
Divulgação/SBT
Marcão do Povo aciona polícia para tirar vídeo de Ludmilla do ar
Apresentador apresentou notícia-crime contra a cantora, alegando que ela mentiu ao chamá-lo de "condenado por racismo" nas redes sociais
Nova batalha judicial
O apresentador Marcão do Povo recorreu à Polícia Civil de Barueri, na Grande São Paulo, para registrar uma notícia-crime contra a cantora Ludmilla. O âncora do “Primeiro Impacto”, do SBT, solicita a remoção imediata de um vídeo publicado pela artista no dia 19 de dezembro, no qual Ludmilla afirma que ele foi condenado por racismo.
O que diz a defesa de Marcão?
A coluna “Outro Canal”, de Gabriel Vaquer, teve acesso ao documento, que já resultou na abertura de um inquérito policial para investigar o caso. Segundo Marcão, a cantora ultrapassou os limites da liberdade de expressão ao imputar a ele um crime do qual alega ter sido inocentado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em dezembro de 2024 — decisão mantida após recurso neste ano.
Na notícia-crime, a defesa sustenta que o vídeo é mentiroso e ataca uma decisão soberana da Justiça. “Tais expressões não admitem ambiguidade semântica e afastam qualquer tentativa de enquadramento como crítica genérica, configurando imputação objetiva de conduta criminosa”, diz um trecho do documento.
O texto da denúncia ainda reforça que Ludmilla agiu de má-fé. “Mesmo ciente do histórico processual, até porque afirma expressamente que houve manobra processual, a representada opta por desqualificar a decisão judicial absolutória, imputando ao Judiciário uma suposta fraude e, ao ofendido, a prática de crime”, conclui a defesa do apresentador.
Qual é o conteúdo do vídeo polêmico?
No vídeo em questão, Ludmilla argumenta que a Justiça reconheceu o ato racista, mas que Marcão escapou da condenação graças a uma estratégia jurídica. “Ele não foi inocentado, gente. Na verdade, ele usou uma manobra para se livrar das consequências. A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu comigo, contra mim. Mas ele não vai pagar nada por isso. É uma manobra processual absurda”, declarou a cantora.
Ela também criticou a emissora onde ele trabalha atualmente. “Agora, o SBT, que é uma emissora histórica, que sempre representou a pluralidade do Brasil, precisa saber quem mantém em sua casa um apresentador condenado por racismo”, disparou. Essa tensão levou Ludmilla a recusar recentemente uma homenagem do canal, afirmando não poder aceitar tributos de quem dá “voz, espaço e respaldo” a pessoas com atitudes racistas.
Como o conflito começou?
A disputa judicial e pública entre os dois se arrasta desde 2017, quando Marcão, então na Record, chamou Ludmilla de “macaca” ao vivo. O episódio provocou sua demissão na época e gerou o processo criminal original. Enquanto o apresentador celebra a decisão do STJ como uma absolvição, a cantora insiste que houve apenas prescrição ou anulação técnica, sem negar o fato ocorrido.
Procurados, os advogados de ambas as partes não responderam à imprensa no fim de semana. O espaço segue aberto para posicionamentos, declarações e atualizações das partes citadas, que queiram responder, refutar ou acrescentar detalhes em relação ao que foi noticiado.