Maurice Roëves (1937 – 2020)
O ator escocês Maurice Roëves, de “O Último dos Moicanos”, morreu nesta quarta (15/7) aos 83 anos, de causa não informada. Ele teve uma longa carreira, iniciada com a produção medieval da Disney “O Valente Príncipe de Donegal” (1966) e a adaptação do clássico literário de James Joyce “Alucinação de Ulisses” (1967). Roëves integrou o elenco dos dois primeiros filmes dirigidos por Richard Attenborough, “Oh! Que Bela Guerra!” (1969) e “As Garras do Leão” (1972), e trabalhou com outros grandes diretores, como John Sturges em “A Águia Pousou” (1976) e Ken Loach em “Agenda Secreta” (1990). Também teve uma pequena participação na primeira adaptação dos quadrinhos de Judge Dredd, “O Juíz” (1995), com Sylvester Stallone. Mas é mais conhecido mesmo pelo papel do Coronel Munro em “O Último dos Moicanos” (1992), de Michael Mann. Seu personagem era o comandante do forte inglês cercado por índios renegados e pai das duas jovens escoltadas por Hawkeye (Daniel Day Lewis) na adaptação. A maioria de seus trabalhos, porém, aconteceu no teatro e na TV britânicos. Além de aparecer numa infinidade de séries, ele foi um dos poucos atores a passar pelas duas principais franquias sci-fi televisivas do Reino Unido e dos EUA, “Doctor Who” (quatro episódios em 1984) e “Star Trek” (como um capitão romulano num capítulo de 1993 de “A Nova Geração”). Entre os seus últimos desempenhos, destacam-se participações no drama shakespeareano “Macbeth: Ambição e Guerra” (2015), com Michael Fassbender, e a minissérie “The Nest”, exibida entre março e abril passados na BBC.
Ronnie Taylor (1924 – 2018)
Morreu Ronnie Taylor, veterano diretor de fotografia britânico que venceu o Oscar por “Gandhi” (1982). Ele tinha 93 anos e faleceu em sua casa na ilha de Ibiza, na Espanha, na sexta passada (3/8), após sofrer um AVC. O anúncio do falecimento só foi feito hoje pela Sociedade Britânica de Diretores de Fotografia. Taylor começou sua carreira como operador de câmera, trabalhando em clássicos como “Os Inocentes” (1961), “Barry Lyndon” (1975) e até no primeiro “Guerra nas Estrelas” (1977). E foi assim também que iniciou seu relacionamento profissional com o cineasta Richard Attenborough. Ator famoso do cinema britânico (até hoje lembrado como o Professor Hammond de “Jurassic Park”), Attenborough virou diretor com “Oh! Que Bela Guerra!” (1969) e “As Garras do Leão” (1972), e quando se viu em apuros devido a uma emergência na produção de “Gandhi”, lembrou-se do cameraman desses filmes e chamou Ronnie Taylor para fazer História. Ainda novato na função, o currículo de Ronnie Taylor como diretor de fotografia tinha apenas quatro filmes – entre eles o musical “Tommy” (1977) – , quando se viu convocado por Attenborough para salvar as filmagens de “Gandhi”. É que o cinematógrafo original, Billy Williams (de “Num Lago Dourado”), tinha sofrido uma fratura na coluna e precisou se afastar das filmagens. A superprodução caríssima correu risco de interrupção. Mas Attenborough encontrou um aliado precioso em Taylor, que aceitou o desafio e já na sua primeira cena imprimiu o tom grandioso que transformou a cinebiografia num épico. Seu primeiro dia de trabalho foi justamente a recriação do funeral de Gandhi, que usou mais de 300 mil figurantes, um recorde de atores até hoje inigualado, de acordo com o Livro Guinness dos Recordes. Billy Williams acabou voltando posteriormente para a produção, mas Attenborough considerou que ambos tiveram contribuições importantes para as filmagens e decidiu que eles compartilhariam os créditos da direção fotográfica. Acabaram compartilhando também o Oscar de Melhor Fotografia. “Gandhi” também venceu os Oscars de Melhor Filme, Diretor, Ator (Ben Kingsley), Roteiro, Direção de Arte, Figurino e Edição. Depois de vencer o Oscar, Taylor voltou a trabalhar com Attenborough em “Chorus Line: Em Busca da Fama” (1985) e “Um Grito de Liberdade” (1987). Também firmou nova parceria, ao filmar “Terror na Ópera” (1987), “Um Vulto na Escuridão” (1998) e “Insônia” (2001) para o mestre do terror italiano Dario Argento. Outros trabalhos notáveis de sua filmografia ainda incluem “O Cão dos Baskervilles” (1983), aventura de Sherlock Holmes, “Vítimas de uma Paixão” (1989), com Al Pacino, e o drama “O Ladrão do Arco-Íris” (1990), de Alejandro Jodorowsky.

