Michael Constantine (1927–2021)
O ator Michael Constantine, que interpretou o pai de Nia Vardalos em “Meu Casamento Grego”, comédia romântica de maior bilheteria de todos os tempos, morreu em 31 de agosto, mas sua morte só foi confirmada na noite de quarta (9/9) por seu agente. Ele tinha 94 anos e faleceu de causas naturais. Constantine Joanides começou sua carreira nos primeiros dias da televisão americana, ainda em 1949. Após vários trabalhos na Broadway – e bicos de vigia noturno para complementar a renda – , fez sua estreia no cinema em “A Última Caminhada” (1959), interpretando um presidiário que tentava escapar da prisão com Mickey Rooney e grande elenco. Ele também teve papéis coadjuvantes memoráveis no clássico de bilhar “Desafio à Corrupção” (1961), ao lado de Paul Newman, e no blockbuster “Beau Geste” (1966), além de ter aparecido na maioria das séries produzidas na década de 1960, de “Os Intocáveis” a “Missão: Impossível”. O ano mais ocupado de sua carreira foi 1969, quando estrelou nada menos que quatro filmes – a aventura romântica “Justine” e três comédias: “Os Rebeldes”, com Steve McQueen, “Que Sequestro Aéreo!”, adaptação de uma peça de Woody Allen, e “Enquanto Viverem as Ilusões”, em que interpretou um ex-soldado em busca de um amor há muito perdido na Itália. E ainda assim teve tempo para interpretar seu primeiro papel fixo numa série, em “Room 222”. A atração criada por James L. Brooks (um dos criadores de “Os Simpsons”) se passava numa escola do Ensino Médio que tinha Constantine como diretor. A trama lidava com muitos temas contemporâneos, como racismo e divisões sociais, e marcou época na TV americana, durando cinco temporadas – até 1974. Por seu trabalho em “Room 222”, Constantine venceu o Emmy de Melhor Ator Coadjuvante em série de Comédia em 1970. Após o fim da série, ele integrou o elenco do drama sombrio “A Viagem dos Condenados” (1976) e teve papel recorrente na série infantil “Electra Woman and Dyna Girl” (também em 1976), onde viveu um feiticeiro. Sua carreira televisiva atravessou as décadas seguintes, com papéis em diversas atrações, incluindo nova participação recorrente em “Jogo Duplo” (Remington Steele) como um empresário idiossincrático. No cinema, ainda foi o pai de Patrick Dempsey na comédia romântica adolescente “Casanova – Adorável Sedutor” (1987), o pai de Michael Keaton no drama “Minha Vida” (1993) e o juiz do suspense “A Jurada” (1996), com Demi Moore, antes de conduzir Nia Vardalos ao altar em 2002. Patriarca da família de “Meu Casamento Grego”, o ator arrancava risos por encontrar raízes gregas em todas as palavras, manifestando um tradicionalismo ferrenho, que também era bem humorado e generoso. Após o sucesso avassalador do filme, que só nos EUA faturou US$ 241 milhões em 2002, Constantine reprisou seu papel em uma série curta da CBS, também estrelada por Vardalos em 2003, e na continuação do longa original, lançada em 2016. Foi seu último trabalho.
Robert Wolders (1936 – 2018)
O ator Robert Wolders, que estrelou a série “Laredo”, mas acabou mais conhecido por seus casos de amor com grandes estrelas de cinema, morreu na quinta passada (12/7), aos 81 anos. A informação foi divulgada no domingo, pelo Twitter da Fundação Audrey Hepburn. “Com um coração pesado, saudamos o nosso membro da diretoria, mentor e amigo Robert Wolders. Que sua linda alma descanse em paz. Seu exemplo brilhante continuará vivendo”, escreveram os membros da Fundação na rede social. Nascido na Holanda, Wolders era considerado um galã nos anos 1960, mas em sua curta carreira teve poucas chances de ser mais que coadjuvante. Ele integrou o elenco de duas aventuras clássicas da época, “Beau Geste” (1966) e “Tobruk” (1967), no mesmo período em que esteve na série western “Laredo” (1966-1967). Após o cancelamento da atração, fez algumas participações em várias das séries mais populares do período, como “Daniel Boone”, “O Agente da UNCLE”, “A Feiticeira”, “Os Audaciosos”, “Mary Tyler Moore” e “O Casal McMillan”. Finalmente, em 1973 teve seu primeiro e único papel de protagonista no cinema em “Interval”, contracenando com a veterana estrela Merle Oberon, atriz indicada ao Oscar por “O Anjo das Trevas” (1935). Os dois se envolveram fora das telas e acabaram se casando. 25 anos mais velha, Oberon acabou morrendo apenas quatro anos depois, em 1979. E Wolders nunca mais atuou. Wolders se tornaria amigo e, mais tarde, amante de Audrey Hepburn durante os anos 1980. Os dois nunca se casaram, mas permaneceram juntos e “muito apaixonados” até a morte dela, em 1993. Depois, ele também teve teve relacionamentos com Leslie Caron (de “Gigi”) e com Shirlee Fonda, viúva de Henry Fonda e madrasta de Jane Fonda. O ator aposentado passou suas últimas décadas se dedicando à filantropia, à frente da Fundação Audrey Hepburn.

