A Batalha da Rua Maria Antônia | Filme vencedor do Festival do Rio ganha trailer
A Paranoid divulgou o trailer de “A Batalha da Rua Maria Antônia”, filme vencedor do Festival do Rio, que narra um conflito de estudantes paulistas em 1968, durante a época da ditadura militar. A produção retrata os acontecimentos em torno da noite de outubro de 1968 que ficou conhecido como “Batalha da Rua Maria Antônia”, conflitos vividos por professores e estudantes no prédio da Faculdade de Filosofia da USP, que montaram uma vigília para garantir a votação no pleito do movimento estudantil em plena repressão da ditadura militar. Eles enfrentam os ataques do Comando de Caça aos Comunistas vindos do outro lado da rua, da Universidade Mackenzie. Quando o confronto explode, gritos, molotovs, pedras, paus e bombas caseiras são atiradas, e as 24 horas vividas com a paixão da juventude dos anos 1960, em defesa da democracia, se misturam com a iminência da invasão dos militares ao prédio da USP. O confronto resultou na morte do estudante secundarista José Carlos Guimarães, que estudava no Colégio Marina Cintra da Rua da Consolação, atingido na cabeça por um tiro vindo da Mackenzie, e no incêndio do prédio da USP pelos estudantes de direita. O acontecimento influenciou a transferência dos cursos da USP da rua Maria Antônia para a Cidade Universitária, no bairro do Butantã, cuja obra já estava em andamento. Primeiro longa dirigido por Vera Egito (da série “Todxs Nós”), “A Batalha da Rua Maria Antônia” foi filmado em preto e branco em 21 planos sequências, e inclui em seu elenco jovem os atores Pâmela Germano (“Dois Tempos”), Caio Horowicz (“Lov3”), Philipp Lavra (“Rotas do Ódio”), Gabriela Carneiro da Cunha (“Anna”), Isamara Castilho (“3%”), Juliana Gerais (“Dente por Dente”). Ainda sem previsão de estreia comercial, o filme terá sessões em 25, 28 e 29 de outubro na Mostra de São Paulo.
Boca a Boca: Série de epidemia do diretor de Alguma Coisa Assim ganha trailer
A Netflix divulgou o trailer da nova série brasileira “Boca a Boca”. Criação do cineasta Esmir Filho (“Alguma Coisa Assim”, “Os Famosos e Os Duendes da Morte”), a série gira em torno de uma epidemia que afeta adolescentes de uma cidadezinha no interior do Brasil. Após uma festa com muita pegação, uma garota acorda infectada por um vírus transmitido pelo beijo. Logo, vários jovens que foram à festa começam a manifestar os sintomas horríveis da infecção, colocando a comunidade em pânico. A repressão que se segue também alimenta o medo entre os jovens de que seus segredos sejam descobertos. “Boca a Boca” é o segundo projeto da Netflix em parceria com a produtora Gullane (a primeira foi “Ninguém Tá Olhando”, de Daniel Rezende), desta vez em conjunto com a Fetiche Features, de Esmir Filho. A equipe de produção também destaca a cineasta Juliana Rojas (de “As Boas Maneiras”), que divide a direção dos episódios com Esmir – assim como alguns roteiros. O elenco é formado por Denise Fraga (“Hoje”), Michel Joelsas (“Malhação”), Thomás Aquino (“Bacurau”), Luana Nastas (“Vazante”), Kevin Vechiatto (“Turma da Mônica: Laços”), Grace Passô (“Temporada”), Bianca Byington (“Santos Dumont”), Caio Horowicz (“Califórnia”), a modelo Iza Moreira e a novata Esther Tinman. A estreia está marcada para 17 de julho.
Globo anuncia pela primeira vez no SBT para promover a minissérie Hebe
A rede Globo vai anunciar pela primeira vez na rede SBT. A situação, inimaginável até alguns anos atrás, tem explicação. A Globo produziu comerciais feitos especialmente para o SBT para promover a minissérie “Hebe”, sobre a vida da “rainha da TV”, cuja carreira teve grande impulso na rede de Silvio Santos. Os comerciais de 30 segundos serão exibidos entre esta sexta (20/12) e o domingo (22/12) na programação noturna do canal e ainda terão uma versão especial, com um minuto de duração, durante o “Programa Silvio Santos”. O anúncio faz referência à própria Globo, reproduzindo seu característico top de cinco segundos. Mas o locutor logo avisa: “Calma! Você não está no canal errado, graciiinha. Depois de anos brilhando aqui no SBT, a Hebe chegou ao Globoplay” (veja o vídeo abaixo). A minissérie é, na verdade, o filme “Hebe – A Estrela do Brasil”, lançado em setembro nos cinemas, em versão bastante estendida. E põe estendida. São 10 episódios! Isto significa que há muitas cenas “extras”. Curiosamente, a versão cinematográfica venceu o prêmio de Melhor Edição do Festival de Gramado, e será exatamente isso que sofrerá a maior alteração na transposição para o streaming. A trama destaca Hebe Camargo em sua fase mais empoderada, enfrentando machismo, ditadura e patrões intransigentes para revolucionar a TV e os costumes brasileiros nos anos 1980. Acaba se tornando muito atual, já que o país enfrenta novamente as mesmas lutas sob o governo de Bolsonaro, retrocedendo 30 anos em questões de comportamento e civilidade. Cheio de momentos históricos, a trama relembra até a tentativa de censura que ela sofreu ao reclamar da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987. Revoltados, deputados ameaçaram tirar o SBT do ar durante um mês inteiro. Hoje, são menos ambiciosos, “apenas” convocando a Netlix para comparecer ao Congresso e explicar porque fizeram o Especial de Natal do Porta dos Fundos. No cinema, “Hebe” também foi um projeto bastante estilizado, com marca autoral de Maurício Farias (“Vai que Dá certo”), que filmou muitas cenas às costas de sua esposa Andrea Beltrão – por sinal, perfeita no papel de Hebe – para enfatizar o papel da câmera na história da apresentadora. A ideia original era exibir “Hebe” na própria Globo, mas o longa decepcionou nos cinemas, com apenas 112.677 espectadores, e a empresa resolveu deslocar o projeto para seu serviço de streaming. Também pode ter pesado na decisão, críticas da Hebe personagem à Globo real. “Eu nunca ia poder ser eu mesma na Globo”, diz Andrea Beltrão, entronizando Hebe Camargo. “Hebe” vem sendo promovida maciçamente nos intervalos comerciais da Globo – sem as referências diretas ao SBT, como nos anúncios feitos na concorrente – na maior campanha publicitária já feita para conteúdo nacional da Globoplay. Confira abaixo o anúncio de 1 minuto que será apresentado no domingo, exclusivamente nos intervalos do “Programa Sílvio Santos”.
Andrea Beltrão vira Hebe Camargo no pôster da cinebiografia da “Estrela do Brasil”
A Warner divulgou o pôster oficial da cinebiografia “Hebe – A Estrela do Brasil”, que traz a atriz Andrea Beltrão (“Sob Pressão”) como a apresentadora Hebe Camargo. A trama se passa na década de 1980, no final da ditadura militar, quando Hebe completa 40 anos de profissão, está madura e já não aceita ser apenas um produto televisivo para o que “a família brasileira”. Mais do que isso, já não suporta ser uma mulher submissa ao marido, ao salário baixo, ao governo de direita e aos costumes vigentes. A trama pretende mostrar a apresentadora lidando com o marido ciumento e preconceituoso, e abraçando comportamentos avançados para se transformar em uma das personalidades mais poderosas, populares e amadas do Brasil. O elenco ainda conta com Marco Ricca (“Chatô – O Rei do Brasil”), Caio Horowicz (“Califórnia”), Danton Mello (“Vai que Dá Certo”), Gabriel Braga Nunes (“Se Eu Fechar Os Olhos Agora”), Danilo Grangheia (“O Roubo da Taça”), Otávio Augusto (“Sorria, Você Está Sendo Filmado”), Claudia Missura (“Mister Brau”), Karine Teles (“Benzinho”) e Daniel Boaventura (“Mulheres Alteradas”) – os dois vão viver outras personalidades famosa da TV brasileira, ninguém menos que Lolita Rodrigues e Silvio Santos. Com roteiro de Carolina Kotscho (“2 Filhos de Francisco”) e direção de Maurício Farias (“Vai que Dá certo”), o filme tem estreia prevista para 26 de setembro.
Hebe Camargo ressurge empoderada no trailer de sua cinebiografia
A Warner divulgou o trailer de “Hebe – A Estrela do Brasil”, cinebiografia da apresentadora Hebe Camargo. Bastante politizada, a prévia mostra a estrela da TV brasileira enfrentando preconceitos e fazendo revoluções comportamentais, da introdução de Roberta Close como “a mulher mais bonita do Brasil” à famosa “bicota” em Roberto Carlos. O detalhe é que isso acontece não numa suposta juventude rebelde, mas no apogeu de sua carreira, em plena meia-idade, sob o olhar fulminante de produtores, marido e representantes da censura federal. Além disso, chama muito atenção a interpretação de Andrea Beltrão, convincente no papel. A trama se passa na década de 1980, no final da ditadura militar, quando Hebe completa 40 anos de profissão, está madura e já não aceita ser apenas um produto televisivo para o que se acredita ser a família brasileira. Mais do que isso, já não suporta ser uma mulher submissa ao marido, ao salário baixo, ao governo de direita e aos costumes vigentes. A trama pretende mostrar a apresentadora lidando com o marido ciumento e preconceituoso, e abraçando comportamentos avançados para se transformar em uma das personalidades mais amadas do Brasil. O elenco ainda conta com Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Teles e Daniel Boaventura – que vai viver outra personalidade famosa da TV brasileira, ninguém menos que Silvio Santos. Com roteiro de Carolina Kotscho (“2 Filhos de Francisco”) e direção de Maurício Farias (“Vai que Dá certo”), o filme tem estreia prevista para 26 de setembro.
Atriz transexual viverá Roberta Close no filme de Hebe Camargo
A atriz Renata Bastos, de 36 anos, foi escalada para viver a famosa transexual Roberta Close, que foi símbolo sexual dos anos 1980, no filme “Hebe”, cinebiografia da apresentadora Hebe Camargo. Com 1,77m de altura, Renata também é transexual, modelo e trabalha há cinco anos como produtora de moda em uma agência em São Paulo, onde vive. Mas já tem alguns filmes importantes em seu currículo, com participações em “Carandiru’, Bruna Surfistinha” e “Nina”. Ela foi escolhida para o longa de Maurício Farias (“Vai que Dá certo”) por conta da semelhança física com Roberta Close. “Tive ela como ícone de beleza na minha adolescência”, contou a atriz, ao jornal Extra. No filme, ela aparecerá como entrevistada de Hebe. “Entro num momento muito especial da transição da Hebe, quando ela muda de emissora. A Roberta é uma das entrevistadas do novo programa dela”, contou Renata. O papel da personagem-título é interpretado por Andréa Beltrão (série “A Grande Família”) e a trama vai se passar na década de 1980, quando a apresentadora se transformou em uma das personalidades mais amadas do Brasil. O elenco ainda conta com Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Teles e Daniel Boaventura, que vai viver outra personalidade famosa da TV brasileira, ninguém menos que Silvio Santos. Ainda não há previsão para a estreia.
Andréa Beltrão vira Hebe Camargo na primeira foto oficial do filme da apresentadora
A produção da cinebiografia da apresentadora Hebe Camargo (1929-2012) ganhou sinopse e sua primeira foto oficial, que mostra a atriz Andréa Beltrão (série “A Grande Família”) caracterizada como a famosa apresentadora de TV. O filme será dirigido por Maurício Farias (“Vai que Dá certo”), que trabalhou com Beltrão na série “Tapas & Beijos”. A trama vai se passar na década de 1980 e mostrará a apresentadora lidando com o marido ciumento e preconceituoso para se transformar em uma das personalidades mais amadas do Brasil. Leia abaixo a sinopse oficial: “São Paulo, anos 1980. O Brasil vive uma de suas piores crises e Hebe aparece na tela exuberante: é a imagem perfeita do poder e do sucesso. Ao completar 40 anos de profissão, perto de chegar aos 60 anos de vida, está madura e já não aceita ser apenas um produto que vende bem na tela da TV. Mais do que isso, já não suporta ser uma mulher submissa ao marido, ao salário, ao governo e aos costumes vigentes. Durante o período de abertura política do país, na transição da ditadura militar para a democracia, Hebe aceita correr o risco de perder tudo que conquistou na vida e dá um basta: quer o direito de ser ela mesma na frente das câmeras, dona de sua voz e única autora de sua própria história. Entre o brilho da vida pública e a escuridão da dor privada, Hebe enfrenta o preconceito, o machismo, o marido ciumento, os chefes poderosos e a ditadura militar para se tornar a mais autêntica e mais querida celebridade da história da nossa TV: uma personagem extraordinária, com dramas comuns a qualquer um de seus milhões de fãs”. O elenco ainda conta com Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Teles e Daniel Boaventura, que vai viver outra personalidade famosa da TV brasileira, ninguém menos que Silvio Santos.
Califórnia revive com graça e emoção a adolescência da geração dos anos 1980
“Califórnia”, que marca a estreia de Marina Person como diretora de ficção, sintetiza muito bem os anos 1980, década que foi um misto de alegria e colorido com algo de soturno e bem depressivo (inclusive com a chegada da Aids). A disparidade da música da época é bem representativa dessa bipolaridade. Por isso, a trilha é tão importante neste filme, em especial o destaque dado à banda The Cure, que, além de comparecer com duas faixas (em momentos bem especiais), ainda inspira um personagem muito importante que se veste um pouco como o seu ídolo Robert Smith – e é o esquisitão da escola. The Cure se caracterizava por alternar canções depressivas com outras extremamente alegres em seus discos. Do lado brasileiro, temos os Titãs, que comparecem também com esses dois lados da moeda: toca a alegre “Sonífera Ilha” e a versão acústica e noventista de “Não Vou Me Adaptar”. E tem o cantor Paulo Miklos (“Carrossel – o Filme”) presente, no papel de pai da protagonista Estela (a estreante Clara Gallo), uma moça cujo sonho maior é viajar para a Califórnia, lugar onde seu tio Carlos (Caio Blat, de “Alemão”) mora. Ele trabalha escrevendo sobre música pop, outra das paixões de Estela, que, ainda novinha, descobrindo a vida, é fã de David Bowie. O filme começa no dia de sua primeira menstruação. A sexualidade, como é natural, é algo muito importante para ela e para as amigas, que falam sobre os romances com os meninos. Assim, enquanto a viagem para a Califórnia não chega, Estela tem uma queda por um rapaz da escola e vê nele o sujeito ideal para tirar a sua virgindade. As coisas não saem muito bem como ela quer, assim como a viagem para a Califórnia, que é adiada pela chegada-surpresa do tio Carlos, visivelmente abatido e sem expectativa de retornar para os Estados Unidos. Sim, o filme também trata da Aids e de como ela trouxe consigo inúmeras tragédias familiares. A aproximação e o amor de Estela pelo tio são bastante evidenciados e há um momento em especial que é bem emocionante: a cena do restaurante, quando os dois estão sós. Estela nada sabe do grave problema do tio e os espectadores se tornam cúmplices daquele momento de nó na garganta, numa idade em que todos os sentimentos são potencializados. E que bom que o filme consegue potencializá-los, pois o público ganha com isso, com a paixão que aqueles personagens têm pela música, em especial pelo rock daquela época. Assim, há cenas em loja de discos, na casa cheia de discos (e livros e quadrinhos) do novo amigo que Estela conhece na escola (Caio Horowicz, da série “Família Imperial”), personagem que a apresenta a livros e discos que considera importantes, talvez até sem saber o quanto isso contribuísse para sua formação. Claro que acaba surgindo algo além da amizade entre os dois, algo esperado pela estrutura da narrativa. O que não quer dizer que não tenhamos uma sucessão de pequenas surpresas ao longo da jornada de autoconhecimento de Estela. Uma jornada que contará com corações partidos, um parente querido muito doente e a sublimação pela arte, não apenas como válvula de escape, mas como descoberta da própria identidade e razão de viver. Embora Marina Person tenha dito que não se trata de um filme autobiográfico, é inevitável imaginá-la ali, guiando o público por um túnel do tempo que, ora é visto com certo distanciamento, ora experimentado como uma imersão na adolescência de sua geração. Quam já foi jovem sabe o quanto é perturbador ter tanta energia, ter o mundo inteiro pela frente e não ter a menor ideia de como agir, seja na vida amorosa, seja na construção de seu futuro. A vida é cheia de coisas lindas como a arte e o amor, que convivem ao lado de tragédias e tristezas. Essa é a graça, na verdade, e por isso às vezes é necessário que um filme como “Califórnia” nos ajude a lembrar disso.







