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  • Filme

    E Então Nós Dançamos reflete o impasse cultural entre tradição e modernidade

    22 de dezembro de 2019 /

    A Geórgia (ex-União Soviética) tem entre suas principais tradições a dança. Uma dança tradicional, com marcações fortes, firmes e intensas, que remetem a uma ideia de masculinidade. Ou a um conceito algo rígido e preconceituoso do que seja a masculinidade. O fato é que gestos leves, trejeitos, sorrisos de alegria e encantamento, são solenemente repreendidos, nos ensaios com os bailarinos, como se vê em algumas sequências de “E Então Nós Dançamos”. O filme roteirizado e dirigido por Levan Akin, georgiano radicado na Suécia há muito tempo, é uma retomada por parte dele da arte das tradições de seu país de origem. E representou a Suécia na indicação ao Oscar de Filme Internacional. Se é preciso respeitar e valorizar tradições, em especial expressões artísticas consagradas, também é preciso avançar e superar preconceitos. Do embate entre essas questões se alimenta o filme de Levan Akin. Na história, é pela ótica de um bailarino jovem, Merab, vivido por Levan Gelbakhiani, que temos acesso ao cotidiano de alguém que aspira a esse caminho artístico, enquanto faz trabalhos pesados e mal remunerados para tentar sobreviver. Acompanhamos seu esforço diário, sua paixão pela dança, conhecemos a jovem bailarina Mary (Ana Javakishvili), que é sua parceira constante nessa atividade, percebemos o que ela sente por ele, sem ser correspondida para além da dança. E o vemos conhecendo e se envolvendo com o bailarino Irakli (Bachi Valishvili), com quem aprende técnicas, rivaliza e acaba por desenvolver um desejo homoerótico. Na família, com um irmão prestes a se casar, ou na dança que cultiva, Merab percebe que não há espaço para o reconhecimento do seu desejo e torna-se bastante complicado compatibilizar as coisas. Por aí vai o drama que o filme explora, enquanto nos brinda com um musical, em que a dança tradicional georgiana se destaca. O diretor tem claramente a intenção de valorizar essa tradição da dança e outras mais. Por exemplo, nos mostra os rituais do casamento no país. Mas coloca em questão, também, a necessidade de questionar e superar os ranços autoritários e os preconceitos que ajudam a sustentar essas tradições. Até onde vale a pena ir na preservação da cultura local e quando é preciso mudá-la ou mesmo implodi-la, se for o caso? Como os jovens podem se inserir nesse contexto cultural pós-União Soviética, com os elementos da globalização, da cultura pop e das mudanças comportamentais que os distinguem da velha geração? O diretor fala, numa entrevista, da situação frágil da Geórgia e dos antigos países soviéticos, com suas singularidades, em contato com os valores da situação atual. Como preservar a identidade cultural, como a língua, o alfabeto, a cultura do vinho e da gastronomia, ao mesmo tempo em que é imperioso se abrir para o mundo novo, em constante transformação? E dá um exemplo importante. Quando trabalhava na concepção do filme, buscou a ajuda do famoso Balé Nacional da Geórgia, inclusive querendo contar com a participação de alguns de seus bailarinos. O que lhe foi negado peremptoriamente, alegando que não existia homossexualidade na dança, na Geórgia. E teve de conviver com uma grande sabotagem contra o trabalho que estava realizando. Não só isso. A première na Geórgia foi marcada por protestos e um grupo radical chegou a invadir um cinema para bater no público que havia comprado ingressos. Uma mulher foi parar no hospital e dois policiais que tentaram conter as hostilidades acabaram feridos. Uma atitude como essa é a demonstração mais cabal de que não se pode, simplesmente, ficar cultivando uma tradição cultural sem nunca colocá-la em questão ou em dúvida. Se é preciso negar a realidade para mantê-la como está, chegou a hora de revisá-la, reformá-la ou revolucioná-la. Assim como não faz sentido destruir tradições culturais importantes, também não faz sentido mantê-las a qualquer preço, gerando sofrimento inútil e desnecessário às pessoas.

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  • Filme

    Festival Mix Brasil celebra diversidade sexual em tempos sombrios no país

    13 de novembro de 2019 /

    O mais importante festival brasileiro dedicado à diversidade de gênero, o Mix Brasil, começa nesta quarta (13/11), em São Paulo, em meio a ataques de políticos e conservadores contra produções LGBTQIA+ no país. Destoando de outros governos, a capital paulista tem se mantido como uma ilha da tolerância, e o Mix Brasil irá até inaugurar um novo espaço na cidade: o Centro Cultural da Diversidade, com programação focada principalmente em temas LGBTQIA+. O idealizador do festival Mix Brasil, André Fischer, é também diretor do local, administrado pela Prefeitura de São Paulo e localizado no antigo teatro Décio de Almeida Prado, no Itaim Bibi, zona nobre de São Paulo. “Uma parte daquele quarteirão foi demolida para a construção de um prédio, o que chamou a atenção da atriz Eva Wilma. Ela ajudou no tombamento do imóvel a tempo e virou a madrinha do novo espaço cultural”, contou Fischer, em entrevista ao jornal O Globo. Com o tema “Persistir”, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade também ocupa outros espaços de São Paulo com mais de 200 sessões de cinema e atrações como teatro, realidade virtual, música, literatura, conferências e games. Entre os destaques da programação, há vários filmes inéditos no Brasil, como “O Príncipe”, de Sebastián Muñoz, vencedor do Leão Queer no Festival de Veneza, “Retrato de uma Jovem em Chamas”, de Céline Sciamma, premiado como Melhor Roteiro em Cannes, “Matthias e Maxime”, longa de Xavier Dolan estrelado pelo próprio diretor canadense, e “E Então Nós Dançamos” (And Then We Danced), de Levan Akin, candidato da Suécia ao Oscar, que teve sua première atacada por manifestantes de extrema direita na semana passada. O Mix Brasil também homenageará a cantora e compositora Marina Lima com o prêmio Ícone Mix. Ela é o tema do filme “Uma Garota Chamada Marina”, de Candé Salles. A programação completa pode ser conferida no site oficial do evento (clique aqui).

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  • Etc

    Manifestantes impedem première do novo filme de Polanski na França

    13 de novembro de 2019 /

    Um grupo de cerca de 40 manifestantes bloqueou a entrada de um cinema que receberia a première de “An Officer and a Spy” (J’Accuse), novo filme de Roman Polanski, na noite de terça-feira (12/11) em Paris, resultando no cancelamento da exibição. Vestindo preto e equipado com sinalizadores vermelhos e cartazes com os nomes das mulheres que acusaram o diretor de estupro, o grupo se manifestou por cerca de uma hora em frente ao cinema Le Champo, até a sessão ser cancelada. Mas essa não foi a première principal do longa. A sessão de gala aconteceu na mesma hora no cinema UGC Normandie, nos Champs-Elysées, com a presença de Polanski, sem encontrar protestos semelhantes. Polanski foi recentemente acusado por um fotógrafa francesa, Valentine Monnier, de estuprá-la em seu chalé suíço em 1975. Ele negou as acusações por meio de seu advogado. Mas ela é a sexta mulher a acusar o diretor de violência sexual cometida nos anos 1970. O vencedor do Oscar vive na França desde que fugiu dos EUA em 1978, no meio de um julgamento em que se declarou culpado de fazer sexo com uma garota de 13 anos. Monnier disse que resolveu revelar o estupro justamente devido à estreia de “An Officer and a Spy” (J’accuse), em que Polanski filma um famoso erro judicial francês, o caso Dreyfus, em que um inocente é injustamente condenado por um crime que não cometeu. O diretor já teceu comentários comparando-se a Dreyfus. O longa foi lançado no Festival de Cinema de Veneza, onde venceu o Prêmio do Grande Júri. Na semana passada, o filme foi indicado a quatro European Film Awards pela Academia Europeia. Mas quanto mais prestígio conquista a obra, mais intensos se tornam os protestos. No início desta semana, o ator Jean Dujardin, indicado a Melhor Ator Europeu por “An Officer and a Spy”, cancelou uma entrevista com a principal emissora francesa, TF1, alegando que não queria responder perguntas sobre novas acusações contra Polanski. Também na terça-feira, embora sem mencionar Polanski pelo nome, a Associação Francesa de Cineastas, ARP, divulgou um comunicado dizendo que “apoia fortemente todas as vítimas de violência moral e sexual” e que “deve levar em conta que nossas profissões, pelo poder que exercem, podem abrir a porta a excessos repreensíveis ”. A declaração ainda avisa que a ARP “proporá ao próximo conselho de administração que, a partir de agora, qualquer membro considerado culpado de uma ofensa sexual seja excluído e que qualquer membro denunciado pelo mesmo motivo seja suspenso”. Polanski é membro da organização. “An Officer and a Spy” estreia comercialmente nesta quarta (13/11) na França, sob campanha de boicote de vários grupos de pressão. Não há previsão para seu lançamento no Brasil. Vale lembrar que manifestantes também impediram a première de outro filme europeu na semana passada, por motivos bem diferentes e num espectro político oposto na escala do radicalismo cultural. Manifestantes de extrema direita atacaram o público da estreia do premiado “And Then We Danced”, de Levan Akin, em Tbilisi, capital da Geórgia, por prestigiarem uma história de amor LGBTQIA+, entre dois jovens dançarinos georgianos de balé. Eles também querem impedir o filme vencedor de prêmios internacionais de ser exibido nos cinemas do país.

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  • Etc,  Filme

    Extrema direita europeia ataca público de filme gay na Geórgia

    9 de novembro de 2019 /

    O público do premiado “And Then We Danced” foi agredido na première do filme na Geórgia, país da antiga União Soviética, por um grupo de manifestantes da extrema direita do país. O longa, que conta uma história de amor LGBTQIA+, entre dois jovens dançarinos georgianos de balé, gerou quebra-quebra nas ruas da capital do país na sexta-feira (8/11). Centenas de manifestantes se juntaram para bloquear as ruas no lado de fora do cinema em que aconteceu a première no centro de Tbilisi, com o objetivo de cercar e atacar o público do filme. Uma mulher foi parar no hospital e dois policiais que tentaram conter as hostilidades acabaram feridos. Cantando “Vida longa à Georgia” e “Vergonha”, os agressores – alguns segurando cruzes e símbolos religiosos – tentaram forçar a entrada ao cinema, mas foram impedidos pela polícia. “Não é apenas um filme. É um insulto à nossa fé, às nossas tradições e a tudo que é sagrado para nós”, disse um dos manifestantes, identificado como Guram Damenia, para a imprensa do país. A polícia afirmou neste sábado que prendeu mais de 25 pessoas durante o ato violento. Dirigido por Levan Akin, georgiano residente na Suécia, “And Then We Danced” teve première no Festival do Cannes e já venceu uma dezena de prêmios em festivais ao redor do mundo. O filme também é o candidato da Suécia a uma vaga na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional e tem 93% de aprovação da crítica de língua inglesa, segundo o site Rotten Tomatoes. Akin emitiu um comunicado condenando a violência – nada cristã – dos grupos que usam a religião para tentar impedir a exibição do filme, batendo inclusive em mulheres. “Muitas pessoas me perguntaram o que aconteceu na Geórgia em relação à estréia de ‘And Then We Dance’ na sexta-feira. Alguns grupos de extrema direita e a Igreja basicamente condenaram o filme e planejam impedir as pessoas de participar das sessões esgotadas. É absurdo que as pessoas que compraram ingressos precisem ser corajosos e arriscarem ser assediados ou até agredidos apenas para assistirem a um filme. Eu fiz este filme com amor e compaixão. É a minha carta de amor à Geórgia e à minha herança. Com essa história, eu queria recuperar e redefinir a cultura georgiana para incluir todos, não apenas alguns. Infelizmente, porém, os tempos em que vivemos são sombrios e os protestos violentos apenas provam como é vital enfrentar essas forças sombrias da maneira que pudermos”. Veja abaixo o trailer oficial de “And Then We Danced”, com legendas em inglês. O longa faz parte da mostra Mix Brasil, que começa sua 27ª edição na quinta-feira (14/11) em São Paulo.

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