
Instagram/Virginia Fonseca
WePink, de Virginia Fonseca, é multada em R$ 1,5 milhão pelo Procon
Empresa foi autuada por problemas recorrentes como atraso na entrega, falhas no pós-venda e falta de transparência no site
A WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, foi multada em R$ 1.566.416,66 pelo Procon-SP. A autuação contra a Savi Cosméticos Ltda é resultado de uma fiscalização rigorosa motivada pelo alto volume de queixas de consumidores e pela análise de irregularidades no site da marca. O valor da sanção considerou a gravidade das infrações, a vantagem econômica obtida e o porte financeiro da fornecedora, que projeta faturar mais de R$ 1 bilhão em 2025.
Quais foram os problemas detectados?
Segundo o órgão de defesa do consumidor, a empresa falhou repetidamente no cumprimento dos prazos de entrega, chegando a enviar pedidos incompletos em alguns casos. O pós-venda também foi alvo de críticas severas: clientes relataram demora excessiva para obter estornos ou receber produtos substituídos por defeito. Além disso, a WePink teria ignorado solicitações de quem tentou exercer o “direito de arrependimento” dentro do prazo legal de sete dias.
A fiscalização constatou ainda que, no início de dezembro, o site da marca deixou de exibir dados obrigatórios para o comércio eletrônico, como endereço físico e e-mail para contato, violando o princípio da transparência. O Procon-SP orienta que consumidores que continuem enfrentando problemas formalizem reclamações nos órgãos de defesa de suas cidades. A empresa ainda tem direito a apresentar defesa no processo administrativo.
Histórico de polêmicas e crescimento
Esta não é a primeira vez que a marca enfrenta problemas legais. Em outubro de 2025, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) já havia acionado a WePink por práticas abusivas, citando mais de 120 mil reclamações em menos de dois anos. As denúncias incluíam venda de produtos sem estoque suficiente e uso de estratégias de urgência em flash sales para explorar a vulnerabilidade do consumidor. Na ocasião, o MP pediu uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos e a suspensão de novas lives promocionais até a regularização das entregas.
Apesar das controvérsias, a empresa segue em expansão agressiva. Fundada em 2021 por Virginia e a sócia Samara Pink, a WePink faturou R$ 740 milhões em 2024 e mira dobrar esse valor em 2025, apostando em parcerias com celebridades e na abertura de lojas físicas.
Entretanto, o contraste entre o sucesso financeiro estrondoso e as falhas operacionais recorrentes, que rendem multas milionárias, tem gerado debates sobre a sustentabilidade do modelo de negócio baseado em marketing de influência massivo.
O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.