Mel Gibson pretende filmar kamikazes em novo filme passado na 2ª Guerra Mundial
Após fazer as pazes com a crítica – e a Academia – com “Até o Último Homem” (2016), Mel Gibson prepara-se para dirigir um novo filme. E não é a continuação de “A Paixão de Cristo” (2004), que ele estaria desenvolvendo. Segundo o site The Hollywood Reporter, Gibson pretende filmar “Destroyer”, mais um filme passado na 2ª Guerra Mundial, como seu último longa. A coincidência é ainda maior, já que a trama também lida com a batalha de Okinawa, como o lançamento de 2016. Trata-se de uma adaptação de um livro de John Wukovits sobre os ataques dos kamikazes, pilotos suicidas japoneses, contra os navios da frota americana. O relato verídico conta como a tripulação do destroyer USS Laffey defendeu seu navio de um ataque impressionante de 22 pilotos kamikazes. O roteiro já está pronto, escrito por Rosalind Ross, roteirista da série “Matador”, que é namorada de longa data de Gibson. Mas a produção pode não acontecer imediatamente, pois Gibson também negocia estrelar o filme baseado na série clássica “Cyborg – O Homem de Seis Milhões de Dólares”, ao lado de Mark Wahlberg para a Warner Bros. Os dois trabalharam juntos recentemente em “Pai em Dose Dupla 2” e Wahlberg estaria fazendo lobby para repetir a parceria. Caso Gibson aceite a proposta para estrelar a sci-fi de ação, as filmagens de seu próximo longa como diretor só deverão começar no final do ano.
La La Land, ops, Moonlight vence o Oscar 2017
Mais politizado, divertido e atrapalhado de todos os tempos, o Oscar 2017 culminou sua noite, após discursos e piadas disparadas na direção de Donald Trump, premiando o filme errado. No melhor estilo Miss Universo, só após os agradecimentos dos produtores de “La La Land” veio a correção. O vencedor do Oscar de Melhor Filme não foi o anunciado por Warren Beatty e Faye Dunaway. O próprio Beatty explicou ao microfone que tinham recebido o envelope errado, que premiava Emma Stone por “La La Land”. E foi o nome do filme da Melhor Atriz que Dunaway anunciou. O que deve dar origem a uma profusão de memes e piadas foi, na verdade, quase um ato falho. Enquanto a falsa vitória de “La La Land” foi aplaudidíssima, a verdadeira vitória de “Moonlight” foi um choque. De pronto, foi um prêmio para o cinema indie. Um dia antes, “Moonlight” tinha vencido o Spirit Awards, premiação do cinema independente americano. Rodado por cerca de US$ 5 milhões, o filme fez apenas US$ 22,2 milhões nos EUA e jamais venceria um concurso de popularidade. Pelo conjunto da noite, sua vitória também representou um voto de protesto. Menos visto pelo grande público entre todos os candidatos, era o que representava mais minorias: indies, pobres, negros, imigrantes, latinos e gays. Para completar, o ator Mahershala Ali, que venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu micro papel de traficante cubano radicado em Miami, é muçulmano na vida real – e se tornou o primeiro ator muçulmano premiado pela Academia. Ao todo, “Moonlight” levou três Oscars. O terceiro foi de Melhor Roteiro Adaptado, dividido entre o cineasta Barry Jenkins e Tarell Alvin McCraney, autor da história e da peça original. “La La Land”, porém, venceu o dobro de prêmios: seis ao todo. Entre as conquistas do musical, a principal foi tornar Damien Chazelle o diretor mais jovem a ganhar um Oscar, aos 32 anos de idade. Além disso, Emma Stone venceu como Melhor Atriz. “Manchester à Beira-Mar” e “Até o Último Homem” se destacaram a seguir, com dois Oscar cada. Enquanto o filme de Mel Gibson levou prêmios técnicos, o segundo drama indie mais premiado da noite rendeu uma discutível vitória de Casey Affleck como Melhor Ator e a estatueta de Melhor Roteiro Original para o cineasta Kenneth Lonergan. Viola Davies confirmou seu favoritismo como Melhor Atriz Coadjuvante por “Um Limite Entre Nós”, tornando-se a primeira atriz negra a vencer o Emmy, o Tony e o Oscar. Sua vitória ainda ajudou a demonstrar como o Oscar se transformou com as mudanças realizadas por sua presidente reeleita Cheryl Boone Isaacs, que alterou o quadro de eleitores, trazendo maior diversidade para a Academia. Após um #OscarSoWhite 2016 descrito francamente como racista pelo apresentador Jimmy Kimmel, na abertura da transmissão, a Academia premiou negros como atores, roteiristas e até produtores. Mas o recado foi ainda mais forte, ao premiar os candidatos com maior potencial de dissonância, especialmente aqueles ligados aos países da lista negra de Donald Trump. O diretor inglês de “Os Capacetes Brancos”, Melhor Documentário em Curta-Metragem, sobre o trabalho humanitário em meio à guerra civil da Síria, generalizou em seu agradecimento, mesmo tendo seu cinematógrafo impedido de viajar aos EUA para participar do Oscar. Já o iraniano Asghar Farhadi, que venceu seu segundo Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira com “O Apartamento”, foi na jugular. Sua ausência já era um protesto em si contra o que ele chamou, em texto lido por seus representantes, ao “desrespeito” dos EUA. “Minha ausência se dá em respeito aos povos do meu pais e de outros seis países que foram desrespeitados pela lei inumana que bane a entrada de imigrantes nos Estados Unidos”. Foi bastante aplaudido. Interessante observar que, apesar do clima politizado manifestado por meio da seleção de vencedores, apenas os estrangeiros e Jimmy Kimmel fizeram discursos contundentes. Os americanos sorriram amarelo e agradeceram suas mães, enquanto artistas de outros países provocaram reações pontuadas por aplausos com suas declarações contrárias à política internacional americana. Até Gael Garcia Bernal, convidado a apresentar um prêmio, deixou seu texto de lado para se manifestar “como mexicano”. Menos evidente, mas igualmente subversivo, foi o fato dos serviços de streaming e a TV paga terem se infiltrado na premiação. Assim como aconteceu no Globo de Ouro, Jeff Bezos, dono da Amazon, ganhou destaque e propaganda gratuita (será?) do apresentador no discurso de abertura. A Amazon produziu um dos filmes premiados, “Manchester à Beira-Mar”, e foi a distribuidora oficial de “O Apartamento” nos EUA – filme que, prestem atenção, não entrou em circuito comercial nos cinemas americanos. A Netflix também faturou seu Oscar por meio de “Os Capacetes Brancos”, que – prestem mais atenção – é inédito nos cinemas. Para completar, o Oscar de Melhor Documentário foi para “O.J. Simpson: Made in America”, uma minissérie de cinco episódios do canal pago ESPN. Sinal dos tempos. E sinal de alerta para o parque exibidor. Confira abaixo a lista completa dos vencedores. Vencedores do Oscar 2017 Melhor Filme “La La Land” “Moonlight” Melhor Direção Damien Chazelle (“La La Land”) Melhor Ator Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”) Melhor Atriz Emma Stone (“La La Land”) Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali (“Moonlight”) Melhor Atriz Coadjuvante Viola Davis (“Um Limite entre Nós”) Melhor Roteiro Original Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”) Melhor Roteiro Adaptado Barry Jenkins (“Moonlight”) Melhor Fotografia Linus Sandgren (“La La Land”) Melhor Animação “Zootopia” Melhor Filme em Língua Estrangeira “O Apartamento” (Irã) Melhor Documentário “O.J. Made in America” Melhor Edição John Gilbert (“Até o Último Homem”) Melhor Edição de Som Sylvain Bellemare (“A Chegada”) Melhor Mixagem de Som Kevin O’Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace (“Até o Último Homem”) Melhor Desenho de Produção David Wasco e Sandy Reynolds-Wasco (“La La Land”) Melhores Efeitos Visuais Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones e Dan Lemmon (“Mogli, o Menino Lobo”) Melhor Canção Original “City of Stars”, de Justin Hurwitz, Benj Pasek e Justin Paul (“La La Land”) Melhor Trilha Sonora Justin Hurwitz (“La La Land”) Melhor Cabelo e Maquiagem Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson (“Esquadrão Suicida”) Melhor Figurino Colleen Atwood (“Animais Fantásticos e Onde Habitam”) Melhor Curta “Sing” Melhor Curta de Animação “Piper” Melhor Curta de Documentário “Os Capacetes Brancos”
Mistura de fé e carnificina de Até o Último Homem é a cara de Mel Gibson
Nos filmes de “Mad Max” (1979-1985), “Máquina Mortífera” (1987-1998), “Coração Valente” (1995) e “Sinais” (2002), Mel Gibson incorporava o herói enfrentando desafios impossíveis. E ainda que ele não esteja em nenhuma cena de “Até o Último Homem”, sua presença atrás das câmeras confere a esse drama de guerra a sua cara. Truculento, reacionário e movido por uma contraditória fé religiosa. Hollywood adora emoldurar histórias de reabilitação, e depois de todos os revezes que o velho Mad Max passou, porque não abraçá-lo novamente? E “Até o Último Homem” funciona perfeitamente como peça de redenção. O filme está longe de ser ótimo, mas é feito por um sujeito que entende como poucos a ala conservadora da meca do cinema norte-americano (o que explica, e muito, as seis indicações ao Oscar – inclusive de Melhor Filme e Direção – que acaba de conquistar). Em cena, há uma história verídica, a proeza de um certo Desmond T. Doss, um pacifista americano temente a Deus, que serviu como um médico de combate durante a 2ª Guerra Mundial e, pessoalmente, salvou 75 soldados feridos da batalha de Okinawa, tornando-se finalmente o primeiro adventista do sétimo dia a receber a Medalha de Honra do Exército. Como fez em “Coração Valente” e “A Paixão do Cristo” (2004), Mel Gibson equipara virtude espiritual com um infernal teste de resistência corpórea. Seu assunto favorito é o teste e a purificação do temperamento moral de um homem – uma meta que só pode ser alcançada através do sofrimento e de uma brutalidade repugnante e intransigente. O que difere esse herói de outros que Gibson promoveu, é o fato de Desmond entrar na guerra de mãos limpas. Ele não pega em armas, nem mesmo quando seu pelotão é vencido e centenas de soldados japoneses ameaçam acuá-lo. O filme sugere que os buracos mágicos que nessas horas aparecem para o personagem se esconder, talvez tenham mais a ver com uma benção divina do que propriamente com sorte. O melhor em cena é a ironia que o diretor enxerga no compromisso de não-violência de Doss. Tudo começa depois que o ainda jovem e animado religioso (interpretado na infância pelo estreante Darcy Bryce) quase mata o irmão com um tijolo. Esse acidente leva Desmond a um momento messiânico, que Gibson dramatiza com close angustiados, música inchada e uma referência pesada a Caim e Abel. Então a ação salta uma década e vemos um Doss crescido em 1942, com o esforço de guerra americano em pleno andamento. Ele é um homem mudado – literalmente, interpretado por aquele bom moço que já foi “O Espetacular Homem Aranha”, Andrew Garfield. Um adventista do sétimo dia que se recusa a carregar armas, Doss, no entanto, anseia por servir ao seu país e se alista no exército – embora não antes de se apaixonar por uma bela enfermeira, Dorothy (Teresa Palmer, de “Meu Namorado É um Zumbi”), que ele persegue com a mesma alegre teimosia que caracteriza cada uma de suas decisões. Sem dúvida, ele herdou parte da vontade de ferro de seu pai, Tom (Hugo Weaving, da trilogia “O Hobbit”), um veterano da 1ª Guerra Mundial, com cicatrizes e amarguras, que irrompe regularmente em ataques de abuso de bebedeiras. Uma vez levantado o esqueleto da trama, Gibson não ousa pisar fora das fronteiras do maniqueísmo. É tudo muito preto ou muito branco. Os homens que Doss encontra no campo de treinamento são uma mistura previsível de caras duros e de arquétipos cômicos, mas todos eles, num momento, ou em outro, são malvados com o recruta. Entre eles estão Vince Vaughn (“Os Estagiários”), como um sargento bonachão, e Sam Worthington (“Evereste”) como um capitão intransigente. Depois, na segunda parte, transfere-se a malvadeza para os japoneses. Nenhum inimigo é tratado com profundidade. São todos caricatos. E então, na hora de mostrar a batalha, Gibson mal se segura. Dá pra sentir o prazer com que ele encena a carnificina. Não há nenhuma eficiência limpa e cauterizada que caracterize as cenas de guerra. É um festival de balas rasgando a carne, de corpos sendo explodidos em dois, de membros sendo arrancados ou sendo queimados. Em nome de mais realismo, o diretor exerce seu gosto pelo virtuosismo sádico. Mas não é o que mais incomoda em “Até o Último Homem”. Há algo mais desconfortável no centro desse projeto. Uma ênfase de que foi a pureza da fé de Doss que salvou o dia, o que implica em dizer que os mortos e os derrotados não eram suficientemente puros. O Doss real, que morreu em 2006, aparece em uma breve e emocionante entrevista pouco antes do rolo de créditos, acrescentando mais um pouco de veracidade à interpretação de Gibson dos eventos. E uma das coisas mais ressonantes que ele diz é que ele ainda acredita que “ninguém deve ser forçado a agir contra suas convicções”. Mas esse conto de heroísmo na vida real parece menos uma celebração das convicções humanistas e mais uma declaração da superioridade moral dos fiéis sobre os infiéis.
Até o Último Homem é a melhor estreia em semana cheia de filmes de chorar
Com nove estreias, os cinemas voltam a registrar novidades no circuito limitado após a temporada de blockbusters de férias. Em parte é o efeito Oscar, com o lançamento de “Até o Último Homem” conquistando destaque num circuito intermediário. Melhor filme da semana e indicado a seis Oscars, “Até o Último Homem” é a volta de Mel Gibson à direção, uma década após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A produção traz as marcas do diretor, vencedor do Oscar por “Coração Valente” (1995). Com explosões, tiros, abusos e carnificina, apresenta um espetáculo apocalíptico de guerra, com direito a cenas brutais para ilustrar o contraste entre a desumanização e a fé. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss sofre bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abre mão de suas convicções, conquistando o direito de ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um franco-atirador japonês. Entre os Oscars a que concorre, estão os de Melhor Filme, Direção e Ator. O filme de Gibson é assumidamente emotivo e chega numa semana repleta de filmes manipulativos, embora alguns lançamentos deem outros motivos para chorar. Como é difícil definir qual o pior, “Resident Evil 6 – O Capítulo Final” ao menos tem o mérito de dar o fim numa franquia excruciante. Além disso, o público sabe exatamente no que está se metendo ao comprar o ingresso, após cinco filmes com zumbis que não assustam, lutas em câmera-lenta que ressaltam como o tempo demora a passar e 3D que não esconde o aspecto B da produção. “Max Steel”, por sua vez, merece todas as cópias dubladas que vai receber, pois não passa de um telefilme superestimado para crianças. Lançado em 2 mil cinemas nos EUA, a adaptação do brinquedo/desenho animado só fez US$ 3 milhões e conseguiu recorde de desaprovação no site Rotten Tomatoes, atingindo 0% de críticas positivas. O impressionante é que isso não abalou os planos da distribuidora nacional, que está ocupando salas com seu lançamento. O cheio de lixo também exala de “Beleza Oculta”, indicado ao Framboesa de Ouro de pior combinação de elenco. Melodrama apelativo, tenta contar uma história edificante com diversos atores conhecidos, mas resulta hilariante no pior sentido. A média no Rotten Tomatoes é 12%. “Quatro Vidas de um Cachorro” é outra dose canina de manipulação emotiva. Feito para ressaltar a ligação afetiva entre homens e cachorros, apela para a crença na vida após a morte para confortar crianças com a ideia de que, quando morrem, os cãezinhos viram magicamente um novo cachorro. Não bastasse, a trama ainda mostra as dúvidas metafísicas do bicho. Mas o escândalo do vídeo editado, com supostos maus tratos na filmagem, deve ter diminuído a vontade dos fãs do best-seller (sério, esta história vendeu horrores) de pagar para chorar no cinema. 30% no Rotten Tomatoes. Dentre tantos produtos infantilóides, a melhor opção para as crianças é a animação “A Bailarina”, produção franco-canadense que tenta replicar a magia da Disney e surpreende pela qualidade técnica. A trama gira em torno de uma menina órfã (dublada no Brasil por Mel Maia) que sonha virar uma grande bailarina na Paris do século 19, mas para seguir seu sonho precisa fugir de casa, com a ajuda de um menino que sonha virar um grande inventor. Não há fada madrinha para abrir caminhos de forma mágica, o que torna a mensagem desta Cinderela mais relevante, ao mostrar que trabalho e dedicação são o caminho para conquistar os sonhos. A realização de sonhos também é o mote de “O Ídolo”, uma espécie de “Quem Quer Ser um Milionário?” palestino. Escrito e dirigido por Hany Abu-Assad, acompanha um jovem da Faixa de Gaza, que sonha virar músico e vê no programa “Arab Idol” (o “Ídolos” do Oriente Médio) a oportunidade de trocar a penúria da zona de conflito pela vida de artista famoso. A fórmula bem conhecida de sucessos de Hollywood, baseada em “fatos reais”, desta vez é apresentada como filme de arte. E exibida em circuito limitado. Filme russo de maior destaque nos festivais mais recentes, “Paraíso” é trabalho de um mestre, Andrey Konchalovskiy, que recuperou o prestígio com vários troféus acumulados após voltar ao cinema de arte, tendo dirigido até Sylvester Stallone nos anos 1980. Filmado em preto e branco e apresentado como um pseudo-documentário, com depoimentos dos protagonistas, acompanha as circunstâncias dramáticas do reencontro entre uma aristocrata russa, condenada aos campos de concentração por abrigar judeus, e um oficial nazista que a amava desde a juventude. Completa o circuito o lançamento mais “artístico” e “difícil”, “A Morte de Luís XIV”. Mórbido, retrata a lenta agonia do rei da França, que começa a morrer cercado por seus súditos. Além da interpretação de Jean-Pierre Léaud, chama atenção a belíssima fotografia, que evoca pinturas dos grandes mestres do período. O diretor catalão Albert Serra já tinha tratado do tema da deterioração humana em seu filme anterior, “História da Minha Morte” (2013). Em suas obras, morrer não é bonito como em “Quatro Vidas de um Cachorro”. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada uma das estreias.
Oscar 2017: La La Land iguala recorde de indicações de Titanic
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou na manhã desta terça (24/1) a lista dos indicados ao Oscar 2017. E teve recordes. Com 14 indicações em 13 categorias, o musical “La La Land: Cantando Estações”, de Damien Chazelle, atingiu a maior quantidade de nomeações já conquistadas por um filme, chegando à mesma marca de “Titanic” (1997) e “A Malvada” (1950). Além disso, Meryl Streep quebrou seu próprio recorde, alcançando sua 20ª indicação. Ela já venceu três vezes e vai concorrer ao Oscar de Melhor Atriz por “Florence: Quem é Essa Mulher?”. A seleção também registou outro recorde, ao refletir maior diversidade racial que em todos os anos anteriores, com intérpretes negros nas quatro categorias de atuação, inclusão de dois longas dirigidos por negros (“Moonlight” e “Um Limite entre Nós”) na disputa dos Melhores Filmes, a nomeação de quatro documentários de cineastas negros, e sem esquecer das indicações de Melhor Direção e Roteiro para Barry Jenkins (“Moonlight) e August Wilson (postumamente, por “Um Limite entre Nós”). Outra curiosidade foi o perdão tácito de Hollywood a Mel Gibson. Em desgraça desde que explodiu em surtos antissemitas e misóginos que foram parar na mídia, ele voltou à direção e reconquistou seu prestígio com “Até o Último Homem”, indicado a seis Oscars, inclusive Melhor Filme, Direção e Ator (“Andrew Garfield”). Apesar da torcida por “Deadpool”, ainda não foi desta vez que uma produção de super-herói superou o preconceito da Academia para disputar o Oscar de Melhor Filme. Para piorar, os melhores lançamentos do gênero em 2016 foram totalmente ignorados nas categorias técnicas. A única produção do gênero lembrada para prêmios foi “Esquadrão Suicida”, que disputa o Oscar de Maquiagem e Cabelos. A lista é repleta de dramas e, fora dos prêmios técnicos, apenas uma ficção científica foi considerada para a disputa das categorias principais: “A Chegada”, de Denis Villeneuve. Ao todo, o longa recebeu oito indicações. Mas teria faltado a indicação a Melhor Atriz para Amy Adams. A seleção de atrizes, por sinal, incluiu a francesa Isabelle Huppert, mesmo após seu longa, “Elle”, ter sido barrado da lista de Melhores Filmes de Língua Estrangeira. Por sinal, a relação dos estrangeiros foi a mais fraca dos últimos anos, repleta de produções de pouca projeção mundial – inclusive com a primeira indicação da Austrália com um filme (“Tanna”) não falado em inglês. Tanto que o longa estrangeiro de maior prestígio do Oscar 2017 concorre em outra categoria. Trata-se de “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim do ano passado, indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Para o mercado cinematográfica, a principal novidade foi o destaque obtido por “Manchester à Beira-Mar”. Com seis indicações em categorias de peso, inclusive Melhor Filme e favoritismo na disputa de Melhor Ator (com Casey Affleck), o longa tem produção do Amazon Studios, denotando a chegada do streaming à principal festa do cinema norte-americano. A propósito, “O Apartamento”, do iraniano Asghar Farhadi, só foi exibido por streaming nos EUA, também pela Amazon. E até a Netflix está na disputa do Oscar, com o documentário “A 13ª Emenda”, de Ava DuVernay. A 89ª edição da cerimônia acontecerá em 26 de fevereiro, em Los Angeles, com apresentação do comediante Jimmmy Kimmel e transmissão para o Brasil pela Globo e o canal pago TNT. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Oscar 2017 Melhor Filme “A Chegada” “Até o Último Homem” “Estrelas Além do Tempo” “Lion: Uma Jornada para Casa” “Moonlight: Sob a Luz do Luar” “Um Limite entre Nós” “A Qualquer Custo” “La La Land” “Manchester à Beira-Mar” Melhor Direção Dennis Villeneuve (“A Chegada”) Mel Gibson (“Até o Último Homem”) Damien Chazelle (“La La Land”) Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”) Barry Jenkins (“Moonlight”) Melhor Ator Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”) Denzel Washington (“Um Limite entre Nós”) Ryan Gosling (“La La Land”) Andrew Garfield (“Até o Último Homem”) Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”) Melhor Atriz Natalie Portman (“Jackie“) Emma Stone (“La La Land”) Meryl Streep (“Florence: Quem é essa mulher?”) Ruth Negga (“Loving”) Isabelle Huppert (“Elle“ ) Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali (“Moonlight”) Jeff Bridges (“A Qualquer Custo”) Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”) Dev Patel (“Lion: Uma Jornada para Casa”) Michael Shannon (“Animais Noturnos”) Melhor Atriz Coadjuvante Viola Davis (“Um Limite entre Nós”) Naomi Harris (“Moonlight”) Nicole Kidman (“Lion”) Octavia Spencer (“Estrelas Além do Tempo”) Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) Melhor Roteiro Original Damien Chazelle (“La La Land”) Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”) Taylor Sheridan (“A Qualquer Custo”) Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (“O Lagosta”) Mike Mills (“20th Century Woman”) Melhor Roteiro Adaptado Barry Jenkins (“Moonlight”) Luke Davies (“Lion”) August Wilson (“Um Limite entre Nós”) Allison Schroeder e Theodore Melfi (“Estrelas Além do Tempo”) Eric Heisserer (“A Chegada”) Melhor Fotografia Bradford Young (“A Chegada”) Linus Sandgren (“La La Land”) James Laxton (“Moonlight”) Rodrigo Prieto (“O Silêncio”) Greig Fraser (“Lion”) Melhor Animação “Kubo e as Cordas Mágicas” “Moana: Um Mar de Aventuras” “Minha Vida de Abobrinha” “A Tartaruga Vermelha” “Zootopia” Melhor Filme em Língua Estrangeira “Terra de Minas” (Dinamarca) “Um Homem Chamado Ove” (Suécia) “O Apartamento” (Irã) “Tanna” (Austrália) “Toni Erdmann” (Alemanha) Melhor Documentário “Fogo no Mar” “Eu Não Sou Seu Negro” “Life, Animated” “O.J. Made in America” “A 13ª Emenda” Melhor Edição “A Chegada” “Até o Último Homem” “A Qualquer Custo” “La La Land” “Moonlight” Melhor Edição de Som “A Chegada” “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” “Até o Último Homem” “La La Land” “Sully: O Herói do Rio Hudson” Melhor Mixagem de Som “A Chegada” “Até o Último Homem” “La La Land” “Rogue One: Uma história Star Wars” “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” Melhor Desenho de Produção “A Chegada” “Animais Fantásticos e Onde Habitam” “Ave, Cesar!” “La La Land” “Passageiros” Melhores Efeitos Visuais “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” “Doutor Estranho” “Mogli” “Kubo e as Cordas Mágicas” “Rogue One: Uma História Star Wars” Melhor Canção Original “Audition (The Fools Who Dream)” (“La La Land”) “Can’t Stop the Feeling” (Trolls”) “City of Stars” (“La La Land”) “The Empty Chair” (Jim: The James Foley Story”) “How far I’ll Go” (“Moana”) Melhor Trilha Sonora Micha Levi (“Jackie”) Justin Hurwitz (“La La Land”) Nicholas Britell (“Moonlight”) Thomas Newman (“Passageiros”) Melhor Cabelo e Maquiagem “Um Homem Chamado Ove” “Star Trek: Sem fronteiras” “Esquadrão Suicida” Melhor Figurino “Aliados” “Animais fantásticos e onde habitam” “Florence: Quem é essa mulher?” “Jackie” “La La Land” Melhor Curta “Ennemis Intérieurs” “La femme et le TGV” “Silent night” “Sing” “Timecode” Melhor Curta de Animação “Blind Vaysha” “Borrowed Time” “Pear Cider and Cigarettes” “Pearl” “Piper” Melhor Curta de Documentário “Extremis” “41 miles” “Joe’s Violin” “Watani: My Homeland” “The White Helmets”
La La Land vence tudo e quebra recorde em consagração no Globo de Ouro
O musical “La La Land” venceu todos os sete troféus a que concorria no Globo de Ouro 2017: Melhor Filme de Comédia ou Musical, Ator (Ryan Gosling), Atriz (Emma Stone), Direção e Roteiro Original (ambos de Damien Chazelle), Canção e Trilha Sonora (ambos de Justin Hurwitz). A soma é recorde na premiação, que geralmente é mais parcimoniosa. Na verdade, desde os anos 1970 um filme não tinha tamanha consagração entre os jornalistas que compõem a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood. Dois dramas detinham o recorde anterior, de seis vitórias: “Um Estranho no Ninho” (1975) e “Expresso da Meia Noite” (1978). Em tempos mais recentes, a última vez em que um filme recebeu mais de três Globos de Ouro foi em 2009, com “A Rede Social”. Entretanto, isto não aumenta nem diminui o favoritismo de “La La Land” para o Oscar, uma vez que os eleitores são outros. Além disso, o prêmio é completamente idiossincrático, a começar por separar um musical como “La La Land” dos filmes dramáticos. O Melhor Filme de Drama, a propósito, foi “Moonlight”, favorito da categoria, enquanto o prêmio de Ator de Drama ficou com Casey Affleck, por “Manchester À Beira-Mar”, e o de Atriz com Isabelle Huppert, por “Elle”. O suspense francês também venceu como Melhor Filme em Língua Estrangeira, apesar de não figurar entre os finalistas do Oscar. Em seu agradecimento, Huppert se emocionou bastante e frisou que o cinema não tem fronteiras, reforçando o melhor discurso da noite, proferido por Meryl Streep. Homenageada com um prêmio pela carreira, Meryl tratou de lembrar que boa parte de Hollywood era composta por estrangeiros, de Natalie Portman a Ruth Negga, fator relevante diante da eleição de um presidente de plataforma xenófoba. “Hollywood está repleta de forasteiros e estrangeiros, e se você nos chutar todos para fora (do país), você não terá nada para assistir, exceto futebol e MMA, que não são arte”, a diva sentenciou. A mensagem teve especial repercussão no evento organizado por estrangeiros, que, além de premiar um francesa como Melhor Atriz, também se rendeu à supremacia britânica nas categorias televisivas. Com três Globos de Ouro, a minissérie inglesa “The Night Manager” foi a atração mais premiada da TV, confrontando o favoritismo de “The People vs. O.J. Simpson” – que mesmo assim saiu com dois troféus. Outra vitória do Reino Unido se deu na cobiçada categoria de Melhor Série de Drama, onde “The Crown” superou “Game of Thrones” e outras séries mais badaladas. A atriz Claire Foy, intérprete da rainha Elizabeth II em “The Crown”, ainda venceu como Melhor Atriz. Entre as atrações de comédias, “Atlanta” foi a grande vitoriosa, como Melhor Série e Ator, prêmio conquistado por seu criador Donald Glover. As premiações de “Atlanta” e “The Crown” ainda mantiveram a tradição do Globo de Ouro de destacar séries em 1ª temporada. Entretanto, o mais curioso no balanço televisivo é verificar a completa e absoluta derrota das produções da HBO em todas as categorias. Até a série invisível “Goliath”, da Amazon, ausente das discussões de melhores do ano, foi premiada, via reconhecimento ao desempenho de Billy Bob Thornton como Melhor Ator de Drama. Claro, reza a lenda que nada é realmente surpreendente no Globo de Ouro. E, por coincidência, Jeff Bezos, proprietário da Amazon, estava presente na cerimônia em mesa bem situada. Não só isso: teve seu nome e ego agraciados pelo apresentador Jimmy Fallon logo no esquete de abertura. A Amazon ainda é coprodutora de “Manchester à Beira-Mar” que, novamente por coincidência, também levou o prêmio cinematográfico na mesma categoria – Melhor Ator de Drama. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Indicados ao Globo de Ouro 2017 CINEMA Melhor Filme – Drama “Moonlight Melhor Filme – Comédia/Musical “La La Land” Melhor Diretor Damien Chazelle, por “La La Land” Melhor Ator em Drama Casey Affleck, por “Manchester à Beira-Mar” Melhor Atriz em Drama Isabelle Huppert, por “Elle” Melhor Ator em Comédia/Musical Ryan Gosling, por “La La Land” Melhor Atriz em Comédia/Musical Emma Stone, por “La La Land” Melhor Ator Coadjuvante Aaron Taylor Johnson, por “Animais Noturnos” Melhor Atriz Coadjuvante Viola Davis, por “Fences” Melhor Roteiro Damien Chazelle, por “La La Land” Melhor Animação “Zootopia” Melhor Filme Estrangeiro “Elle” (França) Melhor Trilha Sonora Justin Hurwitz, por “La La Land” Melhor Canção “City of Stars”, de “La La Land” TELEVISÃO Melhor Série de Drama “The Crown” Melhor Série de Comédia/Musical “Atlanta” Melhor Minissérie ou Telefilme “The People vs. OJ Simpson – American Crime Story” Melhor Atriz em Série de Drama Claire Foy, por “The Crown” Melhor Ator em Série de Drama Billy Bob Thornton, por “Goliath” Melhor Ator em Série de Comédia Donald Glover, por “Atlanta” Melhor Atriz em Série de Comédia Tracy Ellis Ross, por “Black-ish” Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme Tom Hiddleston, por “Night Manager” Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme Sarah Paulson, por “People v. OJ Simpson: American crime story” Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme Olivia Colman, por “The Night Manager” Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme Hugh Laurie, por “The Night Manager”
Globo de Ouro exibe sua divertida irrelevância neste domingo
A cerimônia de entrega do Globo de Ouro 2017, que acontece na noite deste domingo (8/1) em Los Angeles, com apresentação de Jimmy Fallon, é uma das premiações de menor importância no calendário de congratulações de ano novo de Hollywood. Nela, uma associação de 90 jornalistas estrangeiros entrega troféus para seus filmes, séries e astros favoritos, com direito às idiossincrasias típicas de grupinho de amigos. O grande paradoxo é que, mesmo fazendo o possível para virar piada – apresentadores bêbados, “Perdido em Marte” como Melhor Comédia – , o evento só perde em espaço midiático para o Oscar. Em parte, devido justamente ao espetáculo que oferece: prêmios disparados e astros com bebidas à vontade para virar meme no dia seguinte. Para quem leva a sério seus prêmios, como uma espécie de “termômetro” do Oscar, as coincidências são puro cálculo matemático. A verdade é que, ao dividir suas categorias cinematográficas entre Drama e Comédia ou Musical, a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood simplesmente dobra suas chances de “coincidir” com os vencedores da Academia. Ou seja, enquanto o Oscar premia um Melhor Ator, o Globo de Ouro premia dois – em Drama e Comédia ou Musical. Entretanto, assim também evita os principais tira-teimas da temporada. Afinal, a vitória de “La La Land” como Melhor Comédia ou Musical é aposta garantida, sem que se veja seu desempenho frente a “Moonlight”, o favorito como Melhor Drama. Na edição 2017 do Globo de Ouro, “La La Land” concorre em sete categorias: Melhor Filme de Comédia ou Musical, Ator (Ryan Gosling), Atriz (Emma Stone), Direção e Roteiro Original (ambos de Damien Chazelle), Canção e Trilha Sonora. Enquanto isso, “Moonlight” está indicado a seis troféus: Melhor Filme de Drama, Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), Atriz Coadjuvante (Naomie Harris), Direção e Roteiro Original (ambos de Barry Jenkins) e Trilha Sonora. Apenas as três últimas categorias são compartilhadas entre os gêneros, situações em que se poderá ver um confronto entre “Moonlight” e “La La Land”. A lista cinematográfica ainda chama atenção pela inclusão do drama de guerra “Até o Último Homem”, que representa a volta do diretor Mel Gibson às cerimônias de premiação – o filme recebeu dois prêmios do Critics Choice! Entre os demais candidatos a Melhor Filme de Drama estão “Manchester à Beira-Mar”, de Kenneth Lonergan, “A Qualquer Custo”, de David Mackenzie, e “Lion”, de Garth Davis. O prêmio também destaca o melhor da produção televisiva, evidenciando, em suas seleções, uma obsessão em reconhecer novidades. A renovação entre os premiados de TV é impressionante, e geralmente resulta em consagrações precoces de programas que acabam esquecidos na edição seguinte. Quem mais, senão o Globo de Ouro, anteciparia “Brooklyn Nine-Nine” como Melhor Comédia na metade de sua 1ª temporada? Na disputa de Melhor Série de Drama, apenas “Game Of Thrones” é veterano. Todas os seus concorrentes estrearam esse ano: “The Crown”, “Stranger Things”, “This Is Us” e “Westworld”. O lado positivo dessa pressa em apontar tendências – que nem sempre se confirmam – tem sido uma pressão maior sobre o Emmy, obrigando o “Oscar televisivo” a abandonar as teias de aranha que costumavam acompanham seus troféus até recentemente – quando eram dados às mesmas produções, ano após ano. Graças a aspecto colateral, os prêmios de TV do Globo de Ouro, por mais disparatados que pareçam num primeiro momento, acabam tendo maior importância que qualquer teoria sobre o troféu servir de “bafômetro” para o Oscar. A cerimônia da 74ª edição do Globo de Ouro poderá ser acompanhada ao vivo no Brasil pelo canal pago TNT, a partir das 22 horas. Confira abaixo a lista completa dos indicados ao prêmio. Indicados ao Globo de Ouro 2017 CINEMA Melhor Filme – Drama “Manchester à Beira-Mar “Moonlight “Lion – Uma Jornada para Casa” “A Qualquer Custo” “Até o Último Homem” Melhor Filme – Comédia/Musical “La La Land” “20th Century Women” “Sing Street” “Deadpool” “Florence – Quem é Essa Mulher?” Melhor Diretor Barry Jenkins, por “Moonlight” Damien Chazelle, por “La La Land” Kenneth Lonergan, por “Manchester à Beira-Mar” Mel Gibson, por “Até o Último Homem” Tom Ford, por “Animais Noturnos” Melhor Ator em Drama Casey Affleck, por “Manchester à Beira-Mar” Viggo Mortensen, por “Capitão Fantástico” Denzel Washington, por “Fences” Andrew Garfield, por “Até o Último Homem” Joel Edgerton, por “Loving” Melhor Atriz em Drama Amy Adams, por “A Chegada” Isabelle Huppert, por “Elle” Natalie Portman, por “Jackie” Ruth Negga, por “Loving” Jessica Chastain, por “Miss Sloane” Melhor Ator em Comédia/Musical Ryan Gosling, por “La La Land” Hugh Grant, por “Florence – Quem é Essa Mulher?” Colin Farrell, por “The Lobster” Ryan Reynolds, por “Deadpool” Jonah Hill, por “Cães de Guerra” Melhor Atriz em Comédia/Musical Emma Stone, por “La La Land” Meryl Streep, por “Florence – Quem é Essa Mulher?” Lily Collins, por “Rules Don´t Apply” Annette Bening, por “20th Century Women” Haille Steinfield, por “Quase 18” Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali, por “Moonlight” Jeff Bridges, por “A Qualquer Preço” Dev Patel, por “Lion – Uma Jornada para Casa” Aaron Taylor Johnson, por “Animais Noturnos” Simon Helberg, por “Florence – Quem é Essa Mulher” Melhor Atriz Coadjuvante Viola Davis, por “Fences” Nicole Kidman, por “Lion – Uma Jornada para Casa” Michelle Williams, por “Manchester à Beira-Mar” Naomie Harris, por “Moonlight” Octavia Spencer, por “Estrelas Além do Tempo” Melhor Roteiro Kenneth Lonergan, por“Manchester à Beira-Mar” Damien Chazelle, por “La La Land” Barry Jenkins, por“Moonlight” Tom Ford, por“Animais Noturnos” Taylor Sheridan,, por“A Qualquer Custo” Melhor Animação “Kubo e as Cordas Mágicas” “Zootopia” “My Life as Zucchini” “Moana” “Sing” “Trolls” Melhor Filme Estrangeiro “Toni Erdmann” (Alemanha) “Elle” (França) “Neruda” (Chile) “O Apartamento” (Irã) “Divines” (França) Melhor Trilha Sonora Jóhan Jóhannsson, por “A Chegada” Volker Bertelmann e Dustin O’Halloran, por “Lion” Justin Hurwitz, por “La La Land” Nicholas Britell, por “Moonlight” Benjamin Wallfisch, Pharrell Williams e Hans Zimmer, por “Estrelas Além do Tempo” Melhor Canção “Can’t Stop the Feeling”, de “Trolls” “City of Stars”, de “La La Land” “Faith”, de “Sing” “Gold”, de “Gold” “How Far I’ll Go”, de “Moana” TELEVISÃO Melhor Série de Drama “The Crown” “Game of Thrones” “Stranger Things” “This Is Us” “Westworld” Melhor Série de Comédia/Musical “Atlanta” “Black-ish” “Mozart in the jungle” “Transparent” “Veep” Melhor Minissérie ou Telefilme “American Crime” “The Dresser” “The Night Manager” “The Night Of” “The People vs. OJ Simpson” Melhor Atriz em Série de Drama Caitriona Balfe, por “Outlander” Claire Foy, por “The Crown” Keri Russell, por “The Americans” Winona Ryder, por “Stranger Things” Evan Rachel Wood, por “Westworld” Melhor Ator em Série de Drama Rami Malek, por “Mr. Robot” Bob Odenkirk, por “Better Call Saul” Matthew Reese, por “The Americans” Liev Schreiber, por “Ray Donovan” Billy Bob Thornton, por “Goliath” Melhor Ator em Série de Comédia Anthony Anderson, por “Black-ish” Gael Garcia Bernal, por “Mozart in the Jungle” Donald Glover, por “Atlanta” Nick Nolte, por “Graves” Jeffrey Tambor, por “Transparent” Melhor Atriz em Série de Comédia Rachel Bloom, por “Crazy Ex-Girlfriend” Julia Louis-Dreyfus, por “Veep” Sarah Jessica Parker, por “Divorce” Gina Rodriguez, por “Jane, The Virgin” Tracy Ellis Ross, por “Black-ish” Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme Riz Ahmed. por “The Night Of” Bryan Cranston, por “All the Way” John Turturro, por “The Night Of” Tom Hiddleston, por “Night Manager” Courtney B. Vance, por “People v. OJ Simpson” Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme Felicity Huffman, por “American Crime” Riley Keough, por “The Girlfriend Experience” Sarah Paulson, por “People v. OJ Simpson: American crime story” Charlotte Rampling, por “The London Spy” Kerry Washington, por “Confirmation” Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme Olivia Colman, por “The Night Manager” Lena Headey, por “Game of Thrones” Mandy Moore, por “This Is Us” Chrissy Metz, por “This Is Us” Thandie Newton, por “Westworld” Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme Sterling K. Brown, por “People v. OJ Simpson: American crime story” Hugh Laurie, por “The Night Manager” John Lithgow, por “The Crown” Christian Slater, por “Mr. Robot” John Travolta, por “People v. OJ Simpson: American crime story”
Até o Último Homem: Volta triunfal de Mel Gibson à direção ganha trailer legendado
A Diamond Films divulgou o trailer legendado de “Até o Último Homem”, volta consagradora de Mel Gibson à direção, dez anos após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A prévia traz as marcas do diretor, vencedor do Oscar por “Coração Valente” (1995). Com explosões, tiros, abusos e carnificina, o vídeo é um espetáculo apocalíptico de guerra, com direito a cenas brutais, que ilustram o contraste entre a desumanização e o idealismo. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss é visto sofrendo bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abre mão de suas convicções, conquistando o direito e ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um franco-atirador japonês. Além de Garfield, o elenco inclui Sam Worthington (“Fúria de Titãs”), Luke Bracey (“Caçadores de Emoção”), Teresa Palmer (“Quando as Luzes se Apagam”), Hugo Weaving (“Matrix”), Rachel Griffiths (“Profissão de Risco”) e Vince Vaughn (“Os Estagiários”). A première mundial no Festival de Veneza foi aplaudida de pé por 10 minutos. Além disso, “Até o Último Homem” venceu dois prêmios no Critics Choice Awards e está indicado a Melhor Filme de Drama no Globo de Ouro 2017. A estreia no Brasil está prevista para 26 de janeiro.
Conheça as listas de melhores filmes e séries de 2016 do American Film Institute
Culminando uma tradição de todo o final de ano, o American Film Institute (AFI), uma das mais respeitadas instituições de arte dos EUA, responsável pela restauração de clássicos do cinema, divulgou sua lista com os melhores filmes e séries lançados em 2016. As listas não guardam posição, apenas citam 10 filmes e 10 séries que se destacaram mais, na opinião dos responsáveis pelo instituto – cineastas como Steven Spielberg, Edward Zwick e Jay Roach, atores como Halle Berry, Eva Longoria e Edward James Olmos, e produtores/power players como Shonda Rhimes, Kathleen Kennedy, Les Monvees e Ted Sarandos, entre outros. Na seleção cinematográfica, destacam-se “La La Land”, “Moonlight” e “Manchester à Beira-Mar”, que já vem conquistando diversos prêmios, além da sci-fi “A Chegada”, o drama “Fences”, de Denzel Washington, “Até o Último Homem”, de Mel Gibson, “Silêncio”, de Martin Scorsese e “Sully – O Herói do Rio Hudson”, de Clint Eastwood. Há apenas uma animação na lista: “Zootopia”, da Disney. Na lista de melhores séries, figuram duas das mais premiadas do ano, “Game of Thrones” e “The People v O.J. Simpson: American Crime Story”. Mas também houve espaço para cinco produções estreantes: os dramas “The Night Of”, “This Is Us”, “The Crown”, a comédia “Atlanta” e o hype de outro mundo “Stranger Things”. Uma das produções de maior destaque do ano acabou ganhando uma menção especial, até pela dificuldade de caracterizá-la. Vencedor de diversos prêmios, o documentário “O.J.: Made in America” foi exibido como filme em festivais de cinema importantes e até estreou em circuito limitado, mas chegou ao grande público americano como uma minissérie de cinco partes na rede ABC. Melhores de 2016 do American Film Institute Filmes do Ano “A Chegada” “A Qualquer Custo” “Até o Último Homem” “Fences” “La La Land – Cantando Estações” “Manchester à Beira-Mar” “Moonlight” “Silêncio” “Sully – O Herói do Rio Hudson” “Zootopia” Séries do Ano “The Americans” “Atlanta” “Better Call Saul” “The Crown” “Game of Thrones” “The Night Of” “The People v O.J. Simpson: American Crime Story” “Stranger Things” “This Is Us” “Veep” Menção Especial “O.J.: Made in America”
Bilheterias: Estreia de Doutor Estranho fatura mais de US$ 300 milhões em todo o mundo
A mágica da Marvel é insuperável. Numa das semanas mais competitivas do ano na América do Norte, a estreia de “Doutor Estranho” arrecadou impressionantes US$ 84,9 milhões. Somente no primeiro dia em cartaz, na sexta-feira (4/11), o filme faturou US$ 32,6 milhões. A bilheteria superou a expectativa do mercado, que era de US$ 75 milhões. Para completar, o longa também fez mais de US$ 240 milhões em outros países, atingindo impressionantes US$ 325 milhões em todo o mundo, em seus primeiros dias em cartaz. O primeiro longa da inevitável nova franquia superou as estreias domésticas de super-heróis mais conhecidos da Marvel, como “Thor” (US$ 65,7 milhões), “Capitão América: O Primeiro Vingador” (US$ 65 milhões) e “Homem-Formiga” (US$ 57,2 milhões), ficando atrás apenas de “Homem de Ferro” (US$ 98,6 milhões) e dos filmes com mais de um super-herói, como “Guardiões da Galáxia” (US$ 94,3 milhões) e “Os Vingadores” (US$ 207,4 milhões). Além da ótima bilheteria, o filme estrelado por Benedict Cumberbatch (“O Jogo da Imitação”) foi antecipado por críticas bastante positivas. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, também foi o lançamento mais bem-avaliado da semana nos EUA. E a competição era boa, com o lançamento da animação musical “Trolls”. A produção da DreamWorks Animation, com músicas de Justin Timberlake, abriu em 2º lugar. Mas com uma bilheteria bastante superior aos líderes das últimas semanas: US$ 45,6 milhões. A crítica também gostou da cantoria animada, rendendo aprovação de 74% no Rotten Tomatoes. Em 3º lugar, veio outra estreia bastante aguardada: “Até o Último Homem”, filme de guerra que marca a volta de Mel Gibson à direção. Estrelado por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha”) e baseado numa história real, o filme fez U$ 14,7 milhões. Era mesmo uma tarefa difícil enfrentar a Marvel e a DreamWorks Animation, mas o desempenho, ainda que modesto para os padrões de Hollywood, está sendo considerado uma vitória para uma produção independente. O longa tem financiamento do estúdio do próprio cineasta, Icon Productions, em parceria com várias produtoras pequenas. Não há nenhum grande estúdio bancando o projeto, que mesmo assim já é considerado a redenção de Gibson em Hollywood. Sua exibição no Festival de Veneza, há dois meses, foi aplaudida de pé por 10 minutos, e a crítica americana agora faz eco, com 87% de aprovação. Infelizmente, a estreia no Brasil ainda vai demorar e só deve acontecer em janeiro. BILHETERIAS: TOP 10 EUA 1. Doutor Estranho Fim de semana: US$ 84,9 milhões Total EUA: US$ 84,9 milhões Total Mundo: US$ 325,3 milhões 2. Trolls Fim de semana: US$ 45,6 milhões Total EUA: US$ 45,6 milhões Total Mundo: US$ 149,6 milhões 3. Até o Último Homem Fim de semana: US$ 14,7 milhões Total EUA: US$ 14,7 milhões Total Mundo: US$ 14,7 milhões 4. Boo! A Madea Halloween Fim de semana: US$ 7,8 milhões Total EUA: US$ 64,9 milhões Total Mundo: US$ 65,6 milhões 5. Inferno – O Filme Fim de semana: US$ 6,2 milhões Total EUA: US$ 26 milhões Total Mundo: US$ 185,3 milhões 6. O Contador Fim de semana: US$ 5,9 milhões Total EUA: US$ 70,8 milhões Total Mundo: US$ 109,3 milhões 7. Jack Reacher: Sem Retorno Fim de semana: US$ 5,5 milhões Total EUA: US$ 49,2 milhões Total Mundo: US$ 111,9 milhões 8. Ouija: Origem do Mal Fim de semana: US$ 3,9 milhões Total EUA: US$ 31,3 milhão Total Mundo: US$ 64,4 milhões 9. A Garota no Trem Fim de semana: US$ 2,7 milhões Total EUA: US$ 70,7 milhões Total Mundo: US$ 140,6 milhões 10. O Lar das Crianças Peculiares Fim de semana: US$ 2,1 milhões Total EUA: US$ 83,3 milhões Total Mundo: US$ 253,4 milhões
Até o Último Homem: Volta de Mel Gibson à direção ganha 22 fotos e comerciais com elogios rasgados
A Lionsgate divulgou 22 fotos e dois novos comerciais de “Até o Último Homem”, que marca a volta de Mel Gibson à direção, dez anos após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A prévia mostra cenas de ação intensa, em meio a combates da 2ª Guerra Mundial, acompanhadas por elogios rasgados da crítica. E, de fato, o filme teve exibição aclamada no Festival de Veneza, onde sua première foi aplaudida de pé por 10 minutos. Para completar, é a produção com o maior número de indicações ao AACTA Awards, premiação da Academia Australiana de Cinema e Televisão, considerado o Oscar da Austrália. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss sofreu bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abriu mão de suas convicções religiosas, conquistando o direito e ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um tiro de um franco-atirador japonês. Além de Garfield, o elenco inclui Teresa Palmer (“Quando as Luzes se Apagam”), Hugo Weaving (“Matrix”), Rachel Griffiths (“Profissão de Risco”), Sam Worthington (“Fúria de Titãs”), Luke Bracey (“Caçadores de Emoção”) e Vince Vaughn (“Os Estagiários”). A estreia comercial está marcada para 4 de novembro nos EUA e apenas dois meses depois, em 12 de janeiro, no Brasil.
Até o Último Homem: Volta de Mel Gibson à direção lidera indicações ao “Oscar australiano”
O filme que marca a volta de Mel Gibson à direção, “Até o Último Homem” (Hacksaw Ridge), conquistou 13 indicações ao AACTA Awards, premiação da Academia Australiana de Cinema e Televisão, considerado o Oscar da Austrália. O drama de guerra estrelado por Andrew Garfield liderou a lista de indicados ao prêmios em categorias de atuação, técnicas e também na disputa do prêmio máximo, de Melhor Filme do ano. Entre os atores indicados pela produção estão Andrew Garfield, Teresa Palmer, Hugo Weaving e Rachel Griffiths. Gibson, claro, também concorre como Melhor Diretor. Seu principal rival será “The Daughter”, do estreante Simon Stone, estrelado por Sam Neill, Geoffrey Rush, Miranda Otto e Anna Torv, que teve 10 indicações. No ano passado, o vencedor do AACTA foi “Mad Max: Estrada da Fúria”, que, além de conquistar o troféu de Melhor Filme, também rendeu o prêmio de Melhor Direção para o veterano George Miller. Os vencedores da edição 2016 da premiação serão anunciados no dia 7 de dezembro, em cerimônia realizada em Sydney. “Até o Último Homem” teve sua première mundial no Festival de Veneza, onde foi recebido com 10 minutos de aplausos. A estreia comercial acontece na próxima sexta (4/11) nos EUA, mas apenas em 12 de janeiro no Brasil.










