Advogada de atrizes da Globo acusa Marcius Melhem de assédio sexual
O afastamento de Marcius Melhem, antigo diretor do departamento de humor da Globo, voltou a virar notícia neste sábado (24/10), após a entrevista de uma advogada que representa atrizes da emissora confirmar os boatos de assédio que envolviam o comediante. Falando à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a criminalista Mayra Cotta afirmou que existem seis vítimas de assédio sexual, seis testemunhas e ainda vítimas de assédio moral, que teriam denunciado Melhem na Globo. “Todas elas denunciaram os fatos internamente [na TV Globo]. Foram ao compliance da empresa. Tomaram as medidas cabíveis”, disse a advogada. Mas a história acabou abafada. “O processo foi encerrado e elas estavam sem saber muito bem como se organizar para que essa história tivesse um desfecho que reconhecesse tudo o que elas passaram e toda a gravidade do comportamento que o Marcius Melhem teve enquanto ele foi chefe”, acrescentou. Ela detalhou o comportamento denunciado. “É um chefe que se vale de sua posição para tentar usar o poder que tinha de contratar ou demitir para as constranger a se envolver com ele”, apontou. “Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e as tentar agarrar, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem inclusive de teor sexual para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas [nos programas de humor]. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente”. “Foram casos de assédio sexual mesmo. De mulheres falando não, não quero, me solta, não vou beijar, não vou ficar com você. E ele tentando, agarrando. Não tem zona cinzenta, isso é violência. E aí tem algo muito sério: ele era chefe delas. Ele tinha uma posição de poder”, continuou. Segundo Cotta, as vítimas não querem ser identificadas por receio da repercussão do caso em suas carreiras. “Sabemos como mulheres que denunciam homens por assédio sexual às vezes são tratadas no tipo de sociedade em que a gente vive. Nenhuma mulher quer ser definida para sempre como uma vitima de assédio sexual. Por isso [surgiu] a ideia de eu falar em nome desse grupo”, explicou. Na ocasião da demissão de Melhem, a Globo não se manifestou sobre as denúncias, dizendo apenas que a decisão tinha acontecido “em comum acordo” e que encerrava uma “parceria de 17 anos de sucesso”. O comunicado ainda aludiu às várias dispensas que a emissora vinha realizando. “Como todos sabem, a Globo tem tomado uma série de iniciativas para se preparar para os desafios do futuro e, com isso, adotado novas dinâmicas de parceria com atores e criadores em suas múltiplas plataformas”, afirmou o texto. Melhem era responsável pela coordenação de todos os conteúdos de humor da Globo desde 2018 e, com sua saída, os programas humorísticos foram cancelados. Antes de ser demitido, ele pediu uma licença para cuidar de um problema de saúde de sua filha de 10 anos, e viajou com a família para os Estados Unidos, onde a menina deveria passar por uma cirurgia. Esta viagem foi precedida pelo vazamento da notícia de que ele teria sido denunciado por assédio. Apesar de ter sido realmente investigado pela Globo, o comitê de ética e compliance da emissora o considerou inocente. O processo, iniciado em janeiro, levou dezenas de funcionários e ex-funcionários a testemunharem sobre o caso. Eles também assinaram um abaixo-assinado em defesa de Melhem, descrevendo a acusação como uma “maldade” contra o ex-diretor do Departamento de Humor da emissora. O esforço de abafa, contudo, não evitou sua demissão. Mas a situação continua envolta em segredo. Vale lembrar que quem revelou a confusão foi o colunista Leo Dias, que em dezembro passado publicou que as atrizes Dani Calabresa, Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros haviam denunciado Melhem. As duas últimas negaram a informação no mesmo dia. Leo Dias também informou que Marcelo Adnet testemunhou a favor das atrizes, o que ele contestou no dia seguinte. Restou, portanto, apenas Dani Calabresa, que jamais negou a história. Após o anúncio da demissão de Melhem, ela postou no Twitter uma imagem da série “The Morning Show”, que aborda o assédio dentro de uma emissora de televisão, e apareceu assistindo ao documentário “Harvey Weinstein: Assédios em Hollywood” em seu Instagram. Dani Calebresa continua na Globo e não sofreu, aparentemente, nenhuma retaliação, embora sua situação esteja no ar com a decisão recente de cancelamento dos programas humorísticos da emissora. Será que quem denunciou vai continuar contratado após a mexida na programação, que transformará quatro programas numa única produção? Questionada pela Folha, a Globo emitiu uma nota em que diz que “não comenta assuntos da área de compliance, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento”. O comunicado também reforça que “a Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes”, e que as investigações podem levar ao desligamento do colaborador abusivo. Mas, “mesmo nas hipóteses de desligamento, as razões de compliance não são tornadas públicas”.
Danny Masterson começa a ser julgado por estupro nos EUA
O ator Danny Masterson, das séries “That ’70s Show” e “The Ranch”, fez sua primeira aparição no tribunal de Los Angeles, na sexta (18/9), para se defender das acusações de estupro movidas contra ele por três mulheres. Masterson chegou a ser preso em junho, mas pagou fiança de US$ 3,3 milhões para participar do julgamento em liberdade. Por meio de seu advogado, o ator declarou-se inocente e alegou que as acusações contra ele eram “políticas”, devido a sua ligação com a Igreja da Cientologia. Segundo o site Page Six, o advogado Tom Mesereau acusou a promotora distrital do condado de Los Angeles, Jackie Lacey, de apresentar as acusações com o objetivo de chamar atenção para si mesma, na véspera de eleições para ser reconduzida a seu posto, marcadas para novembro. “Houve repetidas tentativas de politizar este caso”, disse Mesereau, que também defendeu Michael Jackson contra alegações de má conduta sexual em um caso anterior. “Ele é absolutamente inocente e vamos provar isso.” O advogado de defesa também tentou impedir que câmeras pudessem entrar no tribunal, alegando que a presença da mídia seria prejudicial não só a Masterson, mas também aos jurados em potencial. Mas o juiz do Tribunal Superior, Miguel T. Espinoza, não só permitiu a cobertura da mídia como negou um pedido da defesa para colocar o caso em segredo de justiça, permitindo a polícia, promotores e testemunhas em potencial de revelar informações à imprensa. A defesa ainda apresentou documentos solicitando que a ação penal contra a Masterson fosse rejeitada por ser insuficiente e por ter prescrito. Uma audiência sobre o assunto será realizada na próxima aparição do ator no tribunal, marcada para o dia 19 de outubro. A prisão de Masterson aconteceu após uma investigação de três anos que resultou num raro processo contra um astro de Hollywood na era #MeToo. Apesar de dezenas de investigações, a maioria não resultou em nenhuma acusação, devido à falta de evidências ou por prescrição pela passagem de muito tempo. Mas o caso é muito anterior ao escândalo de Harvey Weinstein que originou o #MeToo. As primeiras denúncias contra o ator foram encaminhadas para a polícia no começo da década passada. Segundo o site Huffington Post, as autoridades não puderam agir na época devido à interferência da igreja da Cientologia, da qual o ator é adepto. As mulheres que o acusavam também eram integrantes da igreja, que tem como regra proibir colaboração com a polícia. De acordo com o relato do site, a instituição mobilizou 50 seguidores para darem testemunhos escritos favoráveis a Masterson e contrários às acusadoras. Além disso, o arquivo com os depoimentos e acusações formais desapareceu misteriosamente no começo do processo, fazendo com que a promotoria tivesse que recomeçar todo o caso do zero. Com isso, o caso só foi reaberto em 2017, após “evidências incriminadoras” terem sido recebidas pela promotoria. Quatro mulheres teriam tomado coragem para ir adiante com a denúncia após a atriz Leah Remini (série “King of Queens”) expor na TV abusos supostamente cometidos por integrantes da Igreja da Cientologia. O caso de Masterson apareceu na série que ela apresenta na TV paga americana – e a própria Remini compareceu à corte para acompanhar o julgamento nesta sexta. Uma das denúncias, porém, não foi levada adiante pela promotoria por ter prescrito. Masterson sempre negou veementemente todas as acusações. Mas após as acusações se tornarem públicas, ele foi demitido pela Netflix da série “The Ranch”, que co-estrelava com Ashton Kutcher. O vice-promotor distrital Reinhold Mueller, da Divisão de Crimes Sexuais, que está processando o caso, disse que todos os supostos crimes atuais ocorreram na casa do ator, entre 2001 e 2003. Se condenado, Masterson pode enfrentar uma possível sentença máxima de 45 anos de prisão.
Novo filme de Woody Allen ganha primeiro trailer
Woody Allen divulgou o primeiro trailer de seu novo filme, “Rifkin’s Festival”. E não é por acaso que o vídeo foi lançado no canal oficial do cineasta no YouTube. O longa é a primeira produção de Allen após ele ficar sem distribuidor nos EUA. “Rifkin’s Festival” foi filmado em meio a uma campanha de difamação movida por seus filhos, Dylan e Ronan Farrow, que sob influência da mãe, Mia Farrow (inimiga mortal de Allen), pressionam parceiros de negócios e atores a abandonarem o diretor. A pressão acontece pelas redes sociais, com ameaças de cancelamento a quem não aderir, e partem das acusações contra Allen por um suposto abuso cometido em Dylan quando ela tinha sete anos, em 1992, em plena separação de Mia Farrow e o escândalo de seu relacionamento com a enteada da ex-mulher. O caso foi investigado pela Justiça americana não uma, mas duas vezes na ocasião, e em ambas a conclusão foi pela inocência de Allen. Ninguém mais o acusa de nada e nenhuma atriz jamais citou qualquer inconveniência da parte do diretor durante contatos ou trabalhos. Assim como aconteceu com o longa anterior do cineasta, “Um Dia de Chuva em Nova York”, “Rifkin’s Festival” não deve ser lançado nos EUA. Mas a produção será o filme de abertura do Festival de San Sebastián. O evento e a cidade em que ele acontece são pano de fundo e cenário da trama. A história acompanha um casal, formado por Wallace Shawn (“Young Sheldon”) e Gina Gershon (“Riverdale”). Ela trabalha na assessoria de imprensa do evento e o marido tem uma crise de ciúmes ao desconfiar que ela estaria se envolvendo com um diretor francês famoso, vivido por Louis Garrel (“Adoráveis Mulheres”). O elenco também destaca Elena Anaya (“Mulher-Maravilha”), Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”) e Sergi López (“O Labirinto do Fauno”). A première de “Rifkin’s Festival” está marcada para a próxima sexta, 18 de setembro, em San Sebastian, e a estreia comercial vai acontecer logo em seguida, em 25 de setembro, por enquanto apenas na Espanha. Por conta disso, o filme também ganhou fotos e um pôster espanhol da distribuidora TriPictures. Confira abaixo.
Ator de Star Trek: Discovery processa Kevin Spacey por assédio
O ator Anthony Rapp, primeiro homem a acusar publicamente Kevin Spacey (vencedor de dois Oscars, por “Os Suspeitos” e “Beleza Americana”) de assédio sexual em 2017, resolveu levar a queixa à justiça. A iniciativa acontece três anos após ele se pronunciar pela primeira vez sobre o caso, que ocorreu quando era menor de idade. A denúncia do intérprete do oficial Paul Stamets de “Star Trek: Discovery” foi responsável pelo efeito-dominó que levou diversas homens a denunciar Spacey. Como resultado, o ator foi demitido da série “House of Cards” e do filme “Todo o Dinheiro do Mundo”, teve contratos encerrados e passou a se defender de processos. Spacey vinha se livrando das ações na Justiça por conta de coincidências mórbidas. Após um jovem desistir do primeiro processo contra ele, o ator evitou comparecer ao tribunal devido à morte de dois acusadores: um massagista, que teria morrido de câncer, e o ex-marido da princesa da Noruega, que se suicidou. Rapp revelou originalmente que os dois se conheceram em 1986, quando ambos apareceram em peças da Broadway e ele tinha apenas 14 anos. Uma noite, Spacey o convidou para uma festa em seu apartamento. Mas ele ficou entediado e preferiu assistir TV no quarto de Spacey, até que percebeu que era o único que ainda estava no apartamento com o ator, que tinha 26 anos na época. O ator de “Star Trek” afirmou que Spacey tentou forçá-lo sexualmente. “Ele ficou em cima de mim”, contou, em entrevista ao site Buzzfeed há três anos, dizendo que conseguiu escapar e ir para casa. Agora, de acordo com o site TMZ, Rapp encontrou um segundo homem disposto a acusar Spacey. O denunciante, que está sendo mantido no anonimato, alega que também tinha 14 anos de idade quando o ator tentou convencê-lo a fazer sexo. Enquanto Rapp diz que conseguiu fugir das investidas de Spacey, o novo acusador afirma que o ator só o deixou em paz depois que ele concordou em fazer sexo oral nele. O processo detalha como o incidente “deixou feridas psicológicas” nos dois denunciantes. Rapp chega a dizer que se afastou da atuação por anos por causa do acontecido. Procurados pelo TMZ, os advogados de Spacey se recusaram a comentar a acusação.
The Chi é renovada para 4ª temporada
O canal pago americano Showtime anunciou a renovação de “The Chi”, série dramática estrelada pelo ator-mirim Alex R. Hibbert, revelação de “Moonlight”, para sua 4ª temporada. O terceiro ano foi encerrado em agosto, com 399 mil telespectadores ao vivo. A audiência reflete a estabilidade do programa, com números praticamente iguais ao do segundo ano, visto por 398 mil. “A cada temporada, a autêntica narrativa de ‘The Chi’ ressoa mais profundamente com seu público crescente e dedicado”, disse Gary Levine, presidente de entretenimento da Showtime Networks Inc., por meio de comunicado. “[A criadora da série] Lena Waithe, junto com [o showrunner] Justin Hillian, exploram as alegrias e a tristeza da vida no South Side [bairro de Chicago] de uma forma que é única na televisão, e nós apreciamos a perspectiva de continuar essa exploração com eles.” Em uma declaração separada, Waithe disse: “Esta série definitivamente me levou a uma jornada. Um aprendizado, cura e crescimento. Eu não sabia como essa temporada seria recebida, mas o nível de engajamento e entusiasmo dos fãs tem sido fantástico.” O tom de incerteza se refere à polêmica de bastidores que levou à demissão de Jason Mitchell (“Straight Outta Compton”) ao final da 2ª temporada. Seu personagem, um dos protagonistas das primeiras temporadas, sumiu da trama após denúncias contra o comportamento do ator nos sets em relação às mulheres. Ele foi acusado de ser desrespeitoso com as colegas e até com as chefes. Criada por Lena Waithe, vencedora do Emmy 2017 de Melhor Roteiro de Comédia por “Master of None”, “The Chi” também tem produção do rapper Common (“Selma”), de Elwood Reid (criador de “The Bridge”) e do cineasta Rick Famuyiwa (“Dope – Um Deslize Perigoso”). A serie estreou em janeiro de 2018 nos Estados Unidos, com 87% de aprovação da crítica. O título é uma abreviatura de Chicago e a série se passa na região mais pobre daquela cidade, acompanhando um grupo de residentes que se vê ligados por acaso. Além do menino de “Moonlight”, o elenco ainda inclui Jacob Latimore (“Sleight”), Ntare Guma Mbaho Mwine (“Rainha de Katwe”), Yolonda Ross (série “The Get Down”), Armando Riesco (série “Bull”) e Tiffany Boone (série “The Following”).
Diretor de Nebraska desmente acusações de abuso de Rose McGowan
Rainha das denúncias da internet, Rose McGowan voltou a ser “corrigida” após fazer acusações, desta vez contra o diretor Alexander Payne, de filmes como “Sideways” (2004), “Descendentes” (2011), “Nebraska” (2013) e “Pequena Grande Vida” (2017). Mas não sossegou. Ela disse que a correção de datas e a forma como eles se conheceram era mentira. Tudo começou em agosto, quando a atriz resolveu contar como tinha sido abusada sexualmente por Payne aos 15 anos de idade. “Você me sentou e exibiu um filme pornô soft-core que dirigiu para a Showtime com um nome diferente”, escreveu ela sobre o cineasta vencedor de dois Oscars. “Ainda me lembro do seu apartamento em Silverlake.” McGowan, que foi uma das primeiras mulheres a falar abertamente sobre os abusos de Harvey Weinstein, condenado por agressão sexual, fez a denúncia ao lado de uma foto sua de 15 anos de idade, e discorreu bastante sobre o assunto nas redes sociais. “Durante anos, pensei que um homem com quem tive relações sexuais foi uma experiência sexual que tive. Agora sei que fui aliciada. Eu fiz o teste para ele aos 15 anos. Depois da minha experiência com ele, parei totalmente de atuar até ser ‘descoberta’ aos 21 anos”, ela acusou. “Eu até chegava a esse diretor em eventos e perguntava a ele, com um sorriso: ‘lembra quando você fez sexo comigo aos 15 anos?’. E eu riria disso. Essa é uma programação social profunda. Se você está tentando fazer sexo com um menor de idade, está cometendo um crime, mesmo que o menor não saiba disso. Eu estava atraída por ele, então pensei que fosse algo por mim, mas isso não é correto. Eu não era adulta”, acrescentou. Resposta de Alexander Payne Payne não respondeu na época, mas na sexta-feira (4/9) assinou uma coluna no site Deadline em que nega categoricamente a acusação, lembrando detalhes de como conheceu a atriz, quando ela tinha 18 anos e ele 30. Veja abaixo o texto integral em que o diretor rebate McGowan. “Rose McGowan e eu sempre tivemos interações muito cordiais e admiro seu compromisso com o ativismo e sua voz em um movimento histórico importante. No entanto, o que ela disse sobre mim em postagens recentes nas redes sociais é simplesmente falso. Rose se engana ao dizer que nos conhecemos quando ela tinha 15 anos, no final dos anos 1980. Fui estudante de cinema em tempo integral na UCLA de 1984 a 1990 e sei que nossos caminhos nunca se cruzaram [neste período]. Ela afirma que eu mostrei a ela um ‘filme pornô soft-core’ que dirigi para a Showtime ‘com um nome diferente’. Isso teria sido impossível, já que eu nunca dirigi nada profissionalmente, obscuro ou não [na época]. Também nunca trabalhei para a Showtime ou dirigi sob qualquer nome que não fosse o meu. Rose e eu nos conhecemos anos depois, em 1991, durante meu primeiro trabalho de direção, quando ela fez o teste para um curta que eu estava fazendo para uma série do Playboy Channel. Embora ela não tenha conseguido o papel, ela deixou um bilhete para mim na mesa do casting pedindo que eu ligasse para ela. Eu não tinha motivos para questionar quantos anos ela tinha, já que o papel para o qual ela fez testes exigia uma atriz maior de idade. Posteriormente, saímos em alguns encontros e mantivemos relações amigáveis por anos. Embora não possa permitir que declarações falsas sobre eventos de 29 anos atrás fiquem sem correção, continuarei a desejar apenas o melhor para Rose.” Resposta de Rose McGowan Depois da publicação, McGowan voltou às redes sociais dizendo que tinha dado “uma chance para ele pedir desculpas”, mas que o diretor era “como a maioria abusadores, covardes e doentes”. Ela repetiu ter sido abusada por Payne aos 15 anos. “Hoje ele bancou a vítima e mentiu para o público, vocês”. E citou como contexto o filme “Eleição” (1999), em que “ele filmou um homem de meia-idade fingindo ter sexo com Reese Witherspoon, uma adolescente”. Isto seria a prova de que “esses safados sempre mostram quem são” e que, “por mais de um século Hollywood mostra que é sexy assaltar jovens”. Reese Witherspoon tinha 23 anos no lançamento “Eleição”, filme baseado num livro de Tom Perrota, autor de “The Leftovers”. Histórico de acusações e desculpas Alexander Payne não foi a primeira pessoa a dizer que Rose McGowan estaria mentindo em ataques pessoais. A atriz já teve que pedir desculpas a Asia Argento após transformar a vida da “amiga” num inferno com acusação de abuso de menor. Ela também atacou Meryl Streep como falsa feminista, tentou cancelar Natalie Portman – mas depois se arrependeu – e, mais recentemente, ouviu um calaboca sutil da equipe da série “Charmed”, ao avançar contra sua ex-colega Alyssa Milano, acusando-a de transformar o set da série num “ambiente tóxico”. Pior, porém, foi o caso de sua ex-empresária Jill Missic, que se suicidou, após a atriz implicá-la no suposto abuso que teria sofrido de Harvey Weinstein. No comunicado sobre o suicídio, a família de Missic fez diversas denúncias, tanto contra Weinsten quanto sobre o comportamento de McGowan.
Polanski perde processo para reverter expulsão da Academia
O cineasta Roman Polanski, que foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por acusações de ter tido relações sexuais com menores, perdeu hoje uma ação judicial em que buscava ser reintegrado à organização. O diretor de “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary” argumentou que não teve direito ao devido processo pela Academia quando esta decidiu expulsá-lo sob um novo código de conduta elaborado em resposta a alegações de abuso sexual contra dezenas de homens na indústria do entretenimento. A juíza Mary H. Strobel, do Tribunal Superior de Los Angeles, escreveu em sua decisão que Polanski teve “a oportunidade de apresentar qualquer evidência que considerasse relevante” para a Academia, incluindo um longo documento de seu advogado e uma declaração em vídeo. Polanski, que tem cidadania francesa e polonesa, fugiu dos Estados Unidos em 1978 depois de confessar ter estuprado uma menina de 13 anos e nunca mais voltou, continuando sua carreira na França. Nos últimos anos, várias outras mulheres o acusaram de má conduta sexual naquele período, mas o diretor, que assumiu a culpa da primeira denúncia, nega as novas acusações. Em sua defesa, o cineasta de 87 anos sustenta ter vencido um Oscar em 2003, por “O Pianista”, anos depois do caso ser conhecido. Na ocasião, ter assumido a culpa não foi considerado relevante para sua consagração, mas agora, sem nenhuma outra novidade no caso, além dos pedidos da vítima para deixarem Polanski em paz, ele foi simplesmente expulso. Após esta expulsão, Polanski ainda foi premiado como Melhor Diretor no César (o Oscar francês) por seu filme mais recente, “O Oficial e o Espião”. Este prêmio causou revolta em várias atrizes e arrastou a Academia Francesa para a maior crise de sua existência.
Cuba Gooding Jr. é acusado de estupro
O ator Cuba Gooding Jr. (o O.J. Simpson de “American Crime Story”) foi novamente acusado de abuso sexual. Desta vez, uma mulher o denunciou por estupro, que teria acontecido duas vezes numa mesma noite, em 2013. Ele já aguarda julgamento por outros três casos de agressão sexual. A autora da nova denúncia, que permanece anônima na ação civil movida em Nova York, afirma que o ator de 52 anos a levou a um hotel depois de conhecê-la em um bar de Manhattan. De acordo com o processo, ele disse que lá se encontrariam com amigos. Em seguida, ele a teria levado para o quarto em que estava hospedado, alegando que iria trocar de roupa, mas, segundo o documento, a estuprou duas vezes. “As acusações são falsas e difamatórias”, disse o advogado de Gooding, Mark Jay Heller, à imprensa. “Acreditamos que o caso será arquivado”, acrescentou. No ano passado, Cuba Gooding Jr. foi alvo de três denúncias de agressão sexual, mas ainda não há data para seu julgamento. O ator foi acusado de apalpar uma mulher em um restaurante de Nova York em setembro de 2018, beliscar as nádegas de uma segunda mulher um mês depois em uma boate e tocar os seios de uma terceira mulher em um bar, em junho de 2019. Pelo conjunto da obra, ele pode pegar no máximo um ano de prisão. Mas há outras queixas contra o ator – pelo menos 21 mulheres se pronunciaram contra ele nas redes sociais. Nenhum desse casos, porém, trata de estupro. Isto muda sua situação complemente. Só que a nova denunciante não buscou a justiça criminal. Em vez disso, quer uma compensação financeira por valor não determinado.
Caso com atriz derruba chefões da Warner e da Universal
Charlotte Kirk ostenta no seu currículo uma façanha curiosa, ao se tornar supostamente responsável pela queda de dois dos executivos mais poderosos de Hollywood. Pouco mais de um ano após Kevin Tsujihara ser forçado a se demitir da presidência da Warner Bros. em meio a denúncias de que ele teria usado sua posição para ajudar a atriz a conseguir papéis, após ter feito sexo com ela, foi a vez de Ron Meyer, vice-presidente do conglomerado NBCUniversal, ter o mesmo destino. Embora o nome de Charlotte Kirk não tenha sido oficialmente apresentado, Meyer perdeu seu emprego nesta terça (18/8), após 25 anos na companhia, por um caso extraconjugal que o colocou sob chantagem. Várias publicações americanas apuraram que a mulher misteriosa do affair era a mesma responsável pela queda de Tsujihara. A notícia do afastamento de Meyer foi compartilhada por Jeff Shell, CEO da NBCUniversal, em comunicado aos funcionários. “Estou escrevendo para compartilhar algumas notícias infelizes. No final da semana passada, Ron Meyer informou à NBCUniversal que ele agiu de uma maneira que acreditamos não ser consistente com as políticas ou valores de nossa empresa”, diz o texto do CEO. “Com base na divulgação dessas ações por Ron, concluímos mutuamente que Ron deveria deixar a empresa, com efeito imediato. Agradecemos a Ron por seus 25 anos de serviço e por suas contribuições significativas para a NBCUniversal.” Meyer teria revelado o relacionamento a seus chefes após sofrer chantagem. “É com o coração pesado que anuncio minha saída da NBCUniversal”, disse Meyer em seu texto. “Recentemente, revelei para minha família e para a empresa que fiz um acordo, sob ameaça, com uma mulher de fora da empresa que havia feito falsas acusações contra mim. É uma mulher com quem tive um caso muito breve e consensual há muitos anos atrás. Fiz esta divulgação porque outras partes souberam do acordo e continuamente tentaram me extorquir para pagar-lhes dinheiro ou então implicariam falsamente a NBCUniversal, que não tinha nada a ver com este assunto, e fariam falsas alegações sobre mim. Depois de revelar este assunto à empresa, decidimos mutuamente que eu deveria deixar meu cargo de vice-presidente da NBCUniversal. Passei 25 anos ajudando a crescer e apoiando uma empresa incrível em um trabalho que adoro. É das pessoas desta empresa que terei mais saudades. Lamento o que aconteceu e lamento por todas as pessoas em minha vida que posso ter decepcionado, especialmente e mais importante, a minha família.” No caso de Tsujihara, mensagens de texto mostraram que ele fez lobby para que Kirk fosse contratada para filmes da Warner, um abuso de poder que levou à sua demissão. Mas, com Meyer, a projeção profissional de Kirk na Universal não se mostrou aparente. O escândalo que derrubou Tsujihara e agora Meyer ilustra o outro lado do “teste de sofá”, o costume de troca de favores sexuais para fechar negócios e avançar carreiras em Hollywood. Porque a atriz envolvida sabia exatamente o que ia acontecer e o que poderia conseguir ao ter sexo com os executivos – o oposto das denúncias de sexo forçado contra Weinstein que originaram o movimento #MeToo. Tudo começou quando Charlotte Kirk se envolveu com o produtor James Packer em 2013. Segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, a atriz foi instada por Packer, em mensagem de texto, a ir a um encontro no quarto de hotel de Kevin Tsujihara, que já era um dos executivos mais poderosos da Warner e poderia ajudaria sua carreira. Ainda de acordo com o THR, na manhã seguinte ela relatou a Packer que Tsujihara não quis nem conversar, só “f****”. Três dias depois, Tsujihara e Packer fecharam um negócio de US$ 450 milhões, criando uma parceria de produção entre o estúdio de cinema Warner Bros. e a RatPac-Dune Entertainment, empresa de Packer e do cineasta Brett Ratner (que atualmente enfrenta processos por assédio sexual). A relação de Tsujihara com a atriz aconteceu quando ele já era casado com Sandy Tsujihara, com quem tem dois filhos. Sabendo disso, Charlotte Kirk passou a enviar mensagens para Tsujihara exigindo papéis em filmes da Warner. Um dos textos, que foi publicado pela THR dizia: “Você está muito ocupado, eu sei, mas quando estávamos naquele hotel fazendo sexo você disse que iria me ajudar. Quando você simplesmente me ignora, como está fazendo agora, faz com que eu me sinta usada. Você vai me ajudar como disse que faria?”. Kirk foi escalada em pequenos papéis em dois filmes da Warner: “Como Ser Solteira” (2016) e “Oito Mulheres e um Segredo” (2018). E, de acordo com documentos obtidos pela THR, fez testes para vários outros projetos na Warner e na produtora Millenium de Avi Lerner. Os textos publicados mostram que, ao longo do tempo, Kirk ficou cada vez mais agitada porque não estava conseguindo tantos papéis quanto imaginou. Até que Brett Ratner resolveu assumir o controle da situação, mandando seu advogado Marty Singer intermediar um acordo que daria à atriz preferência para participar de testes, além de lhe garantir uma aparição em um filme dirigido por Ratner. Quem revelou isso foi o advogado à revista. O acordo proposto nunca foi assinado, segundo Singer, porque o próprio Ratner viu sua carreira implodir. Diretor de “X-Men: O Confronto Final” (2006) e da trilogia “A Hora do Rush”, ele foi acusado por seis mulheres de assédio sexual. Entre as vítimas estavam as atrizes Olivia Munn e Natasha Henstridge, que detalharam suas experiências ao jornal Los Angeles Times, durante o auge do movimento #MeToo. Com o escândalo, a atriz Gal Gadot teria condicionado sua participação na sequência de “Mulher-Maravilha” ao afastamento de Ratner da produção. Assim, o acordo milionário entre a Ratpac-Dune e a Warner foi cancelado. A acusação de chantagem feita por Meyer sugere que um terceiro está envolvido na extração de dinheiro em troca de silêncio. Como Tsujihara, Meyer era um dos homens mais poderosos de Hollywood quando se envolveu com Kirk. Mas ela não conseguiu papel em nenhuma produção da Universal. Charlotte Kirk terminou recentemente duas filmagens: o terror britânico “The Reckoning”, de Neil Marshall, e a comédia indie “Nicole and O.J.”, que marcam seus primeiros papéis como protagonista. Sobre o primeiro filme, vale observar que Kirk chama o diretor Neil Marshall de seu “amor” no Instagram, em meio a várias fotos que demonstram a proximidade do casal.
Rose McGowan diz ter sofrido abuso do diretor de Nebraska aos 15 anos
A atriz Rose McGowan acusou o diretor Alexander Payne, de filmes como “Sideways” (2004), “Descendentes” (2011), “Nebraska” (2013) e “Pequena Grande Vida” (2017), de abuso sexual. Ela compartilhou sua suposta experiência com Payne em uma coleção de tuítes no domingo e na segunda-feira, contando como passou um tempo com o vencedor de dois Oscars quando tinha 15 anos de idade. “Você me sentou e exibiu um filme pornô leve que dirigiu para a Showtime com um nome diferente”, escreveu ela. “Ainda me lembro do seu apartamento em Silverlake.” McGowan, que foi uma das primeiras mulheres a falar abertamente sobre os abusos de Harvey Weinstein, condenado por agressão sexual, disse que Payne a deixou em uma esquina após passarem um tempo juntos. Em outro tuíte, a atriz disse que não estava mencionando o incidente com a intenção de “destruir”. Em vez disso, ela exigiu um reconhecimento e um pedido de desculpas do diretor. Ela também publicou um longo texto em seu Instagram, ao lado de uma foto de si mesma aos 15 anos, sem nomear Payne, a quem se referiu diretamente no Twitter. “Durante anos, pensei que um homem com quem tive relações sexuais era uma experiência sexual que tive. Agora sei que fui aliciada. Eu fiz o teste para ele aos 15 anos. Depois da minha experiência com ele, parei totalmente de atuar até ser ‘descoberta’ aos 21 anos. Quando isso aconteceu, eu pensei, f***-se, vamos fazer isso. Eu até enviei um tuíte de parabéns por sua vitória no Oscar em 2012, para mostrar o quanto eu estava envolvida no Culto de Hollywood. Só três semanas depois que a história de Weinstein foi divulgada é que reavaliei a situação”, escreveu. “Eu me sinto mal por jogar uma bomba na vida e na carreira de alguém, mas acho que isso é um condicionamento social. Estou mais triste do que com raiva. Triste por mim com 15 anos. Triste pelo eu adulta que ainda pensava que foi uma escolha que fiz. O aliciamento é real. Quero que todos saibam que não é sua culpa se você foi massageada mentalmente para pensar que está tudo bem. Não está. Eu sei disso agora. Eu até chegava a esse diretor em eventos e perguntava a ele, com um sorriso: ‘lembra quando você fez sexo comigo aos 15 anos?’. E eu riria disso. Essa é uma programação social profunda. Se você está tentando fazer sexo com um menor de idade, está cometendo um crime, mesmo que o menor não saiba disso. Eu estava atraída por ele, então pensei que fosse algo por mim, mas isso não é correto. Eu não era adulta”, acrescentou. McGowan já tinha mencionado o caso em 2018, sem citar nomes, durante uma conversa com Ronan Farrow. Durante a conversa, Farrow observou que a atriz disse a ele que havia sofrido um estupro ainda menor nas mãos de “um homem importante de Hollywood”. Ela não citou nomes na época, mas disse que o diretor a levou para casa, mostrou um filme impróprio e se envolveu sexualmente com ela. Ela disse a Farrow que, como se sentiu atraída por ele, interpretou o incidente como uma “experiência sexual”. Payne ainda não se manifestou desde que a acusação veio à tona. Alexander Payne. You sat me down & played a soft-core porn movie you directed for Showtime under a different name. I still remember your apartment in Silverlake. You are very well-endowed. You left me on a street corner afterwards. I was 15. pic.twitter.com/mVqiN4S9NW — Rose McGowan (@rosemcgowan) August 17, 2020 Ver essa foto no Instagram Last night I dropped a bomb of truth. For years I had thought a man I had sexual relations with was a a sexual experience I had. I now know I was groomed. I auditioned for him at 15. After my experience with him, I quit acting entirely until I was ‘discovered’ at 21. When that happened, I was like, fuck it, let’s do this. I even tweeted a congratulations on his Oscar win in 2012, that’s how deep in the Cult of Hollywood I was. It wasn’t until three weeks after the Weinstein story broke that I re-evaluated the situation. I feel badly about throwing a bomb into someone’s life and career, but I guess that’s social conditioning. I’m more sad than angry. Sad for 15 year-old me. Sad for the adult me that still thought it was a choice I made. Grooming is real. I want you all to know that it’s not your fault if you were mentally massaged into thinking it’s okay. It is not. I know this now. I would even go up to this director at events and ask him, with a smile, “remember when you had sex with me at 15?” And I would laugh it off. That is deep societal programming. If you are out there trying to have sex with an underage minor, you are committing a crime, even if the minor doesn’t know it. I was attracted to him, so I thought it was on me, but that’s not correct. I was not an adult. When it happened, I’d recently been left behind in Hollywood by a family member to fend for myself. The wolves preyed. Please recognize that if this has happened to you, the shame is not yours, it’s theirs. Give it back. Groomers are skilled operators and at 15, I was not aware of the warning signs. I named him on Twitter, but since Instagram is my softer side, I just don’t want his name here. Goddess bless us all, except for those that abuse their power. Here’s to freedom, yours and mine. Uma publicação compartilhada por Rose McGowan (@rosemcgowan) em 17 de Ago, 2020 às 1:56 PDT
Chefe do humor da Globo, Marcius Melhem tem contrato encerrado após 17 anos
O comediante Marcius Melhem saiu da Globo, após 17 anos de parceria. O ator, roteirista e coordenador do humor da emissora já estava afastado dos trabalhos há cinco meses por questões pessoais e deixou agora o canal em definitivo, ao ter seu contrato encerrado. Segundo comunicado da Globo, a decisão foi feita em comum acordo. “A Globo e Marcius Melhem, em comum acordo, encerraram a parceria de 17 anos de sucesso. O artista, que deu importante contribuição para a renovação do humor nas diversas plataformas da empresa, estava de licença desde março para acompanhar o tratamento de saúde de sua filha no exterior. Como todos sabem, a Globo tem tomado uma série de iniciativas para se preparar para os desafios do futuro e, com isso, adotado novas dinâmicas de parceria com atores e criadores em suas múltiplas plataformas. Os conteúdos de humor, assim como os de dramaturgia diária e semanal, continuam sob a liderança de Silvio de Abreu, diretor de Dramaturgia da Globo”, informou a emissora. Melhem era responsável pela coordenação de todos os conteúdos de humor da Globo desde 2018 e agora essa função caberá a Sílvio de Abreu, acumulando a chefia das novelas e séries. Abreu já cumpria este papel interinamente, desde o afastamento de Melhem. Ele pediu uma licença para cuidar de um problema de saúde de sua filha de 10 anos, e viajou com a família para os Estados Unidos, onde a menina deveria passar por uma cirurgia, segundo o próprio humorista informou em comunicado. Antes disso, ele chegou a ser investigado pela Globo devido a uma denúncia de assédio moral. Após a investigação, o comitê de ética e compliance o considerou inocente. O processo, iniciado em janeiro, levou dezenas de funcionários e ex-funcionários a testemunharem sobre o caso. Eles também assinaram um abaixo-assinado em defesa de Melhem, descrevendo a acusação como uma “maldade” contra o ex-diretor do Departamento de Humor da emissora. Apesar de bastante polêmica, a acusação segue envolvida em mistério. Quem revelou a confusão foi o colunista Leo Dias, que em dezembro passado publicou que as atrizes Dani Calabresa, Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros haviam denunciado Melhem. As duas últimas negaram a informação no mesmo dia. Leo Dias também informou que Marcelo Adnet testemunhou a favor das atrizes, o que ele contestou no dia seguinte. Restou, portanto, apenas Dani Calabresa, que jamais negou a história. Segundo apurou o colunista do UOL Mauricio Stycer, a briga teria acontecido em torno do programa “Fora de Hora”, no primeiro semestre de 2019. Calabresa queria que, em vez de um projeto novo, a emissora reeditasse o programa “Furo”, que ela apresentou em parceria com Bento Ribeiro na MTV, entre 2009 e 2012. Melhem jamais teria considerado a opção de reviver o “Furo” na Globo, mas Calabresa foi escalada para ser a apresentadora do “Fora de Hora”, ao lado de Paulo Vieira. A atriz acabou deixando o projeto e, em seu texto, Stycer acrescentou a palavra “plágio” às acusações de assédio movidas pela comediante, trazendo à tona uma possível disputa pela autoria do projeto. Dani Calebresa continua na Globo. Após o anúncio do fim do contrato de Melhem, ela postou no Twitter uma imagem da série “The Morning Show”, que aborda o assédio dentro de uma emissora de televisão, e apareceu assistindo ao documentário “Harvey Weinstein: Assédios em Hollywood” em seu Instagram. Em seu Twitter, Melhem acrescentou o seu lado nessa história. “Foram 17 anos de uma parceria muito produtiva com a Globo. Todos esses anos no ar com algum programa – ou mais de um. Tive muito orgulho de fazer parte de uma equipe que desenvolveu novas linguagens, que colocou diversidade e tolerância em pauta e que virou sinônimo de liberdade. Essa liberdade e essa renovação foram abraçadas por público e crítica e trouxeram prêmios importantes – como o APCA – e duas indicações ao Emmy Internacional. Foram muitos anos de muito trabalho”, começa o texto. “Mas já há algum tempo vinha conversando sobre diminuir essa intensidade e dedicar mais tempo à minha vida pessoal, ver minhas filhas crescerem e participar mais disso. O tempo passa rápido. Este ano, por conta de um delicado tratamento de saúde, tive que me ausentar e viajar com a família e nos fechamos para passarmos juntos por isso. Esses meses fora me deram a certeza de que precisava de uma nova relação com o tempo dedicado ao trabalho”, acrescentou. “Em comum acordo com a Globo, entendemos que essa liberdade seria benéfica para ambos os lados. Agora tenho mais tempo para minha vida pessoal. E para desenvolver ideias com calma e livremente. Quando chegar a hora de elas acontecerem, eu venho aqui contar! Até já!”, finalizou.
Atores confirmam denúncias de maus tratos no programa de Ellen DeGeneres
A produção do “Ellen DeGeneres Show” virou alvo de acusações de maus tratos, assédio e de ser um ambiente tóxico para seus empregados numa reportagem do site Buzzfeed com entrevistas de ex-funcionários. A situação chegou a ponto do estúdio Warner iniciar uma investigação interna, encerrada na quinta-feira (30/7) com promessas de mudanças e justificativas da própria DeGeneres. Entretanto, as declarações apenas alimentaram denúncias no Twitter, desta vez de artistas famosos. A manifestação da Warner tinha o objetivo de encerrar a controvérsia. “Embora nem todas as alegações tenham sido corroboradas, estamos desapontados por as principais conclusões da investigação indicarem algumas deficiências relacionadas ao gerenciamento diário do programa”, afirmou o estúdio no comunicado divulgado na quinta. “Identificamos várias mudanças na equipe, juntamente com as medidas apropriadas para resolver os problemas levantados, e estamos dando os primeiros passos para implementá-las. A Warner Bros. e Ellen DeGeneres estão todos comprometidos em garantir um local de trabalho baseado no respeito e na inclusão. Estamos confiantes de que esse curso de ação nos levará ao caminho certo a seguir no programa. ” Por sua vez, Ellen DeGeneres tentou se justificar, afirmando num comunicado que a causa dos problemas seria resultado dela delegar demais aos produtores e estar distante dos bastidores. Ela afirmou “não ser capaz de ficar por dentro de tudo”. “Quem me conhece sabe que é o oposto do que eu acredito e do que eu esperava para o nosso programa”, ela escreveu. Mas algumas pessoas que a conhecem decidiram romper o silêncio após estas declarações, trazendo à tona as primeiras denúncias de convidados do programa, que até então não tinham se manifestado. O comediante Brad Garrett (“Single Parents”), que apareceu seis vezes no “Ellen DeGeneres Show”, tuitou que era de “conhecimento comum” que a equipe era “tratada horrivelmente” pela própria DeGeneres. Ele afirmou: “Conheço mais de uma [pessoa] que foi tratada horrivelmente por ela”, acrescentando que os problemas denunciados vinham “do topo”. A acusação foi reforçada pela atriz Lea Thompson (“Sierra Burgess É uma Loser”), que replicou a denúncia com uma mensagem afirmando que se tratava de “História verdadeira”. Outros dois convidados, que não quiseram revelar a identidade, disseram ao site Page Six que os produtores exigiam que as pessoas bajulassem DeGeneres ao vivo. “Elogie Ellen, diga a ela que grande fã você é”, lembrou uma das fontes. Um dos entrevistados, que esteve na atração há três anos, revelou ter ficado desconfortável ao receber aquelas orientações. Os comentários se alinham a rumores que circulam em torno de DeGeneres há anos – e que a reportagem do Buzzfeed sobre as condições de trabalho do programa evitaram abordar. Se os tuítes de Garrett e Thompson abrirem uma avalanche de denúncias, a própria realização do programa diurno de Ellen DeGeneres, no ar desde 2003 na TV americana, pode ser colocada em risco. Notas sobre um suposto cancelamento e até mesmo provável vontade de DeGeneres de desistir do programa já começaram a aparecer em publicações especializadas em fofoca neste fim de semana… Sorry but it comes from the top @TheEllenShow Know more than one who were treated horribly by her. Common knowledge. DeGeneres Sends Emotional Apology to Staff – Variety https://t.co/D0uxOgyyre — Brad Garrett (@RealBradGarrett) July 31, 2020 True story. It is. — Lea Thompson (@LeaKThompson) July 31, 2020










