Agravamento da pandemia paralisa produções da Globo
O grande aumento dos números de contaminações e mortes da pandemia de coronavírus no Brasil fez a rede Globo paralisar as gravações de suas novelas e séries. Em um comunicado enviado à imprensa na semana passada, a emissora já tinha revelado preocupação com o estado atual da saúde pública e se comprometido a seguir os protocolos de segurança. “Com o decreto da Prefeitura do Rio de Janeiro, os Estúdios Globo, que já seguiam num ritmo de produção menor do que o habitual, por conta de todas as precauções do protocolo de segurança, diminuirão ainda mais”, diz um dos trechos do comunicado. Nesta semana, a Globo optou por afastar todos os atores veteranos, que só poderão voltar aos estúdios depois de tomarem a segunda dose da vacina anti-covid. Com isso, Renata Sorrah teve de deixar o elenco de “Verdades Secretas 2″. As gravações da série de Walcyr Carrasco, que contariam também com a portuguesa Maria de Medeiros (“Pulp Fiction”), estavam previstas para começar na segunda (8/3), mas foram adiadas. A paralisação também atingiu as gravações de “Quanto Mais Vida Melhor”, que já tinha iniciado a fazer externas. As novas temporadas das séries “Segunda Chamada” e “Aruanas” foram igualmente interrompidas, enquanto a superprodução “O Anjo de Hamburgo”, dirigida por Jayme Monjardim, passa por grande adaptação, com diminuição de figurantes, exclusão de externas e cortes de algumas cenas, com gravações realizadas sob forte protocolo exclusivamente nos Estúdios Globo. Para completar, ao suspender (novamente) as gravações de “Um Lugar ao Sol”, próxima novela das 9, a emissora decidiu reprisar “Império”, novela exibida originalmente em 2014 e premiada com o Emmy Internacional, como sucessora de “Amor de Mãe”. Já na Record, “Gênesis” mantém seu ritmo normal. Segundo a colunista Patricia Kogut, do jornal O Globo, a produção vem pedindo apenas para que elenco e equipe não saiam de casa nas folgas.
Léo Rosa (1984 – 2021)
O ator gaúcho Léo Rosa, intérprete do repórter César na novela “Amor de Mãe”, morreu nesta terça-feira (9/3) após uma longa batalha contra o câncer. Depois de fazer algumas peças de teatro, ele se tornou nacionalmente conhecido em 2006 ao estrelar “Vidas Opostas”, uma das novelas mais bem-sucedidas da rede Record, onde fez par romântico com Maytê Piragibe. A boa audiência impulsionou sua carreira e o tornou um dos principais astros da emissora. Ele atuou em seguida em “Amor e Intrigas” (2007), “Promessas de Amor” (2009), “Rei Davi” (2012), “Balacobaco” (2012), “Milagres de Jesus” (2015) e “Escrava Mãe” (2016), que vem sendo reprisada atualmente todas as tardes. Além dos trabalhos na Record, ele participou de três filmes, “Podecrer!” (2007), “Faroeste Caboclo” (2013), “Por Trás do Céu” (2016), e da série “O Mecanismo” (2018-2019), da Netflix. O último papel foi a estreia na Globo, na primeira fase de “Amor de Mãe”, exibida em 2019. Léo Rosa também se destacou atrás das câmeras, dirigindo um videoclipe da cantora Maria Gadú, “Axé Accapella”, e feito assistência de direção em longas-metragens do cineasta Caio Sóh a partir de “Teus Olhos Meus” (2011). O convite para fazer a última novela veio logo após ele descobrir o câncer. O ator vinha lutando contra a doença desde 2018. Depois de passar por sessões de quimioterapia, ele adotou um estilo de vida mais saudável, vivendo longe da metrópole, em contato com a natureza, e chegou a afirmar que estava em processo de cura. Em entrevista do ano passado à Patricia Kogut, do jornal O Globo, ele contou como foi parar na Globo. “Estava em casa no Natal e a Manuela (Dias, a autora) me ligou perguntando se eu teria condições de fazer este trabalho. Nem pensei, aceitei na mesma hora. A minha preparação foi basicamente conseguir chegar de pé e disposto ao estúdio. Quando a gente passa por algo tão forte como essa doença, meio que fica preparado para encarar qualquer outro desafio de peito aberto. Em meio a tanto sofrimento, sou muito grato por todo o aprendizado de vida que o câncer me deu. Hoje, por exemplo, eu não faço planos para o futuro. Eu vivo o hoje, o agora”, contou.
Filipe Duarte (1973 – 2020)
O ator português Filipe Duarte, que viveu o personagem Gabo, par romântico de Adriana Esteves na recente novela “Amor de Mãe” (2019-2020), faleceu nesta sexta-feira (17/4), aos 46 anos. Segundo informações divulgadas pela imprensa portuguesa, ele não resistiu após um infarto, mas o Ministério Público do país exigiu uma autópsia para verificar infecção por covid-19. Considerado um dos melhores atores portugueses de sua geração, Duarte na verdade nasceu em Angola em 1973, de onde saiu para Portugal ainda na infância. Sua carreira começou nos palcos portugueses, onde estreou, nos anos 1990, com a Companhia Teatral do Castelo e com o Teatro da Garagem. Mas foi principalmente no cinema e na televisão que se estabeleceu. Na televisão, fez inúmeros trabalhos, entre séries, telenovelas, programas infantis e dublagens para publicidade e desenhos animados. E não apenas em Portugal, mas também na Espanha e no Brasil. Alguns dos seus papéis de maior destaque na TV foram nas séries “A Febre do Ouro Negro” (2001), “A Ferreirinha” (2004) e “Equador” (2008) e em novelas como “Fúria de Viver” (2002) e “Belmonte” (2013). No cinema, atuou em mais de 30 filmes, entre curtas e longas-metragens. A lista variada de produções inclui “A Costa dos Murmúrios” (2004), de Margarida Cardoso, que o levou de volta à África de sua infância, para filmar em Moçambique, e “A Outra Margem” (2007), de Luís Filipe Rocha, no qual interpretou um travesti amargurado com a vida, conquistando o troféu de Melhor Ator no Festival de Montreal, no Canadá. Ele também estrelou “Imagine”, de Andrzej Jakimowski, considerado o Melhor Filme Polonês de 2012 pela crítica daquele país, e no ano seguinte venceu o Globo de Ouro português de Melhor Ator por “A Vida Invisível” (2013), de Vítor Gonçalves. Os papéis mais recentes de Filipe Duarte no cinema foram em “Variações” (2019), de João Maia, no qual interpretou o fundador de uma discoteca, e “Mosquito” (2020), de João Nuno Pinto, em que viveu um militar na África, durante a 1ª Guerra Mundial. Além desses, chegou a terminar “Nothing Ever Happened”, de Gonçalo Galvão Teles, ainda sem previsão de estreia. Casado com a atriz espanhola Nuria Mencía (“A Canção de Lisboa”), Filipe tinha uma filha, Antônia, de apenas 8 anos.


