
Divulgação/White House
Trump revolta Hollywood ao atacar Rob Reiner após assassinato do diretor
Presidente dos EUA disse que cineasta morreu por "obsessão" contra ele, gerando repúdio de celebridades
Uma declaração de Donald Trump sobre a morte do diretor Rob Reiner provocou uma onda de repúdio em Hollywood. Em sua rede social, a Truth Social, o presidente dos EUA atribuiu o assassinato do cineasta e de sua esposa, Michele, a uma suposta “doença mental incurável”, que ele chamou de Síndrome de Transtorno de Trump (TDS).
No texto, Trump descreveu Reiner como “um diretor de cinema e astro da comédia outrora talentoso, mas agora atormentado e em dificuldades”, e afirmou que ele “enlouquecia as pessoas com sua obsessão desenfreada” por ele. O presidente acrescentou que a paranoia de Reiner atingiu “novos patamares à medida que o governo Trump superava todas as metas e expectativas de grandeza, e com a Era de Ouro da América em pleno andamento, talvez como nunca antes”.
Revolta de celebridades e políticos
A reação à postagem foi imediata e contundente. O ator Patrick Schwarzenegger classificou a declaração como “repugnante e cruel”. Gavin Newsom, governador da Califórnia, foi direto: “Este homem é doente”. A escalada de críticas incluiu termos como “desprezível” e “odioso” vindos de diferentes setores políticos.
Maria Shriver, ex-esposa de Arnold Schwarzenegger e amiga da família Reiner, publicou uma das críticas mais duras, afirmando que Trump não possui “a menor decência”. “Isso é inaceitável. É absolutamente repugnante. Todos nós deveríamos estar horrorizados e enojados com esse comportamento desumano”, escreveu. “Rob e Michele Reiner eram pessoas boas, gentis e amorosas. A família deles está sofrendo uma dor profunda e inimaginável. Que tipo de ser humano compartilharia uma declaração como essa, muito menos um presidente?”.
O músico Jack White usou o Instagram para chamar Trump de “nojento, vil, egomaníaco, perdedor e infantil.” Ele completou: “Nem ele, nem nenhum de seus seguidores, pode defender esse insulto grosseiro e horrível a um artista maravilhoso que tanto deu ao mundo. Usar a morte trágica de alguém para promover sua própria vaidade e agenda fascista e autoritária é um pecado corrupto e narcisista”.
No programa “The View”, a apresentadora Whoopi Goldberg se recusou a ler a mensagem na íntegra e questionou a postura do presidente. “Você não tem vergonha? Não tem vergonha nenhuma? Dá para você ser uma pessoa mais baixa? Acho que não”, disse.
Até James Woods defendeu o diretor
Até mesmo o ator James Woods, conhecido por suas posições conservadoras e apoio a Trump, repudiou o ataque ao diretor. Lembrando que Reiner o dirigiu em “Fantasmas do Passado”, papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, Woods se manifestou contra as declarações “enfurecedoras e de mau gosto”.
Apesar das divergências políticas, Woods creditou a Reiner a salvação de sua carreira. “Rob literalmente salvou minha carreira e me colocou de volta nos eixos de uma forma que foi muito importante e gratificante na minha vida. E ele realmente lutou por mim quando um estúdio não me queria em um filme. Eu saí de uma situação em que estava basicamente desempregado para receber uma indicação ao Oscar, e dou todo o crédito a Rob”, afirmou, concluindo que discordar politicamente “não significa que você tenha que odiar as pessoas”.
Filho do casal é preso
Enquanto a polêmica sobre as declarações de Trump crescia, a tragédia da família Reiner ganhou um contorno ainda mais sombrio. Nick Reiner, filho do casal, é o único suspeito pelas mortes dos pais. Ele está detido sem direito a fiança na prisão Parker Center, em Los Angeles, indiciado pela Divisão de Roubos e Homicídios da polícia local.
O site TMZ reportou que uma das filhas do casal encontrou os corpos e teria dito à polícia que um membro “perigoso” da família seria o responsável. Em uma entrevista à revista People em 2016, Nick falou abertamente sobre sua luta contra a dependência química, que começou na adolescência e o levou a viver nas ruas.