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    Arthur Hiller (1923 – 2016)

    17 de agosto de 2016 /

    Morreu o cineasta Arthur Hiller, que em sua longa carreira foi capaz de levar o público às lágrimas, com “Love Story – Uma História de Amor” (1970), e ao riso farto, com muitas e muitas comédias. Ele também presidiu a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nos anos 1990, e veio a falecer nesta quarta-feira (17/8) de causas naturais aos 92 anos de idade. Nascido em 22 de novembro de 1923, em Edmonton, no Canadá, Hiller começou sua carreira de diretor com “Se a Mocidade Soubesse” (1957), um drama romântico moralista, sobre jovens de diferentes classes sociais que querem se casar após o primeiro encontro, estrelado pelo então adolescente Dean Stockwell. E, durante seus primeiros anos na profissão, alternou sua produção cinematográfica com a direção de múltiplos episódios de séries clássicas, como “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Os Detetives”, “Cidade Nua”, “Rota 66”, “O Homem do Rifle”, “Gunsmoke”, “Perry Mason” e “A Família Addams”. A situação só foi mudar a partir do sucesso de suas primeiras comédias românticas, “Simpático, Rico e Feliz” (1963) e “Não Podes Comprar Meu Amor” (1964), ambas estreladas por James Garner. Após repetir as boas bilheterias com “A Deliciosa Viuvinha” (1965), com Warren Beatty, e “Os Prazeres de Penélope” (1966), com Natalie Wood, ele passou a se dedicar exclusivamente ao cinema. Hiller se especializou em comédias sobre casais atrapalhados, atingindo o auge com “Forasteiros em Nova York” (1970), escrito por Neil Simon, em que a mudança de Jack Lemmon e Sandy Dennis para Nova York dá hilariamente errada, mas também soube demonstrar desenvoltura em outros gêneros, enchendo de ação o clássico de guerra “Tobruk” (1967), com Rock Hudson e George Peppard, e, claro, fazendo chover lágrimas com “Love Story” (1970). “Love Story” foi um fenômeno digno de “Titanic” (1997), com filas, cinemas lotados e muito choro. A história do casal apaixonado, vivido por Ali MacGraw e Ryan O’Neal, é considerada uma das mais românticas do cinema (entrou no Top 10 do American Film Institute), mas também uma das mais trágicas. Opostos em tudo, O’Neal vivia Oliver, um estudante atlético e rico de Direito, enquanto MacGraw era Jenny, uma estudante de Música pobre. Os dois se conhecem na faculdade e conseguem ver, além das diferenças óbvias, tudo o que tinham em comum para compartilhar. Mas o casamento não é bem visto pela família rica do noivo, que corta Oliver de sua herança, deixando o casal desamparado quando ele descobre que Jenny tem uma doença terminal – leuquemia. A popularidade do filme também rendeu reconhecimento a Hiller, que foi indicado ao Oscar de Melhor Direção. Mas ele não quis se envolver com o projeto da continuação, “A História de Oliver” (1978). Em vez disso, preferiu rir das histórias de doença em sua obra seguinte, “Hospital” (1971), que lhe rendeu o Prêmio Especial do Juri no Festival de Berlim. A comédia acabou vencendo o Oscar de Melhor Roteiro, escrito por Paddy Chayefsky, considerado um dos melhores roteiristas de Hollywood, com quem o diretor já tinha trabalhado no começo da carreira, em “Não Podes Comprar Meu Amor”. A melhor fase de sua carreira também contou com “Hotel das Ilusões” (1971), seu segundo longa escrito pelo dramaturgo Neil Simon, “O Homem de la Mancha” (1972), versão musical de “Dom Quixote”, com Peter O’Toole e Sofia Loren, e o polêmico drama “Um Homem na Caixa de Vidro” (1975), sobre um nazista procurado que se disfarça de judeu rico em Nova York – que rendeu indicação ao Oscar de Melhor Ator para o austríaco Maximilian Schell. Mas apesar dos desvios, comédias continuaram a ser seu gênero preferido. Ele chegou, por sinal, a lançar uma das mais bem-sucedidas duplas cômicas de Hollywood, juntando Gene Wilder e Richard Pryor em “O Expresso de Chicago” (1976). O cineasta voltou a dirigir a dupla em outro grande sucesso, a comédia “Cegos, Surdos e Loucos” (1989), e perfilou um verdadeiro “quem é quem” do humor em filmes como “Um Casamento de Alto Risco” (1979), com Peter Falk e Alan Arkin, “Uma Comédia Romântica” (1983), com Dudley Moore, “Rapaz Solitário” (1984), com Steve Martin, “Que Sorte Danada…” (1987), com Bette Midler, e “Milionário num Instante” (1990), com Jim Belushi. Hiller, que também dirigiu cinebiografias (“Frenesi de Glória”, em 1976, e “Ânsia de Viver”, em 1992) e até um filme de horror (“Terrores da Noite”, em 1979), deixou muitas marcas no cinema, inclusive em produções nem tão famosas. Exemplo disso é “Fazendo Amor” (1982), um dos primeiros filmes a mostrar de forma positiva um gay que sai do armário e termina seu casamento para procurar encontrar o amor com outros homens. Após dominar as bilheterias das décadas de 1970 e 1980, o diretor conheceu seus primeiros fracassos comerciais nos anos 1990. O período coincidiu com seu envolvimento com a organização sindical da indústria. Ele presidiu o Sindicato dos Diretores de 1989 a 1993 e a Academia de 1993 a 1997. E não foram poucos fracassos, a ponto de fazê-lo desistir de filmar. A situação tornou-se até tragicômica por conta de “Hollywood – Muito Além das Câmeras” (1997), longa sobre os bastidores de um filme ruim, que explorava a conhecida prática de Hollywood de creditar ao pseudônimo Alan Smithee qualquer filme renegado por seu diretor. Pois Hiller renegou o trabalho, escrito pelo infame Joe Eszterhas (“Showgirls”), que virou metalinguisticamente a última obra de Alan Smithee no cinema – depois disso, o Sindicato dos Diretores proibiu que a prática fosse mantida. Ele ganhou um prêmio humanitário da Academia em 2002, em reconhecimento a seu trabalho junto à indústria cinematográfica, e a volta à cerimônia do Oscar o animou a interromper sua já evidente aposentadoria para filmar um último longa-metragem, nove anos após seu último fracasso. Estrelado pelo roqueiro Jon Bon Jovi, “Pucked” (2006), infelizmente, não pôde ser creditado a Alan Smithee. Hiller teve uma vida longa e discreta, estrelando sua própria love story por 68 anos com a mesma mulher, Gwen Hiller, com quem teve dois filhos. Ela faleceu em junho. Ele morreu dois meses depois.

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    Elke Maravilha (1945 – 2016)

    16 de agosto de 2016 /

    Morreu Elke Maravilha, aos 71 anos, na madrugada de terça-feira (16/8) no Rio. A notícia foi compartilhada por seu perfil no Facebook. “Avisamos que nossa Elke já não está por aqui conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses que ela tanto amava estejam com ela nessa viagem. Eros anikate mahan (O amor é invencível nas batalhas). (Crianças, conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam)”, diz o texto. Elke estava internada havia quase um mês na Casa de Saúde Pinheiro Machado, no Rio, após uma cirurgia para tratar uma úlcera. De acordo com o irmão de Elke, Frederico Grunnupp, a artista sofreu uma falência múltipla dos órgãos. Nascida na Rússia em 22 de fevereiro de 1945, Elke Georgievna Grunnupp mudou-se para o Brasil ainda criança, quando sua família fugiu do stalinismo, e naturalizou-se brasileira. Ela logo se tornou fluente em nove línguas: russo, português, alemão, italiano, espanhol, francês, inglês, grego e latim. Seu primeiro emprego foi como professora em uma escola de idiomas. No final dos anos 1960, aproveitou seu 1,80m para se lançar como modelo, tornando-se uma das profissionais preferidas da estilista Zuzu Angel. Foi com o papel de modelo, por sinal, que ela estreou no cinema, fazendo uma pequena participação no filme “Salário Mínimo” (1970), de Adhemar Gonzaga. Por causa da amizade com Zuzu, Elke acabou se envolvendo nos protestos contra o assassinato de Stuart Angel, o filho da estilista pelo regime militar. Na época, ela chegou a enfrentar a tortura da ditadura e ficar presa por seis dias em 1971. Conseguiu ser libertada por intermédio da própria Zuzu, que enviou um delegado para tirá-la da prisão. Esta história foi contada no filme “Zuzu Angel” (2006), no qual Elke foi interpretada pela atriz Luana Piovani e também fez uma participação especial. Uma das consequências de sua rebeldia contra o regime foi a perda de sua cidadania brasileira. Ela nunca pediu anistia para recuperá-la, por considerar que seria uma admissão de culpa. Preferiu virar alemã como sua mãe e requisitar visto de trabalho e residência permanente. A prisão não a deixou estigmada. Alta, loira e elegante, ela já tinha conquistado certa notoriedade por preferir roupas mais ousadas como modelo, e isto lhe abriu as portas para “desfilar” na TV, convidada a virar jurada da “Buzina do Chacrinha”. Ela encantou o apresentador Chacrinha e o público com um visual colorido e exótico, encontrando popularidade instantânea ao ser apresentada pelo apelido Elke Maravilha, que Chacrinha lançou para o Brasil. A relação com Chacrinha, a quem chamava de “painho”, era muito íntima. Em entrevista ao programa “Altas Horas”, em 2014, Elke falou sobre o apresentador, de quem era grande amigo e confidente. “Painho era extremamente afetivo. Ficava horas com ele dentro do camarim. Era muito gostoso”. Ela também foi jurada do “Programa Sílvio Santos”, mas a relação com o dono do baú e do SBT não rende os mesmos elogios. Elke morreu brigada com Sílvio Santos. O sucesso do Chacrinha, líder de audiência na TV brasileira, tornou Elke requisitadíssima. Ela apareceu em nada menos que 13 filmes nos anos 1970, entre eles alguns clássicos como “Quando o Carnaval Chegar” (1972), de Cacá Diegues, “O Rei do Baralho” (1973), de Julio Bressane, “Xica da Silva” (1976), novamente de Diegues, e “Tenda dos Milagres” (1977), de Nelson Pereira dos Santos. Teve até um filme com seu nome, “Elke Maravilha Contra o Homem Atômico” (1978), de Gilvan Pereira, em que lutava contra seu arquirrival dos juris televisivos, Pedro de Lara. No cinema, apareceu ainda nos clássicos “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1981), de Hector Babenco, e “Romance” (1988), de Sergio Bianchi, filmou com a Xuxa, em “Xuxa Requebra” (1999), participou de “A Suprema Felicidade” (2010), de Arnaldo Jabor, e foi redescoberta pela atual safra de comédias brasileiras, como “Mato Sem Cachorro” (2013), “Meu Passado Me Condena” (2013) e “Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina”, lançado neste ano. Na TV, roubou a cena na minissérie “Memórias de um Gigolô” (1986), da Globo, na qual viveu a inesquecível dona de bordel Madame Iara. A repercussão do papel foi tanta que Elke virou a “madrinha” da Associação das Prostitutas do Rio. Ela também participou das novelas “Pecado Capital” (1998), “Da Cor do Pecado” (2004) e “Caminho das Índias” (2009), entre outras, e teve seu próprio programa, o “Programa Elke Maravilha”, entre 1993 e 1996. Elke teve oito maridos, divertiu-se horrores e nunca quis ter filhos.

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    Kenny Baker (1934 – 2016)

    13 de agosto de 2016 /

    Morreu o ator britânico Kenny Baker, conhecido por ter interpretado o robô R2-D2 na saga “Star Wars”. Ele faleceu na manhã de sábado (13/9), aos 83 anos, após enfrentar uma longa luta contra doenças provocadas pelo nanismo. “Quando ele era uma criança, ouviu que provavelmente não passaria da puberdade. Os anões naquela época não tinham uma expectativa de vida tão alta. Ele foi muito bem, teve uma vida longa e muito bem vivida, trouxe muita felicidade às pessoas e vamos comemorar o fato de ter sido amado no mundo todo. Temos muito orgulho do que ele conquistou em sua vida”, disse sua sobrinha Abigail Shield ao jornal The Guardian. Baker nasceu em Birmingham, no Reino Unido, com nanismo e atingiu apenas 1,12m de altura na idade adulta. Ele ganhava a vida como artista de circo quando o cineasta George Lucas o conheceu e lhe deu seu primeiro grande trabalho nos cinemas, no filme “Guerra nas Estrelas” (1977). O ator continuou a dar vida ao robô R2-D2 nos cinco filmes seguintes da franquia “Star Wars”. Mesmo a segunda trilogia, realizada sob impacto de feitos de computação gráfica, manteve a tradição de chamar Baker para vestir o “traje” robótico do personagem. Além de viver R2-D2, ele também interpretou o ewok Paploo em “O Retorno de Jedi” (1983) e participou de diversos outros filmes que marcaram os anos 1980, como “O Homem Elefante” (1980), “Flash Gordon” (1980), “Os Bandidos do Tempo” (1981), “Amadeus” (1984), “Mona Lisa” (1985) e “Labirinto – A Magia do Tempo” (1986). Mas o robozinho de “Star Wars” foi mesmo seu personagem mais marcante, com o qual também estrelou comerciais, um especial de Natal e até participou do programa infantil “Muppet Show”. O diretor J.J. Abrams esperava contar com ele no retorno da franquia, porém Baker já estava muito doente para retomar o papel em “Star Wars: O Despertar da Força”, sendo finalmente substituído pela tecnologia. Por uma triste coincidência, ele faleceu cinco meses após a morte de Tony Dyson, o engenheiro e designer que criou R2-D2.

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    David Huddleston (1930 – 2016)

    5 de agosto de 2016 /

    Morreu o ator David Huddleston, que ficou conhecido pelo papel-título da cultuada comédia dos irmãos Coen, “O Grande Lebowski” (1998). Ele sofria de problemas no coração e nos rins, segundo sua família, e faleceu na quinta (4/8), aos 85 anos, na cidade de Santa Fé, nos EUA. No clássico dos anos 1990, Huddleston encarnava um milionário que era confundido por mafiosos com outro Lebowski, papel desempenhado por Jeff Bridges. Os personagens de ambos tinham o mesmo nome, o que sempre causava confusões, num dos filmes mais engraçados e reverenciados dos Coen. Antes disso, Huddleston trabalhou bastante na televisão, desde os anos 1970, em séries como “A Feiticeira”, “Bonanza”, “Gunsmoke”, “Mary Tyler Moore”, “Kung Fu”, “Police Woman” e “Os Waltons”, até produções mais recentes, como “The West Wing”, “Jericho”, “It’s Always Sunny in Philadelphia” e “Gilmore Girls”, na qual viveu o prefeito Harry Porter. Um de seus personagens mais populares na TV foi o “vovô Arnold” na série “Anos incríveis”, estrelada, durante o começo dos anos 1990, pelo jovem Fred Savage. Ele também atuou em duas comédias concebidas por Mel Brooks: “Banzé no Oeste” (1974) e o remake “Os Produtores” (2005). E, além de “O Grande Lebowski”, trabalhou com Jeff Briges em “Má Companhia” (1972), um dos primeiros filmes de ambos. “Foi um grande prazer trabalhar com ele duas vezes”, disse Bridges, em depoimento para o site The Hollywood Reporter. “David encarava seu trabalho com uma alegria que transformava tudo em diversão. Foi maravilhoso ‘brincar’ com ele”, comentou, completando, em referência ao papel que ambos viveram em 1998: ‘O Grande Lebowski está morto. Longa vida ao Grande Lebowski”.

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    Garry Marshall (1934 – 2016)

    20 de julho de 2016 /

    Morreu Gary Marshall, diretor de “Uma Linda Mulher” (1990) e “O Diário da Princesa” (2001), após complicações decorrentes de uma pneumonia nesta terça-feira (19/7). Ele tinha 81 anos e, além de dirigir os filmes que tornaram Julia Roberts e Anne Hathaway famosas, ficou conhecido por ter criado séries clássicas como “The Odd Couple”, “Happy Days”, “Laverne & Shirley” e “Mork & Mindy”, pelas quais recebeu cinco indicações ao Emmy e entrou para o Hall da Fama da Academia da Televisão em 1997. Marshall nasceu no Bronx, em Nova York, e se formou em jornalismo na Universidade de Northwestern. Chegou a trabalhar no jornal New York Daily News, mas decidiu se dedicar à carreira de roteirista na década de 1960. Ele obteve sucesso imediato em Hollywood como roteirista de sitcoms de comediantes famosos, como “The Lucy Show”, “The Dick Van Dyke Show” e “The Joey Bishop Show”, conseguindo lançar sua primeira série própria em 1966, “Hey, Landlord”, sobre uma dupla que dividia um apartamento em Nova York. Por volta desta época, ainda tentou atuar no cinema, interpretando um dos oponentes anônimos de James Bond no clássico “007 Contra Goldfinger” (1964) e figurantes hippies em “Maryjane” (1968) e “Busca Alucinada” (1968). Mas acabou priorizando o que sabia fazer melhor ao emplacar seu primeiro roteiro cinematográfico, “Lua de Mel com Papai” (1968), a primeira comédia romântica de uma carreira especializada no gênero. Mesmo assim, o reconhecimento começou mesmo pela TV, a partir de 1970, quando decidiu adaptar a peça de Neil Simon “Um Estranho Casal”, que tinha sido levada aos cinemas dois anos antes. A versão televisiva de “The Odd Couple” se tornou um dos maiores sucessos da década, durando cinco temporadas – e foi recentemente revivida num remake do ano passado, renovado para sua 3ª temporada. Seguiram-se outros fenômenos de audiência. Nenhum maior que “Happy Days”, a série estrelada pelo futuro diretor Ron Howard (“O Código Da Vinci”) e o futuro produtor Henry Winkler (série “MacGyver”). Acompanhando uma turma de adolescentes dos anos 1950, a produção foi responsável por lançar a era das séries de nostalgia em 1974, além de popularizar o icônico personagem Fonzie (Winkler) e inúmeras gírias. Até a expressão “pular o tubarão”, que nos EUA virou sinônimo de série que inicia sua decadência, veio de uma cena de sua produção, quando Fonzie, literalmente, saltou sobre um tubarão. “Happy Days” durou 11 temporadas até 1984, batendo recordes de audiência enquanto retratava, ao longo de uma década, a evolução dos gostos da juventude americana, de Elvis aos Beatles. Fez tanto sucesso que rendeu dois spin-offs igualmente memoráveis. “Laverne & Shirley”, por sinal, praticamente repetiu o sucesso da série original, acompanhando, ao longo de oito temporadas (entre 1976 e 1983), duas amigas solteiras em meio às mudanças sociais dos anos 1950 e 1960. Laverne era vivida por sua irmã, Penny Marshall, que também virou uma cineasta bem-sucedida (de clássicos como “Quero Ser Grande” e “Tempo de Despertar”). O terceiro spin-off foi a sitcom sci-fi “Mork & Mindy” (1978 – 1982), que lançou o comediante Robin Williams no papel de um alienígena com a missão de estudar a humanidade, após seu personagem aparecer num dos episódios mais populares de “Happy Days”. Para estabelecer a conexão entre as duas séries, Mork voltou novamente num crossover, além de ter quase namorado Laverne. A série original teve sobrevida maior que seus derivados, mas, após o cancelamento consecutivo das três atrações, Marshall não se interessou mais pela televisão, voltando suas energias para o cinema. Ele estreou como cineasta na comédia sexual “Médicos Loucos e Apaixonados” (1982), mas logo mudou de tom para se estabelecer como diretor de filmes românticos, que agradavam em cheio ao público feminino da época do VHS, entre eles “Flamingo Kid” (1984), com Matt Dillon, “Nada em Comum” (1986), com Tom Hanks, e “Um Salto Para a Felicidade” (1987), com o casal Kurt Russell e Goldie Hawn. Até se consagrar com “Uma Linda Mulher” (1990), uma versão contemporânea da fábula de “Cinderela” encenada por uma prostituta e seu cliente milionário. O sucesso foi tanto que transformou sua estrela, Julia Roberts, na principal atriz americana dos anos 1990, com direito a indicação ao Oscar pelo papel. Assumindo a preferência pelo gênero, Marshall só dirigiu comédias românticas pelo resto de sua filmografia. Nenhuma outra, porém, repetiu o mesmo sucesso de “Uma Linda Mulher”. Na verdade, poucas se destacaram, como “Frankie & Johnny” (1991), que despertou interesse por representar o reencontro de Al Pacino e Michelle Pfeifer após “Scarface” (1983). Por conta disso, Marshall logo orquestrou um reencontro com Julia Roberts, além de Richard Gere, o galã de seu clássico. Em “Noiva em Fuga” (1999), Julia representou o oposta da Cinderela, uma mulher que não queria subir no altar com o príncipe encantado. Mas, como típica comédia romântica, não haveria final feliz sem o “viveram felizes para sempre”, contra qualquer possibilidade feminista. “Noiva em Fuga” lhe devolveu prestígio. E “O Diário da Princesa” (2001) lhe conquistou uma nova geração de fãs. Levando para as telas o romance juvenil de Meg Cabot, Marshall consagrou-se em nova história de Cinderela, comprovando-se um mestre das fantasias arquetípicas femininas. De quebra, lançou Anne Hathaway em seu primeiro papel cinematográfico, como uma adolescente comum dos EUA que descobria ser herdeira de um trono europeu. A história teve sequência, “O Diário da Princesa 2: Casamento Real” (2004), em que a adolescente do título tem que fazer o que se espera de toda Cinderela: casar-se com o príncipe encantado. O sucesso das duas fábulas contrastou com o fracasso das comédias que se seguiram, “Um Presente para Helen” (2004), em que Marshall dirigiu Kate Hudson (filha de Kurt Russell e Goldie Hawn), e “Ela é a Poderosa” (2007), com Jane Fonda e Lindsay Lohan. O que o levou ao velho truque de convidar Julia Roberts a estrelar seu próximo filme. Melhor ainda, Anne Hathaway também. E, já que dois é bom, uma multidão de outros famosos não poderia ser demais. Marshall e a roteirista Katherine Fugate resolveram criar uma mini-antologia de “love stories” em torno da data mais romântica de todas, o Dia dos Namorados, reunindo um verdadeiro “quem é quem” das comédias românticas americanas, incluindo Bradley Cooper, Jennifer Garner, Ashton Kutcher, Patrick Dempsey, Jamie Foxx, Shirley MacLaine, Hector Helizondo, Jessica Alba e até a cantora Taylor Swift. O filme foi batizado no Brasil como “Idas e Vindas do Amor” (2010) e inaugurou uma trilogia de comédias de feriados comemorativos, seguido pelos similares “Noite de Ano Novo” (2011) e “O Maior Amor do Mundo” (2016), este passado no Dia das Mães. Mas nem a volta de Julia Roberts impediu o esgotamento do filão, com o último lançamento implodindo nas bilheterias. O cineasta ainda estava planejando um terceiro filme dos “Diários da Princesa” para 2017 com o elenco original, que Anne Hathaway dizia estar ansiosa por estrelar. Sua morte comoveu a comunidade artística de Hollywood. O ator Henry Winkler, que trabalhou com Marshall em “Happy Days”, usou seu perfil no Twitter para prestar sua homenagem ao diretor. “Obrigado por minha vida profissional. Obrigado por sua lealdade, amizade e generosidade”, escreveu. “Ele foi um patrão de classe e um mentor cuja criatividade e liderança significaram tudo para mim”, acrescentou Ron Howard. “Garry foi uma dessas raras pessoas verdadeiramente importantes que se pode encontrar numa vida, se você for abençoado”, disse Richard Gere. “Ele lançou e nutriu mais carreiras do que a quantidade de sapatos que possuía. Como fará falta”, exaltou Tom Hanks.

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    Hector Babenco (1946 – 2016)

    14 de julho de 2016 /

    Morreu o cineasta Hector Babenco, autor de clássicos do cinema brasileiro como “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (1976), “Pixote, a Lei do Mais Fraco” (1980), “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985) e “Carandiru” (2003). Ele faleceu na noite de quarta-feira (13/7), aos 70 anos de idade, no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Babenco havia sido internado na última terça-feira para um cirurgia simples, para tratar uma sinusite, da qual estava se recuperando quando teve uma parada cardiorrespiratória. Considerado um dos diretores de cinema mais importantes do Brasil, ele dirigiu dez longas-metragens e foi indicado ao Oscar de Melhor Direção por “O Beijo da Mulher-Aranha” (1986). Nascido em Mar del Plata, na Argentina, em 1946, Babenco mudou-se para o Brasil aos 17 anos com a família, indo morar numa pensão em São Paulo. Um ano depois, pegou um navio em Santos e foi viver na Europa, onde passou cinco anos dormindo na rua e trabalhando como figurante em filmes italianos e espanhóis. “Quando voltei para São Paulo, me empenhei seriamente e em fazer cinema, mas continuei sobrevivendo meio à margem, vendendo enciclopédias e túmulos e sendo fotógrafo de restaurantes, com uma máquina polaróide”, disse o diretor, em entrevista em 1985. “Com isso, aprendi que os marginais — esse clichê tão grande — vivem mais intensamente, nas fronteiras da morte.” Não por acaso, seu primeiro longa de ficção girou em torno da boemia paulistana, “O Rei da Noite”, lançado em 1975, dois anos após estrear nos cinemas com o documentário “O Fabuloso Fittipaldi” (1973), sobre Emerson Fittipaldi, primeiro ídolo brasileiro da Fórmula 1. Em plena ditadura, ele foi crítico da política oficial da Embrafilme, e financiou de forma privada seus primeiros longas. Mas não ficou apenas nisso. Em 1977, seu filme “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” desafiou a Censura ao denunciar a atuação brutal do Esquadrão da Morte, dando ao ator Reginaldo Faria um dos principais papéis de sua carreira. A produção teve 6 milhões de espectadores no país, um sucesso retumbante e até hoje uma das dez maiores bilheterias do cinema nacional. Além disso, agradou em cheio à crítica, conquistando o prêmio de Melhor Filme da Mostra de São Paulo. Orgulhoso, na época desse lançamento decidiu que faria não só cinema brasileiro, mas seria brasileiro, naturalizando-se aos 31 anos. “Lúcio Flávio” já seria um marco na carreira de qualquer cineasta. Mas o trabalho mais importante do diretor ainda estava por vir. Atento aos problemas sociais, Babenco ousou escalar um adolescente inexperiente, vindo da periferia, para expressar a situação dos menores abandonados, que alimentavam a crescente criminalidade do país, em “Pixote” (1980). Com cenas impactantes, e sem aliviar a barra na relação entre o menor, vivido por Fernando Ramos da Silva, e a prostituta interpretada por Marília Pêra, o filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e premiado pelos críticos de Nova York, chamando atenção mundial para o cineasta. O sucesso lhe rendeu uma carreira internacional, iniciada com “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), que também apresentou Sonia Braga a Hollywood. Filmado no Brasil e combinando atores brasileiros com dois astros hollywoodianos, Raúl Julia e William Hurt, o longa adaptou a obra homônima do escritor argentino Manuel Puig para os porões da ditadura militar brasileira, onde um preso político faz amizade com um travesti sonhador, que cultua um filme romântico nazista – de onde vem a Mulher-Aranha, vivida de forma onírica por Braga. O papel de homossexual rendeu a Hurt os principais prêmios de sua carreira, como o troféu do Festival de Cannes e o Oscar de Melhor Ator. O longa também foi indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado, consagrando Babenco como o primeiro cineasta brasileiro a disputar o troféu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. A repercussão consolidou a carreira estrangeira de Babenco, que filmou a seguir um filme 100% americano, “Ironweed” (1987), adaptação de romance americano estrelado por Jack Nicholson e Meryl Streep. Ambos os atores foram indicados ao Oscar, mas o lançamento não teve o impacto das produções anteriores do cineasta. Paralelamente, um fato trágico voltou a chamar atenção para seu melhor filme: o assassinato de Fernando Ramos da Silva pela polícia, aos 19 anos de idade. O menino, que tinha conseguido fama mundial como protagonista de “Pixote”, tinha tentado seguir a carreira de ator na Globo, após o sucesso do filme, mas, semi-analfabeto, não conseguia memorizar os roteiros e não emplacou no elenco de novelas. Acabou retornando para as favelas de Diadema, onde teve o destino de tantos outros jovens envolvidos no tráfico. Abalado, Babenco voltou ao Brasil e aos temas nacionais, filmando a seguir o épico “Brincando nos Campos do Senhor” (1991), sobre a situação de abandono dos índios no país. Caríssima, a produção contou com financiamento e elenco internacional (Tom Berenger, John Lithgow, Daryl Hannah, Tom Waits, Kathy Bates e Aidan Quinn) para denunciar uma situação de genocídio no Brasil, com índios exterminados por doenças e pela ganância de fazendeiros. Sombrio demais para o gosto popular, o filme virou referência para outros cineastas. James Cameron disse que suas imagens poderosas da Amazônia serviram de inspiração para o seu “Avatar” (2009). Assistente de direção em “Brincando dos Campos do Senhor”, Vicente Amorim, que tinha 23 anos na época, definiu a experiência com “intensa”, ao relembrar o trabalho com Hector Babenco para o jornal O Globo. “É um filme que valeu por dez, foi muito trabalhoso, muito desgastante. Foi um desafio logístico comparável a ‘Fitzcarraldo’ (de Werner Herzog). Hoje, os filmes são rodados em quatro ou cinco semanas. Aquele foi feito em 36 semanas! Estávamos no meio da selva, e dormíamos num navio. A equipe tinha quase 200 pessoas e uns cem índios, que faziam figuração.” O fracasso nas bilheterias acabou abalando o cineasta, que se distanciou das telas por sete anos, retornando com uma obra mais intimista, o semibiográfico “Coração Iluminado” (1998), que refletia sua juventude em Buenos Aires, num reencontro com suas raízes. Ele retomou os temas sociais em outro filme forte, “Carandiru” (2003), passado no interior da maior prisão do Brasil, cenário de rebeliões e massacres reais, reencenados na produção. Baseado no livro “Estação Carandiru”, do médico Drauzio Varella, o longa se provou um retrato contundente da situação precária dos presídios nacionais e foi premiado em diversos festivais ao redor do mundo. Seu filme seguinte, “O Passado” (2007), foi estrelado por Gael Garcia Bernal (“Diários de Motocicleta”) e novamente falado em espanhol. “Sou um exilado no Brasil e um exilado na Argentina. Não consigo me fazer sentindo parte de nenhuma das culturas. E as duas coisas convivem em mim de forma poderosa”, resumiu o diretor, em entrevista de 2015. Na virada para o século 21, Babenco tratou de um linfoma e, em seu último filme, “Meu Amigo Hindu” (2015), decidiu contar a história de um diretor e sua luta contra o câncer. Mas o drama também tinha inspiração romântica, já que incluía no elenco sua mulher Barbara Paz, atriz que conheceu justamente no período retratado. Já o alter ego de Babenco foi vivido pelo americano Willem Dafoe. Na trama, que acabou sendo sua obra definitiva, o personagem do diretor, quando confrontado pela Morte (encarnada por Selton Mello), expressava apenas um desejo: realizar mais um filme. “Esse é o filme que a morte me deixou fazer”, disse o cineasta, no ano passado. Refletindo a passagem do grande mestre, o cineasta Walter Salles resumiu o sentimento de grande perda do cinema nacional: “Babenco foi um dos maiores diretores da história do cinema brasileiro. Construiu uma obra única, aguda e original, que desvenda a dimensão da tragédia brasileira, mas também expõe nosso drama existencial, humano. ‘Pixote’ é um filme extraordinário, um soco no estomago, assim como ‘Lucio Fávio, o Passageiro da Agonia’. O mestre se vai, mas sua filmografia ampla e insubstituível sobreviverá ao tempo, como um dos mais potentes reflexos dos anos em que vivemos.

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    Guilherme Karam (1957 – 2016)

    7 de julho de 2016 /

    Morreu o ator Guilherme Karam, que ficou conhecido por papéis marcantes no humorístico “TV Pirata”, em novelas da rede Globo e nos filmes da Xuxa. Ele sofria da doença de Machado-Joseph, uma síndrome degenerativa que compromete a coordenação motora, e estava internado no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio, vindo a falecer na manhã desta quinta-feira (7/7), aos 58 anos de idade. Karam estreou no cinema em 1978, no filme “Tudo Bem”, de Arnaldo Jabor, e se destacou como um travesti em “Luz del Fuego” (1982), de David Neves, antes de estrear na televisão em 1984, na novela “Partido Alto”, no papel de Políbio, um charlatão explorador. O personagem caiu nas graças do público e abriu-lhe as portas para demonstrar sua capacidade cômica, o que o levou a estrelar o clássico do teatro besteirol brasileiro “As Sereias da Zona Sul”, fazendo par com Miguel Falabella, e integrar o elenco do revolucionário “TV Pirata”, ambos em 1988. Com a proposta de renovar o formato dos humorísticos da Globo, “TV Pirata” reuniu atores jovens de novelas com experiência teatral, em vez dos velhos comediantes tradicionais, e focou sua sátira na própria TV – com “tipos” icônicos como o personagem Zeca Bordoada, apresentador da TV Macho (um contraponto à TV Mulher), que Karam eternizou. Ao lado de Débora Bloch, foi o único ator a fazer parte de todas as temporadas do programa, até 1992. Paralelamente ao “TV Pirata”, ele ainda estrelou seu papel mais popular nas novelas, como o mordomo Porfírio de “Meu Bem, Meu Mal” (1990). Fofoqueiro, Porfírio sempre se intrometia na vida dos patrões e era obcecado por Magda, a personagem vivida por Vera Zimmerman, a quem chamava de “divina Magda”. Depois desse sucesso, participou de “Perigosas Peruas” (1992), “Explode Coração” (1995), “Pecado Capital” (1998), “O Clone” (2001) e a minissérie “Hilda Furacão” (1998). Ele também se notabilizou por fazer parte do elenco dos filmes da apresentadora Xuxa Meneghel, consagrando-se como o vilão favorito das crianças: o Baixo Astral em “Super Xuxa contra Baixo Astral” (1988) e Gorgom em “Xuxa e os Duendes” (2001) e “Xuxa e os Duendes 2” (2002). Ao todo, o ator participou de 17 filmes, entre eles “O Homem da Capa Preta (1986), de Sergio Rezende, “Rock Estrela” (1986), de Lael Rodrigues, “Leila Diniz” (1987), de Luiz Carlos Lacerda, e “Bela Donna” (1998), de Fábio Barreto, no qual contracenou com a americana Natasha Henstridge (“A Experiência”). Afastado do público desde 2005, quando integrou a novela “América”, Karam passou os últimos anos lutando contra sua doença, herdada da mãe, que morreu devido à mesma anomalia genética. Além do ator, outros três irmãos também tiveram a doença, que é rara, incurável e fatal. Diversos amigos tentaram visitá-lo durante o tratamento, mas ele se recusou a ser visto. “Ele não quis nos receber, preferiu que a gente não visse como ele estava. Então, a lembrança que tenho dele é muito saudável, de muita alegria”, contou Claudia Raia ao jornal O Globo, citando também os demais integrantes do elenco do “TV Pirata”, que ele não deixou visitá-lo. Em 2015, a atriz Vera Zimmerman, a divina Magda, já lamentava não poder lhe prestar solidariedade, durante participação no programa “Domingo Show”, da Record. “Ninguém merece passar por isso. A minha vontade é de dar um abraço no Guilherme. Mas se [não receber visitas] é a vontade dele.” Dois de seus maiores sucessos televisivos estão atualmente no ar, em reprises do canal pago Viva: o humorístico “TV Pirata” e a novela “Meu Bem, Meu Mal”.

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    Robin Hardy (1929 – 2016)

    2 de julho de 2016 /

    Morreu o cineasta inglês Robin Hardy, aos 86 anos na madrugada desta sexta-feira (1/7). Ele fez apenas três filmes, mas se tornou uma lenda do cinema de terror pelo primeiro, o cultuado “O Homem de Palha” (1973). Considerado uma das obras-primas do gênero e ponto alto indiscutível da filmografia tanto do estúdio Hammer quanto do ator Christopher Lee, “O Homem de Palha” combinou sensualidade e rituais celtas para criar uma história que ressoa até hoje, graças a citações constantes. A trama de “O Homem de Palha” seguia o ponto de vista de um sargento de polícia (Edward Woodward), que desembarca numa ilha escocesa para procurar uma menina desaparecida. Lá, é recepcionado pela autoridade local, representada por Lee, em meio à preparação de um festejo anual. Conforme a investigação se intensifica, diversas mulheres nuas aparecem em seu caminho, como tentações e distrações constantes – entre elas, as belíssimas Britt Ekland, Ingrid Pitt e Diane Cilento. Até que ele, cristão convicto, começa a perceber os sinais de paganismo e se horroriza ao descobrir seu verdadeiro papel na história, como convidado de honra, seduzido/conduzido a ser o sacrifício humano que garantiria a próxima colheita da ilha. O filme ganhou um remake americano, intitulado em português “O Sacrifício”, com direção de Neil LaBute e estrelado por Nicolas Cage em 2006. O próprio Hardy escreveu e dirigiu uma continuação do original, “The Wicker Tree”, realizada com baixo orçamento em 2011 e considerada uma decepção completa. Ele ainda pretendia fazer uma terceira parte, mas o projeto nunca saiu do papel. Entre o primeiro e o segundo “Homem de Palha”, Hardy dirigiu apenas mais um filme: “Uma Voz ao Telefone”, em 1986, um suspense convencional de serial killer. E escreveu a história de outro: “Forbidden Sun” (1989). Nada que chegasse aos pés do culto inspirado por sua estreia. Para se ter noção do impacto de “O Homem de Palha”, em 2010 o jornal britânico The Guardian publicou uma lista que o classificou como o quarto melhor terror de todos os tempos. E Christopher Lee, que trabalhou até nas franquias “Star Wars” e “O Senhor dos Anéis”, declarou que aquele tinha sido o melhor filme que fez, entre os mais de 200 de sua filmografia. Sua permanência na cultura pop chega até aos dias de hoje, como se pode atestar pelo recente clipe de “Burn the Witch”, da banda Radiohead, lançado em maio, que recria com bonecos de massinhas a história do clássico de Hardy.

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    Bud Spencer (1929 – 2016)

    28 de junho de 2016 /

    Morreu Bud Spencer, ator de diversos westerns e comédias italianas de sucesso. Ele faleceu na segunda (27/6) em Roma, aos 86 anos, de causa não revelada. Segundo seu filho, sua última palavra foi “Obrigado”. Nascido em Nápoles em 1929, Carlo Pedersoli começou a carreira de ator graças a seu porte físico. Ex-nadador profissional, chegou a disputar duas Olimpíadas, em 1952 e 1956, e se tornou requisitado para envergar uniformes e até mesmo aparecer sem camisa em filmes de época. A primeira figuração veio no clássico “Quo Vadis” (1951), como um guarda romano, fase que se estendeu até “Anibal, O Conquistador” (1959). Foi durante as filmagens de “Anibal” que Pedersoli encontrou seu futuro parceiro, Mario Girotti. Os dois mudariam de nome para estrelarem seu primeiro filme como protagonistas, “Deus Perdoa… Eu Não!”, um western spaghetti escrito e dirigido por Giuseppe Colizzi em 1967. Os pseudônimos americanizados eram regra das produções comerciais da época, visando o mercado internacional, para onde os filmes eram exportados com dublagem em inglês. Com isso, criava-se a ilusão de uma produção de Hollywood, muitas vezes incrementada com a participação de atores americanos para aumentar a credibilidade do elenco. No caso dos westerns filmados no deserto espanhol, a necessidade do “disfarce” era ainda maior, uma vez que o gênero era considerado o mais americano de todos. Pedersoli e Girotti escolheram seus nomes a partir de uma lista fornecida pelos produtores de seu primeiro western. Pedersoli escolheu virar Bud Spencer para homenagear seu ator favorito, Terence Spencer, e sua cerveja favorita, Budweiser. Girotti se tornou Terence Hill porque o nome tinha as iniciais de sua mãe. “Deus Perdoa… Eu Não!” acabou virando um sucesso inesperado e rendeu duas continuações, “Os Quatro da Ave Maria” (1968) e “A Colina dos Homens Maus” (1969), tornando os nomes de Terence Hill e Bud Spencer bastante conhecidos. Apesar de participarem de projetos independentes – Spencer, por exemplo, estrelou vários westerns como o estereótipo do fortão de diferentes gangues de pistoleiros – , a dupla acabou se tornando inseparável aos olhos do público a partir de uma nova franquia, lançada em 1970. Escrito e dirigido por Enzo Barboni, “Chamam-me Trinity” (1970) aumentou a carga de humor do western spaghetti, transformando as aventuras de Trinity (Hill) e seu parceiro Bambino (Spencer) em verdadeiros pastelões com tiroteios. O apelo cômico foi ainda mais longe na continuação, “Trinity Ainda é Meu Nome” (1971), que virou fenômeno internacional e sacramentou “Trinity” como a franquia mais bem-sucedida do cinema italiano do período. A esta altura, Hill e Spencer se tornaram os atores mais bem pagos da Itália. Mas isso trouxe um efeito colateral inevitável. Mesmo que interpretassem outros personagens, seus filmes eram lançados no exterior como “Trinity”. A situação chegou ao cúmulo de render “Que Assim Seja… Trinity” (1972) e “Trinity… Os Sete Magníficos” (1972) sem a participação de Terence Hill, o intérprete de Trinity. Já em “Dá-lhe Duro, Trinity!” (1972), a reunião da dupla aconteceu nos dias de hoje, numa aventura na selva. Marcado pelo gênero, Spencer raras vezes se arriscou fora do humor e do western. Numa dessas ocasiões, participou do giallo “Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza” (1971), do mestre Dario Argento. Mas ficou nisso seu esforço para se distanciar do tipo que consagrou em “Trinity”: o fortão engraçado, de cara feia, mas bom coração. Tampouco renegou a parceria com Hill, com quem filmou mais de uma dezena de comédias. A partir de 1974 os filmes da dupla já não precisavam mais trazer o nome de “Trinity” ou cenários do Velho Oeste para lotar os cinemas. Eles continuaram faturando alto com lançamentos como “Dois Missionários do Barulho” (1974), “A Dupla Explosiva” (1974), “Dois Tiras Fora de Ordem” (1977), “Par ou Ímpar” (1978), “Quem Encontra um Amigo, Encontra um Tesouro” (1981), “Dois Loucos com Sorte” (1983) e “Os Dois Super-Tiras em Miami” (1985). Paralelamente, Spencer também começou a intercalar sucessos individuais, como “Chamavam-lhe Bulldozer” (1978), em que viveu um treinador de futebol amador, “O Xerife e o Pequeno Extraterrestre” (1979), que teve sequência, “O Super Xerife” (1980), além de “Buddy no Velho Oeste” (1981), “Banana Joe” (1982) e “Aladdin” (1986), em que viveu o gênio da lâmpada. Em 1984, no auge do sucesso, Spencer e o parceiro chegaram a ser entrevistados por Renato Aragão no programa “Os Trapalhões”, quando o gordinho barbudo mostrou sua fluência em português, graças aos dois anos que morou no Brasil (entre 1947 e 1949), trabalhando como funcionário do consulado da Itália no Recife. Mas, ironicamente, logo em seguida a dupla caiu no ostracismo. Hill ainda viveu o herói dos quadrinhos belgas “Lucky Luke” em 1991. Contudo, as carreiras de ambos estagnaram nos anos 1990, a ponto de empurrá-los para um último reencontro sob o manto de “Tritiny”. Nove anos após “Os Dois Super-Tiras em Miami”, Hill e Spencer se despediram dos fãs com o lançamento de “A Volta de Trinity” (1994), seu retorno ao faroeste, com personagens diferentes de Trinity e Bambino, mas divulgados como se fossem os mesmos. Hill faria só mais um filme, em 1997. Spencer continuou ativo até 2009, mas sem emplacar nenhum sucesso. Apesar da fama alcançada, Bud Spencer nunca escondeu sua amargura por não ter merecido maior reconhecimento da crítica e jamais ter trabalhado com cineastas renomados. “Na Itália, eu e Terence Hill simplesmente não existimos, apesar da grande popularidade que temos hoje entre as crianças e os mais jovens”, lamentou há alguns anos.

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    Anton Yelchin (1989 – 2016)

    19 de junho de 2016 /

    O ator Anton Yelchin, que interpreta Chekov na franquia “Star Trek”, faleceu na madrugada deste domingo (19/6), num acidente de carro. Ele foi encontrado por amigos esmagado por seu carro em sua própria casa, em San Fernando Valley, na grande Los Angeles. Segundo informações do site TMZ, ele foi espremido entre o veículo e uma caixa de correio de tijolos, que ficava junto a um portão de segurança. Os amigos o encontraram por volta da 1h da madrugada, e o motor do carro ainda estava funcionando, embora o veículo estivesse em ponto morto. Tudo indica que foi um acidente provocado por descuido. Yelchin tinha apenas 27 anos. Nascido na Rússia em 1989, Yelchin se mudou para os Estados Unidos com a família aos seis meses de idade. A carreira de ator teve início precoce, com uma estreia na TV aos 10 anos em um papel na série “E.R. — Plantão Médico”. Um ano depois, atuou ao lado de Anthony Hopkins no filme “Lembranças de um Verão” (2001). Após se destacar na minissérie sci-fi “Taken” (2002), produzida por Steven Spielberg, e no elenco da série “Huff” (2004-2006), passou a se dedicar à carreira cinematográfica, assumindo um papel importante em “Alpha Dog” (2006), ao lado de Justin Timberlake, e protagonizando a comédia “Charlie, Um Grande Garoto” (2007). A grande virada em sua carreira veio com o papel do navegador russo da Enterprise, Pavel Checov, no reboot da franquia “Star Trek”, dirigido por J.J. Abrams em 2009. Ele voltou a viver o personagem em “Além da Escuridão: Star Trek” (2013), após dar vida a dois outros papeis icônicos, encarnando o jovem Kyle Reese em “O Exterminador do Futuro — A Salvação” (2009), e o matador de vampiros adolescente Charley Brewster do remake de “A Hora do Espanto” (2011). Nos últimos anos, Yelchin vinha se destacando cada vez mais, conquistando papeis importantes em produções premiadas, como o cultuado romance “Loucamente Apaixonados” (2011), em que namorou Felicity Jones; “Um Novo Despertar”, no qual viveu o filho de Mel Gibson e Jodie Foster; e no filme de vampiros “Amantes Eternos” (2013), de Jim Jarmusch. E filmava como nunca, chegando a estrelar nada menos que 14 produções nos últimos três anos, geralmente em papeis fora do comum, independente do gênero, como atesta sua lista recente de fantasias juvenis (“O Estranho Thomas”), comédias bizarras (“Enterrando Minha Ex”), dramas sensíveis (“Sonhos à Deriva”) e produções ousadas (“Cymbeline”). Um de seus trabalhos mais elogiados acaba de estrear em circuito limitado nos EUA, o suspense “Sala Verde” (tradução preguiçosa de “Green Room”, que é camarim em inglês), em que vive o baixista de uma banda punk que testemunha um assassinato cometido por um grupo de skinheads. Mas Yelchin estava em fase tão prolífica que deixou cinco filmes prontos para serem lançados. Além de seu retorno ao papel de Chekov, “Star Trek: Sem Froteiras”, que estreia em 21 de julho no Brasil, a lista inclui quatro obras de cineastas iniciantes, inclusive “Porto”, estreia na ficção do brasileiro Gabe Klinger, que escreve sobre cinema na revista britânica Sight & Sound e é curador do Festival de Roterdã, na Holanda. Sua morte absolutamente inesperada gerou uma onda de incredibilidade nas redes sociais. “Não acredito”, resumiu Karl Urban, intérprete do Dr. McCoy na franquia “Star Trek”. “Ainda em choque”, reagiu Justin Lin, diretor de “Star Trek: Sem Fronteiras”. “Um talento tão tão brilhante, nunca esquecerei seu sorriso doce”, despediu-se Olivia Wilde, que trabalhou com Yelchin em “Alpha Dog”.

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    Ron Lester (1970 – 2016)

    18 de junho de 2016 /

    Morreu o ator Ron Lester, conhecido por ter interpretado o personagem Billy Bob no filme “Marcação Cerrada” (1999). Segundo o TMZ, o ator sofria de problemas no fígado e estava internado em um hospital em Dallas, nos Estados Unidos, há cerca de quatro meses. “Marcação Cerrada” (Varsity Blues) ganhou culto nos EUA por juntar drama esportivo com rito de passagem da adolescência para a vida adulta. Ao acompanhar um time de futebol americano colegial, do interior do Texas, adiantou vários temas posteriormente explorados com sucesso “Tudo Pela Vitória” (2004) e sua série derivada, a excelente “Friday Night Lights”. Dirigido por Brian Robbins (“As Mil Palavras”), o filme também incluía no elenco o então jovem Paul Walker (“Velozes e Furiosos”). Nascido no estado da Georgia, nos Estados Unidos, em 1970, Ron Lester estreou no cinema com 17 anos, em “A Guerra do Hambúrguer” (1997), do mesmo diretor, comédia da Nickelodeon protagonizada por Kenan e Kel. Ele também integrou o elenco das duas temporada sda série “Popular” (1999 – 2001), sobre tribos do colegial, que revelou Leslie Bibb (“Homem de Ferro”) e Christopher Gorham (série “Covert Affairs”). Mas ficou marcado mesmo pelo papel de Billy Bob, que acabou repetindo, com outro nome, na paródia “Não é Mais um Besteirol Americano” (2001). Logo após a estreia deste filme, ele se cansou de interpretar personagens obesos e estar sempre cansado nos sets de filmagens, e decidiu passar por cirurgia bariátrica. Obeso desde a infância, o ator ainda precisou fazer diversas cirurgias plásticas para remover o excesso de pele. A perda de peso coincidiu com a falta de papeis para continuar sua carreira, mas deixou, ao menos, uma participação impactante. No filme “The Fat Boy Chronicles” (2010), ele interpretou um médico que aconselhava um menino com obesidade mórbida a se esforçar para perder peso, pois gordos viviam pouco. Ironicamente, Ron Lester faleceu aos 45 anos de idade.

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    Rubén Aguirre (1934 – 2016)

    17 de junho de 2016 /

    Morreu o ator mexicano Rubén Aguirre, conhecido por ter interpretado o Professor Girafales em “Chaves”. A notícia foi informada por Edgar Vivar, intérprete do Senhor Barriga, e confirmada pela filha de Aguirre, Verónica Aguirre, na manhã desta sexta-feira (17/6). Segundo Veronica, o ator morreu de madrugada por complicações de uma pneumonia. Aguirre nasceu em Coahuila, México, em 15 de junho de 1934, e atuou em áreas diversas, tanto à frente quanto atrás das câmeras: foi locutor de rádio e televisão, narrador de touradas, ventríloquo, ator e diretor de TV. Começou a trabalhar com Roberto Gómez Bolaños, o criador e intérprete de Chaves, no final da década de 1960 no programa “El Ciudadano Gómez” e, além de participar de “Chaves”, também atuou em outras séries famosas do comediante, como “Chespirito” e “Chapolin”. Como o personagem Girafales, do “Chaves”, conheceu o sucesso internacional. Seu personagem era um professor apaixonado pela dona Florinda, que sempre ficava nervoso com o menino Chaves. Também fez filmes com os personagens da televisão, como “El Chanfle” (1979), “El Chanfle 2” (1982) e e “Charrito” (1984), todos derivados de “Chesperito”. Após o fim de “Chaves”, produziu, em 1994, o programa “Aqui Esta la Chilindrina”, com a personagem Chiquinha, interpretada por Maria Antonieta de Las Nieves, e se dedicou ao circo, criando “El Circo del Professor Jirafales”. Mas, no final de 2007, o ator e sua mulher, Consuelo Reyes, sofreram um acidente de carro e ele teve de abandonar os palcos e usar cadeira de rodas. Já Consuelo perdeu uma das pernas e precisou passar por quatro cirurgias. Em sua biografia, “Después de Usted”, publicada em 2015, Aguirre contou toda sua vida, desde o início de sua trajetória na televisão, o nascimento do personagem Girafales, as brigas pelos direitos dos personagens do “Chaves”, entre outras memórias. O epílogo da obra dedicou ao amigo Bolaños, que morreu em novembro de 2014. Com idade avançada e problemas de saúde, Aguirre tinha sido recomendado por médicos para viver ao nível do mar. Por causa disso, não ia à capital, Cidade do México, a 2.250 m de altitude, e nem viajava longas distâncias, o que o impedia de vir ao Brasil com frequência. Em junho de 2015, chegou a publicar uma carta aberta, pedindo para a ANDA (Asociación Nacional de Actores) custear seus tratamentos médicos. Com título “E agora, quem poderá me defender?”, uma referência ao personagem Chapolin, Rubén revelou que há dez anos lutava pelo direito de ter assistência médica, já que sempre contribuiu com as cotas estabelecidas pela associação. “Minhas forças se acabaram”, assumiu o ator mexicano, que tinha diabetes, controlada com medicamentos, além de cálculos na vesícula e problemas de coluna, e não pôde retirar pedras em seus rins devido a uma dívida hospitalar. Aguirre sentia orgulho de ter vivido o Professor Girafales, especialmente porque, brincava, lhe “pagam muito melhor para ser o professor Girafales do que para ser Rubén Aguirre”. Amigo de Aguirre, Edgar Vivar foi quem anunciou a morte do ator. “Meu professor favorito descansa em paz”, ele escreveu no Twitter. E foi ecoado por Carlos Villagran, intérprete do Quico no “Chaves”. “Nosso querido professor se foi, nossa querida vizinhança está se reunindo no céu”, escreveu no Facebook. Mulher de Roberto Bolaños, Florinda Meza, a intérprete da Dona Florinda, afirmou à TV mexicana que, com as mortes de seu marido e de Rubén Aguirre, “está terminando uma era, uma linda era de algo bom e mágico que nunca se repetirá”.

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