Wes Anderson está fazendo nova animação em stop motion
O cineasta Wes Anderson (“O Grande Hotel Budapeste”) está dirigindo a sua segunda animação. Depois de experimentar o stop motion com “O Fantástico Sr. Raposo” (2009), Anderson retomou a técnica clássica na produção de seu novo longa, uma animação em stop motion sobre cachorros, que ainda não tem título. Isto é tudo o que se sabe sobre o filme, além dos primeiros nomes divulgados do elenco de dubladores. A seleção inclui alguns parceiros já habituais do diretor, como Bill Murray, Edward Norton, Jeff Goldlum e Bob Balaban. A novidade fica por conta da participação de Bryan Cranston (da série “Breaking Bad”). Vale ainda observar que, pelo menos em seus filmes, Anderson é um assassino contumaz de cachorrinhos. Os bichinhos sempre se dão mal em suas obras, a ponto da revista The New Yorker publicar um ensaio a respeito do ódio do diretor por cães. Como a animação em stop motion é um processo lento – exaustivo – , o trabalho começou a ser produzido em segredo em 2015, mas só deve chegar aos cinemas em 2018.
Ensaio poético de Laurie Anderson faz de Coração de Cachorro um fluxo de maravilhas
Laurie Anderson, uma artista que já trafegou por diversos tipos de arte, inclusive o rock, abre seu coração e expõe, com seu talento, seus sentimentos de luto sobre a perda de sua cachorra, Lolabelle, e sobre outras perdas que a afligiram, de uma maneira ou de outra, como a perda da mãe e o sentimento que atingiu todos os americanos depois do ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. “Coração de Cachorro” é um desses trabalhos singulares, que combina documentário pessoal e animação para adotar um tom ensaístico, lembrando até um pouco o olhar de Jean-Luc Godard em “Adeus à Linguagem” (2014), mas que tem uma identidade bem própria, até por ser mais acessível, com o uso de suas referências intelectuais – a filósofos como Kirkegaarde e Wittgenstein – de forma mais ilustrativa. Não funcionam exatamente como hipertextos, já que o que mais importa é o sentimento das histórias de Anderson. E essas histórias são fascinantes. Não apenas a de Lolabelle, os seus últimos dias na Terra e a ligação que a diretora faz, de modo fascinante com o “Livro Tibetano dos Mortos”, entre outros momentos memoráveis, mas também as reflexões sobre momentos de sua infância e adolescência, experiências que ela costura de maneira muito sutil e elegante ao longo da narrativa. O processo criativo da diretora pode causar confusão sobre o porquê de determinados assuntos serem abordados, como a questão das câmeras escondidas, do quanto os Estados Unidos guardam de dados sobre todos seus cidadãos, mas aos poucos se percebe o quanto isso se liga com a história de Lolabelle. Ainda assim, algumas coisas ficam um pouco soltas na teia que ela constrói, como a morte de irmãos gêmeos amigos dela. Mas até isso ajuda a passar a ideia de que o filme adota um fluxo de consciência, semelhante ao usado por escritores como Virginia Woolf, James Joyce e Clarice Lispector. Essa fluidez, por sinal, é um dos maiores trunfos do filme. Também a mistura de música (de autoria da própria Anderson, exceto a canção final, de Lou Reed) com poesia escrita e visual é admirável, bem como a delicadeza com que assuntos espinhosos são tratados. O maior exemplo é a relação da diretora com sua mãe. No fim das contas, a reconciliação, a partir de uma forte lembrança de infância, acaba sendo um dos momentos mais líricos e emocionantes do filme. No mais, além de o uso da fotografia e do som serem muito sofisticados, há tanta coisa que o filme ensina ou lembra: sobre o bardo, sobre o olhar dos cães, sobre as lembranças que nós mesmos tratamos de apagar por serem muito dolorosas, e o mais bonito de tudo, sobre a morte ter uma ligação direta com o amor. Por tudo isso, é um trabalho maravilhoso.
Johnny Depp e Amber Heard gravam desculpas por entrar ilegalmente com seus cachorros na Austrália
O ator Johnny Depp e sua mulher, a atriz Amber Heard, gravaram um vídeo se desculpando por terem entrado ilegalmente com seus cães na Austrália, durante as filmagens de “Piratas do Caribe: Os Mortos Não Contam Histórias”. A gravação foi divulgada pelo Departamento de Agricultura do país e mostra os dois dizendo-se arrependidos e aconselhando turistas a respeitarem as leis de quarentena do país. “A Austrália é uma ilha maravilhosa, com um tesouro de plantas, animais e pessoas únicas”, diz Amber Heard. “Isso deve ser protegido”, completa Depp. “A Austrália está livre de muitas doenças que são comuns ao redor do mundo. Por isso o país precisa ter leis de biossegurança tão rígidas”, continua a atriz. “E os australianos também são únicos, calorosos e diretos. Quando você desrespeita a lei na Austrália, eles vão te dizer de maneira firme”, retoma Depp. “Sinto muito que nossos cães não tenham sido declarados. Proteger a Austrália é importante”, desculpa-se Amber. “Declare tudo quando você entrar na Austrália. Obrigado”, conclui Depp. Com a gravação, o casal evitou uma condenação no país, onde Depp gravou o quinto filme da franquia “Piratas do Caribe” no começo de 2015. Amber ainda declarando-se culpada por dar um testemunho falso sobre a dupla de yorkshires do casal. Na época, o Ministro da Agricultura local ameaçou sacrificar os cães, que deveriam ter passado por quarentena obrigatória. Os bichinhos voltaram imediatamente para os EUA, sobrevivendo à sentença. O casal saiu de sua casa, no Havaí, para a audiência em Queensland, na Austrália, a bordo de um jato particular. De acordo com a BBC, Depp quase cochilou em vários momentos da sessão, apesar de poder enfrentar uma pena de até dez anos de prisão, ou multas de até R$ 720 mil. Ao final, o juiz aceitou as desculpas do casal e os dispensou de pagar multa por importação ilegal. Os dois se abraçaram ao ouvir a sentença.


