Isao Takahata (1935 – 2018)
Morreu o diretor de animação japonês Isao Takahata, que ficou conhecido pelo filme “Túmulo dos Vaga-lumes”, uma anime clássica. Ele faleceu aos 82 anos, anunciou seu estúdio nesta sexta-feira (6/4), sem revelar as causas. Segundo a rede NHK, Takahta morreu em um hospital de Tóquio. Com longa-carreira, ele lançou seu primeiro longa em 1968, “Horus: O Príncipe do Sol”, além de ter feito vários trabalhos com a personagem “Heidi” nos anos 1970. Takahata também foi cofundador em 1985 do mítico estúdio japonês de animação Ghibli com seu discípulo, parceiro e em algumas ocasiões rival, Hayao Miyazaki. Ele conquistou fama mundial com uma das primeiras produções do Ghibli, “Túmulo dos Vaga-lumes”, de 1988, uma comovente história de dois órfãos durante a guerra, que muitos consideram seu melhor trabalho. Mais recentemente, fez a animação de “O Conto da Princesa Kaguya”, releitura de um clássico do repertório japonês que lhe valeu uma indicação à categoria de Melhor Filme de Animação no Oscar de 2015. E, em 2016, produziu “A Tartaruga Vermelha”, uma coprodução francesa, que também concorreu ao Oscar de Animação.
John Wick tem estreia matadora em semana repleta de filmes do Oscar 2017
Os lançamentos da semana se dividem claramente entre filmes de shopping center e filmes de Oscar. Mesmo assim, a estreia mais ampla também conquistou excelente avaliação crítica. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, “John Wick – Um Novo Dia para Matar” mostra que é possível fazer cinema de ação de qualidade. Com ritmo desenfreado e muita violência, o filme traz Keanu Reeves de volta ao papel do matador profissional John Wick, que ele desempenhou em “De Volta ao Jogo” (2014). O sucesso inesperado daquele longa animou a distribuidora a dobrar o circuito na continuação. A estreia acontece em 358 salas, contra 230 do primeiro filme. A diferença de qualidade para o segundo maior lançamento é abissal. Estrelado por Brad Pitt e Marion Cottilard, o romance de espionagem “Aliados” consegue ser mais brega que “Cinquenta Tons Mais Escuros”, mas a crítica americana foi bondosa, com 61% de aprovação. Fracasso nos EUA, onde já saiu de cartaz, o longa faturou US$ 40 milhões no mercado doméstico, menos da metade de seu orçamento de US$ 85 milhões. A terceira e última estreia comercial é “A Cura”, que marca a volta de Gore Verbinski ao terror, 15 anos após “O Chamado” (2002). E todo seu capricho visual não esconde que se trata de uma trama pouco original, já vista várias vezes antes. Com 41% de aprovação, a história do spa do qual ninguém consegue sair é tão medíocre quanto a parceria anterior do diretor com o roteirista Justin Haythe, “O Cavaleiro Solitário” (2013). A maior estreia do Oscar 2017 é “Lion – Uma Jornada para Casa”, que chega em 100 salas. O filme traz Dev Patel, estrela de “Quem Quer ser um Milionário?” (2008), como um jovem adotado por uma família australiana, após se perder da família biológica na Índia. Anos depois, ele busca pistas para reencontrar sua mãe. Ao todo, o longa recebeu seis indicações, incluindo para os troféus de Melhor Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante (Patel e Nicole Kidman). Há ainda mais quatro estreias de indicados ao prêmio máximo do cinema. Entretanto, elas chegam em circuito ridículo, eufemisticamente chamado de “circuito de arte”. Para se ter ideia, o maior lançamento, depois de “Lion”, ocupa 13 salas. Ironicamente, é uma animação com potencial para alcançar o grande público, a produção suíça “Minha Vida de Abobrinha”. Outro candidato ao Oscar de Melhor Animação, a produção franco belga “A Tartaruga Vermelha”, impressiona por ocupar apenas quatro salas – uma em São Paulo, uma no Rio, uma em Brasília e uma em Porto Alegre. Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, “Eu Não Sou Seu Negro”, sobre a história do racismo nos EUA, estreia em seis capitais, e a comédia sueca “Um Homem Chamado Ove”, que disputa o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, tem lançamento em nove salas. Completa o circuito o drama tcheco “Eu, Olga Hepnarová”, que abriu no ano passado a mostra Panorama do Festival de Berlim, venceu vários prêmios internacionais e foi exibido na Mostra de São Paulo. Estará disponível em quatro salas entre São Paulo, Rio e Salvador. Clique nos títulos dos filmes para assistir aos trailers das estreias da semana.
Zootopia vence o Annie 2017, o “Oscar da animação”
“Zootopia: Essa Cidade é o Bicho” foi o grande vencedor do Annie Awards, considerado o Oscar da animação. A animação da Disney conquistou seis prêmios, incluindo o de melhor filme animado, na cerimônia que aconteceu no domingo (5/2), em Los Angeles. Com uma mensagem sobre respeito à diversidade, “Zootopia” se passa em uma cidade habitada por diversas espécies animais, em que uma coelha tentar quebrar com os padrões para ser respeitada como policial. Além de Melhor Animação do ano, o longa também levou os troféus de Direção, Roteiro, Design de Personagem, Storyboard de Filme Animado e Dublagem. Vencedor também do Globo de Ouro, o filme desponta como grande favorito ao Oscar 2017 em sua categoria. Os vencedores do Annie têm conquistado o troféu da Academia em todas as premiações desde 2006. Outra animação da Disney, “Moana” levou dois troféus, de Efeitos Especiais e Dublagem, neste último em empate com “Zootopia”, enquanto “Piper”, da Pixar, conquistou o prêmio de Melhor Curta Animada. O estúdio ainda contabilizou vitórias nas categorias live action, pela criação de personagens digitais de “Mogli, o Menino Lobo” e os efeitos de “Doutor Estranho”. “Kubo e as Cordas Mágicas”, que concorria em 10 categorias, ganhou três prêmios, de Animação de Personagem, Design de Produção e Edição. As animações “Pearl”, “Bobs Burger” e “Caçadores de Trolls” dividiram os prêmios na categoria TV. Confira abaixo a lista dos vencedores nas principais categorias da premiação. CINEMA MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Zootopia MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO INDEPENDENTE A Tartaruga Vermelha MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO Piper MELHOR DIREÇÃO Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush, por Zootopia MELHOR ROTEIRO Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush, por Zootopia MELHOR DUBLAGEM Auili’i Cravalho, por Moana: Um Mar de Aventuras Jason Bateman, por Zootopia MELHORES EFEITOS EM ANIMAÇÃO Moana: Um Mar de Aventuras MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Zootopia MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM Zootopia MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM EM LIVE-ACTION Mogli – O Menino Lobo MELHORES EFEITOS EM LIVE-ACTION Doutor Estranho MELHOR TRILHA-SONORA O Pequeno Príncipe TELEVISÃO MELHOR ANIMAÇÃO INFANTIL A Hora da Aventura MELHOR ANIMAÇÃO ADULTA Bob’s Burgers MELHOR DIREÇÃO Patrick Osborne, por Pearl MELHOR ROTEIRO Lizzie Molyneux e Wendy Molyneux, por Bob’s Burgers MELHOR DUBLAGEM Carlos Alazraqui, por The Mr. Peabody & Serman Show MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM Caçadores de Troll MELHOR TRILHA-SONORA Pearl
Associação de críticos franceses elege Aquarius o Melhor Filme Estrangeiro
O drama brasileiro “Aquarius” foi eleito o Melhor Filme Estrangeiro do ano passado pela União Francesa de Críticos de Cinema. O filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e protagonizado por Sônia Braga teve sua première mundial na França, exibido no Festival de Cannes, de onde saiu sem prêmios, exatamente como, por coincidência, “Elle”, de Paul Verhoeven, que os críticos franceses consideraram o Melhor Filme de 2016. A produção estrelada por Isabelle Huppert recebeu até uma indicação ao Oscar 2017, na categoria de Melhor Atriz. Por outro lado, a Vitagraphic, que fez a distribuição invisível de “Aquarius” nos EUA, não inscreveu o longa brasileiro no Oscar, deixando-o inelegível. Outro filme indicado pela Academia, a animação “A Tartaruga Vermelha”, também foi destaque e levou o prêmio de Melhor DVD/Blu-ray Recente. Os prêmios da associação de críticos franceses foram criados em 2006 e são concedidos por jornalistas especializados. “Aquarius” também concorre ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no César 2017, maior premiação de cinema da França, comparada ao Oscar no país. A cerimônia está marcada para 24 de fevereiro.
Zootopia lidera indicações ao Annie Awards, o Oscar da Animação
A organização dos Annie Awards, considerado o “Oscar da animação”, divulgou a lista dos indicados a sua premiação anual. E “Zootopia – Essa Cidade é o Bicho” lidera a corrida pelos prêmios, disputando 11 categorias. A boa surpresa é que o desenho da poderosa Disney é seguido de perto por uma produção “indie”, “Kubo e as Cordas Mágicas”, novo trabalho em stop-motion do estúdio Laika, que recebeu 10 indicações. Os dois concorrem ao prêmio principal, de Melhor Animação do ano, com mais duas produções da Disney, “Moana – Um Mar de Aventuras” e “Procurando Dory”, além de “Kung Fu Panda 3”, da DreamWorks Animation. À exceção de “Kubo”, todos os demais são blockbusters, com orçamento milionário e estreia em 1º lugar nas bilheterias. “Procurando Dory” e “Zootopia”, por sinal, faturaram mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo. E “Moana” fez mais em seus primeiros dias em cartaz que “Kubo” em toda a sua temporada de exibição. A lista ainda chama atenção para duas produções internacionais, a animação japonesa “Your Name”, que neste fim de semana se tornou a terceira maior bilheteria do Japão em todos os tempos, e a francesa “A Tartaruga Vermelha”, destaque do recente festival Anima Mundi. Com um recorde de 27 filmes inscritos para ao Oscar de Melhor Animação, o gênero teve em 2016 um de seus anos mais produtivos e lucrativos. O Annie Awards, que acontece no dia 4 de fevereiro em Los Angeles, é também um excelente termômetro para a premiação da Academia, já que os vencedores coincidem nas duas premiações desde 2006. No ano passado, o Annie premiou o longa brasileiro “O Menino e o Mundo” na categoria de Melhor Animação Estrangeira. Este ano, o país não emplacou nenhum candidato. Havia expectativas para o curta “Trabalho Interno”, de Leo Matsuda (animador de “Operação Big Hero”), produzido pela Disney e pré-selecionado para o Oscar, mas ele acabou ficando fora da disputa. Confira abaixo a lista dos indicados nas principais categorias da premiação: CINEMA MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Procurando Dory Kubo e as Cordas Mágicas Kung Fu Panda 3 Moana: Um Mar de Aventuras Zootopia MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO INDEPENDENTE Longo Caminho Rumo ao Norte Miss Hokusai My Life as a Zucchini A Tartaruga Vermelha Your Name MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO Blind Vaysha Deer Flower Path Title Sequence Pearl Piper MELHOR DIREÇÃO Kubo e as Cordas Mágicas My Life as Zucchini A Tartaruga Vermelha Your Name Zootopia MELHOR ROTEIRO Kubo e as Cordas Mágicas My Life as Zucchini The Red Turtle Zootopia MELHOR DUBLAGEM Art Parkinson, por Kubo e as Cordas Mágicas Auili’i Cravalho, por Moana: Um Mar de Aventuras Katie Crown, por Cegonhas Zooey Deschanel, por Trolls Jason Bateman, por Zootopia MELHORES EFEITOS EM ANIMAÇÃO Kubo e as Cordas Mágicas Kung Fu Panda 3 Moana: Um Mar de Aventuras The Red Turtle Zootopia MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Kubo e as Cordas Mágicas Kung Fu Panda 3 O Pequeno Príncipe Trolls Zootopia MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM Procurando Dory Kung Fu Panda 3 Zootopia MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM EM LIVE-ACTION Capitão América: Guerra Civil Game of Thrones Mogli – O Menino Lobo Warcraft MELHORES EFEITOS EM LIVE-ACTION Horizonte Profundo Doutor Estranho Caça-Fantasmas O Bom Gigante Amigo Warcraft MELHOR TRILHA-SONORA Batman: O Retorno da Dupla Dinâmica Sing: Quem Canta Seus Males Espanta O Pequeno Príncipe A Tartaruga Vermelha Pets – A Vida Secreta dos Bichos TELEVISÃO MELHOR ANIMAÇÃO INFANTIL A Hora da Aventura Voltron: O Defensor Lendário Elena de Avalor Tartarugas Ninja Wander Over Yonder MELHOR ANIMAÇÃO ADULTA Bob’s Burgers BoJack Horseman Long Live the Royals The Simpsons Os Irmãos Aventura MELHOR DIREÇÃO A Love Story Hora da Aventura O Bicho Vai Pegar 4 Pearl Wander Over Yonder MELHOR ROTEIRO Bob’s Burgers Gravity Falls Puffin Rock Os Simpsons MELHOR DUBLAGEM Alison Brie, por BoJack Horseman Will Townsend, por O Bicho Vai Pegar 4 Leslie Carrara-Rudolph por Splash and Bubbles Lars Mikkelsen por Star Wars Rebels Carlos Alazraqui, por The Mr. Peabody & Serman Show MELHOR DESIGN DE PERSONAGEM Atomic Puppet Trollhunters The Snowy Day Tumble Leaf MELHOR TRILHA-SONORA Bob’s Burgers Disney Mickey Mouse Trollhunters Star Wars Rebels
Festival Anima Mundi traz o melhor da animação mundial ao Brasil
A 24ª edição do Anima Mundi leva desde terça-feira (25/10) até domingo (30/10) uma mostra com o melhor da animação mundial ao Rio de Janeiro. A programação desta ano inclui 400 curtas e seis longas, dos quais 108 títulos são nacionais. Outros 45 países também estão representados no festival. Considerado o maior festival de animação da América Latina, o Anima Mundi teve que mudar de data e encurtar sua duração para enfrentar a crise econômica. Mas segue firme e, depois de sair de cartaz no Rio, vem a São Paulo para mais uma semana animada, de 2 a 6 de novembro. Um dos destaques da programação é o longa “The Red Turtle”, nova produção do Studio Ghibli, estúdio de animação japonês conhecido por ter realizado os trabalhos de Hayao Miyazaki (“A Viagem de Chihiro”, “Meu Amigo Totoro”). Trata-se de um filme mudo, que gira em torno de um náufrago, e curiosamente não é assinado por um animador japonês, mas pelo holandês Michael Dudok de Wit em sua estreia em longa-metragem, após ter vencido um Oscar pelo curta “Father and Daughter” (2000). Abordando questões ecológicas, o filme recebeu o Prêmio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2016. A edição de 2016 conta com duas mostras especiais: a mostra Festival Animix Tel Aviv, que celebra o crescente mercado de animações de Israel, e as Sessões Petrobras, que trazem a première de “Peixonauta – O Filme”, que só estreia em 19 de janeiro de 2017, e uma sessão de “O Menino e o Mundo”, filme de Alê Abreu que venceu o Festival de Annency e foi indicado ao Oscar de Melhor Animação de 2016. Além da exibição de filmes, o evento conta com o Anima Fórum, promovendo encontros entre produtores, animadores e todos os interessados que compõe a cadeia da animação no Brasil para refletir sobre os rumos do setor. Neste ano, as mesas e palestras irão abordar temas como o stop-motion e as novas tecnologias, que agora estão acessíveis a qualquer produtor, entre diversos outros temas. Confira a programação completa no site do festival.




