Trailer de “As Polacas” mostra drama de imigrantes prostituídas no Brasil
Valentina Herszage vive uma judia polonesa, que enfrenta a dura realidade da escravidão sexual no Rio de Janeiro do começo do século 20
Desalma: Cássia Kis é uma bruxa no trailer da nova série de terror da Globoplay
A Globoplay divulgou as fotos primeiro trailer de “Desalma”, que traz Cássia Kis (“Redemoinho”) como bruxa e Cláudia Abreu (“Berenice Procura”) como mãe de um menino assombrado por espíritos do mal. A prévia assume o clima de terror, com ênfase em gravações noturnas em florestas da região Sul do Brasil, mas não evita alguns clichês do gênero – em especial, cenas que parecem sair da franquia “O Chamado” e dos mais recentes “A Bruxa” e “Midsommar”. A trama se passa numa comunidade rural parada no tempo, onde fenômenos sobrenaturais assombram a população de imigrantes ucranianos ao longo de décadas. Os roteiros são de Ana Paula Maia (“Deserto”) e a direção está a cargo de Carlos Manga Jr. (“Se Eu Fechar Os Olhos Agora”). O elenco também conta com Maria Ribeiro (“Como Nossos Pais”), Bruce Gomlevsky (“Polícia Federal: A Lei É para Todos”), Alexandra Richter (“Minha Mãe É uma Peça”), Isabel Teixeira (“Os Amigos”) e Gabriel Muglia (“Histórias Estranhas”), misturados a atores jovens. Ainda não há previsão para a estreia.
Simonal desmistifica história do primeiro astro pop negro do Brasil
Wilson Simonal tem uma história obtusa, com reveses duvidosos e meandros complexos, isso é fato. A música de Simonal, por sua vez, é leveza, sorriso e diversão pura, de um balanço e um swing únicos. O longa “Simonal”, de Leonardo Domingues, tenta mais uma vez resgatar e desmistificar tudo que ronda a história daquele que foi o primeiro grande astro pop negro do Brasil. O resultado final é uma cinebiografia bem acima da média da maioria lançada nos últimos anos em nosso cinema: ritmo coeso, bom recorte temporal, atuações certeiras e uma direção firme fazem do filme uma sessão imperdível. “Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei” (2009), documentário dirigido por Micael Langer, Calvito Leral e Cláudio Manoel, deu nova luz à história de Wilson Simonal dez anos atrás, quando o artista passou por redescoberta de público e mídia. “Simonal”, o novo longa, busca levar essa redescoberta a um público ainda maior, expandindo esse resgate com uma história cheia de complexidades. Simonal era astro gigante, do tipo que carregava multidões com hits geniais, porém em um jogo perigoso que envolvia ego elevado e gastos exacerbados, o artista entrou em uma espiral negativa, que o fez ter envolvimentos escusos com os militares da época. Em tempos espinhosos de ditadura militar, alimentou-se a história de que o músico era uma espécie de informante dos milicos. Pronto, estava formada a fogueira de Simonal, o “grande dedo duro dos anos 1970”. Até sua morte, em 2000, o músico viveu na obscuridade, tentando repetidamente provar que nunca dedurou ninguém. O longa de estreia de Leonardo Domingues busca reconstruir a ascensão e queda de Simonal em um arco bem definido, que começa com o encontro do músico com Carlos Imperial, passa pelo seu sucesso comercial e esmiúça a derrocada com olhar sincero. Sinceridade é uma palavra-chave em “Simonal”, já que estamos mergulhados em um mar de cinebiografias que são chapas-brancas e buscam mais contar os louros de seus biografados do que realmente uma história com vieses. O roteiro de Victor Atherino não busca pintar um Simonal perfeito e imaculado, que sofreu nas mãos de algozes, pelo contrário, apresenta um personagem extremamente humano, cheio de falhas, defeitos e erros, mas que sabia bem o afronte que era ser um astro negro e rico em um país racista como o Brasil. O personagem ganha vida nas telas por Fabrício Boliveira, que consegue captar o charme e todas as dualidades do artista. Ísis Valverde é sua principal parceria de cena, interpretando a esposa Teresa em atuação segura e convincente, apesar do mar de perucas ruins de sua caracterização (os dois já tinham trabalho juntos em “Faroeste Caboclo”, do mesmo roteirista). Há outros destaques no elenco, como a incrível personificação de Miele por João Velho, ou mesmo Mariana Lima como Laura Figueiredo. Por outro lado, Carlos Imperial, personagem fundamental do universo pop na década de 1960, é interpretado de forma canastrona por Leandro Hassum, que, mesmo ruim, ainda consegue ser menos pior que a vergonhosa interpretação do personagem feita por Bruno de Luca no recente “Minha Fama de Mau” (Lui Farias, 2019). As reconstruções de época dão o clima de ostentação e charme que rodeavam Simonal, com seus looks espalhafatosos; além disso, há charmosas inserções de letreiros e cartazes na tela, incluindo aí joguetes onde o rosto de Simonal aparece meio que confundido com o do ator Fabrício Boliveira, que refez capas e fotos icônicas do músico. Em um dos momentos mais emocionantes do filme, o diretor se vale de material documental e reexibe uma apresentação histórica de Simonal no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, com uma plateia alucinada – ver essas imagens restauradas é de arrepiar! Em tempos de artistas “cancelados”, de discussões sobre erros e perdões, é interessante refletir sobre como Simonal pagou caro demais por um erro que, aparentemente, nunca cometeu. Há uma boa lista de artistas que defenderam ao seu modo a Ditadura Militar ou mesmo que ficaram sobre o muro de forma melindrosa e nem por isso sofreram o backlash que Simonal sofreu. “Simonal”, o filme, coloca como importante pano de fundo uma questão racial que não pode ser ignorada nesse cenário. Em cena simbólica, Simonal conversa com Elis Regina, que diz “eles me perdoaram quando eu cantei o Hino, irão te perdoar agora”, no que ele responde “eles te perdoaram, mas não vão me perdoar e você sabe o porquê”. “Simonal” é filme histórico, de rememoração, mas que fala muito sobre o nosso tempo, que nos diz muito sobre raça, força e arte em 2019, por isso precisa ser visto e debatido o quanto antes.
Cena de Simonal mostra striptease de Isis Valverde
A Downtown Filmes divulgou uma cena de “Simonal”, cinebiografia do cantor Wilson Simonal (1938-2000). A prévia destaca um striptease de Ísis Valverde ao som de “Balanço Zonal Sul”, grande sucesso do cantor, interpretado de forma carismática por Fabrício Boliveira. A atriz interpreta Tereza, esposa de Simonal. E, curiosamente, os dois atores já tinham vivido um casal no cinema, em “Faroeste Caboclo”, também inspirado no pop nacional. O vídeo foi divulgado na terça (25/6), dia em que se completou 19 anos da morte do artista. O resto do elenco inclui Leandro Hassum (“Não Se Aceitam Devoluções”), Caco Ciocler (“Um Namorado para Minha Mulher”), Mariana Lima (“Real: O Plano por Trás da História”) e Bruce Gomlevsky (“Polícia Federal: A Lei é para Todos”). “Simonal” retrata o sucesso meteórico do cantor entre os anos 1960 e 1970, quando ele se tornou uma das personalidades mais populares do país para, em seguida, mergulhar no ostracismo ao virar vítima de patrulhamento ideológico. O longa tem roteiro de Geraldo Carneiro (“Eternamente Pagu”) e direção de Leonardo Domingues, que estreia na ficção após dirigir o documentário “A Pessoa É para o que Nasce” (2003) e editar a cinebiografia “Nise: O Coração da Loucura” (2015). A estreia vai acontecer em 8 de agosto, um ano após première nacional no Festival de Gramado de 2018, quando venceu três prêmios – Direção de Arte, Fotografia e Trilha, composta pelos filhos do cantor, Simoninha e Max de Castro.
Trailer de cinebiografia lembra músicas e polêmicas da vida do cantor Wilson Simonal
A Downtown Filmes divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Simonal”, cinebiografia do cantor Wilson Simonal (1938-2000). A prévia destaca diversas músicas de sucesso, a interpretação carismática de Fabrício Boliveira no papel-título e a reviravolta polêmica na carreira do ídolo pop, que de uma hora para outro perdeu tudo e todos lhe viraram as costas, por suposta ligação com o DOPS, a gestapo da ditadura militar brasileira. Além de Fabrício Oliveira como Simonal, a prévia destaca Ísis Valverde como sua esposa Tereza. E, curiosamente, os dois atores já tinham vivido um casal no cinema, em “Faroeste Caboclo”, também baseado no pop nacional. O resto do elenco inclui Leandro Hassum (“Não Se Aceitam Devoluções”), Caco Ciocler (“Um Namorado para Minha Mulher”), Mariana Lima (“Real: O Plano por Trás da História”) e Bruce Gomlevsky (“Polícia Federal: A Lei é para Todos”). “Simonal” retrata o sucesso meteórico do cantor entre os anos 1960 e 1970, quando ele se tornou uma das personalidades mais populares do país para, em seguida, mergulhar no ostracismo. O longa tem roteiro de Geraldo Carneiro (“Eternamente Pagu”) e direção de Leonardo Domingues, que estreia na ficção após dirigir o documentário “A Pessoa É para o que Nasce” (2003) e editar a cinebiografia “Nise: O Coração da Loucura” (2015). A estreia vai acontecer em 8 de agosto, um ano após première nacional no Festival de Gramado de 2018, quando venceu três prêmios – Direção de Arte, Fotografia e Trilha, composta pelos filhos do cantor, Simoninha e Max de Castro.
Polícia Federal: A Lei É Para Todos vai virar trilogia com impeachment de Dilma, prisão de Lula e eleição de Bolsonaro
O filme “Polícia Federal: A Lei É Para Todos” vai virar trilogia. O produtor Tomislav Blazic revelou seus planos ao UOL, contando que o segundo filme mostrará a prisão de Lula e o terceiro repercutirá a eleição de Jair Bolsonaro, com o juiz Sergio Moro alçado a Ministro da Justiça. A história de “Polícia Federal – A Lei é Para Todos 2” mostrará os eventos ocorridos logo depois do final do primeiro filme. Dentre os fatos previstos estão o impeachment da então presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula. “Quando o Lula foi preso, nós estávamos na porta da Polícia Federal, em Curitiba, e gravamos, do lado de fora, a chegada do ex-presidente. Possivelmente usaremos essas cenas no final do filme”, adiantou Blazic. Também entrarão no longa as investigações e prisões do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a morte do Ministro do Supremo Teori Zavascki, a gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer e as acusações contra o senador Aécio Neves. Já o projeto do terceiro filme mostraria a eleição de Jair Bolsonaro e novos desdobramentos da Lava Jato. “Ainda acho muito cedo apontar qual será o roteiro do filme, mas, sim, está tudo encaminhado para mostrarmos o Moro no Ministério da Justiça”. O orçamento dos dois próximos filmes gira em torno de R$ 16 milhões, cada um. As filmagens da parte 2 deverão começar em março e o lançamento poderá ocorrer ainda no segundo semestre do ano que vem, com a parte 3 prevista para 2020. O diretor e o roteirista deverão ser os mesmos, Marcelo Antunes e Gustavo Lipsztein. Mas há dificuldade de reunir o elenco original. Dos atores já confirmados estão Bruce Gomlevsky e Rainer Cadete. “Sobre o restante do elenco, ainda precisamos conciliar as agendas”. No primeiro filme, o papel de Sérgio Moro foi interpretado por Marcelo Serrado, mas o nome dele ainda não está confirmado na continuação. Ao contrário do filme original, feito sem dinheiro público, o segundo longa que conta a história da operação Lava Jato foi autorizada a captar R$ 13,7 milhões por meio da Lei do Audiovisual. Para Blazic, as pessoas que criticavam o uso do dinheiro público no filme achavam que ele iria fazer um filme com viés partidário contra a esquerda. “Depois de lançado, o público percebeu que falávamos da corrupção. Mas além do PT tem também o PMDB, o PSDB”, explicou. “Agora, ninguém poderá questionar as nossas questões partidárias. Na verdade, quem berra sobre as leis de incentivo são os acusados”. Para o produtor, a Lei do Audiovisual é importante para a área. “Sem ela, não se faz filmes. No primeiro filme, quando tomamos a decisão de não usar a lei, fiquei com medo de não conseguir bancar. O filme foi muito criticado. A gente sabia que iria sofrer ataques, mas hoje sabemos que estamos no caminho certo”, contou. “Polícia Federal: A Lei É Para Todos” foi um dos títulos brasileiros mais vistos em 2017, com 1,3 milhão de espectadores, segundo dados da empresa Filme B.
Cinebiografia de Wilson Simonal ganha “clipe” em clima de ostentação
A Downtown e a Globo Filmes divulgou fotos e o primeiro vídeo de “Simonal”, a cinebiografia do cantor Wilson Simonal (1938-2000). A prévia revela cenas do filme, em que Fabrício Boliveira vive o artista, mas numa espécie de clipe-ostentação, ao som do hit “Carango”, um dos maiores sucessos de Simonal, que contém o antológico refrão “Pra ter fom-fom, trabalhei, trabalhei”. O clássico de arranjo jazzy acompanha Simonal e Tereza, vivida por Ísis Valverde, enquanto andam de Mercedes e compram sua mansão modernista, com direito a retrato gigante do cantor pendurado na sala de estar. Curiosamente, os dois atores já tinham vivido um casal no cinema anteriormente, no interessante “Faroeste Caboclo”, também baseado no pop nacional. Leandro Hassum (“Não Se Aceitam Devoluções”), Caco Ciocler (“Um Namorado para Minha Mulher”), Mariana Lima (“Real: O Plano por Trás da História”) e Bruce Gomlevsky (“Polícia Federal: A Lei é para Todos”) também estão no elenco. “Simonal” retratará o sucesso meteórico do cantor entre os anos 1960 e 1970, quando ele se tornou uma das personalidades mais populares do país para, em seguida, mergulhar no ostracismo. O longa tem roteiro de Geraldo Carneiro (“Eternamente Pagu”) e direção de Leonardo Domingues, que estreia na ficção após dirigir o documentário “A Pessoa É para o que Nasce” (2003) e editar a cinebiografia “Nise: O Coração da Loucura” (2015). A première está marcada para 20 de agosto, no Festival de Gramado 2018, mas o lançamento em circuito comercial só deve acontecer em 2019.
Filme musical estrelado pela dupla Anavitória ganha primeiro trailer
A Galeria Distribuidora, braço da Vitrine Filmes dedicado ao lançamento de filmes com maior apelo comercial, divulgou o pôster, três fotos e o primeiro trailer de “Ana e Vitória”, comédia romântica musical estrelada por Ana Caetano e Vitória Falcão, da dupla Anavitória. O filme leva a parceria musical das artistas de Tocantins ao cinema. Na trama, as duas vivem cantoras que se conhecem em uma festa e decidem se arriscar no mundo da música. Apesar de ser um trabalho de ficção, a obra tem paralelos com a realidade, já que o filme é “uma ideia” de Felipe Simas, o empresário que as “descobriu”, e mostra como um empresário carioca as leva a atingir o estrelato. O elenco conta ainda com Bruce Gomlevsky (“Polícia Federal – A Lei É para Todos”), Erika Mader (“Somos Tão Jovens”), Thati Lopes (“Porta dos Fundos”) e apresenta Clarissa Müller, “influenciadora digital” que, além de atuar, também canta no longa – considere como uma nova “descoberta”. Com roteiro e direção de Matheus Souza (“Tamo Junto”), produção musical do cantor Tiago Iorc e canções da dupla, o filme tem estreia marcada para 2 de agosto.
Polícia Federal – A Lei É Para Todos mira a corrupção, mas reflete radicalização
Mais que a corrupção desregrada, o que o filme “Polícia Federal – A Lei É Para Todos” configura é a radicalização que tomou conta do país desde as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff. Uma separação entre grupos opostos tão irracional quanto torcidas de futebol. E ela se manifesta no filme por meio de discussões e principalmente na cena que registra Lula no Aeroporto de Congonhas, depois de ter sido levado coercitivamente para depor. O filme mostra dois times muito bem delineados: os que achavam aquilo um absurdo e estavam ali para protestar a favor do ex-Presidente, vestidos de vermelho e com o apoio da CUT, e aqueles que tinham escrito “Somos todos Moro” em suas bandeiras e se vestiam de verde e amarelo, comemorando aquele momento, pois, embora não representasse a prisão de Lula, significava um passo importante para isso, após panelarem até derrubar uma Presidente eleita. Logo, foi um dia de festa para muitos brasileiros. “Polícia Federal – A Lei É Para Todos” é desses filmes que merecem ser vistos nem que seja por curiosidade mórbida, seja por quem acompanha o cinema brasileiro e quer pensar o filme dentro do cenário do gênero policial contemporâneo, seja por quem está interessado em ver como foi o recorte e de que maneira o diretor Marcelo Antunez (“Até que a Sorte nos Separe 3″) e seus roteiristas (Gustavo Lipsztein e Thomas Stavros, ambos da série de “1 Contra Todos”) resolveram contar a história da Operação Lava-Jato desde sua origem até o ano passado. E por mais que a primeira metade do filme funcione bem como thriller policial, apesar de diálogos bem ruins, o aspecto político é muito frágil, no sentido de vilanizar pessoas que ainda estão sob investigação. Como é o caso do ex-Presidente Lula, retratado como uma figura enjoada e afetada por Ary Fontoura (da novela “Êta Mundo Bom!”). Se os próprios representantes da direita brasileira dão o braço a torcer diante do carisma de Lula, o que é mostrado passa bem longe de sua figura pública. Na sessão em que assisti, que terminou com uma salva de palmas do público presente, muitos se divertiram com o modo como Lula foi representado, alguns até dizendo “olha a cara de pau dele” etc., como se estivessem vendo o próprio ex-Presidente – ou uma cena de novela. A imagem do verdadeiro Lula nos créditos finais, dizendo que “a jararaca está viva”, em entrevista coletiva após o tal depoimento, ajuda a esquecer um pouco a interpretação infeliz de Fontoura, ao mesmo tempo em que retoma a linha de radicalização exibida no filme. Há outras situações forçadas do roteiro, em particular as vividas por Bruce Gomlevsky (novela “Novo Mundo”), intérprete de um dos quatro principais agentes (fictícios) da Lava-Jato. Seu quadro branco contendo as palestras do Lula por diversos países e o dinheiro supostamente desviado mais parece o famoso powerpoint do procurador Deltan Dallagnol. Quanto ao juiz Sérgio Moro, vivido por Marcelo Serrado (“Crô – O Filme”), o filme o deixa um pouco mais distanciado do caso, como que para torná-lo o mais isento e apartidário possível. Até mesmo cenas do juiz preparando pizza e conversando com o filho em sua casa o filme mostra. Mas os verdadeiros heróis são mesmo os quatro cavaleiros da operação, vividos ficcionalmente por Antonio Calloni (minissérie “Dois Irmãos”), Flávia Alessandra (também da novela “Êta Mundo Bom!”), João Baldasserini (novela “Pega Pega”) e o já citado Gomlevsky, que é o sujeito que canta “Inútil”, do Ultraje a Rigor, em um karokê. Mesmo quando um dos atores das novelas da Globo se questiona sobre quem estaria sendo beneficiando por tantas prisões e acusações naquele momento de tensão política intensa, logo aparece alguém para tranquilizá-lo, dizendo que eles estão sim tornando o Brasil melhor. Neste momento, o filme quase consegue realizar uma autorreflexão lúcida diante do que é mostrado. Falar de um cenário político sem o distanciamento temporal adequado é sempre arriscado. Mas, como vivemos um momento em que a urgência e o pré-julgamento parecem imperar, a busca pela verdade aparecerá sempre borrada. No meio deste caldo fervente, há ainda outros projetos por vir, como a série da Lava-Jato criada por José Padilha (“Tropa de Elite”) para a Netflix e os quatro documentários sobre o impeachment de Dilma Rousseff, sendo que dois optaram por retratar a situação mais próximo do ponto de vista da ex-presidente. Até lá, ficamos na torcida pelo Brasil.
Rodrigo Lombardi lidera elenco do filme sobre a Lava-Jato
Apesar da novela, literalmente, sobre sua participação, Rodrigo Lombardi vai mesmo interpretar o juiz Sérgio Moro no cinema. Escalado para protagonizar “À Flor da Pele”, novela de Gloria Perez que substituirá “A Lei do Amor” na faixa das 9, ele acabou entrando também na série “Carcereiros”, para substituir o falecido Domingos Montagner, e tinha ficado sem espaço na agenda. Mesmo assim, seu nome apareceu encabeçando o elenco do longa, que foi divulgado no fim de semana. Além dele, participarão de “A Lei É para Todos” os atores Rainer Cadete (novela “Êta Mundo Bão”), como o procurador Deltan Dallagnol, Roberto Birindelli (série “1 Contra Todos”) como o doleiro Alberto Youssef, Werner Schünemann (novela “Haja Coração”) como o diretor-geral da Policia Federal, e Antonio Calloni (novela “Salve Jorge”), Flávia Alessandra (também da novela “Êta Mundo Bom!”) e Bruce Gomlevsky (minissérie “Liberdade, Liberdade”) como três delegados da Polícia Federal à frente da Operação Lava Jato. Com este elenco, é praticamente a versão novela da Globo da Lava-Jato. Mas os produtores falam em “superprodução” cinematográfica. “A Lei É para Todos” conta com um orçamento estimado em R$ 14 milhões, segundo o comunicado. “Os recursos foram levantados junto a investidores privados. Não há dinheiro público no filme”, diz o material. Ainda de acordo com release, a produção do longa-metragem firmou um acordo com a Polícia Federal que prevê “o apoio logístico da PF, que permitirá filmagens nas instalações onde a Lava-Jato está sendo conduzida e com os equipamentos (viaturas, helicópteros, armamentos, uniformes etc) reais”. “Nossa ambição é fazer um filme de entretenimento de grande bilheteria”, diz o produtor Tomislav Blazic. E o diretor do longa aumenta. “Nosso objetivo é fazer um blockbuster”, afirma Marcelo Antunez, parceiro de Roberto Santucci (que atua como consultor aqui, para dar medo) nas comédias “Até que a Sorte nos Separe 3” e “Qualquer Gato Vira-Lata 2”. De repente, a versão novela da Globo da Lava Jato já será lucro e preferível à versão besteirol. De todo modo, a versão Netflix vem logo em seguida, com direção e produção de quem entende de série e filme policial, José Padilha, responsável pelos dois blockbusters da franquia “Tropa de Elite” e a série “Narcos”.








