Pixar anuncia primeiro longa da diretora de Bao
A cineasta Domee Shi, que assinou “Bao”, curta premiado com o Oscar em 2019, vai dirigir seu primeiro longa animado para a Pixar. A novidade foi anunciada durante o Dia do Investidor da Disney, na noite de quinta (10/12), e foi acompanhada por uma imagem da protagonista da produção – em suas duas versões. Veja acima. Intitulado “Turning Red”, o filme vai acompanhar uma adolescente chamada Mei, que se transforma em um panda vermelho gigante quando fica muito agitada. A estreia está marcada para 11 de março de 2022.
Oscar sem indies premia igualmente os grandes estúdios de Hollywood
Lembra quando filmes independentes venciam o Oscar? A vitória de “Moonlight” há dois anos marcou o auge e o fim de uma era. Em 2019, a Academia barrou os indies de sua competição, resultado num vencedor controvertido e uma premiação bem diferente do Spirit Awards, considerado o “Oscar do cinema independente”. A decisão de não incluir títulos que a crítica e outras instituições consideraram os melhores do ano, para dar mais espaço aos filmes medianos dos grandes estúdios, teve impacto na distribuição dos prêmios. Sem a concorrência “desleal” de A24, 30West e outras, que se acostumaram a ter a qualidade seus filmes de arte reconhecidos, Disney, Fox, Universal e Netflix dividiram igualmente as estatuetas douradas entre si. Cada estúdio ficou com quatro ouros. Os quatro troféus da Disney correspondem aos prêmios técnicos de “Pantera Negra” e ao curta animado “Bao”. A Universal foi impulsionada pelas três vitórias de “Green Book”, inclusive como Melhor Filme, e completou sua lista com a vitória de Efeitos Visuais de “O Primeiro Homem”. A Netflix somou três Oscars de “Roma” e a estatueta de Melhor Documentário em Curta-metragem por “Period. End of Sentence.” Já os quatro da Fox se devem todos a “Bohemian Rhapsody”. Mas vale reparar que, se Marvel e Pixar são contados como Disney, a Fox também pode calcular as vitórias da Fox Searchlight, sua “divisão indie”. Assim, saiu-se melhor que os demais, ao somar mais dois Oscars – de Melhor Atriz (Olivia Colman por “A Favorita”) e Curta (“Skin”). Tem mais. A Fox também é dona da NatGeo, produtora do Melhor Documentário: “Free Solo”. Do mesmo modo, a vitória de Spike Lee pelo roteiro de “Infiltrado na Klan” poderia entrar na conta da Universal, já que o filme foi lançado pela Focus Features, a “divisão indie” do estúdio. Apenas uma produtora 100% indie conseguiu penetrar nessa festa exclusiva de gigantes milionários, a Annapurna, com o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de Regina King, por “Se a Rua Beale Falasse”, e de Melhor Maquiagem para “Vice”. Esta multiplicação da supremacia dos dólares sobre a arte do cinema seria ainda mais impactante se a Disney já tivesse consumado sua aquisição da Fox. Quando se soma as vitórias da Disney e da Fox, o resultado são 11 estatuetas para o conglomerado do CEO Bob Iger – deixando apenas outras 13 para serem divididas por seus rivais. Nada mal para o estúdio que tradicionalmente só era lembrado nas categorias de Melhor Animação e Canção, e que sempre preferiu fazer blockbusters a filmes de arte.
Bao: Veja a íntegra do curta da Pixar pré-selecionado para o Oscar 2019
A Pixar disponibilizou na íntegra o curta “Bao”, que pode ser visto abaixo. O filme é um das pré-selecionados pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas dos Estados Unidos para disputar o Oscar 2019 de Melhor Curta de Animação Com pouco mais de 7 minutos de duração, “Bao” mostra o inusitado nascimento de um bebê que surge a partir de um bolinho. O curta foi dirigido por Domee Shi e foi inspirado em sua experiência como filha de imigrantes no Canadá. Domee Shi trabalhou na equipe de artistas dos desenhos “Divertida Mente” (2015), “O Bom Dinossauro” (2015) e “Os Incríveis 2” (2018), e vai estrear como diretora de longa-metragem numa animação ainda sem título da Pixar, prevista para 2022. “Bao” teve première no Festival de Tribeca e foi exibido nos cinemas como abertura de “Os Incríveis 2”.


