Jamie Lee Curtis vai estrelar filme da série clássica “Assassinato por Escrito”
Universal prepara longa da produção dos anos 1980 com atriz no papel de Jessica Fletcher, personagem eternizada por Angela Lansbury
David McCallum, astro de “O Agente da UNCLE” e “NCIS”, morre aos 90 anos
O ator escocês David McCallum, que marcou época na TV ao interpretar o agente secreto Illya Kuryakin na série clássica “O Agente da U.N.C.L.E.” e o médico legista Donald “Ducky” Mallard na atual “NCIS”, faleceu nesta segunda-feira (25/9) aos 90 anos. O ator morreu de causas naturais no Hospital NewYork-Presbyterian, cercado por sua família, conforme anunciado por um porta-voz da rede CBS. Nascido em Glasgow em 19 de setembro de 1933, McCallum era filho de uma violoncelista, e de um violinista e líder de orquestra. A família mudou-se para a Inglaterra em 1936, quando seu pai foi contratado para conduzir a London Philharmonic. Embora seus pais desejassem que ele seguisse uma carreira na música, McCallum decidiu se tornar ator. Início da carreira no cinema Ele fez sua estreia no cinema britânico no final dos anos 1950 e se casou com a atriz Jill Ireland em 1957, após se conhecerem nas filmagens de “Na Rota do Inferno” no mesmo ano. O casamento durou uma década, até que Ireland o deixou pelo ator Charles Bronson. McCallum foi para Hollywood no começo dos anos 1960 e acabou escalado em filmes de sucesso, como “Freud – Além da Alma” (1963), de John Huston, e principalmente “Fugindo do Inferno” (1963), estrelado por Steve McQueen. A trama envolvia a fuga de um campo de concentração nazista e ator britânico acabou ganhando destaque na trama, como líder de uma das equipes encarregada de executar o plano ousado. Em seguida, ele entrou no épico sobre Jesus Cristo, “A Maior História de Todos os Tempos” (1964), de George Stevens, no qual interpretou Judas, aumentando ainda mais seu reconhecimento. O fenômeno de “O Agente da U.N.C.L.E.” Em ascensão em Hollywood, ele mudou completamente o rumo de sua carreira ao decidir assumir o papel do espião russo-americano Illya Kuryakin em “O Agente da U.N.C.L.E.” (The Man From U.N.C.L.E.), que foi ao ar de 1964 a 1968. O programa foi muito mais que um sucesso instantâneo. Verdadeiro fenômeno cultural, a série inspirada nos filmes de 007 transformou McCallum numa celebridade internacional. Mas seu êxito não foi casual. O próprio criador do agente 007, Ian Fleming, contribuiu para a criação do “O Agente da U.N.C.L.E.” – antes de ganhar o título pelo qual ficou conhecida, a produção tinha como nome provisório “Ian Fleming’s Solo”, além de girar em torno de um personagem introduzido em “007 Contra Goldfinger” (1964), Napoleon Solo. Robert Vaughn (1932–2016) viveu Solo, um agente secreto americano, que realizava missões ao lado de um aliado russo, Illya Kuryakin (McCallum), o que era completamente inusitado na época da Guerra Fria. Assim como nos filmes de 007, a série era repleta de supervilões e mulheres lindas de minissaia. E fez tanto sucesso que virou franquia, rendendo livros, quadrinhos, brinquedos, telefilmes e um spin-off, a série “A Garota da UNCLE”, estrelada por Stefanie Powers (“Casal 20″), cuja personagem também foi criada por Ian Fleming. O padrão de qualidade da produção era tão elevado que os produtores resolveram realizar episódios especiais de duas horas, como filmes. Exibidos em duas partes na TV americana, esses episódios foram realmente transformados em filmes para o mercado internacional. Para ampliar o apelo, ainda ganhavam cenas inéditas e picantes. Um desses telefilmes de cinema, por exemplo, incluiu participação exclusiva para a tela grande da belíssima Yvonne Craig, um ano antes de a atriz virar a Batgirl na série “Batman”, como uma atendente desinibida de missões da UNCLE, em aparições completamente nua. Além disso, Vaughan e McCallum ainda viveram Solo e Kuryakin em outras produções, como a comédia “A Espiã de Calcinhas de Renda” (1966), estrelada por Doris Day, e a sitcom “Please Don’t Eat the Daisies” (1965-1967). E voltaram a se reencontrar num telefilme de 1983, “A Volta do Agente da U.N.C.L.E.”. No auge de sua fama na década de 1960, McCallum ainda aproveitou para gravar quatro álbuns para a Capitol Records. Mas não como cantor. Em vez disso, o músico de formação clássica apresentava interpretações instrumentais de sucessos da época. Ele só veio a cantar num disco de 1996, intitulado “Open Channel D”, em referência a um bordão de “O Agente da U.N.C.L.E.”. Outras séries clássicas Após o fim da atração de espionagem, McCallum continuou a estrelar séries de sucesso. Uma das mais lembradas é “Colditz” (1972-1974), drama da BBC sobre prisioneiros de guerra, originalmente concebida como minissérie e que foi estendido em duas temporadas. Na trama, ele basicamente reviveu seu papel em “Fugindo do Inferno”, organizando uma grande fuga de campo de concentração. O ator também foi “O Homem Invisível” (The Invisible Man), numa série de 1975, e escrelou “Sapphire & Steel” (1979-1982), uma série britânica de ficção científica, ao lado de Joanna Lumley (“Absolutely Fabulous”). Depois disso, voltou a se encontrar com Robert Vaughn ao fazer uma participação especial em “Esquadrão Classe A”, que foi ao ar em 1986. Ele também apareceu em “Assassinato por Escrito, “SeaQuest 2032”, “Babylon 5”, “Law & Order” e até em “Sex and the City”, além de estrelar o thriller cibernético “VR.5”, primeira série sobre realidade virtual, de 1995 a 1997. O fenômeno de NCIS Em 2003, ele entrou em “NCIS”, onde deu vida a Ducky em todas as 20 temporadas da série, o equivalente a mais de 450 episódios, além de aparecer em derivados como “NCIS: Los Angeles” e videogames. Para viver o especialista em autópsias com um diploma em psicologia da Universidade de Edimburgo, McCallum aprendeu a realizar autópsias reais e frequentou convenções para médicos legistas. Os produtores executivos de “NCIS”, Steven D. Binder e David North, declararam: “Por mais de 20 anos, David McCallum conquistou o público ao redor do mundo interpretando o sábio, peculiar e, às vezes, enigmático Dr. Donald ‘Ducky’ Mallard. Ele era um estudioso e um cavalheiro, sempre cortês, um profissional consumado e nunca deixava passar a chance de uma piada.” Ele foi casado duas vezes. Depois de se separar de Jim Ireland, casou-se com a modelo Katherine Eaton Carpenter em 1967, com que viveu até seus últimos dias. Teve quatro filhos e oito netos.
Ed Ames, da série clássica “Daniel Boone”, morre aos 95 anos
O cantor, ator e artista renomado da Broadway Ed Ames faleceu aos 95 anos em sua casa em Los Angeles nesta quinta-feira (25/5). Ao longo de quase 75 anos de carreira, Ames conquistou sucesso em diversas áreas da indústria do entretenimento, com destaque para a série “Daniel Boone” (1964). A causa da morte não foi revelada, mas o artista deixa para trás sua esposa Jane e seus dois filhos, Ronald e Sonya. Nascido em Massachusetts e caçula de nove irmãos, Ames seguiu sua paixão no mundo das artes integrando o famoso quarteto Ames Brothers, ao lado de seus irmãos Vic, Joe e Gene, que alcançou sucesso com o hit “Rag Mop” em 1950. Durante mais de 15 anos de atividade, a banda emplacou um total de 49 músicas nas paradas de sucesso, produziu dezenas de álbuns e até ganhou seu próprio programa de televisão, intitulado “The Ames Brothers Show”, que foi a primeira produção sindicalizada a ser transmitida em países estrangeiros. Após os irmãos se separarem em 1963, Ed Ames embarcou em uma carreira solo bastante movimentada, emplacando hits como “Who Will Answer?” (1967), “My Cup Runneth Over” (1967) e “Try to Remember” (1965). Paralelamente, Ames decidiu se dedicar a trabalhos como ator. Ele mostrou seus talentos no teatro na Broadway ao participar das peças “As Bruxas de Salem” e “The Fantasticks”. Não demorou muito e ele conquistou seu primeiro papel principal, como o protagonista em “Carnival!”, além de ter estrelado ao lado de Kirk Douglas, Gene Wilder e William Daniels a produção da Broadway de “Um Estranho no Ninho”, que posteriormente virou o filme de 1975 dirigido por Miloš Forman (“Amadeus”). Mas ele é até hoje lembrado por seu primeiro personagem fixo na televisão: Mingo, um índio Cherokee, que era parceiro do personagem-título de “Daniel Boone”. Embora seja de origem russa-judaica, o ator interpretou o personagem de origem indígena e britânica, ao lado do protagonista vivido por Fess Parker. “Daniel Boone” marcou época por uma das pioneiras a falar sobre os colonizadores britânicos e franceses, e suas relações com as tribos originárias da América do Norte. Exibida entre 1964 e 1970, a série durou seis temporadas, mas foi praticamente eternizada por décadas de reprises, inclusive no Brasil, onde também fez grande sucesso entre o público. Durante o auge do programa, Ames foi convidado a participar do programa noturno “The Tonight Show” e desafiado pelo apresentador Johnny Carson a mostrar suas habilidades com o arremesso da machadinha usada por seu personagem. Ames topou e o feito entrou para a História da Televisão dos EUA. Ao visar um painel de madeira com a silhueta de um cowboy, a machadinha lançada por Ames acertou em cheio a virilha do desenho. Carson brincou: “Eu nem sabia que você era judeu!”, e seguiu com o comentário bem-humorado: “Bem-vindo à circuncisão da fronteira”. O público presente no estúdio não parou de rir por cerca quatro minutos, criando um clássico cômico. Ao longo de sua carreira, Ed Ames também fez participações especiais em várias séries de televisão, incluindo “O Homem do Rifle” (em 1962), “A Estrela Perdida” (1973), “McCloud” (1974), “Assassinato por Escrito” (1985), “It’s Garry Shandling’s Show” (1987) e “Marshall, Justiceiro Implacável” (1995).
Lance Kerwin, ator de “Os Vampiros de Salem”, morre aos 62 anos
Lance Kerwin, que ficou conhecido na década de 1970 como ator-mirim, ao estrelar a série “James At 15” e a minissérie “Os Vampiros de Salem”, morreu na última terça-feira (24/1), aos 62 anos. A notícia da morte de Kerwin foi divulgada pela sua filha, Savanah, por meio de uma postagem no Facebook. A causa da morte não foi informada. Nascido em 6 de novembro de 1960, em Newport Beach, na Califórnia, Lance Kerwin começou a atuar ainda na adolescência, participando de episódios de séries como “Emergency!” (1974), “Shazam!” (1974), “Os Pioneiros” (1974), “Gunsmoke” (1975) e “Mulher Maravilha” (1977). Seu papel de maior destaque veio nessa época, quando interpretou o personagem-título na série “James at 15”, sobre um jovem sonhador que precisa aprender a lidar com a vida enquanto seu pai se muda com a família de Oregon para Boston. A atração, que durou 21 episódios, foi uma tentativa do criador e escritor Dan Wakefield de apresentar uma representação mais realista a respeito do mundo dos adolescentes. A série escandalizou a época quando mudou de nome, para “James at 16”, e mostrou o protagonista perdendo a virgindade. Em 1979, Kerwin estrelou a minissérie de terror “Os Vampiros de Salem”, baseada num livro de Stephen King, interpretando Mark Petrie, um jovem fã de filmes de terror que vira caçador de vampiros. Numa das cenas mais marcantes da série, ele é visitado por um colega de escola que se tornou um vampiro e flutua do lado de fora da janela do seu quarto. O ator também participou de filmes como “A Aposta Final” (1977), “Inimigo Meu” (1985), “Epidemia” (1995), e séries como “Assassinato por Escrito” (1989), “Lassie” (1992), “FBI: The Untold Stories” (1992), entre muitas outras. Depois de “Epidemia”, ele ficou 27 anos sem aparecer nas telas, retomando apenas em 2022 para seu último trabalho como ator, no filme “The Wind & The Reckoning”, drama indie de David L. Cunningham (“Meu Amor por Grace”).
Angela Lansbury, estrela de “Assassinato por Escrito”, morre aos 96 anos
A atriz Angela Lansbury, indicada três vezes ao Oscar e protagonista da série “Assassinato por Escrito”, morreu enquanto dormia nesta terça (11/10) em Los Angeles, aos 96 anos. Lansbury recebeu diversas indicações ao Emmy pelo seu papel de Jessica Fletcher na série de investigação, além de ter construído uma carreira sólida no cinema, que lhe rendeu até um Oscar honorário em 2013, pela sua contribuição para a indústria cinematográfica. Angela Brigid Lansbury nasceu em 16 de outubro de 1925 em Londres. Filha da atriz Moyna MacGill (de “O Retrato de Dorian Gray”), ela foi incentivada a participar de peças escolares na infância e estudou por um ano na escola de teatro, formando-se com honras na Royal Academy of Music. Com o início da 2ª Guerra Mundial, ela se mudou com a mãe e os dois irmãos para os EUA (o pai dela morreu quando Angela tinha 9 anos), onde continuou estudando artes dramáticas em Nova York, formando-se em 1942, aos 17 anos. Na época, começou a fazer apresentações em boates, mentindo sobre sua idade para poder participar da cena noturna artística da cidade. Decidida a investir na carreira, mudou-se para Los Angeles e assinou um contrato com a MGM, fazendo sua estreia no cinema no thriller psicológico “À Meia Luz” (1944), com Charles Boyer e Ingrid Bergman. Famosíssima, esta adaptação da peça de Patrick Hamilton deu origem à expressão “gaslighting” (derivada de seu título original, “Gaslight”) para definir relações tóxicas em que um homem tenta convencer uma mulher de que ela é louca. O filme também rendeu a primeira indicação de Lansbury ao Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante. No ano seguinte, ela recebeu sua segunda indicação, desta vez por “O Retrato de Dorian Gray” (1945), adaptação do livro de Oscar Wilde dirigida por Albert Lewin, em que contracenou pela primeira e única vez com sua mãe. Outros filmes que estrelou no período foram “A Mocidade é Assim Mesmo” (1944) com a adolescente Elizabeth Taylor, “As Garçonetes de Harvey” (1946) com Judy Garland, e “Ouro no Barro” (1946) com Esther Williams. Relembrando o seu tempo no estúdio, Lansbury disse certa vez que “acabei interpretando alguns dos papéis mais ridículos da MGM.” Nos anos seguintes, a atriz trocou os filmes adolescentes por aventuras, participando de “Os Três Mosqueteiros” (1948), “Sansão e Dalila” (1949) e “Motim Sangrento” (1952), que marcou sua estreia como protagonista feminina. Depois de viver uma princesa na comédia “O Bobo da Corte” (1955), ela deu uma guinada dramática, vivendo a femme fatale do noir “Mata-me por Favor” (1956), e integrando os dramas “O Mercador de Almas” (1958) e “Sombras no Fim da Escada” (1960). Mas também fez a comédia musical “Feitiço Havaiano” (1961), estrelada por Elvis Presley, entre muitos outras produções. Sua terceira indicação ao Oscar veio pelo papel da mãe manipuladora de Laurence Harvey em “Sob o Domínio do Mal” (1962), thriller de conspiração dirigido por John Frankenheimer. Paralelamente ao cinema, Lansbury também construiu uma carreira sólida no teatro, estrelando peças como “Hotel Paradiso” (1957), que marcou a sua estreia nos palcos, o musical “Anyone Can Whistle” (1964), produzido por Stephen Sondheim, e “Mame” (1966), que lhe rendeu sua primeira indicação ao prêmio Tony. Depois disso, ela foi premiada por sua atuação nas peças “Dear World” (1969), “Gypsy” (1974), “Sweeney Todd” (1979) e “Blithe Spirit” (2009). Em junho passado, ela ainda recebeu um Tony honorário pela sua contribuição para o teatro. Como se estivesse se preparando para o seu grande papel na TV, Lansbury estrelou duas adaptações da obra de Agatha Christie: o primeiro “Morte Sobre o Nilo” (1978) e “A Maldição do Espelho” (1980). Neste último, viveu a detetive Miss Marple, um protótipo da Jessica Fletcher de “Assassinato por Escrito”. O mais interessante é que, com uma carreira consolidada no cinema e no teatro, Lansbury não tinha o menor interesse em estrelar uma série de TV. “Eu não poderia imaginar que algum dia iria querer fazer televisão”, disse Lansbury em uma entrevista de 1985 ao The New York Times. “Mas o ano de 1983 chegou e não tive papéis na Broadway, então eu participei de uma minissérie, como Gertrude Whitney em ‘Glória Feita de Ódio’. E vi que então [havia] uma série de papéis em minisséries, e comecei a sentir que o público da televisão era muito receptivo, e decidi que deveria parar de flertar ou fechar a porta para TV, dizendo aos meus agentes: ‘Estou pronta para pensar em séries.’” E foi assim que Lansbury aceitou o convite para estrelar “Assassinato por Escrito”, interpretando Jessica Fletcher, uma professora de literatura aposentada, escritora de mistério e detetive amadora que soluciona casos reais e ainda encontra tempo para escrever seus livros. “O que me atraiu em Jessica Fletcher é que eu poderia fazer o que faço de melhor e [interpretar alguém que tive] pouca chance de interpretar – uma mulher sincera e pé no chão”, disse ela. “Em sua maioria, eu interpretei cadelas muito espetaculares. Jessica tem extrema sinceridade, compaixão, intuição extraordinária. Eu não sou como ela. Minha imaginação corre solta. Não sou pragmática. Jéssica é.” A série foi um sucesso enorme, que durou 12 temporadas exibidas entre 1984 e 1996, além de ter continuado em quatro telefilmes até 2003. Durante esse tempo, a personagem fictícia Fletcher resolveu cerca de 300 assassinatos e escreveu mais de 30 livros. Outros trabalhos de destaque de Lansbury foram seus trabalhos para o público infantil, como “Se Minha Cama Voasse” (1971) e as animações “A Bela e a Fera” (1991) e “Anastasia” (1997). Nos últimos anos, ela também apareceu em “Os Pinguins do Papai” (2011), “O Retorno de Mary Poppins” (2018) e “A Magia de Acreditar” (2018), seu último crédito como atriz. Angela Lansbury se casou pela primeira vez em 1944, com o ator Richard Cromwell (“Glórias Roubadas”), mas o casamento deles durou menos de um ano e depois ela descobriu que ele era gay. Em 1949, Lansbury voltou a se casar, desta vez com o produtor Peter Shaw. Os dois ficaram juntos até a morte dele em 2003 e tiveram dois filhos, Anthony e Deirdre.
Gregory Sierra (1937 – 2021)
O ator Gregory Sierra, que estrelou sucessos televisivos dos anos 1970, morreu em 4 de janeiro em Laguna Woods, Califórnia, de câncer aos 83 anos. Sua morte se tornou pública na noite de sexta (22/1). Nascida no Harlem espanhol de Nova York, Sierra apareceu em peças off-Broadway antes de se mudar para Los Angeles em 1969, passando a aparecer em várias séries de sucesso, até conseguir um papel recorrente em “Noviça Voadora”, estrelada por Sally Field. A aparição em quatro episódios lhe abriu caminho para a estreia no cinema, em “De Volta ao Planeta dos Macacos” (1970). Sierra apareceu em pequenos papéis em muitos filmes do período, como “À Procura da Verdade” (1970), “Céu Vermelho ao Amanhecer” (1971), “Assim Nasce um Homem” (1972), “A Divina Ira” (1972) e até blockbusters como “Papillon” (1973) e “Inferno na Torre” (1974), além de ter participado do projeto de Orson Welles “O Outro Lado do Vento”, que só veio à público em lançamento pela Netflix em 2018. Em 1972, ele foi escalado como Julio, o ajudante porto-riquenho do empresário mal-humorado de ferro-velho Fred Sanford, na série “Sanford & Son”, criada por Bud Yorkin e Norman Lear (de “Tudo em Família”), tornando-se vítima frequente de piadas preconceituosas, que divertiam o público da época. O papel lhe deu popularidade e, depois de deixar a série, ele conseguiu ainda mais destaque como um dos detetives originais da série policial “Barney Miller”, em 1975. Mas Sierra saiu da série na 2ª temporada, apostando no projeto de “A.E.S. Hudson Street”, uma comédia médica muito à frente de seu tempo, que lhe deu seu primeiro papel de protagonista. A atração foi cancelada após apenas cinco capítulos. Depois de mais um par de filmes – o thriller “Corrida pela Liberdade” (1978) e a comédia “O Prisioneiro de Zenda” (1979), com Peter Sellers – , ele ainda emplacou outro papel muito lembrado, como Carlos “El Puerco” Valdez, um contra-revolucionário do Malaguai que sequestrava Jessica (Katherine Helmond) na 4ª temporada de “Soap”, em 1980. A carreira de Sierra continuou como personagem recorrente em séries como “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues), “Zorro and Son”, “Miami Vice” e “Assassinato por Escrito” (Murder, She Wrote), entre muitos outros. Seus últimos trabalhos foram no final dos anos 1990 e incluem o terror “Vampiros de John Carpenter” (1998) e a comédia “Máfia!” (1998).
William Link (1933 – 2020)
O roteirista e produtor William Link, co-criador de séries clássicas como “Columbo” e “Assassinato por Escrito”, entre outras, morreu no domingo (27/12) de insuficiência cardíaca congestiva em Los Angeles, aos 87 anos. Em uma carreira de mais de 60 anos, Link ficou conhecido por sua colaboração com o falecido Richard Levinson. Os dois se conheceram aos 14 anos e começaram a colaborar quase imediatamente em histórias, roteiros de rádio e TV. Eles viram o potencial da TV para contribuir para a discussão sobre assuntos como relações raciais, homossexualidade, inquietação estudantil e violência armada, e inovaram o conteúdo televisivo. Link e Levinson começaram a escrever para séries no final dos anos 1950, em produções como “Johnny Ringo” e “The Rebel”. Logo passaram a criar episódios para séries populares, como “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Dr. Kildare”, “A Lei de Burke” e “O Fugitivo”, até criarem suas primeiras atrações, a série de espionagem da 2ª Guerra Mundial “Jericho” (1965) e principalmente “Mannix” (1967), um megasucesso desenvolvido em parceria com Bruce Geller (criador de “Missão: Impossível”), que durou 8 temporadas até 1975. Considerada uma das séries mais violentas de sua época, a atração acompanhava as aventuras do investigador particular Joe Mannix (Mike Connors), de Los Angeles, que a cada episódio travava muitas brigas, perseguições de carros e tiroteios. Oposto de “Mannix”, “Columbo” era uma série de investigação criminal que dava mais ênfase à ação intelectual, destacando a sagacidade do detetive vivido por Peter Falk. O ator encarnou o detetive de homicídios de Los Angeles Columbo de 1971 a 2003, um recorde, graças à quantidade de telefilmes que se seguiram ao desfecho oficial da série (originalmente exibida entre 1971 e 1978). O personagem e o programa acabaram revolucionando a TV, ao mostrar um formato de história invertida, que começa mostrando o crime e seu autor, antes da investigação de Columbo apontar o criminoso. Este formato acabou virando padrão e é usado até hoje em séries da franquia “Law & Order”, por exemplo. A parceria de Link e Levinson também tendeu o sucesso de “Assassinato por Escrito” (Murder She Wrote), que fez sua estreia em 1984. A série estrelada por Angela Lansbury seguia a romancista de mistério Jessica Fletcher, que resolvia crimes como detetive amadora. Apesar dos executivos da rede lamentarem que o programa não tinha sexo, exibia pouca violência e sua protagonista era uma mulher de certa idade, a série foi extremamente popular e durou 12 anos. Outras séries de televisão criadas por Link e Levinson incluem “Tenafly” (1973, um dos primeiros programas de TV com protagonistas afro-americanos), “Ellery Queen” (1975) e “Blacke’s Magic” (1986). Mas a parceria também se estendeu a vários telefilmes inovadores, incluindo “My Sweet Charlie” (1970) sobre a amizade entre uma fugitiva adolescente, branca e grávida e um advogado afro-americano injustamente acusado de assassinato; “That Certain Summer” (1972) um dos primeiros retratos simpáticos da homossexualidade na televisão e “A Execução do Soldado Slovik” (1974), um poderoso relato do único soldado dos EUA executado por deserção durante a 2ª Guerra Mundial. Os dois últimos filmes apresentaram o jovem Martin Sheen ao grande público. Além de seu trabalho na televisão, Link e Levinson ainda escreveram roteiros de cinema, como os filmes de desastre “O Dirigível Hindenburg” (1975) e “Terror na Montanha Russa” (1977). A dupla ainda escreveu o livro “Stay Tuned: An Inside Look at the Making of Prime-Time Television” (1981), um relato de bastidores da televisão de sua época, e compartilhou muitos reconhecimentos da indústria do entretenimento, incluindo dois Emmys, dois Globos de Ouro, um Peabody e inúmeros outros. Link e Levinson também foram introduzidos no Hall da Fama da Academia da Televisão em 1994.
Peter Donat (1928 – 2018)
Peter Donat, o ator canadense que apareceu em dois filmes de Francis Ford Coppola e interpretou o pai do agente Fox Mulder em “Arquivo X”, morreu na segunda (10/9) aos 90 anos, de complicações do diabetes em sua casa em Point Reyes Station, Califórnia. Ele se tornou ator inspirado por seu tio, o astro britânico Robert Donat, conhecido por suas atuações em filmes como “Os 39 Degraus” (1935), de Alfred Hitchcock, e no longa vencedor do Oscar “Adeus, Mr. Chips” (1939). Donat inciou a carreira no teatro e integrou a companhia do Festival de Shakespeare de Connecticut, da qual também faziam parte Christopher Plummer, Raymond Massey, Roddy McDowall e Michael Learned, a matriarca da série “Os Waltons”, com quem o ator se casaria, num relacionamento que durou de 1956 até o divórcio em 1972. Após aparecer em inúmeras séries desde os anos 1950, ele fez sua estreia no cinema como o advogado de “O Poderoso Chefão II” (1974), de Francis Ford Coppola. O diretor ainda voltou a escalá-lo como advogado em “Tucker: O Homem e Seu Sonho” (1988). Entre um e outro, ele ainda apareceu nos famosos filmes de desastre “O Dirigível Hindenburg” (1975) e “Síndrome da China” (1979), além de ter sido marido de Liv Ullman e pai de Kiefer Sutherland em “Virando Adulto” (1984). Também emplacou seu primeiro papel fixo numa série, “Flamingo Road” (1980-82), e viveu o médico que tratou J.R. Ewing (Larry Hagman) após o personagem levar um tiro em 1980 e entrar para a história dos mistérios televisivos (“Quem atirou em JR?”). Entre os anos 1980 e 1990, trabalhou com diretores importantes, como os veteranos Blake Edwards (em “As Confusões de um Sedutor”, 1989) e Arthur Hiller (“Ânsia de Viver, 1992). Participou também dos ótimos “A Guerra dos Roses” (1989), segundo longa dirigido pelo ator Danny DeVito, e “Vidas em Jogo” (1997), o terceiro de David Fincher. Mas o papel pelo qual é mais lembrado é o de William Mulder, o pai do personagem de David Duchovny, em seis episódios de “Arquivo X”, exibidos entre 1995 e 1999. Seu último trabalho foi num telefilme da franquia “Assassinato por Escrito”, que continuava a série homônima (1984-1996) estrelada por Angela Lansbury, que foi ao ar em 2003.







