
Divulgação/SBT
SBT News contrata Caio Coppolla em aceno à direita após boicote bolsonarista
Comentarista sai da CNN Brasil para apresentar quadro diário no canal de notícias e também participará do "SBT Brasil" aos sábados
Reforço estratégico
O SBT anunciou nesta sexta-feira (26/12) a contratação do comentarista político Caio Coppolla, num movimento claro para reconquistar a audiência conservadora que vinha boicotando o recém-lançado canal SBT News. O bacharel em Direito, conhecido por suas posições alinhadas à extrema direita e passagens polêmicas pela Jovem Pan e CNN Brasil, chega para comandar o “Boletim Coppolla”. A atração será exibida de segunda a sexta-feira na grade do canal de notícias. Além disso, ele também participará aos sábados no “SBT Brasil”, principal telejornal da rede na aberta.
Segundo comunicado da emissora, Coppolla é visto como “uma das grandes forças de análise política nas redes sociais”, acumulando mais de 6 milhões de seguidores. O acordo foi fechado rapidamente, logo após o término de seu vínculo com a CNN Brasil no domingo (21/12), onde participava do quadro “O Grande Debate” ao lado do ex-ministro José Eduardo Cardozo.
Contexto de crise e rejeição
A chegada do comentarista ocorre em meio a uma turbulência institucional. O SBT News, inaugurado no dia 15, tornou-se alvo da fúria bolsonarista devido à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes em seu evento de lançamento. A ausência de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro — com exceção do governador Tarcísio de Freitas — foi interpretada por apoiadores como uma guinada à esquerda.
A reação negativa atingiu níveis críticos quando o cantor Zezé Di Camargo, bolsonarista assumido, acusou as filhas de Silvio Santos de estarem “prostituindo” o legado do pai ao abrirem espaço para o atual governo. A declaração gerou um mal-estar tamanho que resultou no engavetamento do especial de fim de ano do sertanejo na emissora.
A postura histórica de Silvio
Vale ressaltar que a suposta “traição” apontada pelos críticos ignora a postura histórica de Silvio Santos (1930-2024). O fundador do canal sempre se declarou governista, mantendo relações pragmáticas com todos os presidentes, independentemente do espectro ideológico, sob a justificativa de que sua empresa era uma concessão pública e devia respeito à autoridade máxima do país.