Além de ofensivo, Deuses do Egito é muito ruim
Polêmico antes mesmo da estreia, por apresentar atores caucasianos nos papéis principais de uma história passada inteiramente no Egito, “Deuses do Egito” é vergonhoso não apenas pela evidente questão racial, mas também por sua parte técnica. O tratamento do Egito como uma localidade exterior à África – apesar de estar naquele continente – não é novidade, com o embranquecimento de sua população em produções diversas como “Os Dez Mandamentos” e “Exodus”. Mas mesmo se tentarmos ignorar esta violência simbólica, o filme não resiste como cinema: nem como espetáculo, nem como curiosidade sobre mitos egípcios. O diretor Alex Proyas não filmava há sete anos, desde “Presságio” (2009), e aqui parece um funcionário em um projeto de encomenda. Em uma bizarra tentativa de misturar “Percy Jackson” com “O Senhor dos Anéis” e “Fúria de Titãs”, “Deuses do Egito” não sabe que história contar, se deve se levar a sério ou abraçar o ridículo. O roteiro fraco de Matt Sazama e Burk Sharpless (autores dos igualmente superficiais “Drácula: A História Nunca Contada” e “O Último Caçador de Bruxas”) é o maior problema. A história se passa em um passado remoto, onde deuses e humanos conviviam, e acompanha Bek (o australiano Brenton Thwaites), ladrão apaixonado pela escrava Zaya (a australiana Courtney Eaton), que se vê envolvido em uma disputa de seres superpoderosos quando o deus Set (o escocês Gerard Butler) toma o poder das mãos de Horus (o dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau) no momento de seu coroamento. A estrutura narrativa peca por pular por muitos pontos de vista, sem permitir ao público se concentrar em um único foco de identificação. Nenhum personagem é desenvolvido e suas escolhas parecem apenas seguir o que os roteiristas queriam que fizessem para a cena (todos parecem extremamente egoístas e ainda falam em voz alta tudo que estão fazendo e pensando). Os personagens femininos são clichês machistas, longe da Imperatriz Furiosa de “Mad Max” e da Rey de “Star Wars”. Os furos, as piadas sem graça e o modo de falar e agir, que não leva em conta o contexto histórico (parece que estão em um colégio nos dias de hoje) fazem de “Deuses do Egito” uma aventura genérica, que apesar do título poderia se passar em qualquer outro lugar ou época. Para piorar, a trama ainda é prejudicada pela direção no automático e efeitos digitais que até a TV faz melhor (Coster-Waudau bem sabe disso em “Game of Thrones”). A estética de escola de samba poderia até funcionar, se “300” e “Imortais” não tivessem vindo antes. Mas falta até opulência para se comparar “Deuses do Egito” com estes. A rica mitologia egípcia merecia uma apresentação muito melhor de Hollywood, não uma versão genérica dos deuses gregos de outros filmes. Ninguém espera que Hollywood faça uma tese sobre cultura antiga, mas que pelo menos apresente seus personagens de forma correta em uma produção divertida. “Deuses do Egito” não é nem um nem outro. É o exemplo perfeito do que acontece quando a indústria trata o público como imbecis, apostando na fórmula fácil e falhando miseravelmente até mesmo em repetir esta fórmula com sucesso.
Deuses do Egito: Comercial destaca como eram loiros os egípcios de antigamente
A Lionsgate divulgou dois pôsteres e um novo trailer de “Deuses do Egito”, exibido na TV durante o intervalo do Super Bowl (final do campeonato de futebol americano e maior audiência do ano nos EUA). A prévia reforça a visão hollywoodiana de um Egito antigo tão dourado que até os egípcios eram louros. Único ator negro em papel de destaque, Chadwick Boseman (“James Brown”) já lamentou publicamente a opção da produção, que tem um grande desafio de relações públicas para enfrentar, antes mesmo de sua estreia. Fora isso, as correrias, os monstros e os duelos de deuses superpoderosos reprisam temas já vistos em “Fúria de Titãs” (2010) e “Imortais” (2011). Como a Paris Filmes preferiu emendar o feriadão do carnaval, não há versão legendada. Escrita pela dupla Matt Sazama e Burk Sharpless (“O Último Caçador de Bruxas”), a trama mostra o deus Set (Gerard Butler, de “300”) escravizando a humanidade, enquanto um jovem mortal (Brenton Thwaites, de “O Doador de Memórias”) tenta convencer o deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau, da série “Game of Thrones”) a se aliar aos egípcios para lutar contra o rival. O elenco central também inclui as top models australianas Courtney Eaton e Abbey Lee (ambas vistas em “Mad Max: A Estrada da Fúria”), Geoffrey Rush (franquia “Piratas do Caribe”), Rufus Sewell (“Hércules”) e Elodie Yung (“G.I. Joe: Retaliação”). “Deuses do Egito” tem direção de Alex Proyas (“Eu, Robô”) e estreia em 25 de fevereiro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
Deuses do Egito ganha novo trailer que fantasia o Egito antigo com atores brancos
A Paris Filmes divulgou o novo trailer legendado de “Deuses do Egito”, aventura épica repleta de efeitos visuais, mas que tem dado mais o que falar devido ao elenco repleto de atores brancos, muitos deles loiros, numa representação realmente fantasiosa do Egito antigo. Como a prévia anterior, não faltam artifícios digitais, como monstros gigantes e homens brancos voadores, enquanto faltam, claramente, diálogos para os coadjuvantes negros. Também foi divulgado um novo pôster americano da produção. Espécie de “Fúria de Titãs” egípcio, o filme do diretor Alex Proyas (“Eu, Robô”) mostra o deus Set (Gerard Butler, de “300”) escravizando a humanidade, enquanto um jovem mortal (Brenton Thwaites, de “O Doador de Memórias”) tenta convencer o deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau, da série “Game of Thrones”) a se aliar aos egípcios para lutar contra o rival. O elenco central também inclui as top models australianas Courtney Eaton e Abbey Lee (ambas vistas em “Mad Max: A Estrada da Fúria”), Geoffrey Rush (franquia “Piratas do Caribe”), Rufus Sewell (“Hércules”), Elodie Yung (“G.I. Joe: Retaliação”) e um único ator negro, Chadwick Boseman (“James Brown”). Escrito pela dupla Matt Sazama e Burk Sharpless, responsáveis pelos similares “O Último Caçador de Bruxas” e “Drácula: A História Nunca Contada”, “Deuses do Egito” estreia em 25 de fevereiro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
Série clássica Perdidos no Espaço vai ganhar remake no Netflix
O serviço de streaming Netflix vai produzir um remake da série clássica “Perdidos no Espaço”. Segundo o site Deadline, a produção despertou o interesse de vários canais, levando-a a ser disputada numa espécie de leilão, com o Netflix dando o maior lance. O novo “Perdidos no Espaço” será um remake, desenvolvido pela dupla Matt Sazama e Burk Sharpless, responsável pelos roteiros de “Drácula: A História Nunca Contada” (2014), “O Último Caçador de Bruxas” (2015) e do vindouro “Deuses do Egito” (2016). Os dois trabalham no projeto há um ano, junto da produtora Legendary TV e do produtor Kevin Burns (“Poseidon”), da Synthesis Entertainment, que detém os direitos da atração original. A série clássica foi criada em 1965 pelo lendário produtor Irwin Allen, o mesmo de “Viagem ao Fundo do Mar”, “Túnel do Tempo” e “Terra de Gigantes”. A trama se passava no futuro (que na época era 1997), no começo do programa de colonização espacial dos Estados Unidos, com o envio da família Robinson em uma viagem de 5 anos e meio para fundar uma base num planeta na constelação da estrela Alpha Centauri. Porém, o espião Dr. Zachary Smith (o papel da vida de Jonathan Harris) sabota a missão, levando a nave Júpiter 2 a sair da rota e ficar perdida no espaço. “Perdidos no Espaço” era transmitida pela rede americana CBS e durou três temporadas, terminando depois de 83 episódios, devido a um misto de baixa audiência e corte de custos, sem nunca trazer resolução para sua trama. Mesmo assim, acabou ganhando inúmeras reprises na programação televisiva de todo o mundo, virando um fenômeno cult, que inspirou quadrinhos, brinquedos e até um filme em 1998. O Netflix ainda não divulgou o cronograma da produção nem a previsão para a estreia da nova série.
Deuses do Egito: Primeiro trailer da aventura épica sugere equívoco dourado e branco
A Paris Filmes divulgou o primeiro trailer legendado de “Deuses do Egito”, aventura épica, repleta de efeitos visuais e tons dourados, assinada pelo diretor Alex Proyas (“Eu, Robô”). A prévia explora a escala grandiosa e o espetáculo de artifícios digitais, ao invocar deuses superpoderosos e monstros gigantes. Mas apesar de toda sua computação gráfica, a produção parece seguir mesmo o padrão das velhas aventuras de Hollywood, do bem contra o mal e dos atores loiros escalados como egípcios. Neste “Fúria de Titãs” egípcio, o deus Set (Gerard Butler, de “300”) escraviza a humanidade e cabe a um mortal (Brenton Thwaites, de “O Doador de Memórias”) convencer o deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau, da série “Game of Thrones”) a lutar contra o rival. O elenco também inclui as top models australianas Courtney Eaton e Abbey Lee (ambas vistas em “Mad Max: A Estrada da Fúria”), Geoffrey Rush (franquia “Piratas do Caribe”), Rufus Sewell (“Hércules”), Elodie Yung (“G.I. Joe: Retaliação”) e um único ator negro, Chadwick Boseman (“James Brown”). Parte do elenco, por sinal, pode ser conferida nos pôsteres de personagens divulgados (abaixo). Escrito pela dupla Matt Sazama e Burk Sharpless, responsáveis pelos similares “O Último Caçador de Bruxas” e “Drácula: A História Nunca Contada”, “Deuses do Egito” estreia em 25 de fevereiro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.


