Academia Europeia de Cinema anuncia boicote de filmes russos
A Academia Europeia de Cinema (EFA, na sigla em inglês) atendeu ao apelo da Academia Ucraniana de Cinema para realizar um boicote aos filmes russos. Em um comunicado enviado nesta terça (1/3), a EFA anunciou que filmes russos serão excluídos de sua premiação anual, European Film Awards, marcada para dezembro, e que a organização concorda e apoia com cada elemento do pedido de boicote. A principal entidade do cinema ucraniano pediu aos festivais internacionais de cinema que não permitam filmes russos em suas programações, que os produtores de cinema encerrem negócios com o país, parando de contribuir com a arrecadação de impostos para o governo russo, e que os distribuidores internacionais não lancem filmes na Rússia. O comunicado da EFA veio um dia após o premiado cineasta ucraniano Sergei Loznitsa renunciar à sua participação na EFA, criticando a organização pela brandura de sua resposta inicial, que incluía uma promessa de apoio aos cineastas ucranianos. Nesta terça, a EFA assumiu que deveria ter sido mais enérgica e rápida em sua resposta, admitindo que “esta reação deveria ter ocorrido em um momento anterior nos últimos dias” e que o processo democrático do órgão a atrasou. “A Academia condena veementemente a guerra iniciada pela Rússia – a soberania e o território da Ucrânia devem ser respeitados. As ações de Putin são atrozes e totalmente inaceitáveis, e as condenamos veementemente”, acrescenta o comunicado da entidade. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por European Film Awards (@eurofilmawards)
Academia Ucraniana de Cinema pede boicote mundial de filmes russos
A Academia Ucraniana de Cinema, que reúne os principais profissionais do cinema da Ucrânia, divulgou uma petição pedindo um boicote mundial ao cinema russo. No texto, a organização cinematográfica aponta que, apesar de governos de todo o mundo imporem sanções à Rússia, o país continua sem ressalvas no campo cultural. “Vários filmes feitos pela Rússia são regularmente admitidos nos programas da maioria dos festivais mundiais de cinema, e recursos significativos são gastos em sua promoção. O resultado dessa atividade não é apenas a disseminação de mensagens de propaganda e fatos distorcidos. Também incentiva a lealdade cultural a um estado agressor, que desencadeou uma guerra injustificada e não provocada na Europa central”, diz o texto. A Academia pede aos festivais internacionais de cinema que não permitam filmes russos em suas programações, que os produtores de cinema encerrem negócios com o país e parem de contribuir com a arrecadação de impostos para o governo russo, e que os distribuidores não lancem filmes na Rússia. A iniciativa acrescenta alguns pedidos específicos para o Conselho da Europa, visando excluir a Rússia do organismo de financiamento Eurimages, para a Convenção Europeia de Coprodução Cinematográfica, para barrar coproduções com filmes russos, e para a Federação Internacional de Associações de Produtores de Cinema, pedindo que retire o credenciamento do Festival Internacional de Cinema de Moscou de seu circuito de eventos. Por fim, pede à Associação Europeia de Produção Audiovisual e à Federação Europeia de Produtores de Filmes Comerciais que cessem toda a cooperação com “produtores audiovisuais que apoiam a agressão contra a Ucrânia”. A petição foi enviada pela assessoria de imprensa da Agência Ucraniana de Cinema, entidade estatal sediada em Kiev, e publicada como carta aberta no site Change.org.

