
Ilustração/Gemini 3 Pro
Choque! Netflix compra Warner e HBO em negócio histórico
Gigante do streaming paga US$ 82,7 bilhões por estúdios e plataforma de streaming HBO Max, assumindo franquias como Harry Potter, Game of Thrones e DC Universe
O negócio que vai redefinir Hollywood
Em um movimento que promete redesenhar completamente a indústria do entretenimento, a Netflix e a Warner Bros. Discovery anunciaram nesta sexta-feira (5/12) um acordo para a aquisição da Warner Bros. pela gigante do streaming. A compra inclui os estúdios de cinema e TV, além das marcas HBO e HBO Max, e tem valor total estimado em US$ 82,7 bilhões (incluindo dívidas), com valor patrimonial de US$ 72 bilhões.
O anúncio encerra uma guerra de ofertas que durou semanas e colocou a Netflix em disputa direta com a Paramount Skydance, de David Ellison, e com a Comcast, dona dos estúdios Universal. A notícia de que a empresa de Ted Sarandos havia entrado em negociações exclusivas já havia circulado na noite de quinta-feira, preparando o terreno para a confirmação oficial.
Como fica a operação da Warner Bros.?
Durante teleconferência com analistas, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, admitiu que a aquisição foge ao perfil histórico da empresa, mais focada em construir do que em comprar. “Sei que alguns de vocês estão surpresos que estejamos fazendo essa aquisição”, comentou. A promessa, no entanto, é manter as operações atuais da Warner, incluindo os lançamentos de filmes nos cinemas, garantidos por contratos até 2029.
No curto prazo, a Netflix sinalizou que manterá o HBO Max como um serviço independente, ao mesmo tempo em que integrará o conteúdo da HBO e do HBO Max ao seu próprio catálogo. “Ao adicionar as profundas bibliotecas de filmes e TV e a programação da HBO e HBO Max, os membros da Netflix terão ainda mais títulos de alta qualidade para escolher”, informou a empresa.
Quais franquias mudam de casa?
A fusão traz para o guarda-chuva da Netflix algumas das marcas mais valiosas da cultura pop. Franquias e séries como “Harry Potter”, “Game of Thrones”, “The Big Bang Theory”, “Looney Tunes” e todo o Universo DC passam a fazer parte do portfólio da companhia, ao lado de sucessos originais como “Stranger Things”, “Wandinha” e “Round 6”. A divisão de games da Warner Bros. também está incluída no pacote.
Segundo o comunicado, a união combina “a inovação, alcance global e serviço de streaming da Netflix com o legado secular de narrativa de classe mundial da Warner Bros.”. A expectativa da Netflix é gerar economia de custos anual entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões a partir do terceiro ano após o fechamento do negócio, o que significa de forma clara demissões em massa, com a eliminação de departamentos inteiros que possam estar duplicados na nova versão da empresa que surgirá após o final da fusão.
Detalhes financeiros e aprovações
A transação será feita em dinheiro e ações, avaliada em US$ 27,75 por ação da WBD. Cada acionista receberá US$ 23,25 em dinheiro e US$ 4,50 em ações da Netflix. O acordo foi aprovado por unanimidade pelos conselhos de ambas as empresas e deve ser concluído nos próximos 12 a 18 meses.
Antes disso, a Warner Bros. Discovery precisa finalizar a separação de sua divisão de redes de TV, a Discovery Global, em uma nova empresa de capital aberto, processo previsto para terminar no terceiro trimestre de 2026. Essa nova companhia ficará com ativos como CNN, TNT Sports, canais Discovery e a plataforma Discovery+, sob comando do atual CFO Gunnar Wiedenfels, que não entraram na compra da Netflix.
Obstáculos regulatórios
O negócio ainda enfrenta barreiras regulatórias importantes. A Paramount Skydance já havia alertado o conselho da WBD sobre possíveis problemas antitruste, preocupação ecoada por políticos como o deputado Darrell Issa, que apontou o “poder de mercado inigualável” da Netflix em carta a autoridades.
Caso a transação seja bloqueada por órgãos reguladores, a Netflix não terá apenas que desfazer o negócio. O contrato prevê uma multa de rescisão de US$ 5,8 bilhões. “Assinamos um acordo e estamos correndo a toda velocidade para a aprovação regulatória”, garantiu Sarandos. Grupos da indústria, como o Sindicato dos Diretores (DGA) e associações de cinema, também expressaram receio de que a compra prejudique o mercado de exibição cinematográfica.
David Zaslav, CEO da WBD, celebrou a fusão como a união de “duas das maiores empresas de narrativa do mundo”. O futuro executivo de Zaslav após a conclusão do negócio, no entanto, não foi detalhado no anúncio oficial.