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Instagram/Stax Records

Música|4 de dezembro de 2025

Steve Cropper, guitarrista que definiu o som da soul music, morre aos 84 anos

Músico ajudou a criar o som da gravadora Stax, compôs e tocou em clássicos de Otis Redding e Wilson Pickett, além de integrar as bandas Booker T. & the M.G.'s e The Blues Brothers

Pipoque pelo Texto ocultar
1 Lenda da guitarra e arquiteto do Memphis Soul
2 O homem por trás dos maiores hits da Stax
3 O começo da trajetória
4 A origem espontânea de Booker T. & the M.G.’s
5 De todo-poderoso a demissionário
6 O sucesso com os Blues Brothers
7 Últimos trabalhos e legado
8 Vídeos da carreira lendária

Lenda da guitarra e arquiteto do Memphis Soul

Steve Cropper, o guitarrista que ajudou a moldar a sonoridade do soul de Memphis nas gravações da Stax Records, morreu nesta quinta-feira (4/12). Ele tinha 84 anos e deixa um legado marcado pela colaboração essencial com ícones como Otis Redding, Wilson Pickett e sua própria banda, Booker T. & the M.G.’s.

O homem por trás dos maiores hits da Stax

Embora fosse mais conhecido pelo público por seu trabalho econômico e distinto na guitarra base e solo do grupo instrumental Booker T. & the M.G.’s, a influência de Cropper se estendeu por dezenas de faixas clássicas. Como músico fixo da Stax Records, produtor e engenheiro de som, ele impulsionou carreiras de gigantes do soul, incluindo Sam & Dave, Rufus e Carla Thomas e Eddie Floyd. Sua guitarra está presente em hinos como “Soul Man”, de Sam & Dave, “Green Onions”, do Booker T. & the M.G.’s, e “(Sittin’ On) The Dock of the Bay”, de Otis Redding.

Além de tocar, Cropper foi um compositor prolífico, servindo como coautor de sucessos mundiais como “In the Midnight Hour” e “634-5789”, de Wilson Pickett, “Knock On Wood”, de Eddie Floyd, e “Seesaw”, de Don Covay. Sua importância era tamanha que ele foi nominalmente citado na letra de “Soul Man” (1966), de Sam & Dave, quando o cantor Sam Moore grita “Play it, Steve!” (“Toca, Steve!”) para anunciar o penetrante solo do guitarrista no refrão.

O começo da trajetória

Nascido em 21 de outubro de 1941, em Dora, Missouri, Cropper mudou-se para Memphis com a família aos nove anos. Inicialmente exposto à música country, foi na nova cidade que ele conheceu o gospel e o rhythm and blues. Aos 14 anos, comprou sua primeira guitarra por encomenda postal, iniciando a trajetória que o levaria ao estrelato.

Ainda na adolescência, Cropper formou a banda The Royal Spades com colegas de escola, incluindo o futuro baixista Donald “Duck” Dunn. O grupo logo recebeu o saxofonista Charles “Packy” Axton, cuja mãe, Estelle Axton, e tio, Jim Stewart, operavam a incipiente gravadora Satellite Records — que logo seria renomeada como Stax. A banda mudou o nome para The Mar-Keys em 1961 e emplacou o hit instrumental “Last Night” no Top 10 pop.

A origem espontânea de Booker T. & the M.G.’s

Como guitarrista instrumental, ele chamou atenção dos estúdios da cidade e começou a trabalhar em gravações de artistas de gravadoras como a Sun Records e a Hi Records. O momento decisivo ocorreu em 1962, quando uma sessão fracassada de apoio ao cantor de rockabilly Billy Lee Riley deixou os músicos com tempo livre. Cropper, o baixista Lewie Steinberg, o baterista Al Jackson Jr. e o jovem multi-instrumentista Booker T. Jones ficaram sem ter o que fazer no estúdio e começaram a improvisar um blues dançante, dominado pelo órgão Hammond de Jones. Jim Stewart apareceu no estúdio e, impressionado com o que ouvia, gravou a jam session secretamente. O resultado foi “Green Onions”, que alcançou o 1º lugar nas paradas de R&B e o 3º no ranking pop, servindo de modelo para uma sucessão de singles do grupo, agora batizado de Booker T. & the M.G.’s.

A banda, que integrou Donald “Duck” Dunn no lugar de Steinberg em 1964, lançou outros singles significativos como “Hip Hug-Her”, “Soul-Limbo”, “Hang ‘Em High” e “Time is Tight” (parte da trilha sonora de “Up Tight”, remake blaxploitation de “O Delator”). Além do sucesso comercial, a formação original dos M.G.’s, que misturava músicos brancos e negros, desafiou as normas do Sul segregado dos EUA, ajudando a integrar a Stax em uma época em que homens negros e brancos raramente podiam dividir o mesmo palco.

De todo-poderoso a demissionário

Em 1962, Cropper assumiu também a função de diretor de A&R (Artistas e Repertório) da gravadora. Além de cuidar dos artistas como executivo, ele seguiu tocando em estúdio em todas as gravações e excursionando com todos os artistas da Stax até a saída de Booker T. Jones do grupo, quando se mudou para a Califórnia em 1969. No final de sua gestão na Stax, em 1969, Cropper gravou dois álbuns solo focados em sua guitarra: “With a Little Help From My Friends” e “Jammed Together”, uma colaboração com Pops Staples e o bluesman Albert King.

No entanto, sua trajetória na gravadora terminou em conflito. Em desacordo com o novo executivo-chefe Al Bell, Cropper deixou a Stax antes mesmo do lançamento do último LP dos M.G.’s pelo selo, “Melting Pot”, em 1971. Após a saída, dedicou-se cada vez mais à produção, trabalhando com nomes como John Prine, Jeff Beck e Ringo Starr.

O sucesso com os Blues Brothers

Apesar do rompimento com a diretoria da Stax, Cropper voltou a se juntar com Booker T. & the M.G.’s diversas vezes entre as décadas de 1970 e 1990 para gravações e turnês, atuando como banda de apoio para lendas como Bob Dylan, John Fogerty, Neil Young e Levon Helm.

Um dos trabalhos de maior visibilidade de Cropper na fase posterior de sua carreira foi como guitarrista principal da banda The Blues Brothers, projeto musical dos comediantes John Belushi e Dan Aykroyd, nascido no humorístico “Saturday Night Live”. Como líder musical do grupo, Cropper tocou no álbum duplo de platina “Briefcase Full of Blues” (1978) e apareceu interpretando a si mesmo no filme clássico “Os Irmãos Cara-de-Pau” (1980), dirigido por John Landis, bem como na sequência “Os Irmãos Cara-de-Pau 2000” (1998), junto dos M.G.’s e de diversas lendas do soul – desde antigos parceiros da Stax, como Wilson Pickett, até astros com quem ele não tinha tocado nos anos 1960, incluindo Aretha Franklin e James Brown.

Últimos trabalhos e legado

Nos anos 2000, ele continuou ativo, lançando álbuns colaborativos com Felix Cavaliere, ex-cantor da banda soul branca The Rascals, e trabalhando com Frank Black, vocalista da banda de rock Pixies. Recentemente, em 2024, sua história foi revisitada na aclamada série documental da HBO, “Stax: Soulsville, U.S.A.”.

O reconhecimento de sua importância histórica veio com múltiplas honrarias. Cropper foi introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll como membro dos M.G.’s em 1992 e no Songwriters Hall of Fame pela carreira de compositor em 2005. Em 1996, a revista britânica Mojo o elegeu o segundo maior guitarrista de todos os tempos, atrás apenas de Jimi Hendrix.

Vídeos da carreira lendária

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