Whoopi Goldberg é suspensa da TV americana por relativizar o Holocausto
A atriz Whoopi Goldberg foi suspensa por duas semanas do programa que ela apresenta na TV americana após dizer que o Holocausto, genocídio nazista de seis milhões de judeus, não foi “uma questão de raça”. Apesar de a apresentadora do programa “The View” ter pedido desculpas, a presidente da ABC News, Kim Godwin, afirmou que não era suficiente. “Com efeito imediato, suspendo Whoopi Goldberg por duas semanas por seus comentários equivocados e ofensivos”, afirmou Godwin em um comunicado publicado na conta de relações públicas do canal no Twitter. “Embora Whoopi tenha se desculpado, eu pedi a ela que tire um tempo para refletir e perceber o impacto de seus comentários”, completou. A atriz, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Ghost” (1990), afirmou em sua fala polêmica no “The View” que o Holocausto envolveu apenas “dois grupos de pessoas brancas”. O assunto veio à tona durante uma discussão sobre uma escola de Tennessee que proibiu os alunos de lerem a premiada graphic novel “Maus”, serializada de 1980 a 1991, sobre a vida no campo de concentração nazista de Auschwitz. Vencedora do Prêmio Pulitzer, a obra-prima de Art Spiegelman retrata judeus como ratos e nazistas como gatos, e é considerado uma representação poderosa do assassinato nazista de milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. “No programa de hoje disse que o Holocausto ‘não é uma questão de raça e sim da desumanidade do homem com o homem’. Deveria ter dito que são os dois”, escreveu Goldberg no Twitter na segunda-feira (31/1) à noite. “O povo judeu de todo o mundo sempre contou com meu apoio e isso nunca vai mudar. Lamento o dano que causei”, acrescentou a atriz de 66 anos. Após os comentários de Goldberg, as redes sociais lembraram à atriz que a raça foi determinante para o genocídio, já que os nazistas acreditavam que eram uma raça superior. Por sua vez, o Museu do Holocausto dos Estados Unidos escreveu no Twitter que “o racismo foi fundamental para a ideologia nazista”. “Os judeus não se definiam pela religião e sim pela raça. As crenças racistas nazistas alimentaram o genocídio e o assassinato em massa”, declarou a instituição sem, no entanto, fazer referência aos comentários de Goldberg.
