Caio Blat vai dirigir filme sobre Cacilda Becker
O ator Caio Blat (“Segunda Chamada”) vai estrear como diretor de cinema num filme que trará Marjorie Estiano (“Sob Pressão”) como a lendária Cacilda Becker, uma das maiores atrizes da história do teatro no Brasil. Intitulado “Cacilda Becker em Cena Aberta”, o filme terá como ponto de partida o derrame cerebral que a artista sofreu após encerrar o primeiro ato de “Esperando Godot”, em 1969. Enquanto a atriz luta contra a morte, o longa vai revisitar momentos decisivos de sua vida e carreira. A produção é da Giros Filmes e o roteiro é assinado por Guilherme Gonzales, que tem experiência teatral. Em publicação em seu Instagram, o roteirista acrescentou que “levar às telas a trajetória dessa intérprete magnífica, que teve a vida confundida com a história do teatro brasileiro, assume um valor extremo nesses tempos de incessante ataque à cultura nacional”. A previsão é que as filmagens aconteçam apenas em 2023.
Arte 1 exibe teleteatro de 1968 em homenagem ao centenário de Cacilda Becker
O canal pago Arte 1 homenageia o centenário da atriz Cacilda Becker (1921-1969) com a exibição da peça “Um Breve Encontro”, estrelado por ela em 1968. A gravação vai ao ar neste domingo (11/4) às 22h. Filmada em preto e branco como um teleteatro, produção comum nos anos 1960 na televisão brasileira, quando praticamente não havia séries nacionais, a obra foi recuperada em 2019 pelo diretor Cláudio Petraglia – que morreu no mês passado de Covid, aos 90 anos. Além de Cacilda, “Um Breve Encontro” reúne no elenco Mauro Mendonça, Homero Kossac, Elizabeth Hartmann e até Fábio Jr., então com 14 anos. A exibição só vai acontecer porque o teleteatro estava numa das poucas fitas salvas do incêndio que destruiu a Band em 1969. E quem a salvou foi ninguém menos que João Carlos Saad, o Johnny Saad, hoje presidente do Grupo Bandeirantes. Na época com 17 anos, o jovem conseguiu jogar algumas fitas pela janela e as salvou da destruição. A Band vem digitalizando todo seu acervo de obras com Cacilda Becker. No inventário precioso, há 60 horas de conteúdo com a atriz, incluindo outros teleteatros, como “A Grande Mentira”, “Casa de Bonecas”, “O Resgate”, “Vitória Amarga”, “A Malcriada”, “Inês de Castro”. Em 30 anos de carreira, ela encenou 68 peças e fez três filmes: “Luz dos Meus Olhos” (1947), “Caiçara” (1950), e “Floradas na Serra” (1954). Conhecida como uma das maiores estrelas do teatro nacional, ela só saiu de cena à força, no dia 6 de maio de 1969, quando teve um aneurisma no intervalo da peça “Esperando Godot”, que encenava com o marido Walmor Chagas (1930-2013). Foi levada às pressas a um hospital ainda vestindo o figurino da personagem que interpretava e morreu 39 dias depois, aos 48 anos.

