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    Estreias | “Napoleão” e “Ó Pai, Ó 2” chegam aos cinemas

    23 de novembro de 2023 /

    O épico “Napoleão” e a comédia brasileira “Ó Pai, Ó 2” são os principais lançamentos desta quinta (23/11) nos cinemas, chegando em 900 e 500 telas, respectivamente. Ambos enfrentam percalços. O longo filme de Ridley Scott recebeu críticas pouco entusiasmadas nos EUA. Já a produção estrelada por Lázaro Ramos enfrenta um suposto boicote de bolsonaristas. Ainda assim, tem uma das maiores estreias nacionais do ano – esgotou ingressos em Salvador. Apesar dos dois títulos serem as prioridades do circuito exibidor, a programação soma ao todo 10 estreias na semana. Confira abaixo todas as novidades.   NAPOLEÃO   O novo épico de Ridley Scott marca um reencontro com Joaquin Phoenix, 23 anos após “Gladiador”. O ator (hoje mais lembrado por “Coringa”) encarna Napoleão desde sua ascensão como jovem tenente, mostrando sua habilidade em navegar e manipular o cenário político e social da França revolucionária em sua caminhada para assumir o título de imperador. Mas embora concentre-se na trajetória política e militar, o longa também mergulha na relação tumultuada de Napoleão com a Imperatriz Josephine, interpretada por Vanessa Kirby (“Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um”), numa dinâmica que oscila da paixão intensa a confrontos tempestuosos. Notável pela execução técnica, o filme apresenta cenas espetaculares de batalhas com uma combinação de som impactante e coreografia intrincada, capturando o caos e a precisão das estratégias de Napoleão. Os detalhes de figurino e design de produção meticulosamente elaborados são outros destaques da produção grandiosa. Mas todo esse apuro esbarra na opção do diretor em retratar um Napoleão caricatural, sujeito a pitis e frases infantis, que não parece fazer justiça ao papel histórico do personagem. Ele é apresentado como uma figura ambígua, capaz de estratégias geniais, mas que também demonstra enorme instabilidade emocional diante de desastres, como a lendária derrota em Waterloo. Além disso, a importância de Josephine é bastante minimizada, num retrato muito superficial da imperatriz. Os críticos franceses odiaram – chamaram o filme de “Barbie e Ken sob o Império”, indicando a artificialidade nas representações dos protagonistas, além de francófobo. Os críticos anglófilos acharam mais satisfatório. Basicamente, os 62% de aprovação no Rotten Tomatoes devem-se ao visual das batalhas. São seis ao todo, só que as mais de duas horas e meia de projeção garantem muitas cenas apressadas e cheias de imprecisões históricas entre elas. Vale lembrar que Scott ameaça lançar uma versão do diretor com quatro horas.   Ó PAÍ, Ó 2   A aguardada continuação do filme de 2007, estrelado por Lázaro Ramos, traz de volta os personagens icônicos e o mundo colorido do Pelourinho, em Salvador. Quinze anos após os eventos originais, o longa reencontra o personagem Roque (Ramos) gravando uma música que ele acredita ser o próximo sucesso do verão. Contudo, a trama sobre uma guinada para um desafio comunitário: o bar de Neuzão (Tânia Tôko), um local querido e central para os moradores do cortiço, foi vendido para um comerciante devido a dívidas acumuladas. Com isso, Roque e outros moradores do cortiço – incluindo Yolanda (Lyu Arisson), Reginaldo (Érico Brás), Maria (Valdineia Soriano) e mãe Raimunda (Cássia Vale) – se mobilizam para organizar um evento em homenagem a Yemanjá, com o objetivo de arrecadar fundos suficientes para saldar as dívidas do bar e recuperá-lo. Paralelamente, Dona Joana (Luciana Souza), ainda atordoada pela perda de seus filhos Cosme e Damião, vagueia pelo Pelourinho, trazendo para casa jovens em situação de rua, num retrato da dor das mães pretas diante das tragédias urbanas. Ao contrário do primeiro longa que tinha uma atmosfera mais festiva, a continuação adota um tom mais sério e reflexivo, abordando temas como a luta coletiva, a resistência e os desafios enfrentados pela comunidade afro-brasileira. Equilibrando momentos de humor com uma análise crítica da realidade vivida pelos personagens, o filme de Viviane Ferreira (“O Dia de Jerusa”) representa um amadurecimento da narrativa original, misturando comédia com comentários sociais relevantes. Só que, ao ir além do entretenimento, “O Pai, Ó 2” provoca desafetos. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro lançaram uma campanha de boicote, sua terceira iniciativa do gênero contra o cinema brasileiro – curiosamente, todas visando obras protagonizadas por negros. “Marighella”, de Wagner Moura, virou a maior bilheteria brasileira de 2021, enquanto “Medida Provisória”, dirigido pelo próprio Lázaro Ramos, tornou-se a quarta maior bilheteria nacional do ano passado. Lançado uma semana antes em Salvador, “O Pai, Ó 2” esgotou todas suas sessões de pré-estreia na capital baiana.   NÃO TEM VOLTA   A comédia de ação brasileira coloca o romance de Manu Gavassi (“Maldivas”) e Rafael Infante (“Vai que Cola”) à prova de maneiras extremas. Após o término do relacionamento, Henrique (Infante), incapaz de superar a separação, contrata uma empresa de assassinos de aluguel para tirar sua própria vida. Contudo, as coisas tomam um rumo inesperado quando Gabriela (Gavassi) retorna e deseja reatar o namoro, levando Henrique a uma corrida contra o tempo para cancelar o contrato que assinou. Dirigido por César Rodrigues (“Lulli”) e escrito por Fernando Ceylão (“Dissonantes”), o filme mistura comédia, romance, ação e drama de uma forma que se destaca entre as comédias brasileiras, com bônus para a química entre Gavassi e Infante, ponto forte do filme. Ela interpreta uma mulher independente e focada em sua carreira, enquanto ele traz à vida um personagem que, apesar de suas falhas e inseguranças, evolui ao longo da trama. O humor não abusa de piadas forçadas, e as cenas de ação são bem integradas à história. Mas não se pode dizer que seja uma obra totalmente original. Cinéfilos devem lembrar da premissa muito parecida da comédia clássica francesa “Fabulosas Aventuras de um Playboy”, estrelada por Jean Paul Belmondo e Ursula Andress em 1965.   O PEQUENO CORPO   A estreia da diretora Laura Samani apresenta uma jornada emocionante e mística no nordeste da Itália no início do século 20. A protagonista Agata, interpretada pela impressionante Celeste Cescutti, enfrenta uma tragédia pessoal quando seu filho nasce morto. Dominada pelo desespero e contra os desejos do marido, Agata descobre uma igreja distante que, segundo rumores, pode conceder um fôlego de vida ao seu filho para um batismo salvador. Determinada, ela inicia uma jornada arriscada, enfrentando adversidades e encontrando personagens desafiadores, incluindo um homem trans que se torna seu companheiro de viagem. A narrativa mergulha em temas de folclore e misticismo, entrelaçados com a influência do catolicismo na região. A obra explora conceitos como redenção, superstição e autonomia feminina, tudo ambientado em um cenário marcado por tonalidades terrosas e uma abordagem de realismo mágico. O trabalho rendeu reconhecimento para Samani no prêmio David di Donatello (o Oscar italiano), como Melhor Diretora Estreante, e na premiação da Academia Europeia, como Descoberta da Crítica.   CULPA E DESEJO   A cineasta Catherine Breillat (“Uma Relação Delicada”) retorna ao cinema após uma década, ainda disposta a desafiar tabus e convenções sociais. Seu novo filme é uma versão francesa do premiado thriller dinamarquês “Rainha de Copas” (2019) e se concentra em Anne (Léa Drucker), uma advogada bem-sucedida especializada em casos de abuso sexual, que vive com seu marido rico (Olivier Rabourdin) e suas filhas adotivas gêmeas em uma casa idílica nos arredores de Paris. A chegada de Théo (Samuel Kircher), filho adolescente de um casamento anterior do marido, após ser expulso da escola, desencadeia uma tensão sedutora na casa, que evoluiu para algo proibido. Ela se envolve em um caso ilícito com o jovem problemático, ameaçando o refúgio burguês que construiu para si mesma. A adaptação tem uma abordagem mais sutil e reflexiva que os trabalhos mais polêmicos da diretora. Ainda assim, evita o moralismo convencional e o melodrama do filme original, não rotulando claramente nenhum dos personagens como vilão pedófilo ou vítima infantil desprovida de consentimento. Breillat opta por cenas de sexo mais longas e com closes nos rostos, destacando a linha tênue entre racionalidade e luxúria. A performance de Drucker é central para o filme, retratando Anne como uma mulher complexa, que oscila entre múltiplos aspectos de sua personalidade, e se torna aquilo contra o qual ela lutou profissionalmente. A obra é marcada por escolhas estilísticas que refletem a dualidade da personagem principal, incluindo a trilha sonora, com faixas de Kim Gordon, ex-integrante do Sonic Youth, que criam a imagem de uma mulher desafiadora. Embora esses elementos estabeleçam parcialmente o comportamento de Anne, o filme se destaca não apenas pelo seu tema provocativo, mas também pela maneira como explora a ambiguidade moral, as complexidades do desejo e do autoengano.   DE VOLTA A CÓRSEGA   A diretora e roteirista francesa Catherine Corsini, conhecida por seus dramas focados em personagens femininas, conta a história de uma mulher negra, Khedidja (interpretada por Aissatou Diallo Sagna), e suas duas filhas, Jessica (Suzy Bemba) e Farah (Esther Gohourou), que retornam à Córsega após eventos traumáticos do passado. A narrativa, ambientada em paisagens deslumbrantes, acompanha a chegada da família na ilha, onde Khedidja assume um emprego de verão como babá para um casal rico, interpretado por Virginie Ledoyen e Denis Podalydès. A trama se desenrola em torno dos desafios e descobertas das três mulheres da família. Jessica, agora uma jovem de 18 anos, se destaca nos estudos e recebe uma oferta para estudar em Paris, enquanto Farah, aos 15 anos, revela-se uma adolescente rebelde e hedonista. Ela se envolve em um conflito com um jovem racista na praia e adota uma postura vingativa que traz consequências inesperadas. Mas Jessica também arranja problemas, ao desenvolver uma relação sexual com Gaia (Lomane de Dietrich), a filha teimosa e independente dos empregadores de sua mãe. Para complicar, tensões emergem à medida que Jessica descobre mais sobre a história familiar, ocultações e mentiras de Khedidja, resultando em conflitos intensos entre mãe e filhas. A obra lida com temas como identidade, pertencimento e preconceitos enfrentados pelas mulheres negras na sociedade francesa, mas sem fazer disso o foco central da narrativa. Em vez disso, mostra uma família tentando superar uma perda e reconciliar-se com erros do passado, com um olhar introspectivo sobre suas lutas internas e os laços familiares, enriquecido pela bela cinematografia que realça a beleza natural da Córsega.   MEU NOVO BRINQUEDO   Remake da comédia francesa “Le Joet” de 1976, cuja história é mais conhecida por outro remake, o americano “O Brinquedo” (1982) com Richard Pryor, o filme conta a história de um Sami, vigia noturno pobre (interpretado por Jamel Debbouze), que muda completamente de vida quando é escolhido pelo filho de seu chefe, o homem mais rico da França (Daniel Auteuil), como seu novo “brinquedo” de aniversário. Ele aceita essa situação humilhante por necessidade financeira, já que sua esposa está grávida e enfrenta o desemprego. O filme explora temas como dignidade humana e a moralidade de vender-se pelo melhor preço, refletindo assim um aspecto político e social frequentemente presente no cinema francês, mesmo em comédias. O diretor James Huth (“Luke Lucky”) junta na produção dois dos atores mais renomados do cinema francês recente, Daniel Auteuil (“Belle Époque”) e Jamel Debbouze (“Asterix nos Jogos Olímpicos”), e também introduz reflexões sobre o impacto das mídias sociais na construção da imagem pública, um elemento moderno que diferencia o remake das versões anteriores.   CASAMENTO GREGO 3   A comédia escrita, dirigida e estrelada por Nia Vardalos continua a saga da família Portokalos, iniciada com o sucesso surpreendente de “Meu Casamento Grego” há duas décadas. Neste terceiro filme, Toula (Vardalos) e sua família enfrentam a perda do patriarca Gus (Michael Constantine), e em sua homenagem viajam para a Grécia para visitar sua cidade natal. Ao longo da trama, são introduzidos diversos pequenos conflitos familiares, que rapidamente se resolvem, enquanto Toula, outrora o foco da franquia, se vê relegada a um papel secundário entre os demais Portokalos – incluindo a nova geração representada por sua filha, Paris (Elena Kampouris). Além de atuar, Vardalos assume pela primeira vez a direção da franquia, mas falha em manter a coesão narrativa e o charme do filme original – a produção independente mais-bem sucedida de todos os tempos. Embora tente explorar temas de união familiar e herança cultural, acaba se perdendo em clichês e soluções simplistas para...

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    Filme de Claudinho e Buchecha e “Mercenários 4” chegam aos cinemas

    21 de setembro de 2023 /

    Os principais lançamentos de cinema desta quinta (21/9) se dividem entre ação truculenta de filmes B americanos e projetos musicais brasileiros. Os principais destaques são “Nosso Sonho”, cinebiografia de Claudinho e Buchecha, e o documentário “Elis e Tom, Só Tinha que Ser com Você”, sobre um dos maiores discos da MPB dos anos 1970. Já as opções de pancadaria são “Os Mercenários 4”, filme mais fraco e quase um spin-off da franquia, e o polêmico “O Som do Silêncio”, sobre um herói da extrema direita dos EUA levando justiça à bela na América do Sul, antes de ser acusado de abuso sexual por sete mulheres. Confira todas as estreias da semana.   NOSSO SONHO   O filme biográfico narra a história de Claudinho e Buchecha, interpretados pelos atores Lucas Penteado (“BBB 21”) e Juan Paiva (“Um Lugar ao Sol”). A produção conta como uma amizade de infância se tornou icônica, apresentando os desafios pessoais de Claudinho (Penteado) e Buchecha (Paiva), dos bastidores da fama às dificuldades enfrentadas rumo ao sucesso, antes do final trágico da dupla, com a morte de Claudinho num acidente de trânsito em 2001. A história é contada sob visão de Buchecha, que insistiu para que Claudinho aceitasse formar uma dupla. O destino dos artistas começa a ser traçado quando sua primeira música toca numa rádio local e eles assinam contrato nos anos 1990. A história dirigida por Eduardo Albergaria (“Happy Hour”) ainda é marcada por hits que marcaram época, como “Só Love”, “Coisa de Cinema” e a homônima “Nosso Sonho”, que embalam a trama. O elenco também conta com Tatiana Tiburcio (“Terra e Paixão”), Nando Cunha (“Os Suburbanos”), Clara Moneke (“Vai na Fé”), Antônio Pitanga (“Amor Perfeito”) e Isabela Garcia (“Anos Dourados”) entre outros. Há algumas imprecisões anacrônicas na reconstituição dos anos 1990 e simplificações narrativas, mas “Bohemian Rhapsody” cometeu os mesmos pecados. “Nosso Sonho” ainda compartilha os mesmos acertos do filme sobre Freddie Mercury, ao enfatizar a emoção de seus personagens, que de forma catártica também emociona o público.   OS MERCENÁRIOS 4   A sequência da franquia “Mercenários” chega quase 10 anos depois da última produção e vem mais violenta e sangrenta que as anteriores, o que lhe rendeu uma classificação R-Rated (para maiores) nos EUA. Desta vez, é Jason Statham (“Velozes e Furiosos 10”) quem tem mais destaque que os colegas famosos, com Sylvester Stallone (“Rambo: Até o Fim”) em claro papel de coadjuvante. Criador da franquia, ele aparece como responsável por reunir a equipe para mais uma aventura explosiva, juntando personagens veteranos e novos rostos, como se lançasse um spin-off. Quem também retorna são Dolph Lundgren (“Creed 2”) e Randy Couture (“Roubo Entre Ladrões”), que se juntam a novos mercenários interpretados pelo rapper 50 Cent (“Rota de Fuga 3”), Megan Fox (“Meia-Noite no Switchgrass”) e Tony Jaa (“Monster Hunter”). O elenco ainda conta com Andy Garcia (“O Pai da Noiva”), Iko Uwais (“22 Milhas”), Jacob Scipio (“Bad Boys 3”) e Levy Tran (“MacGyver”). Na trama, a equipe enfrenta uma ameaça que pode desencadear uma possível 3ª Guerra Mundial: terroristas que tomaram posse de mísseis nucleares. A direção é de Scott Waugh (“Need For Speed”), que troca a camaradagem bem-humorada dos personagens dos primeiros filmes por uma seriedade de thriller de ação feito para o mercado de vídeo dos anos 1990.   SOM DA LIBERDADE   O thriller sobre tráfico de crianças na América do Sul se tornou um fenômeno de bilheteria nos Estados Unidos, arrecadando mais de US$ 180 milhões. Dirigido pelo mexicano Alejandro Monteverde, é protagonizado por Jim Caviezel (o Jesus de Mel Gibson), que interpreta Tim Ballard, um ativista anti-tráfico real e devoto mórmon. A trama é vagamente baseada nas experiências de Ballard na América do Sul, embora o próprio ativista tenha admitido que a produção toma liberdades com a verdade. Mesmo sendo lançado sem o apoio de grandes estúdios, o longa conseguiu grande sucesso, em parte devido ao seu alinhamento com visões de mundo propagadas por teorias da conspiração como QAnon – o principal delírio da extrema direita dos EUA. A trama se concentra na busca implacável de Ballard para reunir uma família separada pelo tráfico de pessoas. Inicialmente, ele resgata um menino chamado Miguel na fronteira entre os EUA e o México e, posteriormente, descobre que a irmã de Miguel ainda está desaparecida. Isso o leva a Cartagena, onde ele planeja uma operação ousada para resgatar a menina. O filme inclui uma cena de epílogo com imagens em preto e branco da operação real de Ballard, embora essa cena seja seguida por uma controversa cena de créditos intermediários que tem sido criticada por seu caráter manipulativo. Como cinema propriamente dito, “Som da Liberdade” não passa de um thriller convencional, cheio de clichês de americanos sobre a América do Sul, mas sua abordagem sensacionalista extrapola as telas para ressoar questões de guerra cultural. Não por acaso, a produção recebeu apoio substancial de grupos religiosos e de direita, incluindo uma exibição organizada por Donald Trump, aumentando ainda mais sua conexão com extremistas.   IL BOEMO   A indicação da República Tcheca ao Oscar 2023 para disputar a categoria de Melhor Filme Internacional é uma cinebiografia do compositor tcheco Josef Mysliveček, apelidado de “Il Boemo”. Escrito e dirigido por Petr Vaclav, o longa é majoritariamente falado em italiano. A trama inicialmente apresenta Mysliveček em seus últimos momentos de vida, sofrendo de sífilis, para depois retroceder e explorar sua ascensão como compositor celebrado na Itália do século 18. O ator e músico tcheco Vojtěch Dyk oferece uma performance marcante como o protagonista, cujo talento é explorado em diversas cenas musicais. O filme não apenas aborda a trajetória profissional de Mysliveček, mas também sua vida pessoal, incluindo seus relacionamentos amorosos com mulheres influentes e abastadas da época. Além disso, a obra faz um contraponto interessante ao apresentar personagens femininas fortes que oferecem oportunidades ao jovem compositor. A narrativa também inclui um encontro memorável com Wolfgang Amadeus Mozart, que expressa sua admiração pelo compositor tcheco antes de elaborar uma de suas composições de forma espetacular. A atenção ao detalhe musical é refletida na trilha sonora, que conta com a participação de solistas renomados, como a soprano Simona Šaturová, que dubla a personagem Cristina Gabrieli, interpretada por Barbara Ronchi. “Il Boemo” se destaca por sua fidelidade histórica e riqueza de detalhes, tanto visuais quanto musicais. Embora o filme tenha momentos que abordam questões feministas contemporâneas e outros que mergulham em um território mais cômico, ele mantém um tom geral mais sóbrio e comprometido com a precisão histórica. A obra foi bem recebida em sua première no Festival de San Sebastian e é uma forte candidata na corrida pelo Oscar, atraindo principalmente um público amante da música clássica.   REFLEXÃO   O drama ucraniano explora o impacto da violência casual na vida cotidiana. Ambientado no contexto da guerra na região de Donbas em 2014, a trama segue Serhiy, um cirurgião que se encontra em uma missão na linha de frente quando é capturado e forçado a inspecionar cadáveres para sinais de vida, antes de ser confrontado com dilemas morais e éticos relacionados à guerra e à violência. A narrativa se desenrola principalmente em planos fixos longos, capturando momentos de tortura e interrogatório de Serhiy, bem como sua subsequente adaptação à vida civil. O filme é notável por sua abordagem estilística e é uma espécie de continuação de “Atlantis” (2019), o premiado filme anterior do diretor Valentyn Vasyanovych. Concebido tanto como um grito de protesto pela Ucrânia quanto uma declaração contida de que ainda existe esperança frente à invasão russa, atingiu 95% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes.   OS PELUDOS – GUARDIÕES DO LAR   A animação russa segue as aventuras de Christine, de 13 anos, que faz amizade com o jovem brincalhão Finnick – um dos seres peludos e geralmente invisíveis que habitam todas as casas. Pode ser novidade para muita gente, mas segundo o filme essas criaturas estão em toda parte, convivendo de forma invisível com os humanos. Só que Finnick faz de tudo para que nenhuma família se estabeleça da sua, para ficar confortável sozinho. Entretanto, quando a família de Christine se muda, suas táticas parecem não surgir efeito. Entretanto, Finnick não é a única “assombração” da cidade, e quando eventos estranhos começam a acontecer, a dupla percebe que precisa se unir como detetives para resolver os misteriosos acontecimentos. Aviso: a animação computadorizada do filme é bem inferior às produções hollywoodianas.   A REVOLTA DOS MALÊS   O filme dirigido por Belisário Franca (“O Presidente Improvável”) e Jeferson De (“Doutor Gama”) já foi disponibilizado como minissérie na Sesc TV. A produção aborda a revolta histórica de escravos muçulmanos na Bahia em 1835 e foca na personagem Guilhermina, interpretada por Shirley Cruz, uma escrava que busca comprar sua liberdade e a de sua filha Teresa (Jamilly Mariano). Quando seu senhor, o fazendeiro Souza Velho (Roberto Pirillo) nega a alforria, Guilhermina se envolve com Licutan (André Ramiro), um líder religioso que tem papel fundamental na Revolta dos Malês. A abordagem minimalista é praticamente teatral, sem grandes cenários ou mesmo cenas externas, concentrando-se no elenco para contar a história, mas se destaca por sua capacidade de equilibrar entretenimento e didatismo, iluminando um episódio histórico importante enquanto mantém sua relevância no contexto atual.   ELIS & TOM, SÓ TINHA DE SER COM VOCÊ   O documentário narra a gravação histórica do disco da parceria entre a cantora Elis Regina com o compositor Antônio Carlos Jobim, “Elis & Tom”, em 1974. Dirigido por Roberto de Oliveira (empresário de Elis na época) e Jom Tob Azulay, traz à tona várias imagens inéditas dos ensaios, conversas e atmosfera dos bastidores da gravação do álbum. O material, guardado por anos, ressurge para contar os segredos do disco, que resultou em canções inesquecíveis, mas também muito drama de bastidores, como o fato de os dois artistas não se gostarem, impasses que quase fizeram Elis abandonar o projeto e o momento em que perceberam que tinham criado uma obra-prima com “Águas de Março” e começaram a se entusiasmar pelas gravações.   CARLOS – THE SANTANA JOURNEY GLOBAL PREMIERE   Entrevistas com o cantor e guitarrista Carlos Santana e sua família, juntamente com imagens de arquivo nunca antes vistas – incluindo gravações de vídeos caseiros feitas pelo próprio Santana, filmagens de shows e momentos de bastidores.

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