e o PT. “Há anos eu já ouvia dizer que a Globo estava fazendo um documentário para passar na Netflix, para não aparecer a cara da Globo”, ele afirmou em seu discurso. Desde o lançamento na última sexta-feira (23/3), a nova série de José Padilha, responsável também por “Narcos” e o filme “Tropa de Elite”, vem causando controvérsia entre petistas e simpatizantes. O discurso de Lula é o ápice de uma campanha de setores da esquerda, que faz de “O Mecanismo” uma das produções mais comentadas do Brasil nos últimos anos, superando até atrações da Globo. A obra motivou até um artigo crítico assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que destaca o maior incômodo causado pela produção: a inclusão da frase “estancar a sangria”, popularizada pelo ex-líder de Lula e Dilma no Senado, Romero Jucá (do MDB), na boca de João Higino (o avatar de Lula). O diálogo original completo, gravado por uma escuta, insinuava um acordo nacional em torno do Impeachment de Dilma para apaziguar os ânimos e permitir ao Supremo soltar todo mundo, inclusive o próprio Lula – citado textualmente. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, também condenado na Justiça por corrupção, manifestou-se sobre a série no Twitter, mas para ressaltar como o protesto petista ajuda a divulgação da série. “Com uma pessoa como Dilma fazendo campanha para boicote à série ‘O Mecanismo’, desconfio que a produção vai bater todos os recordes mundiais e planetários de audiência”, escreveu em sua conta no Twitter.
Campanha #CancelaNetflix se espalha e José Padilha ironiza: “Vão perder Narcos”
Após reclamações de políticos petistas contra “O Mecanismo”, vários usuários decidiram lançar uma campanha para cancelamentos de assinaturas da Netflix. A hashtag #CancelaNetflix chegou a ganhar ímpeto nas redes sociais. A motivação seria uma suposta agenda política da série. Apesar de denunciar corrupção de todos os partidos, a trama doeu mais no PT, devido a inclusão da frase “estancar a sangria”, dita por Romero Jucá, na boca do personagem que simboliza Lula na produção. Isto seria a prova incontestável da má intenção da produção, segundo quem protesta – entre eles, a ex-Presidente Dilma Rousseff. Criador da série, o diretor José Padilha afirmou que não espalha “fake news”, como alguns insistem – série é fiction, mas não é news. Mesmo assim, respondeu ao questionamento do jornal O Globo. “Não creio que espalhamos notícias falsas. Ou será que a corrupção gigante que PT, PMDB e PSDB operam no país são ‘fake news’?”, rebateu o diretor. Quando questionado o que achava da campanha #CancelaNetflix, Padilha ironizou: “Acho patético! Vão perder a 4ª temporada de Narcos!”, disse, referindo-se à outra série que produz para a Netflix.










