O que ver em streaming: 10 estreias desta quinta (16/10)
A 3ª temporada de "A Diplomata" estreia na Netflix e a série de suspense brasileira "Cenas de um Crime" chega na HBO Max, em meio a vários filmes nas plataformas digitais. Confira as novidades
Retrospectiva | Os 50 melhores filmes de 2024
Relação traz filmes efetivamente lançados no Brasil entre 1 de janeiro e 31 de dezembro, incluindo estreias de streaming e VOD
Estreias | Cinemas recebem dois filmes do Oscar 2024
A programação de cinema desta quinta (25/1) recebe dois lançamentos que disputam o Oscar de Melhor Filme, “Anatomia de uma Queda” e “Vidas Passadas”, mas o circuito amplo privilegia a comédia romântica “Todos Menos Você” e a fantasia infantil brasileira “Príncipe Lu e a Lenda do Dragão”. Outros filmes incluem a continuação do blockbuster nacional “Nosso Lar”, thrillers espanhóis intensos e animações inovadoras. Confira abaixo a relação completa das estreias. ANATOMIA DE UMA QUEDA Filme europeu mais premiado do ano, vencedor do Festival de Cannes e do European Film Awards (o Oscar europeu), o drama de tribunal e suspense da francesa Justine Triet (“Sibyl”) acompanha o julgamento de uma mulher suspeita de matar o marido. O homem foi encontrado ensanguentado no gelo, após uma queda de um andar elevado da casa da família e a única testemunha do que aconteceu é o filho cego do casal, que vive mudando sua versão dos acontecimentos. A trama se desdobra em um mistério: foi acidente, suicídio ou assassinato? A verdade transita entre a vida doméstica do casal e o tribunal, e para expô-la, Triet explora temáticas como sexo, ambição, papéis de gênero, casamento e os julgamentos sociais impostos às mulheres. A narrativa é enriquecida por flashbacks do marido e pelo envolvimento do filho do casal, vivido por Milo Machado Graner, cuja visão prejudicada é tanto um ponto do enredo quanto uma metáfora na história. Este é o tipo de filme que mantém o espectador questionando a verdadeira natureza dos eventos e a culpabilidade dos personagens até o final, provocando reflexões sobre percepção, verdade e justiça. O papel principal é interpretado pela alemã Sandra Hüller (conhecida por “Toni Erdmann”), que também venceu o European Awards na categoria de Melhor Atriz do ano e concorre ao Oscar de Melhor Atriz, que será entregue em março. Ao todo, “Anatomia de uma Queda” disputa a cinco Oscars, incluindo Melhor Direção e Filme do Ano – mas, por motivos muito franceses, não foi selecionado pela França para tentar vaga no Oscar de Filme Internacional. VIDAS PASSADAS O primeiro longa-metragem da cineasta coreano-canadense Celine Song apresenta uma narrativa envolvente que se desenrola ao longo de 24 anos, explorando as relações e o conceito de in-yun, uma conexão pessoal que transcende vidas. A trama segue a jornada de Hae Sung, interpretado por Teo Yoo, e Nora, vivida por Greta Lee, dois amigos de infância de Seul que se separam quando Nora emigra para Toronto com sua família. A história avança 12 anos, quando os dois se reconectam virtualmente, compartilhando conversas pelo Facebook e Skype. Nora, agora uma dramaturga, e Hae Sung, um estudante de engenharia, discutem sobre suas vidas, transformações e memórias, enquanto Nora se adapta a uma nova identidade em uma cultura diferente. Essa reconexão virtual revela sentimentos não resolvidos entre eles, embora Nora esteja casada com Arthur, um escritor interpretado por John Magaro. A presença de Arthur adiciona tensão à história, pois ele representa um novo capítulo na vida da protagonista e um obstáculo potencial ao reencontro com Hae Sung. Mesmo assim, Hae Sung decide visitar Nora em Nova York, desencadeando uma série de emoções e reflexões sobre as escolhas feitas e os caminhos não percorridos. “Vidas Passadas” destaca a complexidade das relações humanas e o impacto da distância e do tempo em amizades e amores passados. A cinematografia e a trilha sonora intensificam a atmosfera de nostalgia e introspecção, enquanto a direção de Song conduz habilmente uma jornada emocional que questiona o destino, a identidade, existências paralelas e o significado das conexões humanas ao longo do tempo, fazendo com o espectador se veja refletido na tela, questionando sua própria trajetória. Inspirada em sua própria experiência pessoal, a estreia de Celine Song foi considerada tão impressionante que concorre a dois Oscars: Melhor Roteiro Original e Filme do ano. TODOS MENOS VOCÊ Sucesso nas bilheterias dos EUA, o filme é apontado como responsável por resgatar o gênero das comédias românticas no cinema. Com uma abordagem jovem e contemporânea, a produção revitaliza o gênero sem inovar na fórmula, que segue uma estrutura clássica – da peça “Muito Barulho por Nada”, de William Shakespeare. Na história, os personagens de Sydney Sweeney (conhecida por “Euphoria”) e Glen Powell (de “Top Gun: Maverick”) são antigos colegas de faculdade que reatam a convivência ao serem convidados para o casamento de um amigo em comum. A situação se complica quando descobrem que seus ex-namorados também estão na lista de convidados, levando-os a combinar um relacionamento falso para criar um clima. Só que tem um detalhe: os dois na verdade nunca se suportaram. A premissa é das mais conhecidas do gênero, envolvendo um casal que se repudia até se apaixonar. Tudo acontece durante um casamento na Austrália, onde a combinação de paisagens deslumbrantes, atuações carismáticas e um roteiro bem elaborado resultam numa diversão leve e descomplicada. A direção é de Will Gluck (de “A Mentira” e “Pedro Coelho”), que também assina o roteiro em parceria com Ilana Wolpert (de “High School Musical: A Série: O Musical”), e o elenco ainda inclui Alexandra Shipp (“X-Men: Apocalipse”), Hadley Robinson (“O Pálido Olho Azul”), Michelle Hurd (“Star Trek: Picard”), Dermot Mulroney (“Invasão Secreta”), Darren Barnet (“Gran Turismo”), Rachel Griffiths (“A Sete Palmos”) e Bryan Brown (“Deuses do Egito”). AS BESTAS O suspense de Rodrigo Sorogoyen (“Madre”), um dos diretores mais aclamados do cinema contemporâneo espanhol, é baseado num caso criminal real na Espanha. Construído como uma tragédia, o enredo acompanha o casal francês Antoine (Denis Ménochet) e Olga (Marina Foïs), que se mudam para a região da Galícia, na Espanha, com o objetivo de adotar práticas agrícolas sustentáveis. Eles se encontram em oposição a dois irmãos locais, Xan (Luis Zahera) e Lorenzo (Diego Anido), cuja hostilidade contra os “estrangeiros” vai além do mero desagrado. O filme explora as tensões entre os personagens principais, enfatizando um conflito cultural e ideológico no ambiente rural. O roteiro, coescrito por Sorogoyen e Isabel Peña, desenvolve uma narrativa onde os confrontos são intensificados pela recusa de Antoine em vender suas terras para projetos de energia eólica, algo desejado por muitos na comunidade. Esse impasse gera uma série de eventos hostis, incluindo sabotagem e intimidação, à medida que a tensão entre o casal e os irmãos aumenta. Além de atuações intensas, a obra é notável pelo seu aspecto visual e técnico. Apesar de alguma controvérsia relacionada à representação dos personagens locais, “As Bestas” recebeu nove prêmios Goya em 2022, incluindo Melhor Filme e Direção. O REFÉM – ATENTADO EM MADRI O thriller espanhol acompanha as consequências de um atentado terrorista e apresenta uma parceria já estabelecida entre o diretor Daniel Calparsoro e o talentoso ator Luis Tosar, que previamente colaboraram em “Até o Céu” (2020) – e na série homônima da Netflix – , recebendo elogios da crítica. A história se concentra em Santi, interpretado por Luis Tosar, um taxista que, de forma inesperada, se torna refém do único terrorista sobrevivente do atentado fracassado. A reviravolta acontece quando Santi é forçado a se tornar uma bomba humana, caminhando pela Gran Vía de Madrid com um colete explosivo. Esse cenário tenso estabelece o tom para a ação frenética e uma complexa interação entre os serviços de inteligência, as forças de emergência e os meios de comunicação espanhóis. A atuação de Tosar como Santi é um ponto alto da produção, destacando-se na representação de um homem comum enfrentando uma tragédia extraordinária. Graças a seu desempenho, o longa supera o formato padrão de thriller, tornando-se uma reflexão sobre a condição humana diante de circunstâncias extremas. NAUEL E O LIVRO MÁGICO O filme chileno-brasileiro de animação, dirigido por Germán Acuña, narra a história de um menino, Nauel, que vive com seu pai pescador e tem um medo intenso do mar. A vida do garoto muda drasticamente quando ele descobre um livro mágico antigo e atrai a atenção de um feiticeiro malicioso que quer o livro para si. A situação se agrava quando o pai de Nauel é sequestrado pelo vilão, levando o garoto a embarcar em uma jornada perigosa para resgatá-lo e enfrentar seus temores. Repleto de elementos tradicionais, como animais falantes e uma jovem que ajuda o protagonista a encontrar coragem, a história, direcionada principalmente ao público infantil, faz de Nauel um personagem com o qual crianças podem se identificar, aprendendo a lidar com seus próprios medos. Mas ainda que siga uma fórmula tradicional, o longa se diferencia por seu estilo visual marcante. A animação mistura técnicas digitais com traços que remetem aos animes dos anos 1970, além de contar com cenários bem elaborados, que criam um ambiente cativante e atraente. O resultado evidencia a qualidade crescente da cena de animação da América Latina. BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS A animação do diretor Marão acompanha uma tartaruga urbana com transtorno obsessivo-compulsivo, dublada por Rodrigo Santoro. O filme explora a obsessão da personagem pela ordem e limpeza através de detalhes visuais, em vez de diálogos. Mas uma enchente inesperada a arrasta do conforto de sua loja ao caótico centro do Rio de Janeiro, onde ela encontra um ambiente desordenado que desafia suas compulsões. O elenco de vozes também conta com a atriz Natália Lage como a protagonista feminina, uma mulher com superpoderes excêntricos, e o dublador Guilherme Briggs, que empresta sua voz a uma nuvem com características particulares. Juntos com a tartaruga, eles formam o trio central de personagens, que embarcam numa jornada única, desde a Baixada Fluminense até as profundezas oceânicas das fossas abissais, passando por Araraquara e Sérvia, enfrentando rinocerontes espaciais pelo caminho, enquanto buscam de cacos de um jarro que formam um mapa. A trama inusitada é acompanhada por uma estética anárquica, criada por Marão e sua pequena equipe, que mistura técnicas diferentes de animação para refletir um espírito caótico: cenas em preto e branco são sucedidas por sequências coloridas e texturizadas, enquanto os personagens transitam entre momentos de introspecção e caricaturas cômicas. Misturando ação, humor e elementos de fantasia num cenário brasileiro, a animação conclui com um desvio para o drama familiar, oferecendo uma experiência de entretenimento diferenciada e marcada pela criatividade. PRÍNCIPE LU E A LENDA DO DRAGÃO O segundo longa-metragem de Luccas Neto produzido para os cinemas apresenta uma aventura ambientada em um reino medieval, onde Neto interpreta o personagem principal. A história segue a jornada de Lu, um príncipe jovem e desinteressado, que enfrenta a tarefa de amadurecer rapidamente devido a uma profecia que ameaça seu reino com a aparição de um dragão. Apesar da criatura estar no título, este elemento-chave da trama quase não aparece o filme, que segue uma estrutura narrativa convencional de contos de fadas, incluindo reis, espadas, dragões e princesas. Dirigido por Leandro Neri, o longa infantil também conta com Maurício Mattar e Flávia Monteiro, como os pais reais de Lu, e Renato Aragão, o eterno Trapalhão, que assume agora o papel de simples coadjuvante, como mentor do jovem protagonista. NOSSO LAR 2 – OS MENSAGEIROS A sequência do blockbuster espírita lançado em 2010, baseado na obra homônima psicografada pelo médium Chico Xavier, acompanha um grupo de mensageiros da cidade Nosso Lar, liderados por Aniceto (Edson Celulari), que vai à Terra com o objetivo de ajudar a salvar três de seus protegidos que estão prestes a fracassar. Com histórias que se cruzam, um é médium que não cumpriu o planejado em sua missão, outro é líder de uma casa espírita e o terceiro é um empresário responsável por uma oficina espiritual. Com direção de Wagner de Assis (do primeiro “Nosso Lar”), o filme também traz no elenco Vanessa Gerbelli (“Maldivas”), Fábio Lago (“Tropa de Elite”), Julianne Trevisol (“Os Mutantes”), Othon Bastos (“O Paciente: O Caso Tancredo Neves”) e Fernanda Rodrigues (“O Outro Lado do Paraíso”), além de Renato Prieto (“Nosso Lar”), que retoma o papel do médico André Luiz, protagonista do primeiro filme e um dos espíritos autores mais frequentes nas obras de Xavier. Bastante didático, o filme tem objetivo de conversão, buscando transmitir ensinamentos espíritas, enquanto oferece aos espectadores...
Festival Varilux traz o melhor do cinema francês atual e homenagem a Brigitte Bardot
O Festival Varilux de Cinema Francês começa nesta quinta (9/11) sua 14ª edição, que vai até 22 de novembro, trazendo o melhor do cinema contemporâneo francês e uma homenagem ao ícone Brigitte Bardot. São ao todo 19 produções com exibições em 52 cidades, incluindo o filme vencedor do Festival de Cannes deste ano. Normalmente realizado em junho, o festival teve sua agenda modificada justamente para incluir obras do Festival de Cannes. Além disso, a mudança afastou sua programação da concorrida temporada de blockbusters americanos nos cinemas. Filmes imperdíveis Entre os destaques, “Anatomia de uma Queda”, dirigido por Justine Triet, chega ao Brasil com a credencial de vencedor da Palma de Ouro em Cannes. O filme narra a investigação do falecimento misterioso de um homem nos Alpes, trazendo um enredo que envolve um cão, uma criança e uma mulher como testemunhas, sendo esta última a principal suspeita. Outra obra significativa é “Making Of”, de Cédric Kahn, que oferece um olhar metalinguístico sobre o processo cinematográfico. A narrativa acompanha a tensão e os desafios enfrentados por uma equipe de filmagem, destacando-se pelas atuações marcantes do elenco e pela abordagem realista dos bastidores da indústria do cinema. “Culpa e Desejo”, dirigido por Catherine Breillat, apresenta uma trama que explora as complexidades de uma relação proibida. Estrelado por Léa Drucker, o filme se destaca por abordar questões delicadas como violência sexual e os limites éticos das relações pessoais. Com uma proposta que foge do convencional, “O Desafio de Marguerite”, de Anna Novion, se concentra na relação entre dois jovens matemáticos, tocando em temas de ambição e insegurança, e oferecendo uma perspectiva contemporânea e inovadora ao romance. “As Bestas”, dirigido por Rodrigo Sorogoyen, é outro filme que merece atenção por sua abordagem crítica e sua presença marcante em Cannes e no Goya. A obra explora conflitos sociais e ambientais em uma aldeia galega, desdobrando-se em uma narrativa de suspense e tensão. Homenagem a Brigitte Bardot A programação também destaca a série biográfica “Bardot”, juntamente com as exibições dos dois clássicos estrelados por Brigitte Bardot – “E Deus Criou a Mulher” (1956), de Roger Vadim, que a catapultou ao estrelato, e “O Desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard, que explora a nudez e o sex appeal da estrela em sua única passagem pela nouvelle vague. Para acompanhar a première da série, o festival trouxe a intérprete de Bardot, a atriz Julia de Nunez, ao Brasil. Além de ter sessões em cinemas, “Bardot” também será disponibilizada gratuitamente no site oficial do festival após o término do evento – ou seja, a partir de 22 de novembro – , permitindo ao público amplo acesso à produção pelo período de um mês. Para assistir, basta acessar o site Festival Varilux em Casa (https://www.looke.com.br/movies/festival-varilux-em-casa) no período indicado. Estrelas internacionais Outros artistas que prestigiam o evento incluem o ator e diretor Nicolas Giraud de “O Astronauta”, a diretora Anna Novion de “O Desafio de Marguerite, a diretora Baya Kasmi de “O Livro da Discórdia”, o diretor Bruno Chiche de “Maestro(s)”, o diretor Cédric Kahn e o ator Stefan Crépon de “Making Of” e o diretor Rémi Bezançon de “O Renascimento”. Mais informações sobre o festival, como horários e salas de exibição, podem ser conferidos no site oficial: https://variluxcinefrances.com/2023/
“Argentina 1985” é o grande vencedor dos Prêmios Platino 2023
Os Prêmios Platino 2023, considerados o “Oscar Ibero Americano”, consagraram o filme argentino “Argentina, 1985”, dirigido por Santiago Mitre e estrelado por Ricardo Darín. Na premiação realizada na noite de sábado (22/4), o drama de época conquistou cinco prêmios, incluindo Melhor Ficção, Melhor Ator para Darín, Roteiro, Direção de Arte e o troféu de Educação e Valores. Embora tenha perdido o Oscar de Melhor Filme Internacional para o alemão “Nada de Novo no Front”, “Argentina, 1985” se destacou entre os ibero-americanos e conquistou também o Prêmio do Público, mostrando que a história do promotor Julio Strassera, encarregado do primeiro processo que a sociedade civil argentina promoveu contra os criminosos da Ditadura Militar no país, foi uma luta importante para diferentes públicos pelo mundo. Outros destaques da noite foram o ator porto-riquenho Benício Del Toro, que recebeu o Platino em homenagem à sua carreira, e o filme espanhol “As Bestas”, de Rodrigo Sorogoyen, que levou prêmios importantes como Melhor Direção, Edição de Som e Melhor Montagem, além do Platino de Melhor Ator Coadjuvante para Luis Zahera. O cinema europeu ainda teve Laia Costa premiada como Melhor Atriz em longa de ficção por “Cinco Lobitos”, de Alauda Ruiz de Azúa. Na categoria de séries, o grande vencedor foi “Notícia de Um Sequestro”, do chileno Andrés Wood, que levou os prêmios de Melhor Série do Público, Melhor Criador de Série para Wood, Melhor Atriz para a colombiana Cristina Umaña, Melhor Atriz Coadjuvante para a também colombiana Majida Issa e, é claro, o de Melhor Série de Ficção. Apesar de não ter emplacado indicados entre os finalistas deste ano, o Brasil marcou presença na premiação com o ator Alejandro Claveaux e a cantora Letrux, que representaram o país e cantaram “País Tropical”, de Jorge Benjor, em um número que contou com arranjos mais “latinizados” da canção, com direito a capoeirista e passista no palco. A premiação também evidenciou um desafio enfrentado pelo cinema latino-americano: a ampliação da carreira dos filmes em todo o continente. Eloísa López-Gómez, distribuidora brasileira e uma das votantes do país nos Prêmios Platino, destacou a necessidade de investir mais na distribuição e na divulgação das produções, tanto entre os países latinos de língua espanhola entre si, mas principalmente das produções brasileiras em um mercado tão vasto quanto o ibero-americano. Sem serem vistos, os filmes brasileiros tem poucas chances de serem premiados. “Argentina, 1985” teve distribuição mundial da Amazon Prime Video.
“Argentina, 1985” lidera indicações ao Prêmio Platino
A organização do Prêmio Platino divulgou a lista dos filmes e séries indicados à premiação de cinema e televisão ibero-americanos. E o drama político “Argentina, 1985”, de Santiago Mitre, foi o grande destaque, com 14 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Ator (prêmio disputado por Ricardo Darín e Peter Lanzani) Os filmes espanhóis “As Bestas”, de Rodrigo Sorogoyen, e “Cinco Lobitos”, dirigido por Alauda Ruiz de Azúa, e o mexicano “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades”, comandado por Alejandro González Iñárritu, também se destacaram, arrecadando seis nomeações cada um. Nenhum filme brasileiro foi indicado ao prêmio. Entre as categorias televisivas, o destaque ficou por conta da série colombiana “Notícia de um Sequestro”, que disputa os prêmios em todas as categorias: Melhor Minissérie, Melhor Ator (para Juan Pablo Raba), Melhor Atriz (Cristina Umaña), Melhor Ator Coadjuvante (Rodrigo Celis), Melhor Atriz Coadjuvante (Majida Issa) e Melhor Criador de Série ou Minissérie (Andrés Wood e Rodrigo García). A entrega dos troféus acontecerá no dia 22 de abril, no Palácio Ifema, em Madri, e será transmitida pelo Canal Brasil. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Melhor Filme Ibero-americano de Ficção “Argentina, 1985” “Alcarràs” “As Bestas” “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Melhor Comédia “Concorrência Oficial” “Desconectados” “Granizo” “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Melhor Direção Alejandro G. Iñárritu, por “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Carla Simón, por “Alcarràs” Rodrigo Sorogoyen, por “As Bestas” Santiago Mitre, por “Argentina, 1985” Melhor Roteiro Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, por “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Manuela Martinelli, Alejandra Moffar, por “1976” Isabel Peña, Rodrigo Sorogoyen, por “As Bestas” Mariano Llinás, Santiago Mitre, por “Argentina, 1985” Melhor Canção Original Pedro Osuna, por “Argentina, 1985” Aránzazu Calleja, por “Cinco Lobitos” Cergio Prudencio, por “Utama” Leonardo Heiblum, Alexis Ruíz, por “Los Reyes del Mundo” Melhor Ator Ricardo Darín, por “Argentina, 1985” Peter Lanzani, por “Argentina, 1985” Luis Tosar, por “Às Margens” Daniel Giménez Cacho, por “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Melhor Atriz Aline Küppenhaim, por “1976” Laia Costa, por “Cinco Lobitos” Antonia Zegers, por “El Castigo” Laura Galán, por “Cerdita” Magnolia Núñez, por “Carajita” Melhor Ator Coadjuvante Carlos Portaluppi, por “Argentina, 1985” Norman Briski, por “Argentina, 1985” Luis Zahera, por “As Bestas” Ramón Barea, por “Cinco Lobitos” Melhor Atriz Coadjuvante Alejandra Flechner, por “Argentina, 1985” Carmen Machi, por “Cerdita” Penélope Cruz, por “Às Margens” Susi Sánchez, por “Cinco Lobitos” Melhor Animação “Águila y Jaguar: Los guerreros Legendarios” “El Paraíso” “As Aventuras de Tadeo e a Tábua da Esmeralda” “Unicorn Wars” Melhor Documentário “Bosco” “EAMI” “El Caso Padilla” “El Silencio del Topo” “Mi País Imaginario” Melhor Filme Iberoamericano “1976” “Cinco Lobitos” “Utama” “La hija de todas las Rabias” “La Jauría” Melhor Montagem Andrés Pepe Estrada, por “Argentina, 1985” José M. G. Moyano, por “Modelo 77” Alberto del Campo, por “As Bestas” Sebastián Hernández, Gustavo Vasco, por “Los Reyes del Mundo” Melhor Direção de Arte Micaela Saiegh, por “Argentina, 1985” Francisca Correa, por “1976” Pepe Domínguez del Olmo, por “Modelo 77” Eugenio Caballero, por “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades” Melhor Fotografia Javier Juliá, por “Argentina, 1985” Daniela Cajías, por “Alcarràs” David Gallego, por “Los Reyes del Mundo” Bárbara Álvarez, por “Utama” Melhor Som Santiago Fumagalli, por “Argentina, 1985” Federico Moreira, por “Utama” Aitor Berenguer, Fabiola Ordoyo, Yasmina Praderas, por “As Bestas” Carlos García, por “Los Reyes del Mundo” Prêmio Platino Educação e Valores “Argentina, 1985” “Cinco Lobitos” “El Suplente” “Utama” Melhor Série ou Minissérie “Meu Querido Zelador” “Iosi, o Espião Arrependido” “Notícia de um Sequestro” “Santa Evita” Melhor Ator em Série Daniel Giménez Cacho, por “Un Extraño Enemigo” Guillermo Francella, por “Meu Querido Zelador” Juan Diego Botto, por “Não Gosto de Dirigir” Juan Pablo Raba, por “Notícia de um Sequestro” Melhor Atriz em Série Claudia di Girolamo, por “42 Dias de Escuridão” Cristina Umaña, por “Notícia de um Sequestro” Natalia Oreiro, por “Santa Evita” Paulina Gaitán, por “Detetive Belascoarán” Melhor Ator Coadjuvante em Série Alejandro Awada, por “Iosi, o Espião Arrependido” Andrés Parra, por “Detetive Belascoarán” David Lorente, por “Não Gosto de Dirigir” Rodrigo Celis, por “Notícia de um Sequestro” Melhor Atriz Coadjuvante em Série Amparo Noguera, por “42 Dias de Escuridão” Leonor Watling, por “Não Gosto de Dirigir” Majida Issa, por “Notícia de um Sequestro” Verónica Echegui, por “Intimidade” Melhor Criador(a) de Série ou Minissérie Andrés Wood, Rodrigo García, por “Notícia de um Sequestro” Daniel Burman por “Iosi, o Espião Arrependido” Leonardo Padrón, por “Pálpito” Mariano Cohn, Gastón Duprat, por “Meu Querido Zelador”
“As Bestas” é o grande vencedor do Goya, o “Oscar espanhol”
O western moderno e feminista “As Bestas” foi o grande vencedor do Prêmio Goya 2023, considerado o “Oscar espanhol”. A obra de Rodrigo Sorogoyen arrebatou nove prêmios, incluindo Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original, no evento que aconteceu em Sevilha na noite de sábado (11/2). Numa consagração rara, um ator estrangeiro, o francês Denis Ménochet, levou o prêmio de Melhor Ator por “As Bestas”, como um francês que se estabelece no interior da Galícia, criando conflito por sua modernidade cosmopolita, que afronta o senso de identidade dos habitantes locais – e se recusa a recuar. Outro filme que se destacou na premiação foi “Cinco Lobitos”, elogiado por Pedro Almodóvar no ano passado como “a melhor estreia espanhola em anos”, que rendeu o troféu de Melhor Novo Diretor para a cineasta Alauda Ruiz de Azúa, além de premiar as intérpretes Laia Costa e Susi Sánchez como Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Já os prêmios técnicos foram dominados por “Prisão 77”, uma superprodução que somou cinco troféus. A lista de vencedores ainda incluiu “Argentina, 1985”, eleito Melhor Filme Ibero-Americano. O longa do argentino Santiago Mitre também disputa o Oscar de Melhor Filme Internacional. O clima de celebração, entretanto, foi temperado pela morte de Carlos Saura na sexta-feira (10/2). Considerado um dos maiores nomes do cinema espanhol, o cineasta seria homenageado com o Goya de Honra deste ano, pelas realizações da carreira. Uma emocionada Carmen Maura subiu ao palco, com lágrimas nos olhos, para marcar a homenagem: “Sinto muito por nunca ter contado a ele o impacto que ele teve em mim para sempre como atriz” A atriz Eulália Ramón, viúva de Carlos Saura, leu um bilhete ditado por Saura poucos dias antes de sua morte. “Ficaria feliz se tivesse servido de inspiração para os diretores de hoje. Eu me vejo como uma estrela cadente na imensidão do cosmos. Sempre disse que a imaginação é mais rápida que a velocidade da luz.” Confira abaixo a lista de todos os premiados. MELHOR FILME “As Bestas” PRÊMIO GOYA DE HONRA Carlos Saura MELHOR DIRETOR Rodrigo Sorogoyen (“As Bestas”) MELHOR NOVO DIRETOR Alauda Ruiz de Azúa (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATRIZ Laia Costa (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATOR Denis Ménochet (“As Bestas”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Susi Sánchez (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATOR COADJUVANTE Luis Zahera (“As Bestas”) MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Isabel Peña, Rodrigo Sorogoyen (“As Bestas”) MELHOR ROTEIRO ADAPTADO Isa Campo, Fran Araujo e Isaki Lacuesta (“Un Año, una Noche”) MELHOR FOTOGRAFIA Álex de Pablo (“As Bestas”) MELHOR MÚSICA ORIGINAL Olivier Arson (“As Bestas”) MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Sintiéndolo Mucho”, (Joaquín Sabina e Leiva para “Sintiéndolo Mucho”) MELHOR NOVO ATOR Telmo Irureta (“La Consagracipon de la Primavera”) MELHOR NOVA ATRIZ Laura Galán (“Piggy”) MELHOR PRÊMIO GOYA INTERNACIONAL Juliette Binoche MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO “Unicorn Wars”, de Alberto Vázquez MELHOR FILME IBERO-AMERICANO “Argentina 1985”, de Santiago Mitre (Argentina) MELHOR FILME EUROPEU “A Pior Pessoa do Mundo”, de Joachim Trier (Noruega) MELHOR DOCUMENTÁRIO “Labordeta, Un Hombre Sin Más”, de Gaizka Urresti e Paula Labordeta MELHOR CURTA-METRAGEM “Arquitectura Emocional 1959”, de León Siminiani MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO “Loop”, de Pablo Polledri MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO “Maldita: A Love Song to Sarajevo”, de Amaia Remírez García e Raúl de la Fuente MELHOR EDIÇÃO Alberto del Campo (“As Bestas”) MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Manuela Ocón (“Prisão 77”) MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Pepe Dominguez del Olmo (“Prisão 77”) MELHOR FIGURINO Fernando García (“Prisão 77”) MELHOR SOM Manuel González, Ángel García, Ramón Sanjuán (“As Bestas”) MELHOR MAQUIAGEM E CABELO Yolanda Piña & Félix Terreno (“Prisão 77”) MELHORES EFETOS VISUAIS Ana Rubio, Esther Ballesteros (“Prisão 77”)





