George Segal (1934 – 2021)
O veterano ator George Segal, que atualmente estrelava a série “The Goldbergs”, morreu nesta terça (23/3) em Santa Rosa, na Califórnia, de complicações de uma cirurgia de ponte de safena. Ele tinha 87 anos. Nos últimos oito anos, Segal participou regularmente de “The Goldbergs”, série de comédia ambientada nos anos 1980, como Albert “Pops” Solomon, o avô do protagonista. O último episódio de “The Goldbergs” que ele gravou, o episódio 16 da atual 8ª temporada, está programado para ir ao ar em 7 de abril nos EUA e será transformado numa homenagem. Embora as novas gerações lembrem mais de Segal por estrelar séries de comédia, como a atual “The Goldbergs”, “Retired at 35” e a bem-sucedida “Just Shoot Me!”, ele começou sua carreira nos anos 1960 com papéis extremamente dramáticos. De fato, seus primeiros filmes não sugeriam que ele se tornaria um comediante famoso. Segal participou de clássicos absolutos como “O Mais Longo dos Dias” (1962), “A Nau dos Insensatos” (1965), “Rei de um Inferno” (1965) e chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1966). A virada se deu em 1970, quando estrelou três comédias consecutivas: “O Amor é Tudo” (1970), “Como Livrar-me da Mamãe” (1970) e principalmente “O Corujão e a Gatinha” (1970), em que formou par romântico com Barbra Streisand. Segal acabou se especializando em comédias criminais com os clássicos “Os Quatro Picaretas” (1972), “Quem está Matando os Grandes Chefes?” (1978) e “Adivinhe Quem vem para Roubar” (1977), que ganhou um remake em 2005 com Jim Carrey repetindo seu papel. Ele acabou se voltando para a TV no final dos anos 1980, após uma sucessão de comédias sem sucesso. A estreia como protagonista televisivo aconteceu em “Take Five”, em 1987, que foi cancelada após seis episódios. Sua série seguinte, “Murphy’s Law”, foi mais longe, rendendo 13 capítulos entre 1988 e 1989. Demorou, mas com “Just Shoot Me” Segal estourou na telinha em 1997. Na série de Steven Levitan (criador de “Modern Family”), ele vivia Jack Gallo, o dono arrogante de uma revista de moda em que sua filha jornalista (Laura San Giacomo) se vê forçada a trabalhar, ao ser demitida de um jornal sério. A série durou sete temporadas, ficando no ar até 2003. Além dos papéis em produções live-action, Segal também marcou a infância de muitas crianças como a voz do Dr. Benton Quest na versão dos anos 1990 da série animada de “Jonny Quest”. Entre seus últimos filmes, estão “2012” (2009), “Amor e Outras Drogas” (2010) e “Elsa & Fred: Um Amor de Paixão” (2014).
Robert C. Jones (1936 – 2021)
O editor e roteirista Robert C. Jones, vencedor do Oscar pela história de “Amargo Regresso” (1978), morreu na segunda-feira (1/2) em sua casa após uma longa doença, aos 84 anos. Ele começou a carreira durante o período em que serviu como recruta no Exército dos EUA, trabalhando de 1958 a 1960 como editor de filmes de treinamentos e documentários militares no Centro de Cinema do Exército (Army Pictorial Center). Ao voltar à vida civil, a experiência lhe rendeu emprego com o editor veterano Gene Fowler Jr. Os dois trabalharam juntos em 1963 nas montagens do drama “Minha Esperança é Você”, de John Cassavetes, e da comédia ambiciosa “Deu a Louca no Mundo”, de Stanley Kramer. E acabaram indicados ao Oscar pelo segundo filme. Um ano depois, Jones montou sozinho seu primeiro longa-metragem: o western “Convite a Um Pistoleiro” (1964), estrelado por Yul Brynner. E logo se tornou bastante requisitado. Quem trabalhava com ele, sempre queria reprisar a parceria. O primeiro desses grandes parceiros foi o próprio Stanley Kramer, com quem Jones trabalhou em mais dois filmes importantes, o drama “A Nau dos Insensatos” (1965) e a comédia “Adivinhe Quem vem para Jantar” (1967). Ele voltou a concorrer ao Oscar de Melhor Edição pelo lançamento de 1967. Depois foi a vez de Arthur Hiller, para quem editou nada menos que sete filmes, entre eles a aventura de guerra “Tubruk” (1967), o fenômeno “Love Story: Uma História de Amor” (1970) e a comédia “Cegos, Surdos e Loucos” (1989). Hal Ashby tornou-se cativado por seus talentos editoriais a partir de “A Última Missão” (1973), estrelado por Jack Nicholson, e repetiu a dose mais quatro vezes, incluindo na comédia “Shampoo” (1975), com Warren Beatty, e no drama “Esta Terra é Minha Terra” (1976), que rendeu a terceira indicação de Jones ao prêmio da Academia. Não por acaso, quando Warren Beatty resolveu ir para trás das câmeras, soube exatamente quem chamar para montar seu filmes. Jones editou a estreia do astro na direção, “O Céu pode Esperar”, e também um trabalho mais recente do ator-diretor, “Politicamente Incorreto” (1998). Apesar dessa vasta experiência, ele nunca venceu o Oscar por sua função principal. Entretanto, foi premiado ao estrear em nova atividade, como roteirista de “Amargo Regresso” (1978), dirigido pelo velho amigo Hal Ashby. Jones se inspirou em sua experiência no Exército para ajudar a contar a história de um soldado que volta inválido da guerra do Vietnã, envolvendo-se num triângulo amoroso com a esposa de um militar distante. O filme estrelado por Jane Fonda e Jon Voight venceu três Oscars em 1979. Fonda ganhou como Melhor Atriz, Voight como Melhor Ator e Jones dividiu o prêmio de Melhor Roteiro Original com Nancy Dowd e Waldo Salt. Depois desta consagração, ele voltou a editar filmes, incluindo “Dias de Trovão” (1990), com Tom Cruise e Nicole Kidman, até se aposentar com “Amor a Toda Prova” (2002), de P.J. Hogan. Mesmo distante dos estúdios, Jones continuou ligado ao cinema, como professor na Escola de Artes Cinematográficas (SCA) da Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde ensinou edição para uma nova geração de Hollywood.

