Festival de Berlim começa sua primeira edição sem público
O tradicional Festival de Berlim começa sua primeira edição virtual nesta segunda-feira (1/3) com uma programação concentrada em apenas cinco dias, metade da duração habitual, prevendo otimistamente realizar uma segunda parte presencial em junho. Diferente de outras edições virtuais de festivais internacionais, o Festival de Berlim não disponibilizará seus filmes online para apreciação do público. Por mais paradoxal que pareça, os organizadores decidiram fazer o festival sem exibir nenhum filme para o público. A ideia é apresentar os longas ao público durante sua segunda parte, chamada de Festival de Verão e prevista para acontecer de 9 a 20 de junho, quando serão entregues os troféus aos vencedores dos Ursos de Prata e de Ouro. O longa libanês “Memory Box”, da dupla de diretores Joana Hadjithomas e Jalil Joreige, foi o escolhido para abrir a versão fechada do festival, que está sendo chamado de Evento da Indústria (Industry Event). A denominação se deve ao fato de as sessões acontecerem de forma reservada com acesso apenas para profissionais da indústria cinematográfica e imprensa. “Memory Box” é também o primeiro filme libanês selecionado para a competição em 40 anos, e gira em torno da filha de uma família de imigrantes turcos em Montreal, que descobre segredos da juventude de sua mãe na guerra civil libanesa. A produção quase foi perdida, porque as filmagens terminaram pouco antes da explosão em 4 de agosto de 2020 no porto de Beirute, que deixou mais de 200 mortos e 6,5 mil feridos e destruiu bairros inteiros da capital libanesa. A sede da produtora, incluindo boa parte de suas obras, foram destruídas no caos. Outros filmes previstos na programação deste “Evento da Indústria” incluem “Una Película de Policías”, do mexicano Alonso Ruizpalacios (“Museu”), “Petite Maman”, da francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”), “Bad Luck Banging or Looney Porn”, do romeno Radu Jude (“Aferim!”), “Albatros”, do francês Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”), “I’m Your Man”, da alemã Maria Schrader (da série “Nada Ortodoxa”), e “Next Door”, estreia na direção do ator alemão-espanhol Daniel Brühl (“Capitão América: Guerra Civil”). O Brasil é representada por “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi (“Ex-Pajé”), que foi selecionado para participar da mostra paralela Panorama. A 71ª edição do festival também marcará a primeira vez que a Berlinale concederá um prêmio de interpretação “sem gênero”, em vez dos prêmios de melhor ator e atriz. Trata-se de uma inovação inédita entre as principais competições internacionais, mas que já vinha sendo adotada há alguns anos em eventos mais populares, como o MTV Movie & TV Awards.
Festival de Berlim seleciona filme brasileiro sobre invasão de terras indígenas
O filme “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, foi selecionado para participar da mostra Panorama do Festival de Berlim 2021, que este ano vai acontecer virtualmente, a partir do dia 1º de março. Bolognesi já esteve na Berlinale em 2018, quando recebeu uma menção honrosa pelo documentário “Ex-Pajé”, que também retratava a vida de povos indígenas. Graças ao trabalho desenvolvido anteriormente, ele contou com a ajuda do líder político e xamã Davi Kopenawa Yanomami para escrever o roteiro e estrelar o novo longa – uma coprodução entre a Gullane e a Buriti Filmes – , que acompanha o cotidiano de uma aldeia ianomâmi, isolada no norte do país há mais de mil anos. Na trama, os indígenas tentam expulsar garimpeiros invasores, que trazem com eles doenças desconhecidas, para proteger seu território, demarcado legalmente. O tema não poderia ser mais atual, tendo em vista as prioridades com sinais trocados do governo Bolsonaro. O Brasil também será representado na próxima edição do festival pela série “Os Últimos Dias de Gilda”, criada e dirigida por Gustavo Pizzi, que foi selecionada para a mostra Berlinale Series. A lista completa de obras selecionadas para a edição de 2021 do evento foi anunciada nesta quinta (11/2) com 15 filmes em sua mostra principal, com a peculiaridade de que todos foram realizados durante a pandemia de coronavírus. “Embora apenas alguns mostrem diretamente o novo mundo em que vivemos, todos eles integram os tempos de incerteza que estamos passando”, disse o diretor artístico da Berlinale, Carlo Chatrianele, em um vídeo que apresentou a seleção. “O sentimento de apreensão está em toda parte.” A lista inclui, entre outras obras, novos filmes da francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Mulher em Chamas”), da alemã Maria Schrader (vencedora do Emmy pela minissérie “Nada Ortodoxa” da Netflix), do romeno Radu Jude (“Aferim!”), do francês Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”), do mexicano Alonso Ruizpalacios (“Museu”) e do ator alemão-espanhol Daniel Brühl (“Capitão América: Guerra Civil”) em sua estreia na direção. Um dos mais velhos festivais do cinema do mundo, a Berlinale, que chega à sua 71ª edição, vai acontecer em duas partes em 2021. A primeira contará com a exibição online dos filmes de 1º a 5 de março, culminando com a premiação dos melhores com os Ursos de Prata e de Ouro. Já a segunda parte contará com a exibição presencial dos filmes, tanto em salas de cinema quanto ao ar livre, e está prevista para acontecer de 9 a 20 de junho, quando serão entregues os prêmios aos vencedores. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Luiz Bolognesi (@luizbolognesi66)

