Atores de “A Lagoa Azul” lembram bastidores polêmicos com nudez e pressão amorosa
Os atores Brooke Shields e Christopher Atkins voltaram a se encontrar para lembrar a época em que trabalharam juntos em “A Lagoa Azul” (1980). Convidados a comentar os bastidores do filme para o podcast “Now What?”, eles compartilharam memórias curiosas, como a pressão da equipe de produção para que se apaixonassem. No podcast, Atkins revelou que “foi difícil ficar vestido” após gravar as diversas cenas de nudez, que renderam controvérsia ao filme. “Havia cenas em que eu ficava nu com você [Brooke], não sei se você se lembra — indo naquele escorregador e coisas assim”, começou Atkins. “E isso era um pouco estranho, mas também foi meio engraçado para mim, porque naqueles momentos eu simplesmente fazia essas coisas. Mas sua reação foi [de irritação].” Brooke, que tinha 14 anos quando as cenas foram gravadas com dublês de corpo, contou que achava estranho estar em um set adulto. “[Eu pensava] ‘por que tenho que olhar para isso?’ Eu nunca tinha visto um [órgão genital masculino] antes. Não vou começar agora”, lembrou a atriz. “[Nós] vestíamos pequenas tiras de roupa e meu cabelo estava preso no meu corpo para cobrir os seios, que eram mínimos.” Em seguida, Brooke questionou se o colega lembrava o processo de censura da produção. “Eu não sei o que eu estava tentando cobrir. Lembra das almofadas?”, disse. “Eles colocavam umas coisinhas cor de carne nos meus mamilos porque o mamilo evidentemente era onde colocaram um limite neste filme.” Além das cenas de nudez, a atriz comentou ter reprovado as tentativas desesperadas da equipe para fazer com que ela e Atkins se apaixonassem durante as filmagens. A proposta do diretor Randal Kleiser era que as cenas românticas fossem realistas e convincentes. Para isso, ele planejou que o jovem de 18 anos colocasse uma fotografia de Brooke sobre a cama. Embora Brooke ainda não tivesse dado seu primeiro beijo na vida real, o “plano mirabolante” de Kleiser funcionou e a dupla viveu um curto romance atrás das câmeras. “Isso provavelmente foi ótimo para o filme, porque é disso que se trata. Você tem que admitir que a química entre nós foi simplesmente incrível. Houve muitos grandes momentos que aconteceram lá, e eu acho que foi muito dessa inocência que apareceu no filme e o que o fez funcionar ainda mais”, avaliou Atkins. Por fim, o artista acrescentou que os anos seguintes ao filme foram “pura insanidade” devido ao alcoolismo que desenvolveu. Ele chegou a ser internado numa clinica de reabilitação em 1986 e, atualmente, frequenta reuniões semanais do Alcoólicos Anônimos, entre trabalhos esporádicos de atuação em produções de baixo orçamento. Brooke, por sua vez, continuou sua carreira de sucesso. Ela teve até uma série própria, “Suddenly Susan”, entre 1996 e 2000, e continua bastante requisitada. Mais recentemente, estrelou a comédia natalina “Natal em Harmonia”, lançada no mês passado pela HBO Max. Já “A Lagoa Azul”, o filme mais reprisado da “Sessão da Tarde”, foi reclassificado em 2017 por conter violência e teor sexual, o que a lei brasileira entende como incompatível para menores de 12 anos. Até então, a versão editada (sem as cenas mais polêmicas) era exibida como “censura livre” para as crianças, porque a classificação televisiva era mais liberal no final do século passado.
Kelly Preston (1962 – 2020)
A atriz Kelly Preston, conhecida por papéis em várias comédias de sucesso dos anos 1980 e 1990, morreu no domingo (12/7) de complicações de um câncer da mama, informou seu marido, o também ator John Travolta. “Ela travou uma luta corajosa com o amor e o apoio de muitos. Minha família e eu estaremos para sempre gratos aos médicos e enfermeiras do MD Anderson Cancer Center, a todos os centros médicos que ajudaram, bem como aos seus muitos amigos e entes queridos que estiveram ao seu lado”, escreveu Travolta, no Instagram. O ator lembrou que Preston lutava contra o câncer fazia dois anos. Além disso, escreveu que passará um tempo sem dar notícias ou fazer aparições, para que possa ficar ao lado dos filhos do casal Ella, de 20 anos, e Benjamim, de 9. Em janeiro de 2009, Travolta e a mulher perderam o filho Jett, de 16 anos, que era autista e foi vítima da síndrome de Kawasaki. Nativa do Havaí, Kelly Palzis (seu nome real) chegou a ser cotada para estrelar “A Lagoa Azul”, mas teve receio das cenas de nudez antes de atingir a maioridade. Acabou começando a carreira no mesmo ano em que aquele filme entrou em cartaz, com uma pequena participação na série “Havaí 5-0”, em 1980. Ela só assumiu o nome de Kelly Preston ao ser escalada no elenco fixo da série “For Love and Honor”, passada numa base militar e cancelada três meses após a estreia em 1983. Foi também neste ponto que ela trocou a TV por sua trajetória bem-sucedida no cinema. A transição se deu naquele mesmo ano, com pequenas participações na sci-fi barata “Metalstorm” e no terror “Christine, o Carro Assassino”, adaptação de Stephen King do diretor John Carpenter. Os papéis de destaque começaram em 1985, com as comédias picantes adolescentes “A Primeira Transa de Jonathan” e “Admiradora Secreta”, após se sentir adulta o suficiente para as temidas cenas de nudez. Depois disso, ela integrou o elenco da sci-fi infantil “SpaceCamp: Aventura no Espaço” (1986), em que contracenou com Kevin Gage. Os dois se casaram durante as filmagens. Ainda fez o suspense “Nenhum Passo em Falso” (1986), de John Frankenheimer, e a comédia cult “As Amazonas na Lua” (1987), de Joe Dante, antes de virar protagonista, o que aconteceu com o terror romântico “Feitiço Diabólico” (1988), no qual viveu uma bruxa. No mesmo ano, Preston interpretou seu papel mais lembrado, como par romântico de Arnold Schwarzenegger na comédia blockbuster “Irmãos Gêmeos”. Ela já tinha se divorciado de Gage quando se envolveu com John Travolta na comédia “Os Espertinhos” (1989). O casamento aconteceu dois anos depois e superou várias turbulências, desde a perda de um filho até denúncias da suposta homossexualidade do marido. Com Travolta, Preston entrou na igreja da Cientologia, uma seita que acredita em discos voadores e que também é seguida por Tom Cruise. A proximidade religiosa a ajudou a ser escalada em outro sucesso, “Jerry Maguire – A Grande Virada”, estrelado por Cruise em 1996, após sua carreira entrar em declínio. Mas inevitavelmente a levou à “A Reconquista” (2000). Estrelado e produzido por Travolta, o longa adapta um romance sci-fi de L. Ron Hubbard, o criador da Cientologia, e é considerado um dos piores filmes de todos os tempos. Ao longo da carreira, ela estrelou mais de 50 filmes, incluindo “Ruth em Questão” (1996), de Alexander Payne, “A Lente do Amor” (1997), de Griffin Dunne, “Por Amor” (1999), de Sam Raimi, “Voando Alto” (2003), do brasileiro Bruno Barreto, “Sentença de Morte” (2007), de James Wan, etc. A atriz desempenhou até o papel de mãe de Miley Cyrus em “A Última Música” (2010). Preston também teve participações recorrentes nas séries “Medium” (em 2008) e “CSI: Cyber” (em 2016), e seu último filme exibido foi “Gotti: O Chefe da Máfia” (2018), em que interpretou a esposa do personagem-título, vivido por Travolta. Durante as filmagens de “Gotti”, ela foi diagnosticada com câncer, mas, apesar da se sentir debilitada pela doença, esforçou-se para estrelar um longa final, a comédia “Off the Rails”, que ainda não tem previsão de estreia.
Brooke Shields “volta” à Lagoa Azul em fotos de biquíni em águas cristalinas
A atriz Brooke Shields evocou um de seus primeiros sucessos cinematográficos ao postar fotos de suas férias numa praia paradisíaca. “Outra Lagoa Azul”, ela escreveu, referindo-se à clássica Sessão da Tarde de 1980. Na época do filme, ela tinha 14 anos. Atualmente com 52, a atriz mostrou que ainda fica bem num biquíni. Ela não revelou qual praia ilustra as fotos, mas fãs apostam nas Ilhas Maldivas, pelo tom cristalino das águas. Já a praia que serviu de locação para “A Lagoa Azul” só existe daquele jeito no filme. Ela foi uma composição de cenários da Jamaica, no oceano Atlântico, e de uma ilha do arquipélago de Fiji, no Pacífico. Ao filmar as cenas em Fiji, inclusive, os produtores revelaram uma nova espécie de iguana, “descoberta” por cientistas que foram ao cinema! Another Blue Lagoon… Uma publicação compartilhada por Brooke Shields (@brookeshields) em 26 de Mar, 2018 às 11:37 PDT Bikini life in paradise ? Uma publicação compartilhada por Brooke Shields (@brookeshields) em 25 de Mar, 2018 às 4:08 PDT
Campeão de reprises na Sessão da Tarde, A Lagoa Azul deixa de ser censura livre
Um dos filmes mais reprisados na Sessão da Tarde em todos os tempos, “A Lagoa Azul” (1980) não deveria ser exibido para crianças. Em despacho publicado no Diário Oficial da União de quinta (20/4), o Ministério da Justiça reclassificou o longa como “não recomendado para menores de 12 anos”, por conter violência e teor sexual. Até então, o filme tinha a classificação indicativa “livre”. Por conta disso, foi exibido mais de 30 vezes pela Globo e o SBT no horário vespertino só neste século. Foi justamente uma exibição na Sessão da Tarde, em 9 de março deste ano, que gerou a reclassificação. No despacho publicado no Diário Oficial, o Ministério da Justiça relata que recebeu “denúncia” de um “cidadão” sobre “uma suposta incompatibilidade entre o conteúdo apresentado” e a classificação livre do longa. O ministério, então, instaurou um inquérito administrativo, que constatou que a versão editada para TV de “A Lagoa Azul” possui “ato violento” e “apelo sexual” reiteradamente, o que a torna incompatível para menores de 12 anos. “A Lagoa Azul” foi exibido como “censura livre” porque a classificação era mais liberal em 1995, quando o filme recebeu sua certificação para a TV. As regras se tornaram mais rígidas recentemente, com a criação de um manual com o que pode e não pode para cada faixa etária, após excessos cometidos pela TV aberta. Ironicamente, na época em que o filme foi considerado adequado, havia mais rigidez em relação aos horários de exibição. Até recentemente, filmes impróprios para menores de 12 anos só poderiam ser exibidos às 20h. Foi, por sinal, por causa disso que as “novelas das oito” começaram a ser exibidas após as 21h. Entretanto, desde agosto do ano passado o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a imposição de vinculação de horário à classificação etária. As emissoras têm apenas que informar que a programação é imprópria para determinadas idades. Na prática, a reclassificação de “A Lagoa Azul” aconteceu tardiamente e tem efeito meramente informativo. Na época em que foi feito, o filme também foi acompanhado de polêmica etária. Ele conta a história de duas crianças, Emmeline (Brooke Shields) e Richard (Christopher Atkins), que sobrevivem a um naufrágio. Juntamente com um velho marinheiro, vão parar em uma ilha tropical, um paraíso com uma lagoa azul. O marinheiro morre, e as crianças crescem, se apaixonam e descobrem o sexo – e têm um filho. Brooke Shields tinha apenas 15 anos, o que gerou protestos pelo conteúdo sexual e cenas de topless da produção. Atualmente, a atriz está com 50 anos. O longa foi exibido com censura 16 anos nos cinemas brasileiros. Mas a versão televisiva tem cortes. Os produtores realizaram uma sequência em 1991, “De Volta à Lagoa Azul”, basicamente contando a mesma história com outra beldade adolescente, Milla Jovovich, também com 15 anos na época das filmagens. E lançaram uma versão televisiva em 2012, “Lagoa Azul: O Despertar”, que ainda não estreou na TV aberta e recebeu indicação etária para maiores de 14 anos na TV americana.



