Diretora de “Barbie” vai filmar as Crônicas de Nárnia para a Netflix
Greta Gerwig (“Barbie” e “Adoráveis Mulheres”), vai dirigir as próximas adaptações dos livros de “As Crônicas de Nárnia” pela Netflix. De acordo com a revista The New Yorker, a diretora revelou que será responsável pela direção e roteiro de pelo menos dois longas da nova versão da franquia clássica, baseada na obra de CS Lewis. Embora a Netflix ainda não tenha feito um anúncio oficial, as especulações sobre a participação da diretora de “Barbie” (2023) já circulavam na mídia. Ainda não ficou claro quantos filmes a Netflix planeja para a adaptação, que trará um retrato inédito dos sete livros da saga que já vendeu 100 milhões de cópias ao redor do mundo. O streaming anunciou a aquisição dos direitos da história em 2018. No ano seguinte, divulgou que o roteirista Matthew Aldrich (“Viva – A Vida É uma Festa”) seria responsável por desenvolver a nova versão de “As Crônicas de Nárnia”. Os livros acompanham os irmãos Lúcia, Susana, Edmundo e Pedro, crianças inglesas que vão parar num reino encantado e se provam guerreiros capazes, ao impedirem as tentativas da Feiticeira Branca de tomar o controle de Nárnia. Diante da longa batalha, o maior aliado dos irmãos Pevensie é Aslam, o grande leão que representa a forma mais pura de bondade, coragem e altruísmo. Os temas da fábula fazem alusão ao cristianismo. Adaptações anteriores pela Disney e Fox As histórias criadas por C.S. Lewis na década de 1950 já foram transportadas para o cinema e para a TV diversas vezes, mais recentemente em três filmes: “As Crônica de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” (2005), “As Crônica de Nárnia: Príncipe Caspian” (2008) e “As Crônica de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada” (2010). Os três longas arrecadaram quase US$ 1,6 bilhão de bilheteria mundial. A Disney distribuiu os dois primeiros e a Fox lançou o terceiro, que teve a menor arrecadação. A franquia ainda foi responsável por dar notoriedade aos atores William Moseley (“Até o Limite”), Skandar Keynes (“Ferrari”), Georgie Henley (“A Diplomata”), Anna Popplewell (“A Freira 2”), Ben Barnes (“Sombra e Ossos”) e Will Poulter (“Guardiões da Galáxia Vol. 3”). Nos filmes, a Feiticeira Branca era interpretada por Tilda Swinton (“Era Uma Vez Um Gênio”), enquanto a voz de Aslam era dublada pelo ator Liam Neeson (“Assassino Sem Rastro”). Quarto filme foi cancelado pela Sony Anteriormente, um quarto filme estava em desenvolvimento pelo estúdio Tri-Star, do conglomerado Sony, mas não saiu do papel. A Mark Gordon Company, empresa do produtor Mark Gordon, aproveitou que sua companhia foi comprada pela produtora canadense eOne para suspender a produção. A ação tomada pela empresa foi de colocar o projeto no mercado visando uma nova franquia de filmes e séries em streaming. Com isso, a Netflix comprou os direitos. O longa que estava sendo desenvolvido foi escrito pelo roteirista David Magee (“As Aventuras de Pi”). Ele anunciou que tinha concluído o roteiro da adaptação de “As Crônicas de Nárnia: A Cadeira de Prata” em 2016. No ano seguinte, o cineasta Joe Johnston (“Capitão América: O Primeiro Vingador”) chegou a ser definido como diretor. Ainda não há previsão de estreia ou detalhes sobre a nova adaptação do universo de Nárnia pela Netflix.
Michael Apted (1941 – 2021)
O diretor britânico Michael Apted, que dirigiu vários filmes famosos, inclusive uma aventura do agente secreto James Bond, e uma série documental ainda mais célebre, morreu nesta sexta (8/1) aos 79 anos. Em seu primeiro emprego depois de se formar na Universidade de Cambridge, Apted virou trainee na Granada Television em 1964 e foi encarregado de encontrar algumas crianças que seriam entrevistadas para um documentário de 40 minutos da ITV chamado “Seven Up!”. Paul Almond, o diretor do projeto, “estava mais interessado em fazer um belo filme sobre ter sete anos, enquanto eu queria fazer um trabalho desagradável sobre essas crianças que têm tudo e essas outras crianças que não têm nada”, disse Apted em uma entrevista de 2012 à RadioTimes. “Seven Up!” foi projetado para ser um documentário “único”, mas a Granada resolveu reencontrar as 14 crianças novamente em 1970, resultando no lançamento de “7 Plus Seven”, que marcou a estreia de Apted como produtor e diretor. O projeto virou uma série contínua – e sem igual – e ele dirigiu todas as edições subsequentes: “21 Up” (1977), “28 Up” (1984), “35 Up” (1991), “42 Up” (1998), “49 Up” (2005), “56 Up” ( 2012) e o derradeiro “63 Up” (2019). Logo depois de “7 Plus Seven”, Apted estreou no cinema, comandando o drama de crossdressing “Trágica Decisão” (1972). Em seguida, mostrou sua paixão pelo rock com o musical “Stardust” (1974), história de uma banda fictícia dos anos 1960 encabeçada pelo cantor britânico David Essex. Ele também fez vários documentários do gênero, como “Bring on the Night” (1985), sobre Sting, que lhe rendeu um prêmio Grammy (o Oscar da música), “The Long Way Home” (1989), sobre Boris Grebenshchikov (uma versão soviética de Bruce Springsteen), e um filme sobre a turnê “Forty Licks” dos Rolling Stones em 2002, que, graças ao veto de Mick Jagger, nunca foi lançado. Sua filmografia ainda destaca “O Destino Mudou sua Vida” (1980), biografia dramática da cantora Loretta Lynn, a garota pobre que virou Rainha do Country. O filme rendeu o Oscar de Melhor Atriz para sua intérprete, Sissy Spacek. Eclético, Apted também se arriscou em tramas de suspense, como “O Mistério de Agatha” (1979) e “Mistério no Parque Gorky” (1983). Suas comédias, com John Belushi (“Brincou com Fogo… Acabou Fisgado!”) e Richard Pryor (“Condição Crítica”) não tiveram o mesmo sucesso. Mas seu drama “Nas Montanhas dos Gorilas” (1988), história da cientista Dian Fossey (Sigourney Weaver) e sua paixão pelos gorilas africanos, foi indicado a cinco Oscars e se tornou um de seus filmes mais conhecidos. Seu projeto mais popular, no entanto, foi mesmo “007 – O Mundo Não é o Bastante” (1999), penúltimo filme de James Bond estrelado por Pierce Brosnan, que resgatou a carreira do diretor após quatro filmes de pouca repercussão. Entre seus últimos longas estão “Enigma” (2001), drama de guerra com Kate Winslet, “Jornada pela Liberdade” (2006), sobre a luta pelo fim da tráfico transatlântico de escravos, e “As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada” (2010), que encerrou a franquia no cinema. Ele ainda completou “Tudo Por Um Sonho” (2012), após a morte de Curtis Hanson durante as filmagens, e se dedicou a produzir e dirigir séries premium na parte final de sua carreira – como “Roma”, “Masters of Sex” e “Ray Donovan”. Além do trabalho como diretor, Apted também foi um membro ativo do sindicato da categoria. Ele serviu três mandatos como presidente do DGA (o Sindicato dos Diretores dos EUA), de 2003 a 2009 – o mais longo serviço presidencial consecutivo desde George Sidney na década de 1960 – e recebeu o prêmio Robert B. Aldrich da entidade em 2013, além de ter sido homenageado com o cargo de membro vitalício honorário cinco anos depois. “Sentimos tristeza em nossos corações hoje, enquanto lamentamos o desaparecimento deste amado diretor”, disse Thomas Schlamme, atual diretor do DGA, em comunicado. “Seu legado ficará para sempre gravado no mundo do cinema e em nossa associação”, acrescentou Schlamme, que chamou seu antecessor de um “visionário destemido” e elogiou sua “sabedoria” e “inteligência”.

