Nathalie Delon (1941 – 2021)
A atriz francesa Nathalie Delon, que foi casada com o astro Alain Delon, morreu de câncer nesta quinta-feira (21/1) em Paris, aos 79 anos. Segundo o filho, ela faleceu pela manhã, cercada por seus familiares. De origem espanhola, a estrela nasceu no Marrocos, quando o país africano era uma colônia francesa, e seu nome verdadeiro era Francine Canovas. Chegou a Paris em 1962 após separar-se de seu primeiro marido, Guy Barthélémy, com quem teve uma filha. Mas ela não ficou muito tempo sozinha. Aos 21 anos, seus olhos verdes chamaram atenção de Alain Delon em uma discoteca parisiense. Na época, ele era noivo de Romy Schneider, uma das atrizes europeias mais famosas e lindas dos anos 1960. Em 1964, dois anos depois do primeiro encontro, ela se casou em segredo com Delon. Mas o relacionamento só foi assumido no cinema após mais três anos, quando contracenaram juntos no clássico thriller criminal “O Samurai” (1967). Em sua estreia, Nathalie chamou tanta atenção que passou a receber muitos convites para continuar a carreira. Ela assumiu os papéis principais de “Lição Particular… de Amor” (1968), “As Duas Irmãs” (1969), “A Mão” (1969) e só voltou a trabalhar com o marido após o divórcio, na comédia “Eu Te Amo, Nathalie” (1971). Nathalie também estrelou as superproduções internacionais “Quando 8 Sinos Tocam” (1971), ao lado de Anthony Hopkins, e “Barba Azul” (1972), estrelada por Richard Burton e por algumas das maiores beldades da época, como Rachel Welch, Virna Lisi e ela própria. Mas aos poucos entrou numa rotina de coadjuvante, em filmes como “A Inglesa Romântica” (1975), de Joseph Losey, e “A Mulher Fiel” (1976), de Roger Vadim, que abriram caminho para produções B e uma mudança radical de rumos. Nos anos 1980, após 30 filmes, ela se cansou de pequenos papéis e se reinventou como cineasta, escrevendo e dirigindo dois filmes, “Ils Appellent ça un Accident” (1982) e “Doces Mentiras” (1986). Este último foi uma coprodução americana estrelada por Treat Williams e Joanna Pacula. O primeiro filme que ela dirigiu também marcou um dos seus últimos trabalhos como atriz. Após a obra de 1982, ela só voltou a atuar nos anos 2000, encerrando a carreira em “Mensch” (2009) ao lado do filho, Anthony Delon. O filho em comum manteve os Delons próximos. “Nos víamos com frequência. Fazia parte da sua vida e ela da minha. Estivemos juntos no Natal. Tiramos fotos, as últimas”, disse Alain Delon nesta quinta-feira à agência AFP.
Diretora argentina de XXY fará seu primeiro filme em francês
A cineasta argentina Lucía Puenzo, de filmes como “XXY” (2007), “O Menino Peixe” (2009) e “O Médico Alemão” (2013), prepara-se para fazer seu primeiro longa falado em francês. Ela vai filmar em Paris uma versão contemporânea da fábula “Barba Azul”, com coprodução do estúdio francês Pyramide, informou a revista Variety. O filme vai adaptar “Barbe Bleue”, romance escrito por Amelie Nothomb em 2012, centrado em Severine, uma jovem restauradora de pinturas do Louvre, que aluga um quarto em uma mansão luxuosa e se apaixona pelo proprietário. Ele lhe oferece a chance de trabalhar no quadro “Hylas and the Nymphs”, de John William Waterhouse. A peça, entretanto, é roubada, e as suspeitas levam Severine a investigar o destino de outras jovens que dividiram a residência com o rapaz. A premissa da trama é inspirada na famosa fábula escrita por Charles Perrault no século 15, sobre um nobre violento que tinha o costume de assassinar suas esposas. A adaptação está sendo escrita pela própria diretora em parceria com Sergio Bizzi, autor do conto em que Puenzo baseou seu filme “XXY”. “Quero fazer uma narrativa minuciosa sobre como uma pessoa pode ser apaixonar sabendo que se trata de alguém perigoso”, declarou a cineasta, que ainda definiu “Barbe Bleue” com uma mistura de fábula e horror. O elenco ainda não está definido, mas as filmagens estão marcadas para setembro, tendo o Louvre como um de seus sets.

