Goya 2020: Filmes de Amenábar e Almodóvar lideram indicações
A organização do prêmio Goya, equivalente espanhol ao Oscar, revelou os indicados à sua edição de 2020 nesta segunda-feira (2/12). A lista acabou destacando os novos longas dos veteranos Alejandro Amenábar e Pedro Almodóvar, “Enquanto a Guerra Durar” e “Dor e Glória”, respectivamente com 17 e 16 indicações cada um. A disputa de Melhor Filme Espanhol do ano também inclui “A Trinchera Infinita”, do trio Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga, que concorre em 15 categorias, além de “Intemperie”, de Benito Zambrano, e “O que Arde”, de Oliver Laxe. O filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, chegou a ser indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano, mas acabou ficando fora da lista final, que reuniu “A Odisseia dos Tontos” (Argentina), “Araña” (Chile), “El Despertar de las Hormigas” (Costa Rica) e “Monos” (Colômbia). A lista completa dos indicados pode ser conferida neste link, que leva ao site oficial do evento. A premiação do Goya 2020 será realizada no dia 25 de janeiro em Málaga, na Espanha.
Bacurau é exibido de graça em São Paulo
O filme “Bacurau”, dirigido por Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”), será exibido de graça na noite desta quarta (9/10), às 19h, em 14 salas de cinema na cidade de São Paulo. Vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes, o filme, que se passa numa comunidade nordestina que desaparece dos mapas, promove uma mistura de gêneros e envolve o espectador numa trama misteriosa/metáfora de resistência estrelada por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros. A ação é uma iniciativa do Circuito Spcine e, para assistir, é necessário ir com antecedência a um dos locais de exibição, já que os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes da sessão, por ordem de chegada. Por conta do interesse, o site do Circuito Spcine chegou a sair do ar. A Spcine alerta que não é permitido reservar lugares e cada pessoa pode retirar no máximo dois ingressos. Confira abaixo os locais de exibição: CEU Aricanduva CEU Butantã CEU Caminho do Mar CEU Feitiço da Vila CEU Jaçanã CEU Jambeiro CEU Meninos CEU Parque Veredas CEU Perus CEU Quinta do Sol CEU Três Lagos CEU Vila Atlântica CEU Vila do Sol Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes
It: Capítulo Dois mantém liderança nas bilheterias brasileiras
O terror “It: Capítulo Dois” segue na liderança das bilheterias nacionais pela terceira semana seguida. O filme levou mais 290 mil pessoas aos cinemas brasileiros e faturou R$ 4,8 milhões entre quinta e domingo (22/9) passados, segundo levantamento da consultoria Comscore. Maior lançamento do fim de semana, “Rambo: Até o Fim” estreou na vice-liderança. O longa protagonizado por Sylvester Stallone foi visto por 253 mil espectadores, arrecadando R$ 4,3 milhões. Em 3º, “Vai que Cola 2 – O Começo” somou 147 mil pessoas e R$ 2,4 milhões. Em duas semanas em cartaz, a comédia brasileira já arrecadou R$ 7,7 milhões e levou 506 mil pessoas aos cinemas. Além da produção derivada da TV, o Top 10 brasileiro inclui mais três produções nacionais. O religioso “Divaldo – O Mensageiro da Paz” aparece em 4º lugar com mais R$ 1,3 milhão, totalizando uma arrecadação de R$ 3,8 milhões desde seu lançamento, na mesma semana de “Vai que Cola 2″. “Bacurau” aparece em 6º lugar após quatro semanas. Desde que estreou, o longa de Kleber Mendonça Filho acumula R$ 7,6 milhões em bilheteria e público de 475 mil pessoas. Já “Nada a Perder 2” desabou do 3º lugar para a 8ª posição. Em cartaz há seis semanas, a continuação da cinebiografia de Edir Macedo acumula R$ 56,7 milhões em bilheteria para um total de 5,7 milhões de ingressos vendidos. Veja abaixo a lista com os dez filmes de maior bilheteria no fim de semana, em levantamento da Comscore. TOP 10 #bilheteria #cinema Finde 19 a 22/09:1. It Capitulo Dois 2. Rambo: Até o Fim3. Vai Que Cola 2 – O começo4. Divaldo – O Mensageiro da Paz5. Yesterday6. Bacurau7. O Rei Leão8. Nada a Perder 29. O Mal Não Espera a Noite – Midsommar10. Depois do Casamento — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) September 23, 2019
Vai que Cola 2 estreia em 2º lugar nas bilheterias brasileiras
Assim como aconteceu na América do Norte, o terror “It: Capítulo Dois” manteve a liderança nos cinemas brasileiros pela segunda semana consecutiva. O longa foi assistido por 553 mil pessoas, rendendo R$ 9,1 milhões no país. Mas o mais interessante é que, das cinco maiores bilheterias do fim de semana, três são produções nacionais. A maior estreia de quinta passada (12/9), “Vai que Cola 2 – O Começo” ficou na vice-liderança. A comédia derivada da TV atraiu 223 mil espectadores e arrecadou R$ 3,7 milhões. Com isso, “Nada a Perder 2″, cinebiografia de Edir Macedo, caiu para o 3º lugar, com público de 249 mil pessoas e renda de R$ 2,1 milhões. A lista inclui ainda outra cinebiografia religiosa brasileira: “Divaldo – O Mensageiro da Paz”, que fez R$ 1,8 milhão em seu final de semana de estreia e ficou em 4º lugar. O Top 5 se completa com a comédia musical “Yesterday”, novo filme de Danny Boyle (“Quem Quer Ser um Milionário?”) que imagina o mundo sem os Beatles e levantou R$ 1,5 milhão entre quinta e domingo (15/9). Os dados são da consultoria Comscore. Veja abaixo o resto do Top 10 do fim de semana nas bilheterias, que ainda inclui mais um lançamento nacional: “Bacurau”. TOP 10 #bilheteria Final Semana 12 a 15/09:1. It Capitulo Dois 2. Vai Que Cola 2 – O começo3. Nada a Perder 24. Divaldo – O Mensageiro da Paz5. Yesterday6. Bacurau7. O Rei Leão8. Corgi: Top Dog9. Era Uma Vez em…Hollywood10. Abigail e a Cidade Proibida — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) September 16, 2019
It: Capítulo Dois estreia em 1º lugar no Brasil
“It: Capítulo Dois” repetiu no Brasil o sucesso que tem feito em todo o mundo. Em seus primeiros dias de exibição, a continuação de “It: A Coisa” atingiu o topo das bilheterias brasileiras, com uma impressionante arrecadação de mais de R$ 18,2 milhões. O longa bateu recorde como o filme de terror mais assistido no final de semana de estreia durante o ano de 2019. Ao todo, o filme foi visto por mais de 1,1 milhão de pessoas no Brasil. Mas esse número reflete a distribuição em padrão de terra arrasada. “It: Capítulo Dois” foi lançado em mais de 2 mil salas no país (informação da Warner), num parque exibidor que soma pouco mais de 3 mil cinemas ao todo. Com isso, o filme do tio do prefeito do Rio, “Nada a Perder 2”, caiu para o 2º lugar — segundo o jornal O Globo “ainda naquela base: bilheteria gorda e salas vazias”. A continuação da cinebiografia do bispo Edir Macedo foi exibida em 1061 salas e levou 394 mil pessoas aos cinemas, com arrecadação de R$ 3,5 milhões. Bem atrás do terror americano. A segunda obra brasileira mais bem cotada do ranking, “Bacurau”, arrecadou R$ 1,4 milhão, mas foi apenas o 6º filme mais assistido entre quinta e domingo (8/9), de acordo com levantamento semanal da Comscore. Com distribuição muito inferior, em apenas 356 salas, levou 79 mil pessoas aos cinemas e agora acumula, em duas semanas no circuito, R$ 4,2 milhões em bilheteria e 254 mil espectadores. Veja abaixo o ranking das 10 maiores bilheterias do Brasil, segunda a Comscore. TOP 10 #bilheteria Final Semana 5 a 8 Setembro:1. It Capitulo Dois 2. Nada A Perder 23. Yesterday4. O Rei Leão5. Corgi: Top Dog6. Bacurau7. Era Uma Vez em…Hollywood8. VelozesFuriosos Hobbs & Shaw9. O Amor Dá Trabalho10. A Tabacaria — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) September 9, 2019
Bacurau ganha capa da revista francesa Cahiers du Cinéma
O filme “Bacurau” ilustra a capa da edição de setembro da “Cahiers du Cinéma”, conceituada revista francesa de cinema e mais conhecida publicação voltada a filmes de arte em todo o mundo. A revista traz uma entrevista com os diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e também um dossiê de 20 páginas sobre a situação do cinema brasileiro atual. Ilustrando a foto de capa, há uma chamada para “O Brasil de Bolsonaro”. Outros entrevistados da publicação incluem Fellipe Barbosa (“Gabriel e a Montanha”), Eryk Rocha (“Cinema Novo”), Marco Dutra (“As Boas Maneiras”), Camila Freitas (“Chão”) e Guto Parente (“Inferninho”). A Cahiers tem feito muito elogios sobre a qualidade do cinema feito no Brasil, considerando a atual geração de cineastas como a melhor do cinema brasileiro desde os movimentos do Cinema Novo e os chamados “marginais”. Ao mesmo tempo, lamenta que eles também precisem enfrentar o governo, em vez de receber apoio para levar sua arte ao resto do mundo. Um dos filmes brasileiros mais premiados do ano, “Bacurau” foi reconhecido nos festivais de Munique, de Lima e pelo importante Prêmio do Júri do Festival de Cannes. A trama, passada numa comunidade nordestina que desaparece dos mapas, promove uma mistura de gêneros que envolve o espectador numa trama misteriosa/metáfora de resistência estrelada por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros. Apesar da distribuição limitada a apenas 250 cinemas em todo o país, o longa arrecadou mais de R$ 1,5 milhão em seu fim de semana de estreia.
Bacurau faz R$ 1,5 milhão em fim de semana de estreia
Um dos filmes brasileiros mais premiados do ano, “Bacurau” também se tornou oficialmente um dos maiores sucessos nacionais de público em 2019. Depois de conquistar prêmios nos festivais de Munique, de Lima e o importante Prêmio do Júri do Festival de Cannes, o longa de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”) arrecadou R$ 1,5 milhão em bilheteria no primeiro fim de semana em cartaz. Segundo levantamento da Comscore, mais de 86 mil pessoas foram assistir a estreia do longa, uma mistura de gêneros que envolve o espectador numa trama misteriosa/metáfora de resistência, estrelada por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros. Os números são muito bons para as condições de lançamento do filme, que chegou em apenas 250 cinemas em todo o país. O dado da distribuição é importante, porque relativiza o fato de “Bacurau” ter aberto “apenas” em 6º lugar. A verdade é que sua bilheteria representa um dos maiores sucessos dramáticos do Brasil em 2019, atraindo mais público, inclusive, que o filão das cinebiografias, como “Minha Fama de Mau” e “Simonal”. A estreia de “Bacurau” só perde mesmo para as comédias blockbusters com astros de TV, que contam com ampla cobertura televisiva e lançamento em mais de 500 cinemas. A informação dos filmes mais vistos no fim de semana ainda destaca “Nada a Perder 2”, a cinebiografia do bispo Edir Macedo, que neste fim de semana vendeu 677 mil ingressos e arrecadou mais R$ 6,6 milhões com salas supostamente vazias (denúncia do portal UOL e do jornal O Globo), “O Rei Leão”, com público de 224 mil pessoas e renda de R$ 3,8 milhões, e o estreante “Yesterday”, que abriu em 3º lugar com 177 mil ingressos vendidos e R$ 3,5 milhões. Confira abaixo o Top 10 das bilheterias nacionais compilado pela Comscore. TOP 10 #bilheteria #cinemas Finde 29/8 a 1/9:1. Nada A Perder 22. O Rei Leão3. Yesterday4. Era Uma Vez em…Hollywood5. Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw6. Bacurau7. Brinquedo Assassino 8. Anna – O Perigo Tem Nome9. O Amor Dá Trabalho10. Os Brinquedos Mágicos — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) September 2, 2019
Bacurau mistura ação e reflexão num filme de peso
Novo filme de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”), “Bacurau” é um western brasileiro. Segue a trilha dos históricos “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969), de Glauber Rocha (1938-1981). Filmes que já se pautavam por grande força política e preocupação social, tentando desvendar um universo nordestino, marcado pela violência opressora, de um lado, e resistente, de outro. Dialoga também com a produção nacional que sempre teve nos cangaceiros uma fonte de inspiração permanente, oportunidade de pensar e de criar a partir da realidade do nordeste brasileiro para alcançar o país. “Bacurau” incorpora novos elementos a tudo isso. Tem invasores agressores e poderosos. Que chegam a tirar o povoado do mapa e produzem assassinatos aparentemente inexplicáveis, valendo-se até de drones com aspecto de disco voador. Falam inglês, seu comandante é um alemão com pinta e comportamento de nazista, e os colaboradores que atuam com eles falando português, além do inglês, são desprezados e descartados na primeira oportunidade. Ou seja, estamos no terreno da alegoria política, que soa tão atual, mas talvez seja mesmo uma constante da nossa história. Até porque a trama não se nutre do momento atual (foi filmado antes da eleição de Bolsonaro), embora pareça inspirado nele. Percepção acurada? Premonição? Visão apurada do processo histórico, da relação entre a casa-grande, a senzala e a dimensão internacional que as envolve. A produção mistura ação e reflexão no mesmo produto. É um filme forte, intrigante, provocador, mas é também uma aventura, muito envolvente. Por isso, pode ser visto como um filme de gênero, embora não esteja preocupado em seguir cartilhas ou convenções. Fala ao sentimento do público, mostra uma violência que tem de ser decifrada e que, afinal, leva a algumas conclusões. Talvez distintas, para cada grupo de espectadores. Mas que deve mexer com todo mundo, de um jeito ou de outro. Um elenco enorme e dedicadíssimo a seus personagens passa uma sensação de grande veracidade e remete a um mundo tão familiar quanto distante. Sonia Braga, como a dra. Domingas, reúne as dimensões da solidariedade e do descontrole, a indicar a profunda humanidade da figura que encarna. O alemão Udo Kier (astro de inúmeros terrores clássicos) é a maldade forasteira, mas também o impasse e a solidão. Bárbara Colen faz Teresa, mulher forte e lutadora. Os forasteiros colaboracionistas são patéticos, mas a gente até se esquece disso porque Karine Teles e Antonio Saboia nos conquistam pela qualidade de seus desempenhos. Thomás Aquino, como Pacote, e o inusitado bandido local Lunga, papel de Silvero Pereira, nos mostram como é estar no fio da navalha entre a fome e o crime. Todos os personagens são bem construídos e têm um ator ou atriz à sua altura. A trilha sonora é também bem marcante, vai de Gal Costa e seu objeto voador não-identificado a Geraldo Vandré, passando por Sérgio Ricardo. Marcos reconhecíveis da resistência que sempre pautou a nossa música e o nosso cinema, que combinam bem com a temática tratada no filme. A comunidade do povoado da Barra, no Rio Grande do Norte, divisa com a Paraíba, onde a maior parte do filme foi gravada, participou ativamente dos trabalhos de apoio à produção e como figurantes, contribuindo para a autenticidade das situações mostradas. “Bacurau” é um filme de peso da produção brasileira recente, que já vem recebendo o maior reconhecimento internacional, na forma de convites para mais de 100 festivais e mostras de cinema pelo mundo, e já conquistou prêmios nos festivais de cinema de Munique, de Lima e o importante Prêmio do Júri do Festival de Cannes.
Filme brasileiro Bacurau tem sessões dubladas e legendadas no cinema. Saiba o motivo
O filme brasileiro “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”), foi lançado nos cinemas na quinta (29/8) com versões dublada e legendada. Mas as legendas não tem nada ver com um suposto “sotaque nordestino” difícil de entender – como chegou a acontecer, por exemplo, com “Cine Holliúdy”. O próprio Kleber Mendonça Filho explicou a questão. “Desculpe o leve spoiler, mas Bacurau tem diálogos em português e em inglês. Nas partes em inglês, há duas versões nos cinemas: legendado e dublado. Cada uma uma experiência diferente. Grande abraço”, escreveu o cineasta no Twitter. O diretor ainda defendeu a versão dublada, que alguns cinéfilos resistiram em aceitar. “Acho que dá um ar mais forte de cinema B, sessão da tarde e filme de aventura. E esses profissionais da dublagem saíram com cada uma que eu fiquei. Adorei.” Vencedor do Prêmio do Juri do Festival de Cannes, “Bacurau” oferece uma mistura de gêneros que envolve o espectador numa trama misteriosa/metáfora de resistência. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros, o filme retrata o drama de um povoado isolado no nordeste que descobre que não consta mais no mapa. E se torna alvo de atentados.
Filme brasileiro Bacurau vence o Festival de Lima
O filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”), conquistou mais um prêmio internacional na noite de sábado (17/8), ao vencer o 23º Festival de Lima. Além de ser considerado o Melhor Filme pelo juri do evento peruano, o longa brasileiro também levou o troféu de Melhor Direção e a premiação da crítica internacional. O Festival de Lima aconteceu entre 9 e 17 de agosto, com cerca de 400 filmes sua programação. As novas conquistas se somam ao Prêmio do Júri no Festival de Cannes e convites para mais de 100 festivais ao redor do mundo, inclusive os prestigiosos festivais de Nova York e Toronto. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros, “Bacurau” retrata o drama de um povoado isolado no nordeste brasileiro que descobre que não consta mais no mapa. E se torna alvo de atentados. “Bacurau” teve sua première brasileira na sexta-feira (16/8), como filme de abertura do Festival de Gramado, e vai chegar aos cinemas brasileiros na próxima semana, no dia 29 de agosto.
Festival de Gramado reúne a indústria cinematográfica sob ataque de Bolsonaro
O Festival de Gramado nasceu durante o boom do cinema brasileiro produzido na era de ouro da Embrafilme, sobreviveu à destruição daquela época pelo governo Collor, quando praticamente não foram lançados longas, e chega a sua 47ª edição nesta sexta (17/8) em meio a ataques do presidente Bolsonaro aos filmes feitos no país. A concentração da indústria cinematográfica na serra gaúcha, neste momento histórico, é garantia de repercussão. Os discursos de protestos são mais que esperados durante a abertura do evento às 18h, que apresentará “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, em sua primeira exibição no Brasil após vencer o prêmio do júri no Festival de Cannes. Kleber Mendonça Filho, como todos lembram, protestou contra o “golpe” sofrido por Dilma Rousseff com cartazes no tapete vermelho de Cannes em 2016, quando lançou “Aquarius”. E até hoje se fala disso. Bolsonaro fez tudo para acirrar os ânimos ao máximo com uma live na noite de quinta, afirmando que tinha barrado a liberação de incentivos para filmes de temática LGBTQIA+ e que já teria “degolado todo mundo” se as cabeças da Ancine “não tivessem mandato”, utilizando-se da linguagem violenta para ameaçar o órgão responsável pelo incentivo à produção do cinema brasileiro. Por conta do governo extremamente ideológico de Bolsonaro – um PT ao avesso – , a política deve roubar a cena dos próprios filmes no evento, que vai acontecer até o dia 24 de agosto. Ainda assim, há muitos filmes. Ao todo, 19 longas e 34 curtas. Entre os sete longa-metragens da mostra competitiva nacional incluem-se a cinebiografia “Hebe — A estrela do Brasil”, de Maurício Farias, com Andréa Beltrão na pele da famosa apresentadora da TV brasileira, a dramédia “Veneza”, de Miguel Falabella, que acompanha a viagem dos sonhos de uma cafetina à cidade italiana, e “O Homem Cordial”, de Iberê Carvalho, suspense no qual Paulo Miklos interpreta um cantor de rock envolvido na morte de um policial. Além disso, o festival também homenageará quatro personalidades: o ator Lázaro Ramos, a atriz e cineasta Carla Camurati, o ator argentino Leonardo Sbaraglia e o artista Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. As homenagens serão acompanhadas pelos devidos discursos, alguns mais contundentes que outros. Confira abaixo a lista dos longas selecionados para as mostras competitivas do evento gaúcho. Filmes Brasileiros “Hebe – A Estrela do Brasil” (São Paulo) Direção: Maurício Farias “O Homem Cordial” (Distrito Federal) Direção: Iberê Carvalho “Pacarrete” (Ceará) Direção: Allan Deberton “Raia 4” (Rio Grande do Sul) Direção: Emiliano Cunha “Veneza” (Rio de Janeiro) Direção: Miguel Falabella “Vou Nadar Até Você” (São Paulo) Direção: Klaus Mitteldorf e Luciano Patrick “30 Anos Blues” (São Paulo) Direção: Andradina Azevedo e Dida Andrade Filmes Latino-Americanos “A Son of Man – La Maldición del Tesoro de Atahualpa” (Equador) Diretor: Jamaicanoproblem “Dos Fridas” (México e Costa Rica) Direção: Ishtar Yasin “El Despertar de las Hormigas” (Costa Rica) Direção: Antonella Sudasassi Furnis “En el Pozo” (Uruguai) Direção: Bernardo e Rafael Antonaccio “La Forma de las Horas” (Argentina) Direção: Paula de Luque “Muralla” (Bolívia) Direção: Rodrigo Alfredo Alejandro Patiño Sanjines “Perro Bomba” (Chile) Direção: Juan Caceres
Festival de Toronto seleciona três filmes brasileiros em sua mostra principal
A organização do Festival de Toronto 2019 divulgou uma lista abrangente de filmes que integrarão sua programação oficial. E entre os títulos estão três filmes brasileiros. Dois deles já foram premiados em Cannes, “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz. O terceiro é “Três Verões”, de Sandra Kogut, estrelado por Regina Casé (“Que Horas Ela Volta?”), que inicia sua carreira no circuito dos festivais. Os três integrarão a mostra World Contemporary Cinema, a principal de Toronto. No ano passado, o vencedor do evento (que é escolhido pelo público) foi “Green Book”, que acabou levando o Oscar de Melhor Filme. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), “Bacurau” venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e retrata o drama de um povoado isolado no nordeste brasileiro que descobre que não consta mais no mapa. A partir daí, se torna alvo de atentados. Considerado o Melhor Filme da mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, “A Vida Invisível” acompanha Eurídice e Guida, duas irmãs jovens e inseparáveis que enfrentam os pais conservadores no Rio de Janeiro dos anos 1950 para realizar seus sonhos: Eurídice (Carol Duarte, de “O Sétimo Guardião”) e quer ser pianista na Áustria e Guida (Julia Stockler, da série “Só Garotas”) quer ir atrás de seu amor na Grécia. Nada sai como planejado. Mas as duas contam com o apoio de outras mulheres para sobreviver ao mundo machista. “Três Verões”, por sua vez, reflete a situação política do Brasil acompanhar o impacto de operações como a Lava Jato numa família envolvida em esquemas de corrupção, apresentando a situação com um viés de luta de classes, pelo olhar de seus empregados. O foco é na personagem de Casé, caseira de uma casa de praia pertencente a uma família rica, na qual os proprietários só aparecem durante os fins de ano. Além destes filmes, Toronto também selecionou “Wasp Network”, do francês Olivier Assayas, que tem produção do brasileiro Rodrigo Teixeira. O filme será exibido fora de competição, em sessão especial. Por fim, a mostra Wavelengths, dedicada a filmes mais experimentais, vai contar ainda com mais dois títulos nacionais: “Sete Anos em Maio”, de Affonso Uchôa, e “A Febre”, de Maya Da-Rin. O Festival de Toronto vai acontecer entre os dias 5 e 15 de setembro no Canadá.








