Camille Saviola (1950–2021)
A atriz Camille Saviola, conhecida por interpretar Kai Opaka em “Star Trek: Deep Space Nine”, morreu na sexta (29/10) aos 71 anos, de causa não divulgada. Ela começou no show business como cantora da banda de rock Margo Lewis Explosion nos anos 1970, mas logo mudou de tom, fazendo sua estreia na Broadway como Mama Maddelena no musical “Nine”, em 1982. O sucesso da produção abriu-lhe as portas do cinema, por onde entrou pelas mãos do conterrâneo nova-iorquino Woody Allen. Sua primeira aparição nas telas foi num pequeno papel em “Broadway Danny Rose” (1984), seguido por outro filme de Allen, “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), e a partir de então teve uma carreira prolífica na TV e no cinema. Ela ainda voltou a trabalhar com o diretor mais uma vez em “Sombras e Neblinas” (1991). Outros papéis no cinema incluíram “Noites Violentas no Brooklyn” (1989), “O Casamento de Betsy” (1990), “Entre Amigos” (1991) e “A Família Addams 2” (1993), mas ela logo começou a conquistar mais espaço na TV, passando a interpretar Kai Opaka em “Star Trek: Deep Space Nine” em 1993. A líder espiritual de Bajor acabou se tornando personagem da série até 1996. Saviola também estrelou as séries “The Heights” e “First Monday”, que duraram apenas uma temporada – respectivamente em 1992 e 2002 – , e apareceu em “Jogo Duplo” (Remington Steele), “A Juíza” (Judging Amy), “Becker”, “Plantão Médico” (E.R.), “JAG: Ases Invencíveis”, “Saving Grace”, “Without a Trace”, “Nip/Tuck” e foi a mãe de Turtle (Jerry Ferrara) em “Entourage”, entre muitos outras participações televisivas. Seu último papel foi na série “Younger”, onde interpretou Filomena, a mãe de Enzo de Luca (Chris Tardio) entre 2018 e 2019.
Glenne Headly (1955 – 2017)
A atriz americana Glenne Headly, que viveu a protagonista feminina de “Dick Tracy” (1990) e estrelou a série “Monk”, morreu na noite de quinta-feira (8/6), aos 62 anos, informaram seus representantes, sem precisar a causa da morte. Headly nasceu em 13 de março de 1955 em Connecticut, iniciou a carreira no teatro e integrou a Chicago Steppenwolf Theatre Company, onde conheceu o ator John Malkovich, com quem se casou em 1982. Na mesma época, ela começou a aparecer nas telas. Sua estreia no cinema foi na comédia “Amigos para Sempre” (1981), de Arthur Penn. Especializando-se no gênero, ainda foi vista em pérolas da década de 1980, como “Fandango” (1985), de Kevin Reynolds, e “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), de Woody Allen. Ainda fez dois filmes com o marido, “Eleni” (1985) e “Construindo Um Cara Certinho” (1987), antes de se divorciarem em 1988, ano em que, por coincidência, deixou de ser coadjuvante. A virada veio com a comédia “Os Safados” (1988), na qual viveu uma herdeira assediada por dois golpistas rivais, interpretados por Steve Martin e Michael Caine. O filme do diretor Frank Oz fez grande sucesso. Mas o trabalho seguinte provou-se ainda mais popular. A atriz se projetou como protagonista ao conquistar o papel de Tess Trueheart, a namorada do herói dos quadrinhos Dick Tracy, no filme estrelado e dirigido por Warren Beatty em 1990. Na trama, ela superava até Madonna em desenvolvimento e tempo de tela. Para completar, na mesma época foi indicada ao Emmy pela minissérie “Os Pistoleiros do Oeste” (1989). O reconhecimento foi acompanhado pela vontade de diversificar sua filmografia, às vezes sem sucesso, como no suspense “Pensamentos Mortais” (1991) e no drama “O Despertar” (1991), outras com louvor, como no musical “Mr. Holland – Adorável Professor” (1995) e no telefilme “Marcas do Silêncio” (1996), que lhe rendeu nova indicação ao Emmy. O curioso é que, a partir de então, deixou de fazer sucesso com comédias, mesmo retomando a parceria com Steve Martin em “Bilko – O Sargento Trapalhão” (1996), fracasso de crítica e bilheteria. Ela também foi a mãe de Lindsay Lohan no fraco “Confissões de uma Adolescente em Crise” (2003) e, dez anos depois, a mãe de Joseph-Gordon Levitt em “Como Perder Essa Mulher” (2013), seu reencontro tardio com o sucesso cômico. Glenne Headly também participou de várias séries. Alguns de seus papéis de destaque incluem a médica Abby Keaton na 3ª temporada de “Plantão Médico/E.R.” (exibida em 1996) e Karen Stottlemeyer, a esposa do personagem de Ted Levine na série “Monk” (entre 2003 e 2006). Além desses papéis recorrentes, ela apareceu em episódios de “Law & Order: SVU”, “C.S.I.”, “Grey’s Anatomy”, “Psych” e “Parks and Recreation”. Mais recentemente, a atriz integrou o elenco da série criminal “The Night Of”, uma das atrações mais elogiadas da HBO do ano passado, e estava gravando a 1ª temporada de “Future Man” para o serviço de streaming Hulu, como mãe do protagonista, Josh Hutcherson. Segundo os produtores, ela completou seis episódios e não será substituída na série, que ainda não tem data para estrear. A trama será reescrita para explicar sua ausência. Hutcherson foi um dos primeiros a se manifestar nas redes sociais sobre a morte da atriz. “Eu só conheci a talentosa, compreensiva, carinhosa e bela Glenne Headly por um tempo curto. Ela era forte, poderosa e hilariante. Seus olhos trouxeram à vida tantos personagens surpreendentes ao longo dos anos e seu amor trouxe à vida uma bela família. Vou sentir falta da sua presença, seu sorriso, e a forma como ela me fez sentir como seu filho – antes, durante e depois das gravações. Agarre-se àqueles que fazem você se sentir amado. Meu coração está partido e eu só posso imaginar o que aqueles mais próximos a ela estão passando… Com o coração de chumbo vamos celebrar o insubstituível Glenne Headly”, ele escreveu em seu Instagram.

