Patrick Dempsey retorna à TV como assassino com Alzheimer
Produção adapta filme belga que já inspirou o thriller "Assassino sem Rastro", com Liam Neeson
10 Filmes: As principais estreias para ver em casa
Bastante eclética, a programação de cinema em casa desta semana tem comédia de ação, thriller sul-coreano, drama brasileiro, suspenses, romances e punk rock. Confira abaixo a seleção com os 10 principais lançamentos para ver em streaming. CLONARAM TYRONE! | NETFLIX A comédia estrelada por John Boyega (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) e Jamie Foxx (“Dupla Jornada”) combina humor, sci-fi e ação com o estilo do cinema blaxploitation dos anos 1970. Na trama, Boyega interpreta Fontaine, um traficante de drogas que deveria estar morto após ser baleado por seu rival. Só ele que nunca levou o tiro, que atingiu outra pessoa exatamente igual. Ao investigar o mistério, ao lado de Yo-Yo (Teyonah Parris, de “WandaVision”) e do cafetão Slick Charles (Foxx), Fontaine descobre o plano de uma misteriosa organização para clonar a população negra. A direção é de Juel Taylor (roteirista de “Creed II”), que também escreveu o roteiro ao lado de Tony Rettenmaier (“Space Jam 2: Um Novo Legado”). A BRUXA – PARTE 1: A SUBVERSÃO | HBO MAX O thriller sul-coreano gira em torno de Ja-yoon (interpretada pela estreante Kim Da-mi), uma adolescente talentosa que vive uma vida pacata em uma cidadezinha rural, até aparecer em um programa de talentos na televisão e atrair a atenção de figuras de seu passado esquecido. É que a jovem aparentemente normal escapou de uma instalação governamental secreta quando criança e possui habilidades especiais. Perseguida, Ja-yoon começa a descobrir seus poderes e a enfrentar uma série de conflitos e lutas – intensas, acrobáticas e criativas – , enquanto tenta desvendar os mistérios de sua origem e identidade. Visualmente impressionante, com sequências de ação de tirar o fôlego e uma estética futurista industrial que contrasta com a simplicidade da vida rural de Ja-yoon, o filme de 2018 é a primeira parte de uma trilogia do diretor Park Hoon-jung (“Nova Ordem”), que lançou a segunda parte nos cinemas no ano passado. SEDE ASSASSINA | VOD* A estreia em Hollywood do cineasta argentino Damian Szifrón (“Relatos Selvagens”) é um thriller policial sobre a caça a um sniper assassino. Profissional que mata seus alvos à distância sem deixar pistas, o serial killer escapa de todas as tentativas de captura, até que uma policial inexperiente é recrutada para o caso num palpite do chefe da investigação, e demonstra que seu perfil desajustado pode ser a chave para entender a mente desse assassino. O elenco destaca Shailene Woodley (“Divergente”), Ben Mendelsohn (“Capitã Marvel”) e Jovan Adepo (“Babilônia”). ASSASSINO SEM RASTRO | HBO MAX Mais um thriller de ação de Liam Neeson (“Busca Frenética”), que mesmo após completar 70 anos segue dando tiros e correndo sem parar – com ajuda de dublês. Desta vez, ele vive um assassino experiente na mira do FBI. Quando se recusa a concluir um trabalho para uma organização criminosa, vira um John Wick da Terceira Idade para caçar e matar as pessoas que o contrataram, antes que elas – ou o FBI – o encontrem primeiro. Para complicar, sua memória começa a vacilar e ele é forçado a questionar todas as suas ações, inclusive em quem pode confiar. A direção é de outro veterano: Martin Campbell, que assinou dois filmes de “007”. Isto ajuda “Assassino sem Rastro” a ser melhor que “Agente das Sombras”, “Missão Resgate”, “Na Mira do Perigo”, “Legado Explosivo” e outros thrillers genéricos recentes da carreira do ator. DESEJO PROIBIDO | VOD* O novo drama romântico do polonês Tomasz Mandes, diretor da franquia “365 Dias”, tem todos os defeitos que os fãs de erotismo soft minimizam. O novelão com atores são ruins de corpos belos gira em torno de uma mulher mais velha, que se envolve com um instrutor de paraquedismo 15 anos mais novo. O affair se complica quando a filha da mulher resolve aparecer sem avisar e fica furiosa ao descobrir a relação, decidindo fazer de tudo para acabar com o romance, inclusive se oferecer para o amante da própria mãe. O protagonista masculino é um dos galãs de “365 Dias”, o italiano Simone Susinna, atual affair da cantora Anitta. A FELICIDADE DAS COISAS | MUBI A coisa que a protagonista (Patrícia Saravy, de “Tentei”) do drama nacional imagina que possa lhe trazer felicidade é uma piscina, que ela sonha em construir para os filhos na modesta casa de praia em que mora com a mãe. Ela está grávida do terceiro filho e os problemas financeiros tornam cada vez mais difícil ser feliz, mas ela insiste, lutando por seu objeto de desejo, contra tudo e todos, como um símbolo de resistência por suas crianças. A diretora Thais Fujinaga (“A Cidade onde Envelheço”) se inspirou em sua infância para conceber seu segundo longa, que foi filmado na região em que passava os verões na adolescência. Os críticos de carteirinha gostaram. “A Felicidade das Coisas” venceu o prêmio de Melhor Estreia Brasileira, entregue pela Abraccine na Mostra de São Paulo de 2021. NADA É POR ACASO | AMAZON PRIME VIDEO O drama espírita nacional acompanha duas mulheres desconhecidas que, após muitos encontros furtuitos, percebem estar ligados por laços formados além dessa vida. Curiosamente, o diretor Márcio Trigo, que estreia no cinema, é mais conhecido por programas humorísticos do Multishow, como “Treme Treme”, “Xilindró” e “Multi Tom”. O elenco destaca Giovanna Lancellotti (“Temporada de Verão”), Mika Guluzian (“Pacto de Sangue”) e Rafael Cardoso (“Salve-se Quem Puder”). VERGEL | VOD* Em pleno verão, uma mulher brasileira (Camila Morgado, de “Bom Dia, Verônica”) espera o corpo do seu marido que foi morto durante as férias do casal na Argentina. A burocracia é tanta e a espera tão longa que ela começa a perder a noção do tempo e o senso de realidade. O apartamento onde ela está hospedada é cheio de plantas, que são quase personagens, mas ela sequer consegue cuidar delas. Até que uma vizinha (Maricel Álvarez, de “O Tradutor”) se oferece para ajudar a regar e a mulher encontra nessa desconhecida alguém com quem compartilhar sua dor. Drama minimalista de confinamento, o filme da cineasta argentina Kris Niklison (“Diletante”) também registra a última performance de Maria Alice Vergueiro (“Tapa na Pantera”), falecida em 2020. RUDE BOY | MUBI O clássico “perdido” de 1980 co-dirigido por Jack Hazan e David Mingay, é um retrato do cenário punk britânico no auge da banda The Clash. O filme foi rodado durante a produção do álbum “Give ‘Em Enough Rope”, mas ganhou proeminência após o grande sucesso comercial do álbum duplo “London Calling”. O enredo principal se concentra em Ray Gange, um jovem à deriva (que também é um dos roteiristas), que passa de empregado de uma sex shop em Soho a roadie do The Clash. Embora ele se torne parte do círculo interno da banda, Gange representa tudo o que a banda se opõe: a intolerância e a política reacionária. A trama do filme é construída em torno das sessões de gravação e performances ao vivo do The Clash, incluindo o concerto “Rock Against Racism”, que aconteceu em Victoria Park em 1978. Embora o filme tenha estrutura narrativa inconsistente, a força da música e das performances do The Clash compensa tudo, fornecendo um retrato autêntico da banda em seu auge. “Rude Boy” também é lembrado por sua polêmica devido à insatisfação da banda com uma subtrama que difamava os jovens negros em Londres durante a era Thatcher. O grupo até tentou desautorizar o filme. Entretanto, a passagem do tempo o transformou em um documento valioso. Ainda que amargo, é um testemunho do auge do punk e um retrato da época, com uma trilha repleto de clássicos do Clash, como “Career Opportunities”, “I’m So Bored With the USA”, “Stay Free” e “I Fought The Law”. THE PUNK SINGER | FILMICCA O documentário retrata a vida e a carreira de Kathleen Hanna, uma figura influente na cultura punk e no universo feminista, e ícone do movimento riot grrrl dos anos 1990. Dirigido por Sini Anderson, o filme demonstra a importância de Hanna para o rock alternativo americano, como vocalista da influente banda Bikini Kill, e sua luta contra a doença de Lyme, que levou ao fim da banda em 2005. A narrativa é construída a partir de uma rica coleção de material de arquivo, incluindo performances ao vivo, entrevistas de vários roqueiros lendários e momentos pessoais, que ilustram a energia e a paixão de Hanna tanto no palco quanto fora dele. A história de Hanna é contada de forma cronológica, desde seus primeiros dias no Bikini Kill, passando pela fundação do movimento riot grrrl, sua influência no Nirvana e sua saída abrupta da cena musical devido à doença de Lyme. O filme também destaca a relação de Hanna com seu marido, Adam Horowitz, também conhecido como Ad-Rock dos Beastie Boys, e a importância de seu apoio durante a fase mais difícil de sua vida. O documentário termina com um concerto de tributo a Hanna em 2010, onde várias bandas interpretam suas músicas e ela mesma se apresenta com seu novo projeto musical, Julie Ruin. Depois disso, a cantora ainda lançou o projeto punk eletrônico Le Tigre. Mas só foi superar a doença em 2015, situação que lhe permitiu dar uma reviravolta. Depois de colocar um The à frente da banda Julie Ruin e lançar dois álbuns, ela retomou o Bikini Kill em 2019. As riot grrls originais tiveram os planos da grande volta atrapalhados pela pandemia, mas tocaram em vários festivais nos últimos dois anos e permanecem juntas até hoje. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.
Liam Neeson dirige em alta velocidade no trailer de “A Chamada”
A Paris Filmes divulgou o pôster e o trailer nacionais de “A Chamada” (Retribution), novo thriller de ação estrelado por Liam Neeson (“Assassino Sem Rastro”). Dirigido por Nimród Antal (“Predadores”), o filme é um remake do espanhol “El Desconocido” (2015), um thriller sobre quatro rodas de tirar o fôlego. Na prévia, o personagem de Neeson recebe uma ligação misteriosa que o chantageia com uma bomba armada em seu veículo, impedindo ele e os filhos de saírem. A trama começa em uma manhã aparentemente normal, mas que rapidamente se transforma em um pesadelo. Matt Turner (Liam Neeson) está dirigindo com seus dois filhos quando recebe uma ligação misteriosa informando que há uma bomba no carro. A tensão aumenta quando é revelado que a bomba será detonada caso alguém tente sair do veículo, desencadeando uma perseguição em alta velocidade pela cidade. Enquanto Turner faz tudo que pode pela sobrevivência de sua família, o interlocutor não identificado força Neeson a cometer crimes, enquanto continua a ameaçar a integridade de todos e afirmar que está no controle. “Não, você não está! Você machucou minha filha, seu filho da put*. Eu vou te matar”, diz o protagonista possesso com a situação. O longa é produzido pelos veteranos da ação Andrew Rona, Alex Heineman, Jaume Collet-Serra e Juan Sola, que foram responsáveis por outra produção de Liam Neeson, o thriller “O Passageiro” (2018). O roteiro é escrito por Chris Salmanpour (“FBI: Os Mais Procurados”) e Andrew Baldwin (“Atentado em Paris”). O elenco ainda conta com Matthew Modine (“Stranger Things”), Noma Dumezweni (“Bem-Vindos à Vizinhança”), Jack Champion (“Pânico 6”), Lilly Aspell (“Mulher-Maravilha 1984”) e Embeth Davidtz (“Influencer de Mentira”). Remake de longa espanhol O longa é uma nova versão do espanhol “El Desconocido”, lançado em 2015. Dirigido por Dani de la Torre, o filme original também já rendeu um remake sul-coreano, “Ligação Explosiva” (2021), que foi exibido em novembro do ano passado no Brasil. “A Chamada” é a terceira versão da mesma história – que ainda lembra “Velocidade Máxima” (1994) – e chega aos cinemas brasileiros no dia 24 de agosto, um dia antes do lançamento nos EUA.
“Top Gun: Maverick” reassume a liderança das bilheterias do Brasil
“Top Gun: Maverick” reassumiu a liderança das bilheterias brasileiras, levando 256 mil espectadores aos cinemas entre quinta (23/6) e domingo (26/6) para uma arrecadação de R$ 6,20 milhões. Ao todo, o filme estrelado por Tom Cruise soma mais de R$ 87 milhões no país Relatos do exterior indicam que essa quantia representa a maior bilheteria de uma produção live-action da Paramount no Brasil. O país foi listado pelo site The Hollywood Reporter junto a outros em que a continuação de “Top Gun” quebrou recordes de arrecadação, ao atingir US$ 1 bilhão de bilheteria mundial no fim de semana. O 2º lugar do ranking nacional ficou com “Jurassic World: Domínio”, que faturou R$ 4,94 milhões nos cinemas brasileiros. Campeão da semana passada, “Lightyear” caiu para o 3º lugar em seu segundo fim de semana em cartaz, queda que também aconteceu nos EUA. A maior surpresa da lista foi a entrada da produção indie “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” no parte superior do ranking. A sci-fi do multiverso foi lançado oficialmente na quinta-feira passada (23/6) em pouco mais de 130 salas – ou seja, em menos de 10% do espaço ocupado por “Top Gun: Maverick”, “Jurassic World” e “Lightyear” na ocasião de seus lançamentos. Mesmo assim, atingiu uma bilheteria de R$ 769 mil e ficou em 4º lugar, à frente do suspense “Veja Por Mim”, que chegou em mais salas (203) e faturou bem menos (R$ 390 mil) para fechar o Top 5. Confira abaixo a lista das 10 maiores bilheterias do Brasil no fim de semana. #Top10Bilheteria #Filmes #Cinema 23-26/61. #TopGunMaverick 2. #JurassicWorldDominio 3. #Lightyear 4. #TudoEmTodoOLugarAoMesmoTempo 5. #VejaPorMim6. #DoutorEstranho #MultiversoDaLoucura 7. #SonicMovie2 8. #AssassinoSemRastro9. #AmigoSecreto10. #MedidaProvisória — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) June 27, 2022
“Lightyear”, “Top Gun” e “Jurassic World” dominam bilheterias brasileiras
A estreia de “Lightyear”, nova animação da Pixar derivada de “Toy Story”, foi um bom chamariz de público nos cinemas brasileiros entre quinta (16/6) e domingo passado (19/6), atraindo cerca de 560 mil espectadores para liderar as bilheterias com mais de R$ 12 milhões. Mas, segundo dados da Comscore, a disputa foi acirrada, já que “Top Gun: Maverick” quase se sustentou na liderança, caindo para 2º lugar por uma pequena diferença, ao somar R$ 11,5 milhões em ingressos vendidos. Além disso, a distância para “Jurassic World: Domínio” em 3º foi menor ainda, com R$ 11,45 milhões. Os três filmes foram responsáveis por mais de 80% de toda a movimentação nos cinemas no fim de semana. A distância para os demais pode ser exemplificada pelos valores obtidos pelos valores seguintes do ranking: “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” com R$ 1 milhão em 4º lugar e “Assassino Sem Rastro” com pouco mais de R$ 284 mil em 5º. O Top 10 contou ainda com duas produções brasileiras. O documentário “Amigo Secreto”, que aborda o vazamento de mensagens dos procuradores da Lava Jato, foi o 8º com um público de 4,7 mil pessoas e uma bilheteria de R$ 107 mil. E “A Suspeita”, estrelado por Gloria Pires, fechou o Top 10. Ao todo, a renda das bilheterias beirou os R$ 37 milhões, com 1,68 milhão de ingressos de cinema vendidos no Brasil. #Top10Bilheteria #Filmes #Cinema 16-19/6:1. #Lightyear 2. #TopGunMaverick 3. #JurassicWorldDominio 4. #DoutorEstranho #MultiversoDaLoucura 5. #AssassinoSemRastro6. #TudoEmTodoOLugarAoMesmoTempo 7. #SonicMovie2 8. #AmigoSecreto9. #AHoraDoDesespero 10. #ASuspeita — Comscore Movies BRA (@cSMoviesBrazil) June 20, 2022
Confira as 12 estreias de cinema da semana
Com o circuito praticamente dominado por blockbusters, as distribuidoras decidiram lançar mais 12 títulos nesta quinta (9/6). Trata-se da maior quantidade de estreias simultâneas deste ano. Quem tiver acesso às salas especializadas pode comemorar a chegada de um dos maiores destaques recentes do cinema francês, que mantém a qualidade elevada da programação “de arte”. Já os multiplexes recebem em torno de 300 cópias de thrillers americanos medianos, que tendem a ser ignorados entre “Jurassic World: Domínio”, “Top Gun: Maverick” e “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”. Veja abaixo todos os títulos, os trailers e os comentários que separam os melhores do resto. | ILUSÕES PERDIDAS | Maior destaque da semana e grande vencedor do César (o Oscar francês) de 2022, o filme de Xavier Giannoli (“Marguerite”) é uma adaptação do famoso romance homônimo de Honoré de Balzac. O personagem central é Lucien, um jovem na França do século 19 que sonha virar poeta, mas acaba como jornalista, perdendo as ilusões do título ao se ver num mundo condenado à lei do lucro e das falsidades, onde tudo se compra e se vende, da literatura à imprensa, da política aos sentimentos, das reputações às almas. Mas também é um mundo de amores balsaquianos. Além do troféu de Melhor Filme, conquistou mais cinco categorias no César 2022, incluindo Roteiro e Ator mais Promissor para Benjamin Voisin (“Verão 85”), intérprete de Lucien. O elenco ainda inclui Cécile de France (“A Crônica Francesa”), Vincent Lacoste (“Amanda”), Xavier Dolan (“It – Capítulo 2”), Jeanne Balibar (“Guerra Fria”), André Marcon (“O Oficial e o Espião”) e o veterano Gérard Depardieu (“Bem-Vindo a Nova York”). | JESUS KID | O novo filme escrito e dirigido por Aly Muritiba (premiado no Festival de Veneza por “Deserto Particular”) também é uma adaptação literária. Baseado no romance homônimo de Lourenço Mutarelli (“O Cheiro do Ralo”), registra o surto de um escritor de westerns de bolso, confinado num hotel e pressionado a criar rapidamente um roteiro cinematográfico sobre sua carreira frustrada. O roqueiro Paulo Miklos (“Manhãs de Setembro”) vive o protagonista, que, em crise de ansiedade, desenvolve paranoia aguda e passa a ver bandidos por toda a parte, além do herói de seus livros, o Jesus Kid vivido por Sergio Marone (“Os Dez Mandamentos”). “Jesus Kid” teve sua première virtual no Festival de Gramado do ano passado, quando venceu os troféus de Melhor Direção, Roteiro e Ator Coadjuvante (Leandro Daniel, de “Sentença”). | AMADO | O cinema e a TV já mostraram muitas histórias de policial incorruptível enfrentando colegas que são bandidos de farda. Esta se diferencia pela pegada mais realista, resultante das locações em Ceilândia, Brasília, onde a história verdadeira supostamente aconteceu, além de uma estética semi-documental vibrante. Sérgio Menezes (“Hard”) vive o Amado do título, um PM que pode ser taxado de truculento, mas nunca de corrupto. Quando se recusa a repartir dinheiro de traficantes apreendido numa batida, ele se torna alvo dos colegas da corporação. A direção é compartilhada por Edu Felistoque (“Cracolândia”) e Erik De Castro (“Cano Serrado”). | ATÉ A MORTE – SOBREVIVER É A MELHOR VINGANÇA | O suspense com clima de terror já começa com Megan Fox (“As Tartarugas Ninja”) acordando algemada ao cadáver do marido, como parte de uma vingança doentia, enquanto dois assassinos se preparam para matá-la. O melhor dessa premissa típica de produção B é que se trata apenas do ponto de partida, conduzindo a muitas reviravoltas e tensão, que valorizam o filme a ponto de torná-lo o melhor da atriz em dez anos, desde que ela coadjuvou a comédia “Bem-vindo aos 40” em 2012. O primeiro longa de Scott Dale também traz em seu elenco Eoin Macken (“Game of Thrones”), Aml Ameen (“Sense8”), Callan Mulvey (“300: A Ascensão do Império”) e Jack Roth (“Bohemian Rhapsody”). A produção é de David Leslie Johnson-McGoldrick, roteirista da franquia “Invocação do Mal”. | ASSASSINO SEM RASTRO | O novo filme de Liam Neeson é, inevitavelmente, mais um thriller de ação. Não importa que tenha completado 70 anos na terça passada (7/6), o ator segue dando tiros e correndo sem parar – com ajuda de dublês – desde que se aposentou da CIA – ou seja, desde que “Busca Implacável” (2008) estourou nas bilheterias. Desta vez, Neeson vive um assassino experiente na mira do FBI. Quando se recusa a concluir um trabalho para uma organização criminosa, vira êmulo de John Wick para caçar e matar as pessoas que o contrataram, antes que eles – ou o FBI – o encontrem primeiro. Para complicar, sua memória começa a vacilar e ele é forçado a questionar todas as suas ações, inclusive em quem pode confiar. A direção é de outro veterano: Martin Campbell, que assinou dois filmes de “007”. Isto ajuda “Assassino sem Rastro” a ser melhor que “Agente das Sombras”, “Missão Resgate”, “Na Mira do Perigo”, “Legado Explosivo” e outras bombas recentes da carreira do ator. | UM DIA PARA SEMPRE! | Convidada para o casamento de seu melhor amigo, a jovem Zazie (Alicia von Rittberg, de “Corações de Ferro”) acha que ele vai cometer um erro e decide impedi-lo de se casar. Mas ao decidir agir, se ver presa numa repetição infinita da cerimônia e incapaz de mudar o desfecho do dia. A comédia que junta confusão em casamento e looping temporal foi escrita e dirigida por Maggie Peren, do sucesso “Uma Amizade Inesperada” (2017). | ENQUANTO VIVO | Atriz e cineasta premiada, Emmanuelle Bercot (“De Cabeça Erguida”) aborda um tema difícil. Um filho em negação de uma doença grave e uma mãe enfrentando o insuportável. Eles têm um ano para não perder tempo e entender o que significa morrer enquanto vivem. Benoît Magimel (“A Prima Sofia”) venceu o César de Melhor Ator do ano pelo papel do filho. A mãe é interpretada pela diva Catherine Deneuve, em seu terceiro trabalho com a diretora após “Ela Vai” e “De Cabeça Erguida”, e o elenco ainda inclui Cécile de France (“A Crônica Francesa”). | A HORA DO DESESPERO | “A Hora do Desespero” é um exemplo típico das produções realizadas no auge da pandemia, com a atriz Naomi Watts (“Diana”) sozinha na tela em quase toda a totalidade da projeção. Na trama, a protagonista descobre, em meio de sua corrida diária, que há um atirador na escola de se filho. A pé e isolada numa estrada rural distante, tudo o que ela pode fazer é correr e usar o telefone para tentar falar com o filho, a polícia e até o atirador. A produção minimalista, que usa vozes como personagens, chega a lembrar “Culpa” – tanto o original dinamarquês quanto o remake “O Culpado” da Netflix – , mas nem um diretor veterano como Philip Noyce (“Salt”) foi capaz de superar os obstáculos dessa limitação narrativa, resultando num distanciamento social do filme. | AMOR DE REDENÇÃO | Mais conhecido por filmes de ação, o diretor D.J. Caruso (“xXx: Reativado”) assina seu primeiro romance. A história cheia de clichês é baseada num best-seller, por sua vez inspirado pela história bíblica de Oseias e sua esposa infiel. O anjo caído dessa novela – ou melhor, Angel – é uma jovem belíssima, que foi vendida e cresceu na prostituição, na metade do século 19, mas ganha a chance de se “redimir” ao conhecer um cliente disposto a se casar com ela. A protagonista é vivida por Abigail Cowen (a Dorcas de “O Mundo Sombrio de Sabrina”), o seu Oséias é Tom Lewis (“Gentleman Jack”) e o resto do elenco reforça a impressão de telefilme – de Nina Dobrev (“The Vampire Diaries”) a Eric Dane (“Grey’s Anatomy”). | BRASILEIRÍSSIMA – A HISTÓRIA DA TELENOVELA | O documentário de André Bushatsky (“A História do Homem Henry Sobel”) é uma jornada pela história das novelas, desde os primórdios até os dias atuais, mostrando momentos marcantes do gênero entremeados por depoimentos de produtores, escritores, diretores, especialistas e artistas – gente como Lima Duarte, Taís Araújo, Tony Ramos, Silvio de Abreu, Dennis Carvalho, Jorge Fernando, Glória Perez, Aguinaldo Silva, Jayme Monjardin, Pedro Bial, Ana Maria Braga e Boni, entre tantos outros. | ESPERO QUE ESTA TE ENCONTRE E QUE ESTEJAS BEM | Esta produção tem uma premissa parecida com a do filme “A Última Carta de Amor”, disponível na Netflix. Mas em seu primeiro longa como diretora, Natara Ney não filmou ficção. Tudo começou em janeiro de 2011, quando um lote com 180 cartas de amor foi encontrado em uma Feira de Antiguidades, todas escritas nos anos 1950 por uma moradora de Campo Grande/MS para o seu noivo no Rio de Janeiro. A partir desta descoberta, a editora de “Mato Sem Cachorro”, “Divinas Divas”, “Minha Fama de Mal” e mais de 20 filmes embarca numa investigação para localizar o antigo casal apaixonado e descobrir o desfecho do romance. | ESCRITA ÍNTIMA | O filme do português João Mário Grilo (“Longe da Vista”) também segue pistas deixadas por cartas, além de pinturas, fotografias e memórias, em busca da história de um casal. Entretanto, seu tema não é apresentar um romance de desconhecidos. Trata-se da trajetória dos celebrados pintores Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes, que abandonaram Paris durante a 2ª Guerra Mundial em busca de um refúgio no Rio de Janeiro. No exílio carioca, a pintora portuguesa começou a refletir nas suas obras sentimentos como a tristeza, a dor e a saudade, mas também se mostrou mais prolífica e atingiu um dos maiores reconhecimentos da carreira, com sua primeira exposição em Nova York.





