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    Fora de Rumo: Jackie Chan e Johnny Knoxville enfrentam a máfia chinesa em trailer de filme de ação

    18 de julho de 2016 /

    Foram divulgados o primeiro trailer e nada menos que 25 pôsteres de “Fora de Rumo” (Skiptrace), coprodução chinesa e americana de ação, que junta os atores Jackie Chan (“Karate Kid”) e Johnny Knoxville (“Jackass”). A prévia equilibra violência e piadas como se espera de um longa de Jackie Chan, mas a fórmula do “buddy film” parece ter sido esgotada pelo ator na franquia “A Hora do Rush”. Desta vez, em vez de um policial negro, ele se alia a um vigarista branco (Knoxville). Na trama, Chan é (como sempre) um policial de Hong Kong que precisa proteger o americano, após ele testemunhar um assassinato, enquanto são perseguidos pela máfia chinesa. O elenco ainda inclui Fan Bingbing (“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”), Michael Wong (“Transformers: A Era da Extinção”), Eric Tsang (“Conflitos Internos”), Winston Chao (“1911 – A Revolução”) e a campeã americana de luta livre Eve Torres (série “Matador”). A história, assinada por roteiristas inexperientes, tem direção do veterano e decadente Renny Harlin, cujo ponto alto da carreira foi “Duro de Matar 2” (1990) e atualmente assina coisas como “O Mistério da Passagem da Morte” (2013) e “Hércules” (2014). A estreia acontece na quinta (21/6) na China e apenas em setembro nos EUA. Não há previsão para o lançamento no Brasil.

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    Abbas Kiarostami (1940 – 2016)

    4 de julho de 2016 /

    Morreu o cineasta iraniano Abbas Kiarostami, vencedor da Palma de Ouro em Cannes por “Gosto de Cereja” (1997). Ele faleceu aos 76 anos em Paris, onde tratava um câncer, informou nesta segunda-feira (4/7) a agência de notícias oficial do Irã, ISNA. O diretor já tinha passado por uma série de cirurgias e estava em Paris para completar o tratamento. Kiarostami era considerado um dos mais influentes diretores de seu país. Nascido em Teerã, em 22 de junho de 1940, fez faculdade de belas-artes e começou seu envolvimento com o cinema em 1969, quando foi nomeado diretor do departamento de cinema do Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Jovens e Adultos do Irã (Kanoon, na sigla original). Nesse período no Kanoon, no qual se manteve mesmo após a revolução islâmica, o cineasta se tornou uma das figuras mais proeminentes da new wave iraniana – equivalente à nouvelle vague francesa – , dirigindo diversos filmes de ficção e documentários a partir de meados dos anos 1970. Ele passou a chamar atenção internacional com “Onde Fica a Casa do Meu Amigo?” (1987), que lhe rendeu o Leopardo de Bronze em Locarno. O filme abriu uma trilogia, constituída ainda por “E a Vida Continua” (1992) e “Através das Oliveiras” (1994), que lidavam com os problemas da infância. Ambos foram premiados na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, evento que o tornou conhecido no país e que o homenageou com uma retrospectiva em 2004. A Palma de Ouro por “Gosto de Cereja” o consagrou definitivamente como autor, ao contar a história surreal de um homem em busca de alguém para enterrá-lo depois que ele se matar. Seu filme seguinte, “O Vento Nos Levará” (1999), foi premiado no Festival de Veneza. E a fama conquistada lhe permitiu avançar em projetos diversificados, indo filmar no exterior, pela primeira vez, para o documentário “ABC África”, um olhar contundente sobre a expansão da AIDS em Uganda. Também enquadrou a condição feminina, tema pouco explorado no cinema iraniano, no drama “Dez” (2002), centrada numa jovem mãe divorciada. Kiarostami também se tornou conhecido por incentivar outros cineastas de seu país. Ele escreveu os roteiros de “O Balão Branco” (1995) e “Ouro Carmim” (2003), que projetaram a carreira de seu ex-assistente Jafar Panahi com prêmios em Cannes – respectivamente, Melhor Filme de Estreia e Melhor Filme da Mostra Um Certo Olhar – , além de “Willow and Wind” (2000), dirigido por Mohammad-Ali Talebi, “Desert Station” (2002), de Alireza Raisian, “Men at Work” (2006), de Mani Haghighi, e “Meeting Leila” (2011), de Adel Yaraghi. Ele também realizou um filme que registrava apenas as expressões do público sentado no cinema, diante de uma projeção que ninguém mais vê. “Shirin” (2008) representou a materialização de sua ideia de que todo filme é uma obra inacabada, que só se completa com a ajuda do olhar do público. “Enquanto cineasta, eu conto com a intervenção criativa do público, caso contrário, filme e espectador desaparecerão juntos. No próximo século de cinema, o respeito ao espectador enquanto elemento inteligente e construtivo é inevitável. Para alcançá-lo, é preciso talvez se distanciar da ideia segundo a qual o cineasta é o mestre absoluto. É preciso que o cineasta também seja espectador de seu filme”, afirmou Kiarostami, na ocasião. Nos últimos anos, vinha filmando no exterior, num exílio autoimposto, em decorrência do recrudescimento político que, entre outras coisas, levou à prisão seu amigo Jafar Panahi, proibido pelo governo de dirigir por duas décadas. Seus últimos longas foram “Tickets” (2005), rodado num trem rumo à Roma na companhia de outros dois mestres, o britânico Ken Loach e o italiano Ermanno Olmi, “Cópia Fiel” (2010) na região da Toscana, com a estrela francesa Juliette Binoche, e “Um Alguém Apaixonado” (2012) feito no Japão. Sua morte emocionou outro amigo, Ashgar Farhadi, cineasta premiado com o Oscar por “A Separação” (2011), que comendou a perda para o jornal britânico The Guardian: “Kiarostami não foi só um cineasta, foi um místico moderno, tanto no seu cinema como na sua vida privada. Ele abriu caminho a outros e influenciou inúmeras pessoas. O mundo inteiro, não apenas o mundo do cinema, perdeu um grande homem.”

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    Certo Agora, Errado Antes busca se diferenciar pela repetição

    24 de maio de 2016 /

    Hong Sang-soo, o diretor sul-coreano de “Certo Agora, Errado Antes”, já teve alguns filmes exibidos no circuito comercial dos cinemas por aqui: “Ha Ha Ha” (2010), “A Visitante Francesa” (2012) e “Filha de Ninguém” (2013). É um cineasta que trabalha com a sutileza, com a inibição e com as demais dificuldades que se dão nos contatos humanos, com o uso do álcool e dos ambientes de bares e restaurantes, onde coisas acontecem, às vezes de forma abrupta ou inesperada. E também com a repetição de situações, ou com as diferentes visões de determinados acontecimentos. “Certo Agora, Errado Antes” também pode inverter a chamada para “Certo Antes, Errado Agora”. É uma situação que se repete de forma diferente, em alguns aspectos, mostrando que as ações de cada um, por pequenas que sejam, podem transformar significativamente as relações que se estabelecem e o que resta na lembrança e na vida de cada um dos envolvidos. A trama é simples. Um diretor de cinema se dirige para a cidade de Suwon, onde seu novo filme será exibido e haverá um debate após a projeção. Mas ele chega, por engano, um dia antes e fica sem nada para fazer. O que ocorre nesse dia livre é que ele conhecerá uma ex-modelo, que se dedica agora à pintura, e se estabelecerá uma intimidade entre eles, ao longo de todo esse dia em que convivem e se encontram também com pessoas da cidade, que conhecem a pintora. O repertório dos dois protagonistas para estabelecerem esse relacionamento é um tanto pobre, inibido, bloqueado. Ao mesmo tempo, expressam um afeto genuíno um pelo outro, ainda que contido e até envergonhado. O encontro dura metade do filme. A outra metade é uma reprise da mesma situação, com algumas diferenças. Acompanhar esse jogo relacional em duas versões é bastante curioso e nos leva a repensar as formas como os relacionamentos podem se estabelecer e o que pode comprometê-los desde o início. Mas é preciso aceitar a repetição de cenas, porque, em cada uma das versões, grande parte das coisas simplesmente se repetem sem mudanças. O longa tem um clima delicado e suave, como de costume, no trabalho de Hong Sang-soo. E os conflitos não tomam a forma de grandes dramas. Apesar de conter situações intensas e inesperadas, tudo se passa num tom menor, ainda que a bebida jogue como fator desestabilizador. Um filme que se foca no ritmo da vida pacata de uma pequena cidade, sem pressa, mostrando por meio de planos-sequência filmados com sutileza e uma bela fotografia como as relações humanas se dão. Os protagonistas Jeong Jae-yeong (“Nossa Sunhi”) e Kim Min-Hee (“Assassino Profissional”) encontraram o tom certo e minimalista de expressão, para viver essa relação amorosa fugaz.

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    X-Men: Apocalipse é o blockbuster da vez no circuito de estreias

    19 de maio de 2016 /

    Mais uma semana, mais um blockbuster para ocupar cerca de 40% de todos os cinemas disponíveis no Brasil. Desta vez, a iniciativa é da Fox, que lança “X-Men: Apocalipse” em 1.276 salas nesta quinta (19/5), com 814 telas 3D e domínio do circuito IMAX (12 salas). O longa completa o reboot da franquia – um reinicio que rendeu trilogia, com “X-Men: Primeira Classe” (2011) e “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (2014) – e reintroduz, em suas versões juvenis, alguns dos mutantes mais famosos da Marvel, Cíclope, Jean Grey, Tempestade e Noturno, interpretados por jovens em ascensão – respectivamente, Sophie Turner (série “Game of Thrones”), Tye Sheridan (“Amor Bandido”), Alexandra Shipp (“Straight Outta Compton”) e Kodi Smit-McPhee (“Planeta dos Macacos: O Confronto”). O elenco é impressionante, com James McAvoy (“Victor Frankenstein”), Michael Fassbender (“Macbeth”), Nicholas Hoult (“Mad Max: Estrada da Fúria”), Oscar Isaac (“Star Wars: O Despertar da Força”) e, desta vez, faz bom uso do status de estrela de Jennifer Lawrence (franquia “Jogos Vorazes”) como líder dos X-Men. O que atrapalha é o tema que se repete pelo terceiro filme de super-herói consecutivo do ano: o conflito entre os “mocinhos” – justificando os 49% (melhor que “Batman vs. Superman”) de aprovação no Rotten Tomatoes. O filme só estreia na próxima semana nos EUA. Espera-se que, esgotado o assunto, Fox, Marvel e Warner descubram logo outras histórias. Como ainda há salas lotadas com a briga de “Capitão América: Guerra Civil”, a sequência de outro sucesso tem que se contentar com módicas 250 salas. É o tamanho da distribuição reservada para a comédia “Vizinhos 2”, que volta a juntar Seth Rogen e Zac Efron, desta vez contra uma república de garotas bagunceiras comandada por Chlöe Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”). O humor é grosseiro como o filme anterior, mas tem seu apelo. 62% dos críticos americanos aprovaram. Todos os demais lançamentos disputam o já saturado circuito limitado. Mas não são exatamente clássicos, exceto por um, que é de, de fato, um marco de 1982. Os maiores entre os pequenos são dois dramas com astros famosos, o australiano “A Vingança Está na Moda”, estrelado por Kate Winslet (“O Leitor”), que venceu diversos prêmios em seu país de origem, e “Pais & Filhas”, em que Russell Crowe (“Noé”) e Amanda Seyfried (“Ted 2”) enfrentam seus demônios pessoais, separados por uma geração. Ambos ocupam em torno de 45 telas, mas apenas o primeiro vale o ingresso. Para se ter noção, “Pais & Filhas”, dirigido pelo ex-superestimado Gabriele Muccino (“Sete Vidas”), foi considerado podre, com 18% no Rotten Tomatoes. Dois filmes brasileiros entram na faixa seguinte, com 19 e 17 salas, respectivamente. “Amores Urbanos”, estreia na direção de Vera Egito (assistente de “A Deriva”), tenta retratar as crises da geração que cresceu com a MTV, com roqueiros indies atrás e diante das câmeras, mas a cenografia supera a dramaturgia, deixando sua história de adultos imaturos muito abaixo de, por exemplo, “Califórnia”, sobre o amadurecimento de uma adolescente, feito por uma ex-VJ com sangue de cineasta. Já o documentário “Espaço Além – Marina Abramovic e o Brasil” explora a relação artística e espiritual da artista com o país. Os menores lançamentos inéditos são o drama francês de época “Os Anarquistas” (em 12 salas), mais um romance convencional que uma obra sobre o assunto de seu título, e o exercício sul-coreano “Certo Agora, Errado Antes” (3 salas), em que o diretor Hong Sang-soo se mostra mais Hong Sang-soo que nunca, contando duas vezes a mesma história com pequenas diferenças. Seriam dois filmes pelo preço de um único ingresso? Meio filme pelo preço de um ingresso inteiro? Uma lição sobre contemplação zen? Uma pegadinha que deixa críticos teorizando como trouxas? Ah, as reflexões filosóficas profundas que Hong Sang-soo enseja… Fãs paulistas e cariocas de clássicos ainda tem a opção de assistir à versão remasterizada do imponente “Fitzcarraldo”, de Werner Herzog, um desastre amazônico com tantas histórias de bastidores quanto as que foram eternizadas na tela. O relançamento chega a duas salas, uma em São Paulo e outra no Rio.

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    Cannes: Park Chan-wook seduz com lesbianismo explícito em The Handmaiden

    16 de maio de 2016 /

    Cannes ficou mais picante com a exibição do thriller erótico “The Handmaiden” (Ah-ga-ssi), do diretor sul-coreano Park Chan-wook (“Oldboy”). O filme é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual provocado por massagens no clitóris. A encenação das cenas de sexo evoca o frisson provocado por “Azul É a Cor Mais Quente”, vencedor da Palma de Ouro no festival de 2013. Durante o encontro com a imprensa, Park Chan-wook defendeu o lesbianismo explícito dizendo que evitar o sexo seria como fazer “um filme de guerra, sem cenas de batalha”. “É claro que o amor entre estas duas mulheres é o elemento chave do filme”, ele explicou. “Na interpretação deste amor, não há nenhuma maneira de contornar o ato que surge a partir de tanta emoção e desejo”. Mas quando o golpe de sedução falha e vira paixão, o filme adentra outra área, em que Park Chan-wook já se mostrou especialista: a vingança. Juntas, as duas mulheres traçam um plano sangrento contra os homens que tentaram destruí-las. O resultado é uma fantasia de vingança lésbica, que pode ser considerada apelativa para alguns, mas nem por isso deixa de ser lindamente fotografada, muito bem dirigida e absolutamente excitante. Se não estourar nos cinemas, vai virar cult. “Com tantos pequenos detalhes suculentos aqui e ali, eu diria que é a minha obra mais colorida”, acrescenta o cineasta. “The Handmaiden” é o terceiro longa do diretor exibido em Cannes, que reverenciou suas participações anteriores, “Oldboy” (2003) e “Sede de Sangue” (2009), com o Prêmio do Júri. A produção também marca o retorno de Park Chan-Wook ao seu país de origem, após filmar nos EUA o suspense “Segredos de Sangue” (2013). Além do filme, que vai ser lançado nos EUA pela Amazon, o diretor pretende lançar um livro com as fotografias em preto e branco que ele registrou no set durante as filmagens. Ainda não há previsão para a estreia.

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    Cinema chinês vai ganhar seu primeiro drama transexual

    3 de maio de 2016 /

    O diretor chinês Zhang Wei, conhecido por filmar os marginalizados de seu país, vai filmar “The Rib”, sobre um jovem transexual que enfrenta o preconceito da sociedade chinesa e de sua família. Será a primeira vez que o tema será abordado no cinema chinês, embora a homossexualidade já tenha sido bastante explorada por cineastas de Taiwan, que a China não reconhece como país independente. Zhang precisou ter autorização do governo para filmar a história. Em comunicado, ele agradeceu a permissão, dizendo que seu filme finalmente poderá “abordar assuntos que eram tabu há poucos anos atrás”. O diretor também acrescentou que está “determinado a contar essa história importante apesar de quaisquer obstáculos que possa enfrentar.” Anunciado como história verídica, “The Rib” vai retratar um adolescente chinês transgênero, nascido em uma família cristã, cuja mãe se torna profundamente desestabilizado quando descobre que ele quer virar mulher. Mas, após o conflito inicial, eles superam suas diferenças e enfrentam juntos o preconceito que a comunidade LGBT sofre na sociedade chinesa. Os filmes anteriores de Zhang Wei incluem “Factory Boss” (2014), sobre um empresário pressionado a trabalhar com baixa margem de lucro para manter seu negócio à tona, e “Destiny” (2015), sobre a luta de uma mãe para conseguir que seu filho autista tivesse direito a uma boa educação na China. “The Rib” está em pré-produção, com as filmagens marcadas apenas para o início de 2017.

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    Diretor iraniano será açoitado por filmar grafites e beijo

    24 de fevereiro de 2016 /

    O diretor iraniano Keywan Karimi foi condenado a um ano de prisão e 223 chibatadas por “insultar valores sagrados”. A sentença foi proferida por um tribunal de Teerã, que relaxou o período inicial de prisão, que seria de seis anos. A redução da pena aconteceu após a comunidade cinematográfica internacional se manifestar. Um abaixo-assinado de 130 cineastas foi enviado ao governo iraniano em dezembro, pedindo a libertação de Karimi. Apesar de diminuir o período de encarceramento, a justiça do Irã manteve a pena de açoitamento. Apesar da gravidade da sentença, ela jamais deixa claro exatamente o que motivou essa decisão, justificando-a com termos vagos. Aparentemente, Karimi foi condenado por filmar um documentário sobre grafites políticos nas paredes das ruas de Teerã. O tribunal religioso do país entendeu que Karimi “insultou santidades” do país com o filme, que também mostra uma cena de beijo. Intitulado “Escritos na Cidade”, o filme em questão retrata as manifestações políticas no Irã através do grafite, tanto na Revolução Islâmica de 1979 quanto nas contestadas eleições de 2009. Filmado em 2012, o longa foi censurado. Mas o curta documental “Fronteira Fechada” também pode ter provocado a ira das autoridades, por abordar a questão do contrabando da gasolina subsidiada no país. Entretanto, não são apenas as críticas ao governo que incomodam as autoridades iranianas. Qualquer comportamento considerado impróprio pode render dura repressão. Em maio de 2014, a polícia prendeu homens e mulheres que gravaram um vídeo em que dançavam a música “Happy”, de Pharrell Williams. Apesar da repercussão internacional, inclusive com apelo do músico, os dançarinos foram condenados a seis meses de prisão e 91 chicotadas. Não cabe recurso à decisão contra Karimi, e o cineasta já afirmou que cumprirá a pena. Ele só pediu umas semanas de prazo antes de se apresentar, para poder acompanhar a mãe no final de sua quimioterapia e para poder terminar seu mais recente filme.

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    O Lobo do Deserto surpreende com drama e aventura em clima de western beduíno

    20 de fevereiro de 2016 /

    “O Lobo do Deserto”, produção capitaneada pela Jordânia (com Emirados Árabes, Qatar e Reino Unido), indicada ao Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro, é um drama de diretor estreante, Naji Abu Nowar, que mostra inegável talento na filmagem de sua história centrada na figura de uma criança: o Theeb do título original. O contexto histórico não fica muito claro, mas a trama se passa no deserto da Arábia, em 1916, em meio à 1ª Guerra Mundial. Theeb (Jacir Eid), que significa lobo, vive numa tribo beduína em algum ponto distante do Império Otomano. O menino convive com seu irmão maior, que procura lhe ensinar o estilo de vida beduíno. O sheik, seu pai, morreu recentemente. E é da perspectiva iminente da morte, todo o tempo, que vive a narrativa centrada no menino. Vemos a chegada de um oficial britânico àquelas paragens, pedindo ajuda para localizar um poço romano, no caminho para Meca, antiga rota de peregrinos, agora tomada por bandidos, mercenários, revolucionários e corsários. E Theeb, mesmo a contragosto dos viajantes, acompanha o irmão, o oficial e seu companheiro, numa jornada repleta de perigos, tiroteios e mortes, que remete ao gênero western. As linhas de trem anunciam que os camelos vão cedendo a vez ao progresso. O filme, ao se focar na figura do menino, se exime de explicar melhor o contexto. Tanto quanto nós, espectadores, o menino não sabe o que está acontecendo. Porque as pessoas se matam nesse local do deserto, o que está em jogo, que papel tem o oficial inglês nessa história e o que ele carrega consigo que parece valioso. A Theeb cabe, prematuramente, se defender, se esconder, sair de um poço onde caiu, manejar armas, conviver com um homem que não conhece e não sabe direito a que veio, escalar montanhas de pedra e, enfim, tentar sobreviver. O clima de tensão é criado ao explorar em panorâmicas ao mesmo tempo um ambiente misterioso, belo e assustador, e ao focar bem de perto a figura de Theeb, seu irmão maior e outros personagens, colocando-nos dentro da ação. Uma ação, como disse, um tanto incompreensível. Estamos vivendo os fatos como se fôssemos uma criança, como é Theeb, com cerca de 10 anos de idade. É evidentemente assustadora a jornada vivida pelo menino. A trama não desvenda propriamente o mistério, mas constrói um conjunto de situações que não só envolve o espectador como o intriga. Tudo vai ficando um pouco mais claro à medida que os eventos se sucedem. A sequência final fecha bem a trama. Até surpreende, mas o mistério das relações envolvidas permanece. É uma bela produção, muito bem realizada. Uma boa surpresa em termos cinematográficos, que já rendeu a esse filme da Jordânia alguns prêmios importantes, como um BAFTA, além da distribuição garantida em muitos países graças à sua indicação ao Oscar.

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    The Mermaid: Stephen Chow filma sereias em trailer de comédia absurda chinesa

    2 de janeiro de 2016 /

    Surgiu o primeiro teaser de “The Mermaid”, nova comédia de Stephen Chow, autor dos cultuados “Kung-Fu Futebol Clube” (2001) e “Kung-Fusão” (2004). A prévia reforça o senso de humor absurdo do cineasta de Hong Kong, a partir da queixa, numa delegacia, de um homem que jura ter sido raptado por uma sereia, e culminando em grandiosos efeitos visuais, como é típico de seus filmes. A propósito, a intérprete da sereia envolta pelos efeitos foi escolhida num reality show televisivo, entre várias candidatas. “The Mermaid” tem estreia marcada para 8 de fevereiro na China.

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    Norte, O Fim da História desafia o circuito comercial com espetáculo cinéfilo

    24 de dezembro de 2015 /

    Certos filmes requerem uma predisposição por parte do espectador. E, no caso de “Norte, O Fim da História”, nem é tanto pelo andamento arrastado ou pelos chamados “tempos mortos”, que até são poucos neste longa de Lav Diaz, o primeiro do celebrado cineasta filipino a ser lançado comercialmente no Brasil – o que constitui um ato nobre e até político por parte dos exibidores, num momento em que a força do dinheiro vem sufocando a arte. O trabalho de composição e rigor visual de Diaz é admirável, com uma tela larga que valoriza os planos médios e gerais, sendo assim um convite para que seja melhor apreciado no cinema, ainda que poucas salas ousem exibi-lo. O que parece pesar são os 250 minutos de duração. É até pouco para o padrão de Diaz, um diretor de maratonas cinematográficas, mas o suficiente para impedir o filme de alcançar um público maior. O que é uma pena, pois “Norte”, além de grande cinema, ainda se revela vitrine para uma cultura pouco conhecida no Brasil: a das Filipinas, país que ainda tenta se reerguer de um duro período de ditadura e que convive com os idiomas inglês e o espanhol – após séculos de dominação espanhola, o arquipélago virou território dos Estados Unidos durante algum tempo. Isso explica, em parte, o papo filosófico em inglês em um cyber cafe, que abre a projeção. O filme é uma adaptação livre do romance “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, com uma narrativa que une três personagens. Temos Fabian, o sujeito que se orgulha de suas ideias pouco ortodoxas com relação à sociedade e à ética; Eliza, a mulher que, com muito sacrifício, procura sobreviver à pobreza e à maldade de uma agiota local; e o seu marido Joaquin, homem que é preso por um crime que não cometeu. Os três personagens principais possuem seu rincão de cenas admiráveis: Fabian e os momentos em que contracena com a irmã, além de seu último encontro com a agiota, refletem aspectos bastante trágicos de sua existência; Eliza e as tentativas de vender objetos e animais para sair da miséria, e logo depois seu posicionamento heroico frente à crise e ao fato de o marido estar preso; e Joaquin e sua redenção pela bondade durante a prisão, o que torna a curva de sua vida o extremo oposto do que ocorre com Fabian. Enquanto Fabian tem o espírito corroído pela culpa, Joaquin aceita a injustiça e mostra um espírito puro que chega, inclusive, a comover um presidiário maculado pela maldade. Apesar disso, “Norte” não é um filme com lição de moral, do tipo que ensina a fazer o bem para ser bem recompensado e vice-versa. Os destinos dos personagens são diversos e apresentam a vida como uma sucessão de eventos que tendem a seguir um caminho totalmente diferente do que se veria em narrativas mais convencionais e arquetípicas sobre causa e efeito. Aqui todos são vítimas, sejam culpados ou não por seus atos. É a fatalidade que, em suma, norteia o fim da história.

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    Cineasta iraniano é condenado a 6 anos de prisão e 223 chibatadas por seus filmes

    14 de novembro de 2015 /

    O cinema iraniano é um dos mais criativos e premiados do mundo. Mas o Irã também é um dos países que pior trata seus cineastas, que volta e meia são condenados à prisão pelo regime do país, quando não são sujeitos à chibatadas. A mais nova vítima da intolerância do governo iraniano é o diretor Keywan Karimi, conhecido por abordar temas como as dificuldades da vida moderna e a expressão política. Ele foi condenado a 6 anos de prisão e 223 chibatadas por causa de seus filmes, considerado culpado de “insultar santidades”. Entre as obras pelas quais Karimi foi condenado está o filme “Escritos na Cidade”, que retrata as manifestações políticas no Irã através do grafite, tanto na Revolução Islâmica de 1979 quanto nas contestadas eleições de 2009. Filmado em 2012, o filme foi censurado. Mas o curta documental “Fronteira Fechada” também pode ter provocado a ira das autoridades, por abordar a questão do contrabando da gasolina subsidiada no país. A imprensa estatal e as autoridades iranianas nem sequer comentaram a condenação do cineasta, que ainda permanece em liberdade, enquanto seu advogado recorre da decisão. O caso mais conhecido de repressão à expressão artística no Irã é a condenação do premiado cineasta Jafar Panahi. Detido em prisão domiciliar e proibido de trabalhar como diretor de cinema por 20 anos, ele realizou seus três últimos filmes de forma ilegal. O documentário “Isto Não É um Filme” (2011), que retrata seu cotidiano sob as restrições do governo, foi levado para o Festival de Cannes em 2011 dentro de um bolo de aniversário. “Cortinas Fechadas” também teve que ser contrabandeado para fora do país. Em ambos os casos, ele filmou dentro dos limites de sua prisão domiciliar. Mas, em enfrentamento declarado, foi às ruas disfarçado para rodar “Táxi”, vendedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim de 2015. Entretanto, não são apenas as críticas ao governo que incomodam as autoridades iranianas. Qualquer comportamento considerado impróprio pode render dura repressão. Em maio de 2014, a polícia prendeu homens e mulheres que gravaram um vídeo em que dançavam a música “Happy”, de Pharrell Williams. Apesar da repercussão internacional, inclusive com apelo do músico, os detidos foram condenados a seis meses de prisão e 91 chicotadas.

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