Após protesto feminista, Polanski desiste de presidir a cerimônia do César, o “Oscar francês”
O cineasta Roman Polanski desistiu de presidir a cerimônia do César, o “Oscar francês”, após uma associação feminista protestar contra sua escolha e convocar um boicote, citando o processo por estupro de uma menor em 1977, que levou o cineasta a se exilar na França. Em comunicado, o advogado do cineasta, Hervé Temime, classificou a polêmica de “injustificada” e “alimentada por informações errôneas”. Afirmando que o fato entristeceu “profundamente Roman Polanski e afetou sua família”, o texto conclui dizendo que o diretor “decidiu não aceitar o convite” dos organizadores da cerimônia, marcada para 24 de fevereiro em Paris. Assim que a Academia francesa fez o convite a Polanski, a associação Osez le Feminisme anunciou planos de uma manifestação de protesto. Independentemente da qualidade da filmografia de Polanski, não podemos nos calar para o fato de que há 40 anos ele foge da Justiça americana”, declarou Claire Serre Combe, porta-voz da associação O site da organização traz uma arte que chama o diretor de pedófilo e um slogan que conclama a parar os agressores. Veja abaixo. A ministra francesa de Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, também havia condenado a eleição de Polanski como presidente do César. Já o Ministro da Cultura, Andrey Azoulay, se absteve de criticar a escolha do diretor, que já venceu 8 prêmios César em sua carreira, inclusive por seu filme mais recente, “A Pele de Vênus”, premiado como Melhor Direção em 2014. Polanski tinha 43 anos quando embebedou e estuprou uma adolescente de 13, atraída para uma sessão de fotos. O cineasta confessou ser culpado de “relações sexuais ilegais” com a menor. Anos depois, ele buscou indenizar a vítima, que em troca disse tê-lo perdoado e só querer esquecer o que aconteceu. Ela lançou um livro recente em que aborda o caso. Hoje com 83 anos, o cineasta vive na França com a esposa, a atriz francesa Emmanuelle Seigner, e até conquistou um Oscar no exílio por “O Pianista” (2002). O diretor também vem vencendo todos os pedidos de extradição das autoridades americanas para ser julgado pelo crime nos EUA. Por pressão da promotoria da Califórnia, ele chegou a ser preso na Suíça em 2009 e enfrentou um processo na Polônia em 2016, conseguindo vereditos favoráveis em ambas as ocasiões, com pareceres que consideraram que Polanski já cumpriu sua pena original, quando passou 42 dias na prisão num acordo firmado em 1977 – antes de viajar para a França, fugindo de uma revisão de sua sentença.
Organização feminista protesta contra escolha de Polanski para presidir premiação do César, o “Oscar francês”
O cineasta Roman Polanski foi escolhido para presidir a cerimônia de entrega do prêmio César, o “Oscar francês”. Na prática, o cargo significa um discurso durante a cerimônia de premiação. Mas uma associação feminista quer impedir que isto aconteça. “Independentemente da qualidade da filmografia de Polanski, não podemos nos calar para o fato de que há 40 anos ele foge da Justiça americana”, declarou Claire Serre Combe, porta-voz da associação Osez le Feminisme, à agência France-Presse, citando o processo por estupro de menor em 1977, que levou o cineasta a se exilar na França. Para Combe, a escolha de Polanski é um gesto “indigno frente às muitas vítimas de estupros e agressões sexuais”, e uma mostra da “tolerância social que ainda existe sobre o tema do estupro na França”. O site da organização traz uma arte que traz o diretor com um prêmio na mão, entre um título que o chama de pedófilo e um slogan que conclama a parar os agressores. Veja abaixo. Como protesto, foi convocada uma manifestação para o dia e o local da premiação, que acontecerá em 24 de fevereiro, em frente à sala Pleyel, em Paris. Também foi lançado um abaixo assinado virtual para pedir a destituição de Polanski da presidência do César e uma página no Facebook para concentrar a manifestação, mas as iniciativas não mobilizaram multidões – o abaixo-assino atraiu menos de 5 mil assinaturas e a página reuniu menos de 500 pessoas. Polanski tinha 43 anos quando embebedou e estuprou uma adolescente de 13, atraída para uma sessão de fotos. O cineasta confessou ser culpado de “relações sexuais ilegais” com a menor. Anos depois, ele buscou indenizar a vítima, que em troca disse tê-lo perdoado e só querer esquecer o que aconteceu. Ela lançou um livro recente em que aborda o caso. Hoje com 83 anos, o cineasta vive na França com a esposa, a atriz francesa Emmanuelle Seigner. O cineasta franco-polonês, que conquistou o Oscar no exílio por “O Pianista” (2002), vem vencendo todos os pedidos de extradição das autoridades americanas para ser julgado pelo crime nos EUA. Ele chegou a ser preso na Suíça em 2009 e enfrentou um processo na Polônia em 2016, conseguindo vereditos favoráveis em ambas as ocasiões, com pareceres que consideraram que Polanski cumpriu sua pena original, quando passou 42 dias na prisão num acordo firmado em 1977, antes de viajar para a França, fugindo de uma revisão de sua sentença. Polanski tem 8 prêmios César em sua carreira, que começam com os troféus de Melhor Filme e Direção por “Tess”, em 1980, e chegam até seu filme mais recente, “A Pele de Vênus”, premiado como Melhor Direção em 2014.
