Assassin’s Creed tenta compensar fiasco nos EUA com maior estreia da semana no Brasil
Um dos piores filmes de ação de 2016 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (12/1) com grande fanfarra, dominando o circuito com lançamento em 815 salas, incluindo 556 em 3D e as 12 salas IMAX do país, em versões dubladas e legendadas. Seguindo a sina das adaptações de videogames, “Assassin’s Creed” foi também um grande fracasso de bilheteria nos EUA, o que explica a necessidade de compensar o fiasco com o mercado internacional. A segunda maior estreia da semana é uma cinebiografia de Youtuber brasileiro (já?). Em 600 salas, o filme de Christian Figueiredo segue um caminho bastante diverso do debut de Kéfera Buchmann. Enquanto “É Fada” (outro dos piores de 2016) optou pela fantasia infantilóide, “Eu Fico Loko” transforma a vida do youtuber numa comédia teen dos anos 1990 – quando ainda não havia muita diversidade na TV. Christian só aparece como “adulto”, enquanto sua versão adolescente, vivendo desventuras no colégio, é interpretada por Filipe Bragança (da novela “Chiquititas”), que também estreia no cinema. O terceiro longa mais bem distribuído não é, oficialmente, uma estreia. Trata-se do que o circuito brasileiro equivocadamente chama de pré-estreia – longe de ser uma avant-première, é realmente uma estreia aberta a todo o público, com venda de ingressos, que será ampliada na semana seguinte. Rufar de tambores para o título: é “La La Land”. O musical que quebrou o recorde de prêmios da história do Globo de Ouro chega em 170 salas antes de entrar “oficialmente” em cartaz na próxima quinta (19/1). Favorito disparado ao Oscar 2017, o filme ganhou um subtítulo no Brasil, que não faz a menor diferença e ninguém precisa decorar. Escrito e dirigido por Damian Chezelle (“Whiplash”), gira em torno de uma atriz aspirante (Emma Stone) que se apaixona por um pianista de bar (Ryan Gosling). Ambos atravessam um momento de adversidades pessoais e se apoiam para conquistar seus sonhos, em meio a números musicais coreografados que homenageiam a era de ouro dos musicais de Hollywood. O circuito limitado reserva outra obra-prima cinematográfica para os cinéfilos. Oposto completo dos mais bem-distribuídos, “A Criada” é sublime e para poucos – 26 salas. O novo filme de Park Chan-wook (“Oldboy”) é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, e que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual pelo toque de dedos. O aniversário duplo de David Bowie – faria 70 anos se não tivesse morrido há um ano – nesta semana inspira o relançamento da sci-fi clássica “O Homem que Caiu na Terra” (1976), em que o cantor vive um alienígena, fundador recluso de uma empresa tecnológica, cujas invenções visam tornar possível a construção de uma nave que o leve de volta a seu planeta natal. O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Thomas Jerome Newton, o personagem do filme, também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). A conexão com seus discos foi uma forma de compensar o fato de “O Homem que Caiu na Terra” não trazer nenhum música do cantor, devido a questões contratuais. Por curiosidade, a trilha foi composta por John Phillips, da banda The Mamas & the Papas, Mick Taylor, guitarrista dos Rolling Stones, e Stomu Yamashta, percussionista do supergrupo progressista Go (que incluía Steve Winwood, Al Di Meola, Klaus Schulze e Michael Shrieve). E nunca foi lançada em disco. Bowie ainda voltou a fazer referência ao filme em um de seus últimos clipes, “The Stars (Are Out Tonight)”, de 2013. A produção também foi lembrada em seu clipe póstumo, lançado neste domingo (8/1), “No Plan”. O circuito também recebe, sem muito alarde, uma comédia de humor negro do francês Bruno Dumont, “Mistério na Costa Chanel”, que volta a reuni-lo com Juliette Binoche após “Camille Claudel 1915” (2013). Curiosamente, a trama se passa na mesma época do longa anterior, girando em torno do desaparecimento de vários turistas na Costa Channel no verão de 1910. A investigação conduz à uma pequena comunidade de pescadores e à mansão de uma família burguesa, que convivem periodicamente durante uma semana de férias, mas desta vez com consequências românticas e tragicômicas. O filme e a atriz estrante Raph foram premiados no Festival de Sevilla. Completam a programação o documentário português “Volta à Terra”, sobre uma comunidade isolada nas montanhas, e o tunisiano “Assim que Abro Meus Olhos”, sobre os meses que antecederam a Primavera Árabe, que rendeu diversos prêmios internacionais à diretora Leyla Bouzid. Estreiam em meia dúzia de salas. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.
Christian Figueiredo apresenta seus amigos de escola retratados no filme Eu Fico Loko
No clima do filme “Eu Fico Loko”, o youtuber Christian Figueiredo resolveu apresentar seus amigos da época de colégio, inclusive uma antiga musa, introduzida ao som do sucesso polêmico “Deu Onda”, de MC G15. O filme vai retratar essa turma, mas com nomes fictícios e interpretados por atores. O próprio Christian será interpretado por Filipe Bragança (novela “Chiquititas”), embora também apareça na trama, como sua versão “adulta”. Dirigido pelo estreante Bruno Garotti (assistente dos dois “S.O.S.: Mulheres ao Mar” e “Linda de Morrer”, entre outras produções), o filme estreia na próxima quinta, dia 12 janeiro. Conheça abaixo os personagens reais da história.
Trailer e pôsteres de Internet – O Filme juntam um monte de youtubers
A Paris Filmes divulgou uma coleção de pôsteres e o trailer de “Internet – O Filme”. É para ser uma comédia brasileira, como comprova a completa falta de graça da prévia. “Minha Mãe É uma Peça 2 – O Filme” também lançou um trailer sem graça e estourou nas bilheterias. Por esta lógica, “Internet – O Filme” fará muito, mas muito mais sucesso. Vale reparar também na forma como a coleção de pôsteres traz o elenco se contorcendo para recriar as poses do cartaz de “Bill e Ted – Dois Loucos no Tempo” (1991). A “originalidade” fica por conta de molduras de iPad. A ideia de “Internet – O Filme” se resume a juntar um monte de adolescentes que faz sucesso com suas egotrips no YouTube como chamariz para o público de cinema. Segundo a sinopse, o filme terá oito esquetes, a partir de um encontro em uma convenção de youtubers, levando os personagens a vivenciarem momentos de descobertas, ira, equívocos, raiva, inveja e confusões em busca pela fama. O elenco “em busca da fama” inclui Christian Figueiredo, Rafael Cellbit, Gusta Stockler, Teddy, Júlio Cocielo, Felipe Castanhari, Paulinho Serra, Cauê Moura, Nakada, Pathy dos Reis, entre outros. Kéfera Buchmann também estava nesta lista, mas ela saiu na frente com “É Fada”, e já tendo achado a fama ficou sem tempo em sua agenda para “Internet – O Filme”. A direção é de Fillipo Capuzzi Lapietra, que também estreia em longa-metragem. O lançamento estava marcado para janeiro, mas acabou adiado para 23 de fevereiro, visando sair da frente do filme de Christian Figueiredo, “Eu Fico Loko”, em que ele vive momentos de descobertas, ira, equívocos, raiva, inveja e confusões em busca pela fama.
Concorrência de youtubers faz Eu Fico Loko passar por cima de Internet – O Filme
A Paris Filmes ia lançar dois filmes com o mesmo tema quase na mesma semana. Acabou prevalecendo o bom senso e a popularidade de Christian Figueiredo. A cinebiografia do youtuber, que usa como título o nome do canal do YouTube “Eu Fico Loko”, teve a preferência da distribuidora e agora chegará antes aos cinemas. Originalmente previsto para março, o filme foi adiantado para 12 de janeiro há poucas semanas e permanecerá nesta data. Já “Internet – O Filme”, estrelado por outros youtubers, ia estrear em janeiro, mas acabou adiado para 23 de fevereiro. A trama é ambientada em uma convenção de youtubers, em que os personagens entram em conflito em busca de fama. Que sincronicidade. Para resumir, os dois filmes contam histórias de youtubers que querem ser famosos e fizeram filmes em que interpretam youtubers que querem ser famosos. Mas um passou por cima dos demais. Ao menos, nas prioridades do estúdio.
Eu Fico Loko: Trailer da cinebiografia do youtuber Christian Figueiredo parece série teen americana
A Paris Filmes divulgou o trailer de “Eu Fico Loko”, cinebiografia do youtuber Christian Figueiredo. A prévia é bem mais promissora que o primeiro vídeo, mostrando que, por trás do projeto de vaidade, há uma história com personagens de série teen americana dos anos 1990 – época em que ainda não havia diversidade racial nos elencos. Até o termo “loser” é evocado. Mas isso não dura muito, pois a certa altura a quarta parede e o encantamento são quebrados por uma aparição do cara-de-pau em pessoa: Christian Figueiredo entra em cena para comentar… a cena. Sua participação, por sinal, não se resume à metalinguagem. Ele também está no elenco, no papel de Christian Figueiredo “adulto”. Mas não parece interpretar tão bem o personagem quanto o jovem Filipe Bragança (novela “Chiquititas”), mais à vontade como Christian Figueiredo adolescente. A direção é de Bruno Garotti, que estreia na função após trabalhar como diretor assistente dos dois “S.O.S.: Mulheres ao Mar” e “Linda de Morrer”, entre outras produções. E o elenco ainda destaca Alessandra Negrini (“2 Coelhos”) como a mãe do rapaz. A estreia está prevista para 12 janeiro, mas vale avisar que, em janeiro, chega “Internet – O Filme”, sobre outros youtubers que queriam ser famosos e fizeram um filme em que interpretam youtubers que queriam ser famosos. O bagulho é mesmo pra ficar loko.
Eu Fico Loko: Cinebiografia de Christian Figueiredo ganha clipe. Isto mesmo: cinebiografia de Christian Figueiredo!
Nesses dias em que 15 minutos de fama vale por uma vida inteira, mais um Youtuber está ganhando filme. A diferença é que, ao contrário da fantasia de fada de Kéfera Buchmann, o filme de Christian Figueiredo é uma cinebiografia. A obsessão do rapaz por se tornar popular atingiu outro nível, incentivada por produtores que consideram que sua história de vida é cinematográfica. Tudo bem, vai ver que ele lutou numa guerra, liderou um movimento, criou uma lei famosa, compôs hits que marcaram época, teve papéis icônicos, viveu romances escandalosos… Não? Não, ele tem 22 anos mesmo e seu filme é a história de um moleque que quer ser popular. O final é spoiler: ele vai fazer um filme sobre como era um moleque que queria ser popular. Enfim, Justin Bieber começou assim. E a maioria das pessoas sem idade para votar acha que ele é talentoso. E, como Justin Bieber começou assim, a primeira prévia do filme de Christian Figueiredo é um clipe. Ou melhor, um trailer com música, que os produtores chamam de clipe. E quer saber como as pessoas que podem votar não entendem nada (e sem precisar ver quem elegem)? O clipe/trailer já foi visto 1,7 milhão de vezes em quatro dias, no canal do Youtuber. O nome do filme, claro, é “Eu Fico Loko”, o mesmo do canal. A direção é de Bruno Garotti, que estreia na função após trabalhar como diretor assistente dos dois “S.O.S.: Mulheres ao Mar” e “Linda de Morrer”, entre outras produções. E o elenco destaca Alessandra Negrini (“2 Coelhos”) como a mãe do rapaz. A estreia dessa loucura está prevista para março. Vale avisar que, em janeiro, estreia “Internet – O Filme”, sobre Youtubers que queriam ser famosos e fizeram um filme sobre serem Youtubers que queriam ser famosos. O bagulho é loko.
YouTubers famosos do Brasil vão se juntar numa comédia para o cinema
Sucesso no YouTube garante boa bilheteria? O desempenho de estreia do filme “Porta dos Fundos: Contrato Vitalício” parece indicar que não. Mesmo assim, uma produção vai apostar no filão, juntando uma turma de vloguers, como Kéfera Buchmann, Christian Figueiredo e Whindersson Nunes, recordistas de visualização do YouTube no Brasil, com o comediante televisivo Rafinha Bastos. A ironia do projeto passa pelo título. A comédia para o cinema tem como título provisório “Filme pra Internet”. O longa é uma produção da Paris Filmes e será dirigido por Filippo Capuzzi Lapietra, que estreia em longa-metragem. Não há detalhes da trama, mas o lançamento está marcado para 23 de fevereiro. Antes disso, Kéfera e Nunes vão estrelar outros projetos de cinema. Ela será protagonista da comédia “É Fada”, dirigida por Cris D’Amato (“S.O.S.: Mulheres ao Mar”) e com lançamento previsto para outubro, enquanto ele estreia como dublador na animação “A Era do Gelo: Big Bang”, que estreia nesta quinta (7/7).






