
Divulgação/Ruth Etty
Ruth Etty, “rainha do tecnomelody”, é encontrada morta em casa no Pará
Morte da cantora do brega romântico paraense é investigada pela Delegacia de Feminicídio
Cantora é encontrada morta em casa
A cantora Ruth Etty, nome artístico de Ruth Gomes dos Santos, foi encontrada morta em sua casa no bairro da Marambaia, em Belém, na manhã desta quarta‑feira (3/12), segundo comunicado publicado em seu perfil oficial nas redes sociais. Ícone do tecnomelody e do brega romântico paraense, a artista tinha fãs em toda a região norte e vinha retomando a carreira após um período afastada dos palcos.
A causa da morte ainda não foi divulgada pelas autoridades nem pela família, que, de acordo com a imprensa local, se reuniu com a Polícia Civil para obter mais informações sobre o que aconteceu. A notícia provocou grande comoção entre fãs, músicos e produtores do Pará, que passaram o dia publicando homenagens e lembranças de shows marcantes da cantora.
Investigação corre sob sigilo na Delegacia de Feminicídio
As circunstâncias da morte de Ruth Etty estão sendo apuradas pela Delegacia de Feminicídio do Pará (DEFEM), que assumiu o caso em caráter sigiloso. Em nota oficial, a Polícia Civil informou que testemunhas serão ouvidas, imagens de câmeras de segurança da região serão analisadas e perícias já foram solicitadas para auxiliar na definição da causa e da dinâmica do óbito.
Por enquanto, não há confirmação pública sobre suspeita de crime ou outras hipóteses levantadas pelos investigadores. As autoridades ressaltam que qualquer conclusão dependerá dos laudos periciais e dos depoimentos colhidos ao longo do inquérito, que ainda está em fase inicial.
Trajetória: do brega romântico à coroa do tecnomelody
Ruth Etty se consagrou nos anos 2000 como uma das grandes vozes da música romântica do Pará, com sucessos como “Viver de Ilusão” e “Amor da Minha Vida, Eterno Amor”, que ajudaram a consolidar o brega como expressão central da identidade cultural paraense.
Com a explosão do tecnomelody no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, Ruth Etty migrou o repertório romântico para uma batida eletrônica dançante, tornando‑se conhecida como “rainha do tecnomelody”. Ao longo da carreira, ela lançou cinco álbuns, participou de programas de TV e construiu uma base fiel de admiradores, especialmente na região norte.
Saúde mental e afastamento dos palcos
Nos últimos anos, a artista passou por um período delicado na vida pessoal e profissional, marcado por diagnósticos de depressão e esquizofrenia. Em entrevistas e publicações de familiares, foi relatado que ela chegou a ser internada em clínica especializada em São Paulo para tratamento e enfrentou episódios de vulnerabilidade social, o que motivou campanhas de apoio de fãs e de colegas de cena.
Em 2024, Ruth Etty havia anunciado o desejo de retomar os shows e a carreira artística após avanços no tratamento.
Legado na música paraense
A notícia da morte levou fãs, DJs e produtores a revisitar o repertório da cantora. Muitos destacam sua capacidade de traduzir histórias de amor, dor e saudade em melodias que se tornaram trilha sonora de festas populares e de lembranças pessoais.
Mesmo com o período de afastamento, sua obra segue viva em coletâneas e na programação de bailes da saudade do Pará.