
Divulgação/Lionsgate
Tyler Perry é processado de agressão sexual por ator de “Madea”
Mario Rodriguez acusa o cineasta de abuso sexual em múltiplas ocasiões e pede indenização milionária
Acusações graves em Los Angeles
O império do entretenimento de Tyler Perry foi atingido no Natal por uma grave acusação judicial. O ator Mario Rodriguez, que participou do filme “Boo! O Halloween de Madea”, abriu um processo na Corte Estadual da Califórnia alegando ter sido vítima de agressão sexual por parte do cineasta em diversas ocasiões. Segundo o documento, Perry teria submetido Rodriguez a avanços sexuais indesejados ao longo de vários anos, incluindo um episódio em 2018 em que o teria abraçado à força e agarrado suas partes íntimas.
Rodriguez busca uma indenização de pelo menos US$ 77 milhões, citando danos por agressão sexual, imposição intencional de sofrimento emocional e negligência. A ação também envolve a Lionsgate, distribuidora do filme, acusada de ignorar a suposta má conduta do diretor. Alex Spiro, advogado de Perry, negou veementemente as alegações, classificando-as como uma “tentativa fracassada de extorsão” promovida pelo mesmo escritório jurídico que já havia falhado em outra ação contra seu cliente.
Padrão de comportamento?
O relato de Rodriguez detalha uma abordagem que teria começado em 2014, com promessas de papéis em troca de favores sexuais. O ator afirma que, em encontros na casa do magnata em Los Angeles, Perry teria tentado tocá-lo inapropriadamente diversas vezes, oferecendo vantagens financeiras e de carreira com frases como “eu cuidaria de você pelo resto da vida”. Em duas ocasiões, após as investidas serem rejeitadas, o cineasta teria pedido desculpas e entregue quantias de US$ 5 mil ao ator.
Esta é a segunda denúncia formal de natureza sexual contra Perry em menos de um ano. Em junho, o ator Derek Dixon, que trabalhou nas séries “The Oval” e “Ruthless”, também processou o empresário, alegando ter sido prensado contra uma parede e apalpado.
Rodriguez afirma que decidiu quebrar o silêncio após tomar conhecimento do caso de Dixon, percebendo que o cineasta estaria usando seu poder para abusar sistematicamente de atores aspirantes.
Defesa refuta, mas processo continua
A equipe de Tyler Perry tentou desacreditar a nova denúncia citando o desfecho parcial do caso anterior. O advogado do diretor referiu-se à ação de Derek Dixon como uma “falha”, mas a realidade jurídica é diferente: o processo não foi arquivado por falta de mérito, mas sim transferido da Justiça estadual da Califórnia para um tribunal federal na Geórgia, onde ficam os estúdios de Tyler Perry. Segundo Jonathan Delshad, advogado que representa ambas as vítimas, as acusações de Dixon seguem ativas, refutando a narrativa de vitória legal propagada pela defesa do magnata.